agora escrevo eu #12

Ser pai é um dos meus maiores sonhos. Aliás, é mesmo o maior. É aquilo que mais quero. E, cada vez que passo os olhos por este texto que me foi enviado pela Suricate (uma mulher e mãe encantadora que o blogue me deu a conhecer) ou quando leio os textos que deixa no seu blogue sobre as suas filhas, o meu desejo de ser pai aumenta. São palavras como estas que nos fazem acreditar que vale a pena ter um filho. Por mais que algumas pessoas digam que não. Quanto mais leio, mais depressa quero ter um filho nos braços.

“A Razão da minha Vida

Elas são o ar que respiro, o sangue que corre nas minhas veias. Por elas rolam as minhas lágrimas, por elas, brotam os sorrisos que iluminam o meu rosto. São o meu último pensamento ao murmurar boa noite e o meu primeiro bom dia à vida. São os dois pratos da minha balança.

A minha doce S, a luz dos meus olhos, traz à minha vida a delicadeza do perfume da ternura. Sensível e meiga, tem de se lhe tocar como quem acaricia as pétalas de uma rosa. Sagaz e sensata tece sabedoria como se de uma renda de filigrana se tratasse, com os seus cuidados e a sua permanente atenção. De repente sentimos que temos ali uma amiga que nos compreende e com quem podemos sempre contar. Mal nos apercebemos que de uma criança se trata. É um ser humano com características únicas e tão especial.

A minha terna C, o sorriso quente do meu coração, tráz à minha vida a espontaneidade vibrante da alegria de viver e recorda-me a cada momento com a sua existência a sensação de ver o meu rosto, gestos e atitudes como se à beira rio estivesse e a minha imagem visse reflectida nas suas águas calmas e cristalinas. Com ela posso sempre contar para o sorriso, a palavra, o carinho desapegado e sentido no momento certo. A honestidade crua e inocente de quem, por ser criança, ainda não tem medo das palavras, faz dela um diamante em bruto que a vida se vai encarregar de polir.

São o meu oxigénio e o meu sangue. Aquilo que preciso para respirar e viver. Os dois valores mais preciosos do meu ser. Quando no crepúsculo da minha vida, ao passear à beira mar, olhar para trás, vou ver pegadas na areia que foram deixadas pelas crianças que ajudei a crescer, seguindo o meu rasto e entretanto criando os seus próprios caminhos.

Vou desaparecer no horizonte, mas vou FELIZ"