Acompanhar tudo aquilo que tinha dito com água, num copo com gelo e limão.
31.5.13
há melhor escritório?
Algarve. Quase trinta graus. Esplanada. Com o vento a soprar de modo suave. E na companhia do b. Haverá escritório melhor?
seus marotos
Cenário. Estação de serviço da auto-estrada do Sul. Protagonistas. Quatro pessoas. Seguramente perto dos setenta anos. Provavelmente dois casais. Altura do dia. Meio da manhã.
Estava a comer e a beber um café ao lado das pessoas que referi. Até que, um dos senhores suja as calças perto do fecho das mesmas. Levantou-se imediatamente. À mesma velocidade, umas das senhoras, provavelmente mulher, começa a esfregar a zona suja com um guardanapo.
O que fizeram os dois amigos? Calaram-se? Nada disso. Começaram a fazer piadas de cariz sexual, em voz alta, como putos de vinte anos. "Vê lá o que lhe fazes", "vê lá como é que deixas o homem", diziam entre sorrisos marotos.
Fartei-me de rir com este episódio protagonizado por quatro sexagenários marotos. Sobretudo porque foram um exemplo de que a idade não passa de um número. O que verdadeiramente importa é o espírito jovem. Algo que revelaram ter.
Enviado do meu iPhone
life is a highway
Daqui a poucas horas faço-me à estrada.
Destino? Algarve. Férias? Nada disso. Fim-de-semana grande? Também não. Passar
uma noite fora? Era bom mas não vai acontecer. A viagem é de trabalho. Cerca de
300 quilómetros a conduzir. Trabalhar. Comer qualquer coisa rápida. Enviar o
trabalho. E regressar. Fazendo em poucas horas umas boas centenas de quilómetros.
Se vou contrariado? Não. Irritado pelo serviço?
Nada disso. Vou contente. Sorridente. Pelo simples facto de que prefiro fazer
centenas de quilómetros num dia em vez de estar num espaço fechado em frente a
um computador. Gosto destas deslocações. Dos prazos apertados. Da pressão do
trabalho ficar em condições. Não troco nada disto por mais um dia descansado na minha
secretária onde a emoção pode ser pautada por uma certa monotonia.
Acredito na música que diz que “life is a
highway.” Porque na realidade é mesmo isso. “Life's like a road
that you travel on. When there's one day here and the next day gone. Sometimes
you bend, sometimes you stand. Sometimes
you turn your back to the wind.” Basicamente é isto que torna os momentos
passados na estrada tão intensos e interessantes.
Momentos esses que valem muito mais do que a
maior parte dos que são vividos entre quatro paredes. “There's a world
outside every darkened door. Where blues won't haunt you anymore. Where the
brave are free and lovers soar. Come ride with me to the distant shore.”
Talvez estes pedaços da letra da música de Tom
Cochrane consigam explicar muito melhor do que eu aquilo que representa uma viagem
para mim. O que sinto a cada nova paisagem que os meus olhos observam. Cada
troço percorrido. Quando o Sol aquece o alcatrão. Cada nova localidade onde
tenho de me deslocar. As pessoas com quem me cruzo e com quem tanto aprendo. O
encanto do regresso a tudo aquilo que posso chamar meu.
Por isso, não tenho dúvidas. Nem receio em
gritar isto do fundo dos meus pulmões. “Life is a highway. I
want to ride it all night long. If you're going my way. I want to drive it all
night long.”
30.5.13
nascemos para ser vaidosos
Não há volta a dar. O ser humano nasceu com o chip de vaidade previamente instalado. Só isso pode explicar que ninguém resista a um espelho. Seja numa casa de banho, em casa, no elevador, no centro comercial, no carro, no ginásio ou mesmo num qualquer vidro que tenha um ligeiro reflexo.
Como que atraído por um íman, o ser humano olha para o espelho. Se for apanhado diz sempre que estava a ajeitar qualquer coisa. O que é certo é que ninguém resiste a um espelho.
A diferença está somente na relação que cada um mantém com os seus espelhos. Existem casos passageiros, relações ocasionais, namoros intensos, relações sadomasoquistas. Por fim, existem aqueles que são escravos dos espelhos e que não se conseguem ver livres dos mesmos. E é aí que reside o grave problema da relação com os espelhos.
Enviado do meu iPhone
há limites (que algumas pessoas desconhecem)
Tenho o maior respeito por quem
trabalha com contacto directo ao público. Nada tenho contra os
vendedores de cartões de crédito que costumam estar nos diversos
centros comerciais. Não concordo com a abordagem simpática do
“posso oferecer-lhe algo” quando o objectivo é vender um cartão
mas respeito que o façam. Aliás, estão somente a cumprir uma
indicação superior. Pelo menos é aquilo que penso.
Também não acho piada ao facto de me
chamarem “jovem”, “amigo”, entre outras coisas mas compreendo
que tentem ser afáveis de modo a atrair a atenção de um potencial
cliente. Também não me agrada que não aceitem o meu primeiro (e
educado) “não. Obrigado, mas não estou interessado” mas percebo
que a persistência seja uma arma que costume resultar com algumas
pessoas que acabam por ser vencidas pelo cansaço.
Acredito que tudo isto faz parte de uma
estratégia mais ou menos agressiva estabelecida pela empresa e que
tem de ser praticada na perfeição pelos funcionários que são
premiados consoante o número de clientes que consigam angariar. Nada
disto me causa impressão. São as regras deste jogo. E algo que
respeito. Mas há limites que certos funcionários desconhecem. Ontem, num centro comercial lisboeta,
fui interceptado em duas ocasiões diferentes por uma funcionária
deste tipo de vendas. “Jovem, dá-me um minuto?”, perguntou na
primeira vez. “Não. Obrigado mas não estou interessado”, disse,
oferecendo ainda um sorriso. Cerca de uma hora depois, nova
abordagem. “É agora que o jovem me dá um minuto?”, insistiu.
“Não. Ainda não vai ser desta”, respondi. E afastei-me.
Cerca de vinte metros à frente do
quiosque destes comerciais parei numa máquina atm para levantar dinheiro. Para meu
espanto, surge um rapaz por trás de mim. “Trabalha ou estuda? Para
lhe oferecer algo”, foi o diálogo do rapaz. Estive a segundos de
ser mal educado. Podia critica-lo por não se apresentar. Por não
dizer quem é nem ao que vem. Informação que descortinei porque
dei-me ao trabalho de procurar alguma identificação na pessoa.
Podia também ter dito que a sua abordagem era errada porque estava a
incomodar-me numa acção pessoal e longe da sua área de acção. Contudo, limitei-me a
dizer “não estou interessado” antes de lhe virar as costas.
Compreendo que o objectivo é vender. Mas há limites. Limites que
este rapaz desconhece por completo. E que servem apenas para dar má
imagem a empresa que representa.
não batam mais no ceguinho
Ao longos dos meus 32 anos enquanto
benfiquista nunca vivi algo como este final de época. Começou no
estádio do Dragão com a derrota a chegar aos 90+2 minutos. O
doloroso festival prosseguiu em Amesterdão. Onde o Benfica voltou a
perder aos 90+2 minutos. Como se isso não bastasse os golos foram
marcados pelo jogador com o número nove (Fernando Torres) e o decisivo pelo
jogador com o número dois (Ivanovic). Quando a pessoa pensa que a
dor atingiu o seu limite, chega a final da Taça de Portugal. Desta
vez, o Benfica não perdeu o jogo no segundo minuto de descontos. Sofreu dois golos em apenas dois minutos.
Como seria de esperar, os
sportinguistas riram-se. Foram buscar a fatídica época, de um ano
qualquer de que agora não me lembro, para gozar com os benfiquistas.
Os portistas (parte deles preferem odiar o Benfica do que amar o
Porto – algo que não compreendo) ainda hoje se riem. Surgiram
piadas com melões e outras coisas mais. Se a brincadeira for bem
feita, sou o primeiro a rir-me. Se tiver por base más intenções,
ignoro. Mas agora, começa a ser um exagero. Já está na altura de
dizer: não batam mais no ceguinho (leia-se Benfica).
