Um dia destes um homem ligou a um amigo. Disse
que precisava de falar com ele. Que não conseguia resolver uma conta sozinho. O
outro tremeu. Assustou-se. E foi sincero. “Nunca fui bom a matemática”,
disse-lhe. “Não deverei ser a melhor pessoa para te ajudar”, acrescentou. “Não
te preocupes com os números. Depois percebes tudo”, foi aquilo que ouviu em
resposta.
Lá se encontraram. Um cheio de vontade de
desabafar. O outro sem saber o que ia ouvir. Como tal, desconhecia se estaria à
altura da situação. Primeiro meteram a conversa em dia. Falaram de tudo um
pouco. Das famílias. Dos amigos em comum e até de futebol. Ou seja, os
preliminares para o tema principal.
“Vê lá se me ajudas nesta equação”, disse,
intrigado. “Meteram conversa comigo a falar mal de uma terceira pessoa. Nem
percebi o porquê da conversa porque não fiz pergunta nenhuma”, acrescentou. “A
sério?”, perguntou o outro com alguma indignação. “Sim. A pessoa dizia cobras e
lagartos da outra pessoa. Coisas mesmo feias. E eu nem perguntei nada”,
referiu. “Achei aquilo muito estranho. Mas pensei que fosse simplesmente um
desabafo”, contou.
Como se conheciam muito bem, o amigo percebeu
que algo estava mal. “Pensaste? Isso quer dizer que já sabes o que aconteceu”,
respondeu. “Sei. Afinal, a pessoa queria ver aquilo que eu respondia para
depois ir dizer à pessoa de quem estava a falar mal. Era uma espécie de jogo
duplo. Dizia-se o meu melhor amigo mas só me queria lixar e envenenar”,
prosseguiu. “Já viste ao ponto a que chegámos? Já viste aquilo de que as
pessoas são capazes nos dias que correm?”, perguntou com indignação.
“Mas tu ainda perdes tempo com isso?”, disse o
amigo. “Isso é aquilo a que se chama a equação da desilusão. E o resultado é
fácil de perceber. Mesmo para mim que não percebo nada de matemática”,
acrescentou. “Como se resolve?”, perguntou o amigo. “É fácil. O resultado é sempre
zero. São aqueles números que não usamos na vida e que não nos servem para
nada. E o que assim é está resolvido à partida”, referiu, mencionando ainda uma
outra possibilidade de resolução.
“Podemos resolver isto de outra maneira”, disse
com um sorriso. “Como?”, questionou o amigo. “Pede mais duas cervejas e
brindamos a todas as pessoas que não são assim e que se regem pelos verdadeiros
valores de uma amizade”, concluiu. E assim foi. Lá brindaram e rapidamente
esqueceram aqueles que não devem ser recordados.
Não conheço os intervenientes desta história.
Que é daquelas em que qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.
Mas, a realidade é que me identifico tanto com eles. E a melhor solução é
sempre um brinde a quem merece ser recordado, evitando quem só nos atrapalha.
Cheers! Aos que merecem e que fazem esquecer os que só atrapalham.
Excelente história. Pura verdade.
ResponderEliminarComo costumo dizer à minha melhor amiga, só faz falta quem cá está. Os outros, os que atrapalham, nem merecem ser lembrados.
ndnan.blogspot.pt
Ao longo dos últimos tempos chuto para canto quem nada me acrescenta. E durmo muito melhor desde que o faço.
EliminarExcelente!Ha tantas pessoas assim !
ResponderEliminarInfelizmente, existem muitas. Demais até.
EliminarIsso era a equação do intriguismo , que coisa feia!! longe longe...
ResponderEliminarUm brinde a quem merece o nome de AMIGO , porque os outros como diria Eça :"trespassam na couraça da nossa indiferença".
Boa história !:)
É mesmo isso. Longe, longe :)
EliminarUma óptima história com um grande ensinamento de vida!
ResponderEliminarMas que muitas pessoas recusam aprender.
EliminarCheers :D
ResponderEliminarÉ esse o espírito: só faz falta quem cá está. E os verdadeiros, esses estão sempre ;)
Cheers mate!
EliminarQue apropriado ao meu estado de espirito. Também estava com uma equação parecida com essa. Felizmente já sabia que o resultado era zero. :)
ResponderEliminarA vida só nos dá as pessoas que nos são precisas, nem que seja para nos desiludirmos... o resultado para elas é zero, para nós será sempre +1, mais um ensinamento da vida.
Gosto dessa perspectiva. Obrigado :)
Eliminarbom dia!!
ResponderEliminarInfelizmente tenho alguns números idênticos na minha vida...mas é como diz o amigo, não servem para nada...
Eu já chutei para canto. Não vale a pena perder tempo. Até podemos pensar que sim. Mas a realidade mostra que não.
EliminarExcelente história e tão actual...costumo dizer que quando alguém nos desilude e desparece da nossa vida por esse motivo, é Deus a limpar o que não presta. Por muito que nos custe, temos que agradecer os verdadeiros Amigos e agradecer o facto de conseguirmos, mais cedo ou mais tarde, ver quem não interessa.
ResponderEliminarGosto dessa forma de pensar :)
EliminarAlguém disse um dia: "as pessoas não nos desiludem, nós é que criamos expectativas elevadas sobre elas." Eu já desiludi alguém. Eu já magoei alguém. Eu já comentei de forma acintosa sobre terceiros , próximos ou nem tanto. Sim. Mas tinha para aí uns 15 anos. Era parva como mandam as regras.
ResponderEliminarAdorei o texto. Há sempre gente que vive infeliz com a sua vida. Como tal, tece intrigas, comentários e promove debates dedicados ao tema “sabes lá o que sei sobre beltrano”. Quantas vezes não escutamos conversas dessas no café, nos transportes públicos, no trabalho?
Só permito que falem mal de mim, se me prometerem que consigo atingir o estrelato.
MS
Essa é uma grande realidade. Nós é que achamos que todas as pessoas são correctas. Pessoalmente, quando acredito em alguém tenho facilidade em abrir-me. Depois, levo uma chapada e aprendo. O que vale é que não demoro muito a aprender.
EliminarConcordo..mas o problema é quando nos desiludimos com pessoas de quem não estavamos á espera! Neste caso os brindes são mais complicados!
ResponderEliminarIsso será sempre o pior mas a solução é resolver o assunto como se a pessoa fosse uma estranha para nós. Senão, fica sempre por resolver.
EliminarTens toda a razão...às vezes não queremos é encarar de frentes estas verdades!
EliminarMas encarar é sempre o melhor caminho.
EliminarInfelizmente é verdade...temos de estar de olho bem aberto para ver se não caímos nessa.
ResponderEliminarbeijinho
Bem aberto 8)
Eliminarbeijos
Cheers também para ti!
ResponderEliminarPor cá, as coisas são fáceis de resolver, os amigos são tão poucos, que se contam por os dedos das mãos (ou será da mão).
Os restantes são conhecidos, umas vez estão outras não estão, e nós igual ;)
Sou como tu :)
EliminarFelizmente tenho poucos amigos, que fazem de mim uma pessoa melhor...Todos os outros sao conhecidos e com esses , nao é pontapé para canto mas sim para fora do estadio xD
ResponderEliminarGostei da estoria HsB
Abraço
Infelizmente é uma triste realidade.
EliminarAbraço