16.1.20

hakan sukur, do golo que ficou para a história a condutor de uber

Os amantes de futebol portugueses certamente que não querem ouvir falar do Mundial da Coreia/Japão, que decorreu em 2002. Pois é de má memória para todos os portugueses. E, verdade seja dita, para todos aqueles que gostam de futebol pois as polémicas foram mais do que muitas. Mas se falarmos de Hakan Sukur, certamente que o ex-jogador turco tem boas memórias desta competição.

No jogo de atribuição do terceiro lugar, a Turquia derrotou a Coreia do Sul por 3-2. Mas isto não é o maior destaque. É que o avançado só precisou de 10.8 segundos para marcar golo. O que faz com que ainda hoje seja o golo mais rápido de sempre marcado num mundial. A par disto, aquele que foi um dos grandes talentos do futebol turco conquistou diversos troféus, quase todos ao serviço do Galatasaray. Tendo ainda passado por grandes emblemas do futebol europeu. Agora, avançamos 18 anos no tempo e digo-te que Sukur conduz um Uber para sobreviver.

Esta poderá ser a parte em que pensas em problemas de droga ou álcool. Ou mesmo vício em jogo e maus investimentos. Mas nada disto é verdade. Hakan Sukur diz que perdeu tudo o que tinha por questões políticas. Algo que revela à revista alemã Focus. Explicando que se juntou ao AKP, o partido de Erdogan, actual presidente turco. Até que decidiu abandonar o partido, desiludido com os escândalos de corrupção. E foi aí que os problemas começaram.

Nesse momento, o ex-jogador ficou com os activos todos congelados e teve de fugir para os Estados Unidos da América, algo que aconteceu em 2015. O pai do jogador foi detido, acabando por ser libertado por estar a lutar contra um cancro. Doença que viria a matar tanto o pai como a mãe de Sukur. Quando fugiu, o antigo avançado ponderou arrendar os imóveis. Mas desistiu da ideia com receio de que os inquilinos sofressem represálias. Também fechou o café que tinha, nos EUA, devido a intimidações de que foi algo. Agora, é condutor de Uber para sobreviver.

“Estou a começar a trabalhar agora, não tenho nada em nenhuma parte do mundo. O Erdogan tirou-me tudo, o meu direito à liberdade, o direito a me explicar, a me expressar, a trabalhar”, conta. Acrescentando ainda que o partido tirou proveito da sua popularidade. “Atiraram pedras à loja da minha mulher, os meus filhos foram assediados na rua, recebi ameaças depois de cada declaração que fiz. Quando deixei o país prenderam o meu pai e tudo o que eu tinha foi confiscado. Todas as pessoas que estão relacionadas comigo passam por dificuldades financeiras”, conclui

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