Chego ao ginásio. Vou para as aulas. E
quando estas se aproximam do final, surge o comentário do professor:
“Vamos dar tudo agora. Não é como o Benfica.” Como se isto não
bastasse, a cada cinco minutos aparece uma pessoa a querer discutir
futebol. Mais! Vou à apresentação de um livro técnico
direccionado para cardiologistas e no discurso de apresentação é
feita uma alusão ao final de época do Benfica. E quando a pessoa
pensa que já não há mais surpresas, surge o Vítor Gaspar. Não
lhe basta falar como fala que ainda faz piadas com o Benfica. O que
será que se segue?
alerta para os trabalhadores independentes
Fui alertado e convidado a partilhar a
informação que divulgo agora no blogue. Os trabalhadores
independentes são obrigados a entregar o Anexo SS da Declaração
Modelo 3 do IRS. Caso contrário, a multa cobrada pela segurança
social vai dos 50 aos 250 euros. Segundo me foi disto, muitas pessoas
desconhecem este facto e quando terminar o prazo vão ser
surpreendidas pelas multas. Caso alguém necessite de um
esclarecimento adicional poderei enviar por email o pdf com a
legislação.
a suposta falta de trabalho
Nos dias que correm acho que qualquer
área profissional está saturada. Não deve existir uma única vaga
de emprego à qual não concorram dezenas de pessoas que lutam pelo
mesmo lugar. Infelizmente, é o mercado profissional que temos. Sendo
que a isto se junta um já esperado decréscimo dos ordenados pagos
aos trabalhadores.
Perante isto, custa-me aceitar que existam
pessoas que dispensem oportunidades de trabalho. Que revelem desprezo
por uma coisa a que concorreram. A minha área destaca-se por estar
cada vez mais reduzida. Com redacções mais curtas. Com menos
pessoas que fazem o trabalho de duas ou mais. Por isso é com espanto
que reporto aquilo que aconteceu e que testemunhei.
Abriu uma vaga. Concorreram diversas
pessoas. Que sabiam ao que iam. Sabiam aquilo que era pedido. E
aquilo que era oferecido. Foram seleccionadas algumas pessoas.
Dessas, com o desenrolar do processo, somente uma apareceu para ser
entrevistada. As outras não se deram ao trabalho de responder à
entrevista para algo a que concorreram. Nem um simples “obrigado
mas já tenho algo”, foram capazes de dizer.
Estou a referir-me de pessoas acabadas
de sair da faculdade. Que não têm noção de que riscam o seu nome
de potenciais candidatos a uma empresa. Que não voltarão a ser
contactados numa nova oportunidade. Há quem se queixe da falta de
trabalho. E com razão. Há quem queira trabalhar e não arranje
emprego. Infelizmente. E há quem possa trabalhar e prefira não o
fazer. Um erro crasso.
29.5.13
ambição, conceito e ideias predefinidas
Com frequência cruzo-me com pessoas
que dizem que queriam escrever bem. Revelam o desejo de ter uma espécie
de dom direccionado para a escrita. Outras, preferiam que esse dom
fosse musical e que desse para compor um tema que seria cantarolado
por todas as pessoas durante o Verão. E podia referir mais alguns exemplos de áreas
onde algumas pessoas gostavam de ser bem sucedidas.
O que muitas pessoas fazem, e que
considero errado, é deixarem-se levar pela ambição. Pelo enorme
desejo de serem bem sucedidos, a qualquer custo. Com este objectivo,
procuram conceitos que levam ao sucesso. Buscam regras estabelecidas
por outros que garantem o sucesso em poucas etapas. Depois, seguem
ideias predefinidas por alguém. E fazem isto tudo à pressa.
Por norma, quando estas regras são
minimamente alcançadas, existe uma obra que cresce. Mas que
rapidamente é catalogada de mais do mesmo. De uma cópia de algo. E
isto acontece porque essas pessoas acabam por basear-se tão
intensamente em algo que não têm o discernimento necessário para
se afastarem desse outro projecto. Como tal, facilmente caem no erro
de criar uma cópia quase exacta de algo.
Se alguém quer algo, deve lutar por
aquilo que deseja. Mas não com base em algo. As pessoas devem
despir-se de ambições. Devem esquecer os conceitos que alguém já
estabeleceu como sendo os melhores para isto e também para aquilo.
Devem ainda mandar para o lixo as ideias predefinidas num qualquer
manual para isto ou para aquilo. Quando o conseguirem fazer,
rapidamente percebem que os desejos não têm limites e que é
possível chegar muito mais longe do que foi inicialmente previsto. Basta que se desliguem de tudo o que nos atrapalha.
jogos de sedução
Não minto. Adoro ser seduzido. Adoro
seduzir. Aprecio jogos de sedução. Gosto de tudo o que envolve
aqueles momentos vividos a dois. Ou mais. Depende dos gostos. Mas
isto é algo que gosto de fazer por mim. Quando acho que é certo.
Oportuno. E com a pessoa certa.
E, neste domínio dispenso a ajuda do
Mark Zuckerberg. E do seu Facebook. E das pessoas que aderiram à
rede social mais famosa do mundo. Pessoas essas que entendem mandar
mensagens privadas a outras pessoas numa tentativa de iniciar um
qualquer jogo de sedução que certamente terá uma finalidade que
passa por me sacar qualquer coisa que não sejam beijos, mimos ou
carícias.
“Olá! Sou a Miss x, como estás?”,
é o início da mensagem privada que recebi. “Espero que estejas
bem e num perfeito estado de saúde”, prossegue. Assumo que esta
parte chegou a mexer comigo. Alguém que não me conhece e que está
preocupado com a minha saúde. Comovente! A conversa desenrola-se até um
“escreve-me para o email x” para que possa enviar-te fotos
minhas. “Espero ter uma resposta tua em breve”, diz antes de uma
despedida cordial.
Quero acreditar que se trata de uma
tentativa de me extorquir qualquer coisa. Uma tentativa de aceder aos
meus dados pessoais a partir do momento que tenham acesso à minha
conta de email. E que depois consigam ter acesso a outros dados
podendo causar-me imensos danos. Prefiro acreditar nisto tudo do que
em pessoas que tentam seduzir outros através de uma escolha
completamente aleatória. Também quero acreditar que ninguém
responde a estas mensagens. Quero acreditar que não há por aí
homens que enviam logo um email a dizer: “venham de lá essas fotos, ò febra!”
a culpa é sempre do zé carlos
José Carlos é um nome tipicamente
português. Quase que está para os homens como Maria está para as
mulheres. Aliás, deve ser rara a pessoa que não conhece um José
Carlos que certamente será tratado por Zé Carlos. É daqueles nomes
que acaba por nunca passar de moda pois quando era puto já existiam
bastantes e agora, que tenho 32 anos, continuam a existir.
Apesar de ser um nome tipicamente
português, Zé Carlos passava despercebido no meio da multidão.
Pois não é um nome fora do comum que causa estranheza nas pessoas
que o ouvem. Até que os Gato Fedorento se lembraram de fazer estaparódia em torno de um caçador e do seu primo Zé Carlos. A partir
desse momento, este nome passou a ser visto com outros olhos. Passou
a ser o mote para diversas brincadeiras. Aliás, os quatro humoristas
conseguiram fazer isso com diferentes nomes e apelidos.
Desde aquela época que os Zé Carlos
são associados ao primo do caçador. Algo que não se trata de gozo.
Nem de chacota que tem por objectivo denegrir alguém. É uma simples
brincadeira pelo imaginário que o seu nome transporta. No ginásio
que frequento existe um homem, de nome Zé Carlos, que é o espelho
daquilo que tento explicar.
Na sala de musculação, o Zé Carlos é
aquele que está sempre a fazer mal os exercícios. Mesmo que os
esteja a fazer bem. Na aula de cycle, o Zé Carlos é sempre o
culpado de tudo o que corre mal e que nos obriga a repetir músicas.
Mesmo que não tenha culpa nenhuma. E na aula de Power, o Zé Carlos
está sempre a fazer tudo mal. Mesmo que faça tudo bem.
Fiel à sua maneira de ser, o Zé
Carlos sorri e brinca com as diferentes situações. Algo que acaba por ser
contagiante, provocando sorrisos a todas as pessoas. É certo que o
Zé Carlos não é culpado de tudo. É certo que ninguém odeia o Zé
Carlos, que é uma pessoa bastante querida no ginásio. É certo que
tudo isto poderia acontecer com outra pessoa. Ou que ele poderia ter
outro nome. Mas chamar-se Zé Carlos dá outra piada à situação,
fazendo com que me sinta parte integrante de um sketch dos Gato
Fedorento.
despe-te que vou analisar o teu corpo
O nome é Blachman. E trata-se de um
programa de televisão dinamarquês bastante peculiar. Neste, as
mulheres ficam nuas em frente a dois homens. Não falam. Apenas mostram
o corpo desnudado. De frente. E de costas. Por sua vez, os dois
homens comentam aquilo que estão a observar. Analisam detalhadamente
o corpo das mulheres e dizem aquilo que pensam.
“Que mamas tão alegres” e “essa
vagina funciona bem?” são apenas dois exemplos daquilo que é
verbalmente produzido num programa que é emitido em horário nobre
numa cadeia de televisão pública dinamarquesa. De acordo com Thomas
Blachman, estamos perante um programa que é uma “obra de génio”
que tem como missão “discutir a estética do corpo feminino sem
permitir que a conversa se torne pornográfica ou politicamente
correcta.” “Agora as mulheres podem saber o que os homens pensam
do corpo delas”, defende o mentor do projecto.
A produtora, de seu nome Sofia Fromberg
diz apenas isto. “Temos um programa que revela o que os homens
pensam do corpo da mulher. Honestamente, qual é o problema? Depois,
existem as vozes que dizem tratar-se de um programa “aberrante”
que “transforma a mulher num objecto.” Chegam a falar mesmo na
“coisificação” do corpo feminino.
A minha primeira questão é como é
possível que um formato destes seja emitido em horário nobre num
canal público. A segunda, e mais importante, é o motivo que leva
uma mulher a aceitar participar num programa onde não passa de um
pedaço de carne. A mulher não fala. Não revela se é inteligente.
Se tem sentido de humor, ou seus gostos ou o que quer que seja. Mostra-se apenas nua
na esperança de receber a aprovação verbal de dois homens, como se isso fosse o melhor prémio do mundo.
Mais. O que leva uma mulher a procurar
aprovação em dois homens cuja opinião tem tanto relevo como outra
qualquer. Será desespero? Será uma vontade desmedida de ouvir
alguém elogiar algo que ninguém elogia com frequência. Por mais
que tente não consigo perceber. Como qualquer outro programa,
entendo que se existe é porque alguém o comprou. Se faz parte do
horário nobre é porque tem audiências para isso. E se continua a
ser feito é porque existem mulheres desesperadas pela aprovação de
dois homens que se limitam a olhar para o seu corpo enquanto as
julgam apenas e só pelo tamanho das mamas, pela flacidez do rabo e pelo tamanho da barriga.
Lamentavelmente, esta é a face mais
evidente da tal “coisificação” do corpo feminino.
Lamentavelmente, são as mulheres que aceitam ser protagonistas deste processo.
Lamentavelmente, existe uma produtora feminina que não vê qualquer
problema neste programa que faz daquilo que ela é, um simples pedaço de carne. Que se
seguirá às “mamas alegres” e às “vaginas que funcionam bem”?
28.5.13
verdade ou mito #18
Costuma dizer-se que os homens passam o
dia a pensar em sexo. Aliás, há quem defenda que os homens pensam
em sexo de sete em sete segundos. Isto será verdade? Será que a
mente masculina está mesmo direccionada para o sexo fazendo com que
seja complicado pensar noutra coisa em determinadas ocasiões? Ou
será mito? Porque na realidade eles não pensam assim tanto em sexo.
Ou será uma verdade partilhada por ambos os sexos porque elas pensam
tanto em sexo como eles? Será verdade ou mito?
telhados de vidro
Acho que todas as pessoas têm telhados
de vidro. Existem aquelas que não têm qualquer problema em assumir
que os têm. Algo normal no percurso da vida de qualquer um. Existem
também aquelas que tentam esconder as suas frágeis protecções
dando como exemplo outras coberturas que julgam fracas. Há também
aquelas pessoas que mesmo sabendo que têm telhados de vidro,
garantem que não têm.
Não sou nem nunca fui pessoa de julgar
quem quer que seja. Cada qual sabe da sua vida. Cada um tem as suas
preocupações, os seus problemas e os seus telhados de vidro. Isto é
completamente normal em todas as pessoas. Aquilo que me custa perceber são aquelas
pessoas que têm os telhados mais frágeis que podem existir mas que
mesmo assim adoram brincar com pedras.
Pessoas que saem à rua munidas com
diversos calhaus que arremessam em diversas direcções. Atiram a
pedra para o telhado de fulano que faz isto e aquilo. Depois atiram
outra pedra para o telhado de sicrano que é alguém que todos
devemos desprezar por isto e por aquilo. E isto é algo que fazem
sempre sorridentes. Como se vivessem na casa mais sólida alguma vez
construída. Até ao dia em que as pedras fazem ricochete. E voltam
na direcção de quem as arremessou. E em poucos segundos destroem o
telhado que aparentava ser do material mais resistente do mundo.
Não sei se é dos tempos em que
vivemos mas todos julgam todos. As pessoas passam tanto tempo
preocupadas com a casa do vizinho e com a vida dos outros que acabam
por não perceber aquilo que fazem mal. É muito fácil dizer que
alguém tem um telhado de vidro. Isso é do mais fácil que existe. O
complicado é perceber os estilhaços dos nossos telhados de vidro e os motivos pelos
quais estamos em determinada situação. Mas perceber isto é que nos faz evoluir e não descortinar os problemas dos outros.
big brother vip vs splash
No Domingo estava expectante em relação
à estreia de Splash, na Sic. Não tanto pelo formato em si mas para
saber qual seria a reacção das pessoas ao programa que tem como
missão destronar o já cansativo Big Brother (que de VIP tem muito
pouco) da liderança das audiências. Este duelo prometia ser ainda
mais interessante a partir do momento em que a estação de Queluz de
Baixo recorreu a alguns dos seus pesos pesados para esta batalha,
como foi o caso de Cristina Ferreira, transformada em inquilina da
casa mais vigiada de Portugal.
Esta aposta da TVI leva-me a pensar que
temem o eventual sucesso de um formato novo para os portugueses, que
consiste em ter famosos (aqui o critério é tão duvidoso como no
Big Brother) a mergulhar de pranchas cuja altitude atinge o máximo
de dez metros. Pessoalmente, não duvidava da vitória do Big
Brother. Acho que os portugueses, pelo menos boa parte deles, ainda não
vivem sem intrigas apesar de todos jurarem a pés juntos que nunca
viram um único episódio do Big Brother. Porém, fiquei
agradavelmente surpreendido com os números de Splash, que perdeu por
muito pouco para a concorrência.
Não me esqueço que se trata de uma
estreia, algo que motiva maior curiosidade no público desejoso de um
excelente mergulho cheio de piruetas ou de um valente chapão
motivador das maiores gargalhadas. Mas fico feliz por ver que os
portugueses mostram sinais de estarem fartos de um formato que vive da
confusão e da desgraça alheia. E que, curiosamente, consegue ter momentos
de maior decadência com os tais famosos do que com concorrentes
anónimos. Estes ingredientes, ainda que com outra roupagem, também
são aproveitados pelo Splash. Existe a Sónia Brazão cuja situação
é explorada ao máximo. Existe ainda a excentricidade de José
Castelo Branco e a relativa exposição corporal de mulheres que
muitos defendem como elegantes. Faz parte da guerra das audiências onde nada é deixado ao cuidado.
Só o tempo irá dizer que Splash irá
conseguir o que nenhum programa tem conseguido fazer ao longo dos
anos. Neste aspecto, receio que não prenda o público durante muito
tempo pois são muitas horas a ver pessoas numa prancha. E mais
pessoas numa prancha. E ainda mais pessoas noutra prancha. Por outro
lado, parece estar a cativar um público jovem. O que é bom sinal
para o programa porque leva os pais a fazerem a vontade aos filhos
que tentam imitar movimentos no sofá em casa, ao estilo de Vale Tudo.
Não sei o que vai acontecer. Mas fico
feliz por ver que o Big Brother começa a ver o seu trono ameaçado.
Talvez este seja um primeiro sinal de que aquele formato começa a
atingir o seu limite. Só não sei se as pessoas estão fartas do formato ou do calibre das pessoas que se vendem por tão pouco. Pessoalmente, e como a RTP não entra nestas
guerras, gostava de ver a estação pública apostar em programas de
humor, mesmo que sejam ao estilo de O Último a Sair. Posso estar
errado mas acho que os números seriam bons e que esse formato seria
um escape para muitas pessoas que acabam por se refugiar sempre em
canais estrangeiros que passam boas séries e bons filmes.
o b. precisa de vocês. dá vida ao b.
O pequeno b. começa a fartar-se de
mim. Das histórias que invento para ele. Dos planos a dois que
fazemos. Da roupa que lhe visto. Das namoradas que lhe arranjo. E sem
que eu estivesse à espera, o b. recebeu a preciosa ajuda da sua
família para se ver livre de mim. Mesmo que seja apenas
momentaneamente pois tão cedo o boneco não se verá livre de mim. E
quando digo família, refiro-me à Lego.
Porém, a Lego precisa da vossa ajuda
para dar vida ao b. Durante as próximas duas semanas, estão
desafiados a criar um episódio para a vida do meu pequeno amigo.
Pode ser uma saída com amigos, um encontro com aquela miúda
especial. Não importa qual é o tema. O que interessa é que seja
dada vida ao b. que terá de ser o protagonista da vossa história.
Os textos têm um limite de 1800 caracteres e devem ser enviados por
email para homemsemblogue@gmail.com com “dá vida ao b.” no
título.
E não pensem que isto é só escrever.
Nada disso. Os três textos mais divertidos e criativos terão
direito a um prémio. Um kit Lego Minifiguras que será composto por
quinze saquetas de minifiguras da colecção nove. Boa sorte! Eu e o
b. ficamos à espera dos vossos textos até ao dia 11 de Junho.
27.5.13
mulheres de ancas largas vs mulheres de abdominal definido
Hoje ouvi esta frase. “Os homens
gostam é de mulheres de ancas largas.” Não foi o seguimento de
uma conversa. Foi dito de uma forma em que soava ao atributo que os
homens mais procuram nelas. Podia ser o peito grande. Podia ser o
rabo tonificado. Podia também ser a inteligência ou a maneira de
ser. Mas não. Os homens querem é mesmo mulheres com a anca larga.
Isto foi o que ouvi, insinuando ainda que eles querem é "gordinhas."
Discordei da frase. Sobretudo pela
forma como foi dita. Fui olhado de lado. Fui olhado como o único
homem que não é “louco” por ancas largas e mulheres desleixadas. A conversa mudou de
tema. Seguiu-se o abdominal definido nelas que faz com que as suas
barrigas pareçam masculinas. Disse novamente que não gostava. “Não
gostas?” Não, voltei a dizer. Gosto que uma mulher terra a barriga
lisa. Mas não precisa de ter o abdominal excessivamente definido. A
isto acrescentei que as mulheres até podem ter uma ligeira barriga e
que isso não impede que seja sexy.
Acrescentei que uma mulher não será
apenas uma anca larga. Como não será apenas umas mamas grandes. Nem
tão pouco uns abdominais masculinos. Defendi que tudo isso faz parte
de um todo que é uma mulher. E que esse todo é que vai definir se
essa mulher, pelo menos aos meus olhos, é interessante do ponto de
vista físico ou não. Uma mulher pode ter o peito grande e não ser
sexy tal como pode ter as ancas largas e ser bastante sensual.
O que ainda não tinha dito é que
aquilo que ouvi foi tudo dito por mulheres. Simplesmente dei a minha
opinião. Dei um ponto de vista masculino ao debate. E cheguei à
conclusão de que algumas mulheres conseguem ter um ponto de vista
completamente distorcido daquilo que os homens pensam/procuram/gostam nelas.
Umas pensam que eles não aceitam menos do que a perfeição. Outras
acham que eles gostam de desleixo e que não se importam de lidar com
ele. E enquanto homem digo que ambas as formas de pensar estão
erradas.
mães e pais
Não há volta a dar. As mães têm um
papel fundamental e de destaque na vida dos filhos. Isto não quer
dizer que são mais importantes do que os pais. Também não quer
dizer que, ao assumir isto, um filho esteja a dizer que gosta mais da
mãe do que do pai. Simplesmente quer dizer que as mães são uma
espécie de 112. Que está sempre disponível para tudo. Quanto aos
pais. Estes são o porteiro porreiro da discoteca da moda. São
aqueles que nos deixam entrar sem pedir consumo, mesmo que estejamos
acompanhados por outros rapazes.
A mãe está lá (e com paciência)
quando o filho quer vestir a única peça de roupa que não encontra
apesar de ter o roupeiro cheio de roupa. A mãe também está lá
quando falta pouco mais de uma hora para o jantar e o filho diz que
tem vontade de lanchar o petisco xpto. É também sempre a mãe que
tem de responder, independentemente da hora, o que vai ser o jantar
sendo que a partir de certa hora a pergunta passa a ser a que horas é
que a comida estará na mesa. É também a mãe que tem a cura para
qualquer mal que apoquente o filho.
Por sua vez, o pai, no papel de
porteiro porreiro tem duas opções. Responder “vai perguntar à
tua mãe” a todas as questões. Ou então dizer quase sempre que
sim. Esta atitude faz com que o filho comece desde cedo a perceber
que tipo de perguntas deve fazer ao pai. Destas, fazem parte os
tradicionais pedidos para fazer o que quer que seja na companhia dos
amigos. Porém, como qualquer tipo porreiro, um pai tem os seus
limites. Quando estão prestes a ser ultrapassados, os pais usam o
seu free jail card. Dito de outra forma, passam a questão para a
mãe, limpando as mãos do assunto.
Curiosamente, estes papéis são
invertidos na hora de ralhar ou castigar um filho. Neste momento, os
pais perdem o look de porteiro porreiro e vestem o fato do guarda
mais temido de Guantanamo Bay. Naquele instante, o olhar fulminante
do guarda é mais do que suficiente para congelar qualquer criança.
Por norma, neste momento a mãe parece um lindo anjo ao lado do pai. Depois existe a temática roupa. E aqui todas as mães são
fashion advisers. Elas é que sabem aquilo que os filhos devem
vestir. A melhor maneira de combinar peças de roupa e por aí fora.
nhami nhami
Já aqui tinha falado de Lourenço, o
simpático funcionário da Llaollao, que conheci no workshop de
iogurte gelado para que fui convidado. Agora, falo daquilo que vivi
naquele final de tarde no Chiado. Em primeiro lugar, devo confessar
que quando penso em comer gelados a minha mente direcciona-se para
coisas extremamente doces. Gelado de iogurte não era uma das minhas
primeiras opções. Isto é a minha veia gulosa a falar. Mas, a
convite da Llaollao aprendi que posso saciar a minha gula com iogurte
gelado. E que este pode ser combinado na perfeição com fruta e
doces.
Além de ter aprendido a saborear um
saudável gelado de iogurte, descobri o modo como o
mesmo é preparado, participando ainda no processo de corte de fruta
da Llaollao. Existem pormenores que nos escapam por parecerem tão
básicos e simples mas a realidade é que é necessário algum
trabalho para que tudo corra bem. Convidado a elaborar um gelado, a
minha escolha foi para a bolacha Oreo (um clássico que nunca deixa
ninguém ficar mal) que se juntou ao morangos tendo ambos sido
regados por chocolate branco. E a verdade é que me senti tão
saciado como quando como outros bastante mais doces e provavelmente
mais calóricos.
Quero aproveitar também para deixar
uma palavra de apreço para quem está a apostar nesta marca. Em
tempos difíceis e assustadores para a maior parte das pessoas, um
grupo de gente jovem está disposto a lutar para que um negócio dê
certo. Pelo que vi, acho que a marca está bem entregue. E, se todos
os franchisados tiverem o espírito do dono da loja do Chiado, tenho
a certeza de que a Llaollao andará de boca em boca. Enquanto
português e jovem de 32 anos, fico muito feliz quando conheço
pessoas que se distinguem pela ausência de medo de arriscar em momentos
complicados.
E como estas acções têm um encanto
maior por serem partilhadas com outras pessoas, agradeço a boa
disposição da Ana Gomes, conhecida por ser A Melhor Amiga daBarbie, da Ana George, autora de A Marmita Lisboeta, da TeresaCelestino, do blogue Girls With or Without Bangs e da Pepa Xavier,autora de Fashion-à-Porter. Só um pequeno reparo. São umas gulosas que não me deixaram aproximar da montra.
Shot de gelado para começar
A prova de que trabalhei
As diversas frutas
O Lourenço
O b. aos olhos da Melhor Amiga da Barbie
Os preços da Llaollao
A minha criação
A prova de que as mulheres são umas gulosas
sempre a abrir
Fui ver Velocidade Furiosa 6. E o que posso
dizer? Que o Vin Diesel continua careca. Musculado. A falar pausadamente. Que
ainda tem jeito para a porrada e para conduzir carros de alta cilindrada.
Também posso dizer que Paul Walker continua a fazer suspirar as mulheres que
olham para si. E que apesar de ter um ar mais maduro (isto é completamente
diferente de dizer que está com um aspecto de acabado) e de ter sido pai continua com jeito para
dar uns murros e para conduzir carros de alta cilindrada. Quanto ao Dwayne Johnson, além de continuar musculado e com muita força, posso dizer que a alcunha de Thor de Samoa lhe assenta que nem uma luva.
A Jordana Brewster continua linda. E sexy. E
sexy. E linda. A Michelle Rodriguez, que está de regresso, continua com aquele
ar de má que faz com que seja bastante sexy. A Gal Gadot também continua sedutora.
E linda. E linda. E sedutora. Não perdeu o ar misterioso que a torna cativante. A
beleza e sensualidade de Elsa Pataky pedem mais minutos de filme. Mas não se
pode ter tudo. Por sua vez, Tyrese Gibson e Ludacris continuam a fazer das
piadas o seu cartão de visita e ponto forte. E Sung Kang continua a comer durante boa parte
do filme.
À parte de tudo isto, existe acção. Muita
acção. Carros rápidos. E carros ainda mais rápidos. Pancada. Muita pancada. E ainda mais pancada. Algumas
reviravoltas na história e momentos inesperados. E outros mais românticos. É um filme de acção no
seguimento dos outros cinco sendo que se nota uma agradável evolução na qualidade da
saga. E isso é algo muito bom para filmes deste género, que não são feitos a pensar em estatuetas douradas. Velocidade Furiosa não deverá ganhar nenhum Oscar mas tem o poder de prender o espectador ao desenrolar da história. Fica também a certeza de
que existirá um sétimo filme onde Jason Statham será o mau da fita.
Quando sair, lá estarei para o ver. E tenho a
certeza de que o Vin Diesel irá continuar careca. Musculado. A falar
pausadamente. Que ainda terá jeito para a porrada… e por aí fora.
26.5.13
e tudo a taça mudou
Escrever sobre futebol minutos depois de ver o meu
clube perder por 2-1 nos minutos finais e terminar a época sem qualquer
troféu é uma tarefa bastante complicada para o meu coração. Porém, no futebol o
coração não pode mandar. Pelo menos quando existe uma análise para ser feita.
Mas, em primeiro lugar quero dar os parabéns aos jogadores do Guimarães que são
a prova de que milhões nem sempre são mais valiosos do que tostões. Dou também
os parabéns a Rui Vitória, que merece o sucesso alcançado e aos extraordinários
adeptos do Vitória. Há poucos no mundo como eles. Basta referir que quando o
clube esteve na segunda divisão tinha vinte mil pessoas no estádio.
Até hoje, defendia a continuidade de Jorge
Jesus no comando da equipa técnica do Benfica. Até hoje... porque mudei de
opinião. E não mudei porque o Benfica voltou a perder por 2-1. E também não
mudei porque nada ganhámos neste ano. Mudei, por algo que assisti no final do
jogo. Quando Cardozo (de cabeça quente porque perdeu mais uma final) vai tirar
satisfações ao treinador, gritando-lhe na cara: “a culpa é tua”, é sinal de que
o percurso do treinador chegou ao fim no clube. Não desculpo Cardozo, porque
aquilo que fez não deveria ser feito. Mas a reacção de Jorge Jesus às palavras
do avançado dão razão ao jogador. Jorge Jesus, que grita que nem um louco em
todas as situações, limitou-se a olhar para Cardozo enquanto este repetia que a
culpa era dele. E, neste caso foi mesmo.
É verdade que não me esqueço daquilo que o
Benfica fez com Jorge Jesus. Para alguns, interessa apenas o único campeonato
ganho em quatro anos. Para outros, contam também as três taças da Liga. Existem
aqueles que não esquecem o percurso simpático em diversas competições
europeias. Eu sou dos que não esquecem tudo isto. E ainda acrescento o notável
trabalho feito com alguns jogadores, como foi o caso de Fábio Coentrão. Um
rapaz que andava a saltitar de clube em clube até ser vendido por 30 milhões de
euros. Também não me esqueço dos milhões ganhos com outras vendas. E o
magnífico trabalho efectuado com outros jogadores como é o caso de Matic que
jogava a médio ala no seu anterior clube. Tudo isto fazia com que defendesse a
continuidade de Jorge Jesus no Benfica. Acredito que era o homem certo para dar
continuidade a um projecto que foi cimentado com a sua chegada ao Benfica.
Porém, o episódio com Cardozo (mesmo tendo em
conta que é a frustração máxima de um jogador e de um treinador que voltam a
perder nos momentos finais um jogo) é o espelho de que algo não vai bem. Além
disso, acho que a taça nunca iria salvar a época do Benfica. Mas salvava Jorge
Jesus. Era um gigantesco balão de oxigénio para um treinador que sofreu mais
nas últimas duas semanas do que em toda a sua carreira. E é por isto que acho
que o seu prazo terminou. Porque, a forma como esta derrota foi consumada acabou
com qualquer margem de erro a que ainda tivesse direito. Se o Benfica decidir a
sua continuidade, corre o sério risco de despedir o treinador passadas poucas
jornadas da próxima época. Fazendo com que essa época (a próxima) seja também
condenada ao fracasso. Enfim, mudei de opinião porque, pela primeira vez em
quatro anos, vi nos olhos de Jorge Jesus que o próprio treinador entende que um
ciclo chegou ao fim.
Estive ao teu lado quando o Benfica praticou o
melhor futebol que vi nos últimos anos. Dei-te o benefício da dúvida quando
quiseste excluir jogadores importantes do clube como foi o caso do Nuno Gomes e
do Quim. Perdoei-te o facto de tremeres em momentos chave. E até esqueci as
chantagens, de que ouvi falar, que terás feito, insinuando que tinhas uma proposta
aliciante do Porto para renovar o contrato com o Benfica. Aquilo que não te
posso perdoar é que um jogador te acuse de teres a culpa e que tu nada faças. Que
não esboces uma única reacção. E que os teus olhos mostrem que a culpa é mesmo
tua. Que sejas feliz noutro destino porque, depois do que vi hoje, acho que
dificilmente o serás aqui.
Por fim, reforço os votos de parabéns ao
Guimarães. Ao clube. À cidade. Aos jogadores. Aos adeptos. E ao treinador. Já mereciam
um momento destes. Tenho pena que tenha sido com o Benfica. Os meus sinceros parabéns.
hoje é o dia mais bonito
Há um dia que difere dos restantes no calendário nacional de futebol. Este! O dia da final da taça de Portugal. Aquele que é, aos meus olhos, o mais bonito do nosso futebol. E não digo isto porque o meu Benfica joga hoje. É algo que repito, ano após ano, lamentando a longa ausência do meu clube deste espectáculo tão especial.
Para mim, final de taça é sinónimo de festa. De família. De animados convívios nas matas do Jamor, largas horas antes de início do jogo. Durante aquele período de tempo, não se trata de apenas mais um jogo de futebol. É "O" jogo de futebol. É esta é a magia da taça.
A última vez que fui ao Jamor foi em 1993. O Benfica ganhou 5-2 ao Boavista. O Futre pintou a manta (como se costuma dizer) e rasgou os boavisteiros. Mas, aquilo que mais recordo é o convívio com o meu pai. A alegria dele. A sua vibração com o desenrolar do jogo. O brilho no seu olhar. A sua paixão pelo momento que estava a viver ao lado do filho.
Este ano não vou lá estar pois arranjar bilhetes é tarefa apenas ao alcance de um Macgyver. Não vou petiscar nas matas do Jamor. Não vou comer uma bifana com o cachecol do Benfica preso no pulso. Em vez disso vou comer caracóis. Vou beber umas cervejas fresquinhas em frente à televisão enquanto recordo com saudade e alegria aquilo que vivi no dia 10 de Junho de 1993 ao lado do meu pai nas bancadas do Jamor.
Enviado do meu iPhone
25.5.13
fizeram de mim um marreta
Obrigado a quem perdeu alguns minutos ontem para vir aqui ao blogue desejar-me um feliz aniversário. Obrigado também a quem o fez por email. E a quem fez as duas coisas. E um obrigado também para quem me desejou um dia feliz através do instagram. Com esse simples gesto tornaram o meu dia ainda mais alegre. E fizeram de mim um marreta, com um sorriso de orelha a orelha estampado no rosto. E que ainda se mantém. Muito obrigado por tudo.
E não se esqueçam de que hoje é dia de ajudar a Luana. Passem pelo Ikea de Loures até às vinte. Quem vai?
Enviado do meu iPhone
24.5.13
b day (e não é do b.)
Podia ser o dia de aniversário do b. Mas não é. Quer dizer, é o dia de aniversário de um b. mas não do pequeno boneco que me acompanha todos os dias. É mesmo o meu aniversário.
O tempo passa a voar e apesar de o blogue ter ainda um curto tempo de vida, este já é o segundo aniversário que festejo na vossa companhia. E ainda ontem tinha 18 anos e hoje comemoro os 32.
Como é minha "tradição", hoje não trabalho. Festejo. Celebro a vida. E a companhia de quem mais amo. De quem me levanta quando estou no chão. De quem me limpa as lágrimas quando choro. E de quem me dá forças todos os dias.
Não podia deixar de passar por aqui para vos agradecer o carinho que me dispensam. Até porque têm um contributo especial no sorriso constante que terei hoje. Obrigado. Cheers!
23.5.13
afastar uma mulher em segundos
Há homens que tentam,
desesperadamente, engatar uma mulher. Acham que vale tudo. E o
objectivo é apenas um. Levar a mulher para a cama (ou banco de trás
de um carro) mais próxima no menor tempo possível. Completamente
cegos por esta ambição, muitos homens acabam por fazer figuras
ridículas conseguindo apenas fazer com que sejam odiados em
segundos. Além disso, fazem com que algumas mulheres passem a achar
que não vale mesmo a pena dar conversa a um homem num ambiente descontraído.
Num passado não muito distante assisti
a algo que mais parece uma anedota. Um homem tentou engatar não uma,
nem duas mas quatro mulheres em simultâneo. E a estratégia foi
falar da mulher e mostrar fotografias dos filhos do casal. Por mais
que tente, não consigo compreender como é que alguém pensa que
isto pode servir de turn on para alguém.
Como se isto não bastasse, a ele
juntou-se outro que tinha como arma de sedução dizer, em média,
uma asneira por frase. Mas não era uma asneira qualquer. Tinham de
estar associadas a uma eventual performance sexual. Infelizmente, são
apenas dois exemplos de como afastar uma mulher em segundos. Mas há
mais.
Existem aquelas pessoas que assim que
acabam de conhecer alguém começam automaticamente a tratar as
pessoas por diminutivos que consideram ser fofinhos. Segundos mais
tarde, já não é apenas o nome que acaba em “inha” mas todas as
frases acabam dessa forma. A meu ver, esta é apenas mais uma maneira
de afastar alguém que se acabou de conhecer.
Depois, existem aqueles que gostam de
falar da ex-namorada. Contam a vida toda em segundos sendo que, por
norma, dão maior destaque a tudo aquilo de mau que foi feito. Não
só não se dão a conhecer como fazem com que as outras pessoas
percam o desejo de se dar a conhecer.
Numa era de redes sociais, estas
transformaram-se num problema para alguns homens. Passados poucos
minutos de conversa, dizem: “podemos tirar uma foto para actualizar
a foto de perfil do Facebook?” ou “posso tirar-te uma foto para
colocar no meu instagram?” são apenas dois exemplos de questões
que provavelmente afastam uma mulher num curto espaço de tempo.
Existem ainda formas de afastar uma
mulher em segundos que se arrastam ao longo dos tempos. Uma das mais
clássicas é quando o homem assim que acaba de conhecer uma mulher
diz que já está a imaginar o aspecto dos filhos de ambos. E a casa
onde vão viver. Bem como o dia do casamento. Algo assustador.
Isto é apenas uma simples opinião.
Até porque acredito que muitas pessoas não têm noção daquilo que
fazem a não ser que um amigo os chame a atenção. Enquanto homem,
confesso que senti vergonha de ver alguém tentar engatar uma mulher
usando a esposa como isco. Como em quase tudo na vida, não existem
truques que vão além da naturalidade. Porém, se a naturalidade
passa por algo muito mau, fica sempre bem um polimento pessoal.
eu sabia que devia deixar crescer a barba
Não me lembro da última vez que fiz a
barba. Aliás, desconheço quase por completo a sensação de ter uma
gilete colada ao rosto. A experiência mais semelhante que
protagonizo acontece quando uso a máquina que me apara a barba. Se
alguém me fala em fazer a barba, só posso argumentar com aquilo que
referi pois isso é, para mim, o significado de fazer a barba.
O que é certo que este tema (como
qualquer um que envolva pelos) dá pano para mangas. Existe o ponto
de vista associado à higiene. Ao charme. À beleza. E por aí fora.
Contudo, cruzei-me com alguns argumentos que parecem defender que todos os
homens devem deixar crescer os pelos faciais. A começar pela
preferência delas.
De acordo com uma universidade
Australiana, elas preferem os barbudos. Num estudo efectuado elas
preferiram, avaliando diversos padrões, homens que não faziam a
barba há dez dias, considerando menos atraentes aqueles que não
tinham barba. A isto juntam-se os benefícios para a saúde. Os
homens que têm barba têm uma exposição solar um terço inferior
aqueles que não têm barba.
Segue-se o respeito. Homens sem barba
tendem a ser vistos como crianças que não são levadas a sério.
Por sua vez, a barba faz com que um homem seja visto com maior
respeito por parte das outras pessoas. Faço um parêntesis para
dizer que devo ser uma excepção neste caso pois nem a barba me dá
um ar sério.
Um factor deveras importante. A
poupança de tempo. Fazendo a conta a dez minutos diários para fazer
a barba, um homem gasta sessenta horas ao ano. Usando a máquina,
como é o meu caso, uma vez por semana, reduzo este tempo para oito
horas anuais. Segue-se o principal motivo que me leva a não fazer a
barba. A irritação da pele. “Fazer a barba é a principal causa
de infecções bacterianas na área da barba”, defendem os médicos
dermatologistas. Deste modo, evito pelos encravados e infecções.
Não menos importante do que aquilo que
já referi é o envelhecimento. Os pelos faciais ajudam a manter a
pele jovem e em boas condições. Isto porque os pelos impedem que a
água deixe a pele fazendo com que a mesma se mantenha hidratada, ao
mesmo tempo que a protege do vento. Além disto, a barba ajuda a que
os cremes hidratantes fiquem muito mais tempo no rosto.
Homens que tenham asma provocada por
pólen ou poeira podem deixar crescer os pelos faciais pois estes
reduzem os sintomas. Bigodes que alcancem a área nasal podem até
parar que os alergénios entrem no nariz e sejam inalados pelos
pulmões, defende a especialista Carol Walker. Além disto, barbas
espessas que crescem sob o queixo e pescoço aumentam a temperatura
corporal e podem ajudar a combater uma constipação.
No que ao estilo diz respeito, a barba
permite mudar o visual numa imensa série de possibilidades. Ter a
barba feita faz com que o homem tenha sempre o mesmo visual. Por fim,
as mulheres são cada vez mais adeptas de homens de barba. Esta
opinião baseia-se na quantidade de páginas de facebook e blogues
que são criados a defender a existência da barba.
Confere?
agora escrevo eu #14
Há alturas em que percebemos que vale
a pena ter um blogue. E o Jhonatan Matos proporcionou-me um desses
momentos. Apesar dos milhares que quilómetros que nos separam, o
Jhonatan descobriu o blogue e ficou animado com a ideia de “interagir
com um blogueiro do outro lado do Atlântico ” Autor do blogue
Estilhaços Mentais, partilhou uma bela crónica, intitulada
observação, já publicada no seu blogue.
Não sei o impacto que o texto terá em
quem o ler. Quanto a mim, fiquei com vontade de conhecer a Anne,
beber uma (ou várias) cerveja e até dançar ao som dos ritmos quentes do Brasil no tal
Bar do Bamba. Só dispensava os cigarros que fuma.
"Crônica noturna: observação
Eu a observava.
O seu cigarro despejava uma fumaça
dançante e a sinfonia de vozes, nas mesas do excêntrico bar,
formavam uma harmonia de gargalhadas embriagadas. O estabelecimento
em que a moça, chamada Anne, se encontrava era conhecido,
singelamente, como “Bar do Bamba” e carregava elementos contidos
na noite da Ilha da Magia como misticismo, encanto, anarquia e
pluralidade. Nesse ambiente, as tribos se chocavam, não com
violência, mas com presença de espírito. Ah, o espírito. Esse
parecia não estar preso as convenções de uma sociedade engravatada
e amarrada pela rotina, mas sim livre para gritar e beber.
Anne estava acompanha apenas por uma
cerveja e seus cigarros. Os goles e tragadas eram seus gestos mais
comuns. O batom vermelho e sua maquiagem escondiam os cílios tristes
e solidão desesperada, seu vestido preto, magnificamente justo em
seu corpo curvilíneo, também escondia a angústia da menina que se
banhava, sozinha, sob a luz das velhas luminárias do bar. A donzela
do batom vermelho era fuzilada pelos sedentos olhares masculinos e
pela contida inveja das mulheres. Sim, Anne era linda de um jeito
original: sua delicadeza era agressiva, o penetrante olhar era
disperso, sua ofegante respiração era suave, os movimentos eram
cuidadosamente desastrosos e sua deselegância era fina.
Quando a madrugada começava a rasgar a
noite, Anne se levantou. Para a donzela foi um dia qualquer. Ela
chegou com sua sensualidade despretensiosa, bebeu uns drinks, fumou o
velho e habitual cigarro adocicado e foi embora. Para mim foi arte.
Estilhaços que agora sobrevivem, somente, no diário de um boêmio.”
o corpo pede férias
O despertador toca à hora estipulada. Mas peço-lhe para tocar dez minutos depois. E outros dez depois desses. Isto, num processo que se arrasta durante quase uma hora.
E a verdade é que me deixo dormir nesses intervalos de dez minutos. À primeira vista isto pode ser considerado preguiça. Aceito que seja essa a opinião mais comum.
Mas não é. Simplesmente o meu corpo pede-me férias. E eu gostava tanto de lhe poder dar essas férias. Mas ainda vou enfrentar um período duro de trabalho. Até lá, continuo nas minhas sestas de dez minutos.
Enviado do meu iPhone
22.5.13
dona do mundo
Ela sabe tudo de tudo. Aliás, nunca
conheceu alguém que soubesse um terço daquilo que sabe.
Curiosamente, só teve professores maus. E nem se esforçou para
aprender. Mas sabe tudo de tudo porque é mesmo boa. E já que
estamos a falar em boa, ela também é mesmo boa. Não há mulher no
mundo que se aproxime dos seus atributos físicos. Nem corpo
escultural que chegue a assemelhar-se, mesmo que de forma ligeira e
suave, às suas curvas que fazem delirar todos, mas mesmo todos os
homens do mundo.
Quando o tema é sexo, ela também é a
melhor. Aliás, há quem garanta que já a ouviu dizer que inventou o
sexo. Quer dizer. Pensando bem. Já que o tema é inventar é justo
dizer que foi ela que inventou tudo. Não há nada que não tenha
sido inventado por ela. Ela até tem a fórmula para tirar Portugal
da crise. Mas não a dá a ninguém porque defende que não pode ser
ela a resolver tudo. Enfim, ela sabe tudo mas não partilha nada. O
que é bom é para ela. E só para ela. Aos seus olhos existe o
mundo. E é aí que habitam os burros. Aqueles que nada sabem.
Aqueles que são inferiores a si. Aqueles que lhe devem prestar uma
vassalagem intelectual. Depois existe outro planeta. Especial. E que
só pode ser visto por pessoas especiais. Como a única pessoa
especial é ela, ninguém vê o local extraordinário onde habita.
Até que chega a hora de desligar o
computador. E deixar de viver nessa realidade paralela em que é a
dona do mundo, da razão e do saber. E, enquanto o computador se desliga ela vai percebendo
que afinal é ela que não sabe nada de nada. E que não é superior
a ninguém. Que não é melhor do que ninguém. Depois, olha em seu
redor e não vê ninguém. Está sozinha. Nesse momento, olha ao
espelho. E não gosta do que vê. Quando o computador está ligado
ela sente-se linda. Mas, quando o desliga o espelho reflecte aquilo
que realmente é. E ela não gosta. Então vai à janela. E repara
que realmente vive num planeta sozinha. Mas que não é tão
extraordinário como o pinta. Na realidade é medonho. E apesar de
estar perto de tudo, ela vive afastada de todos, julgando-se a dona do mundo.
é para dar. uma vez. e outra. e mais uma. sempre a dar. sem parar
Apertado. Ou lasso. Com paixão. Ou
desinteressado. Intenso. Ou ténue. Demorado. Ou rapidinho. Com
força. Ou repleto de fraqueza. À frente de todas as pessoas. Ou
escondidinho. Verdadeiro. Ou cheio de mentiras. Para dizer olá. Ou a
significar um adeus. A torto e a direito. Ou em ocasiões especiais.
No momento certo. Ou na hora errada.
Dado à pessoa certa. Ou a alguém errado. Merecido. Ou imerecido.
Que esconde uma paixão. Ou que oculta ódios. Gratuito. Ou com
preço. Uma finalidade. Ou um meio para atingir um fim. Cheiroso. Ou
a precisar de um banho.
Com suor. Ou com lágrimas. Para não
deixar fugir. Ou a pedir que se vá embora. Porque é melhor do que
um beijo. Ou porque o beijo é impossível e proibido. Aprovado por
todos. Rejeitado por algumas mentes. Para dizer mais do que mil
palavras. Ou para acabar com o silêncio.
Existem infindáveis possibilidades que
podem originar um abraço. Quanto a mim, prefiro os sinceros. Os
raros. Merecidos. Dados às pessoas certas no momento ideal. Aqueles
bem apertados que nunca são esquecidos. E hoje é o dia deles. Dos
abraços. E aqui fica o meu para todos vós.
leio o teu blogue
“Leio o teu blogue.” Estas foram as
palavras de uma pessoa bastante simpática que conheci pessoalmente
ontem. Palavras com as quais não sei lidar. Porque é algo que soa
muito estranho nos meus ouvidos. Sobretudo vindo de alguém que
acabei de conhecer. Sinto-me como um puto que fez uma asneira e que
sente necessidade de se esconder antes que ralhem consigo. Como
esconder-me seria uma atitude pouco educada, fico encabulado e tento
mudar de assunto.
Para mim já é estranho os elogios que
muitas pessoas, que também não conheço, deixam na caixa de
comentários. Acho sempre que são imerecidos e excessivamente
exagerados. E fico sem reacção quando os leio. Porém, o estado em
que fico é apenas observado pelo ecrã que fita os meus olhos
enquanto leio os comentários. E isso é bastante bom para mim.
Poupa-me bastantes embaraços.
À excepção da família e de mais
algumas pessoas, ninguém me diz que lê os artigos que escrevo
profissionalmente. Aquilo que faço diariamente e onde aparece o meu
verdadeiro nome em letras bastante minúsculas. Mesmo que o tema seja bastante comentado, no nome do jornalista passa sempre despercebido. Quando isso acontece
e quando sou elogiado, reajo da mesma maneira. Com timidez e
vergonha. Acho que é algo que nunca mudarei.
Mas também não vou ser hipócrita. Os
elogios sabem bem. São uma massagem ao ego. Mas, sinto isso apenas e
só por uma razão. Porque aqui, e apenas aqui, sou dono e senhor das
palavras que aparecem no blogue. Sou eu que invento aquilo que
escrevo. Que edito os textos. Que dou ordem para que sejam
publicados. É só apenas por isso que os elogios mexem comigo de uma
forma positiva. Tal como as críticas fazem com que pense nos
próximos passos.
Aquilo que sei é que provavelmente
nunca me irei habituar a ouvir alguém dizer que lê aquilo que
escrevo. Porque será sempre estranho para mim. Irei sempre sentir
que as pessoas estão enganadas quando me dizem isso. Que estão a
confundir-me com alguém.
portugal precisa de lourenços
A convite da Llaollao participei num
workshop de iogurte gelado. Sobre isso falarei mais tarde. Pois
aquilo que me leva a escrever agora é apenas uma pessoa: o Lourenço.
Durante a acção, que teve lugar na loja dos Armazéns do Chiado,
fui acompanhado pelo responsável da marca, pelo dono do espaço e
por um membro da agência de comunicação que me convidou. Mas, o
papel de destaque foi do Lourenço, um dos funcionários da Llaollao.
Foi ele quem explicou e exemplificou
como é que a fruta da Llaollao é tratada e cortada. E foi também
ele quem me ensinou a fazer um gelado de iogurte. Além disso,
ajudou-me a preparar o meu. Mas também não é isto que me leva a
escrever sobre o Lourenço. Aquilo que me leva a escrever é a
maneira de ser do Lourenço. Para começar, tratou-me como se me
conhecesse desde que nasci. Simpático, brincalhão e bastante
atencioso não apenas comigo mas com todas as pessoas que
participaram no workshop. Fez também questão que todos se sentissem
inseridos na acção, fazendo com que cada pessoa tivesse um papel
“especial” no evento.
O Lourenço fez tudo isto sem nunca
esquecer que estava a ser o rosto de uma marca perante um pequeno
grupo de pessoas convidado a conhecer a mesma. E notava-se que não
existia qualquer frete da sua parte. Até porque deu para comprovar
que é assim com todos os clientes. Aproveitei para dizer
que o Lourenço daria um excelente comercial para a marca. “Ele é
muito mais do que isso”, foi o que ouvi em resposta.
Talvez tenha reparado mais no Lourenço
porque trabalhei muitos anos em lojas onde lidava com clientes. E
tive muitos colegas que tinham quase todos em comum não estar no seu
emprego de sonho. E a maior parte deles fazia das horas de expediente largos minutos de frete. Não sei se o Lourenço faz aquilo que sempre quis
fazer porque não lhe perguntei. Mas sei que faz aquilo que tem de
fazer com gosto e dedicação. E isso, nos dias que correm, vale
ouro. Quem já trabalhou em lojas do género ou quem é dono de uma
perceberá o que pretendo dizer. Por isso é que acho que Portugal
necessita de muitos Lourenços. São funcionários como ele que fazem
uma casa. E são funcionários opostos a ele que destroem uma. É a
diferença entre voltar ao mesmo local ou nunca mais lá meter os
pés.
obrigado Lourenço
21.5.13
verdade ou mito #17
Hoje esta rubrica ganha contornos
ligeiramente diferentes. Mas não muito. O sexo é uma tema que dá
pano para mangas. Há teorias para tudo e para nada. Há cinquenta
mitos diferentes para cada assunto que envolva esta temática. Um
deles diz respeito aquilo que pode ser feito para engravidar. Diz-se
que, se depois da relação sexual a mulher ficar com as pernas para
cima aumenta a hipótese de engravidar. Será isto verdade ou mito?
mundo sério demais
Por vezes acho que vivemos num mundo
onde toda a gente se leva muito a sério. Anda tudo tão focado nos
problemas diários que não se perde tempo com um sorriso. Como
consequência disto, muitas vezes as piadas passam ao lado das
pessoas. Por mais simples que seja a piada, as pessoas têm tendência
para levar tudo a sério e assumir que aquilo que acabaram de ouvir
não pode ser uma brincadeira.
Ao fim-de-semana tenho o hábito de
tomar o pequeno-almoço mais tarde do que o comum. E costumo
deslocar-me à pastelaria do costume. O problema deste espaço, que
tem fabrico próprio, é o facto de que muitas vezes pouco passa das
dez da manhã e já não existem bolos ou croissants para vender. Só
volta a ser feita uma nova fornada da parte da tarde. Algo que não
compreendo.
Neste fim-de-semana aproveitei para
brincar com a situação. Ao verificar que não havia quase nada para
comer, perguntei à empregada se tinham sido assaltados. Se alguém
tinha passado por ali para levar os bolos todos. Ela riu-se e disse
que sim. Que tinham roubado os bolos. E fiz esta conversa com um
homem ao meu lado. Que ouviu o diálogo todo. Até que decidiu fazer
parte dele. “Foram mesmo assaltados? Foi durante a noite? Roubaram
muita coisa? O que é que levaram?”, perguntou com uma cara muito
séria.
Até que, lá percebeu que tudo não
passava de uma brincadeira. E esta situação não foi virgem. Em
diversas ocasiões deparo-me com pessoas que têm dificuldade em
perceber uma brincadeira. E que raramente decidem fazer parte dela.
Optam por analisar o que quer que seja com um ar cinzento e demasiado sério. Quero acreditar que é uma consequência dos tempos
complicados que vivemos. Ao mesmo tempo que quero continuar a
acreditar que os portugueses ainda são pessoas bem dispostas e prontas para a brincadeira.
todos ao ikea de loures
Já aqui tinha falado da Luana, uma
menina que tem paralisia cerebral e que necessita de bastantes
cuidados. Na altura desafiei as pessoas a ajudarem com algo que
pudessem para entregar à mãe da Luana. Na altura, encontrei-me com
a MS – parabéns pelo teu esforço e dedicação - que me entregou
aquilo que tinha angariado. Pois bem, chegou a hora de entregar esse
bens a alguém que tem sido incansável na luta para que a vida da
pequena Luana seja um pouco melhor.
No próximo Sábado (dia 25 de Maio) a
Carla Marina vai estar no Ikea de Loures para receber os contributos
de quem puder ajudar. Acrescento que a própria Carla Marina irá
deslocar-se a Castelo Branco para entregar os bens angariados à
família. Podem ficar a par de mais informações no blogue da
Turista Acidental. Eu irei passar por lá para contribuir com aquilo
que puder. Para quem estiver a pensar ajudar com
algo, deixo a lista dos produtos que mais falta fazem à Luana. Deixo
também um link para o blogue da mãe da Luana.
Luana usa fraldas a etapa 5 da marca
branca Pingo Doce.
Toalhitas de marca branca
Lidl,Continente ou Pingo Doce.
Farmácia
Bebegel ou Microlax criança
Cebiolon
Protovit
Papas
A Luana come qualquer papa que não
tenha pedaços sólidos (tipo Estrelitas) senão engasga-se.
Produtos de higiene
Gel de banho da Aderma porque a pele
dela é bastante sensível.
Creme gordo
Shampoo Johnson
Roupa
A Luana veste a partir dos sete anos e
quanto mais confortável forem as peças melhor. Isto porque está
desde as nove da manhã até que se deita sentada na cadeira
adaptada. O calçado é partir do 27 dependendo do tipo de formato.
Mais uma vez, quanto mais confortável melhor. O pé direito já tem
uma acentuada deformação.
Quem quiser contribuir com algo lúdico
A Luana adora e é capaz de passar
largas horas entretida com livros de histórias. Para o computador,
pois a Luana tem um switch adaptado, necessita de vários programas
Grid 2.
Letras e palavras
Números da Mimocas
A prender com os números
Jogos do Ursinho
O Jogo da Mimocas
O comunicar com símbolos
Escrita com símbolos
Só falta fazer uma pergunta: quem
aparece no Ikea de Loures no próximo Sábado?
eles têm tudo. elas não têm nada
Nos pequenos contos que tenho escrito
para o blogue, cujo tema é amor, há algo que costumo fazer. Se as
histórias envolverem duas personagens, uma masculina e outra
feminina, dou os bens materiais ao homem preferindo que a personagem
feminina seja rica em sentimentos. Poderia ser uma coincidências mas
mentia se dissesse que é meramente um acaso. É algo que faço
propositadamente. E ontem, num comentário, a Morango Azul dizia que
“eles é que são sempre os bem sucedidos e com muito dinheiro.”
Como tal, vou explicar o meu ponto de vista.
O motivo que leva a dar o dinheiro aos
homens é simples e é algo baseado na realidade que os meus olhos
alcançam. Do meu ponto de vista, elas ligam muito mais ao amor e aos
sentimentos do que eles. Para um largo número de homens, o amor pode
ser medido por diversos factores. A começar, pelo tamanho das mamas.
Mamas pequenas significam que a relação não passa da primeira
sessão de sexo. Um peito avantajado é sinal de amor louco e com futuro. Existe
também a escala da performance sexual que poderá ir de zero a
cinco. O valor mínimo significa que a mulher é para esquecer e o
máximo da escala corresponde a uma nova oportunidade para que a
mulher comprove o seu valor debaixo dos lençóis. Existem ainda
aqueles homens cuja escala amorosa poderá passar por um rabo firme,
por umas longas e esbeltas pernas ou ainda pela habilidade no que aos
preliminares diz respeito.
Por outro lado, elas são pessoas de
afectos. Se calhar preferem um longo abraço apertado a um curto beijo louco.
Preferem trinta minutos de uma boa conversa em vez de dez minutos de
sexo. Preferem ter um coração bem preenchido em vez de gritarem ao
mundo que fazem sexo todos os dias com este ou com aquele. O que não
invalida que sejam uma loucas, no que ao sexo diz respeito, quando é
hora para isso. Para elas, a escala sentimental mede-se pela forma
como um homem as trata. Por todo aquilo que eles fazem para que elas se
sintam as mulheres mais especiais do mundo. Em traços gerais é por
isto que, nas minhas histórias, dou-lhes dinheiro a eles e amor a
elas.
Não vou mentir. Pois também conheço
homens que ligam ao amor e mulheres que medem a intensidade do seus sentimentos pelo tamanho de um qualquer pénis e pelo desempenho sexual do
homem. Conheço mulheres que não se importam de serem traídas quase
diariamente desde que não falte dinheiro em casa, que o depósito do
potente carro que conduzem esteja sempre atestado e que o plafond do
cartão de crédito permita compras frequentes em lojas de luxo.
Contudo, e esta é apenas a minha modesta opinião, acredito que elas
ligam muito mais ao amor e sentimentos do que eles.
20.5.13
tem sido assim
Na passada quarta-feira dei início ao
homem sem blogue no instagram. E os últimos dias têm sido mais ou
menos assim. Quem me quiser acompanhar na rede social é só procurar por @homemsemblogue.
recordação de road trip com o b.
restaurante perto de casa
um momento de subida
idas ao ginásio
"escritório" com bela vista
dolce far niente
vista caseira
momento de gula
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