17.5.13

pessoas de primeira e pessoas de segunda


Não acho piada a pessoas que se julgam superiores a outras. Sobretudo quando se trata de trabalho. Nesse domínio não suporto pessoas que entendem ser superiores aos outros pelo simples facto de que trabalham em televisão. Aparecem na televisão uma vez por semana? Porreiro! Se isso faz com que sejam superiores a mim ou a outro qualquer jornalista? Não!

Existe uma tendência/mania de pessoas que trabalham em televisão – curiosamente a maior parte das pessoas que têm este comportamento nem sequer são jornalistas – em julgarem que são a cereja no topo do bolo no mundo da comunicação. Em qualquer trabalho que tenha cobertura jornalística, estas mesmas pessoas acham que têm prioridade em entrevistar os convidados, seja um político ou alguém que atingiu a fama por obra do Espírito Santo. Mesmo que um batalhão de jornalistas já esteja à espera para conversar com alguém há largos minutos. Chegam com o seu microfone e arrogância e passam à frente de todos.

Eu compreendo que façam isto em casos pontuais. Por exemplo, caso esteja predefinido que que a prioridade é para as fotografias, depois para as televisões e por fim a imprensa escrita. Neste caso aceito. Tal como compreendo que tenham prioridade caso o trabalho em questão esteja associado ao canal a que pertencem. Nada disto me aborrece. Mas há limites. Que estas pessoas teimam em não compreender, optando por fazer dos outros jornalistas seres inferiores e parvos.

Por exemplo, hoje estive num trabalho onde existiam duas pessoas com quem todos os jornalistas pretendiam falar. A pessoa da televisão encarregou-se de ocupar uma delas. A restante imprensa aguardou pelo final das fotos para se ocupar da outra pessoa. E assim foi. Quando a conversa está prestes a começar, aparece a pessoa da televisão. Queria ser primeira porque dizia ser mais rápida que os outros jornalistas. Estes (onde me incluo), por sua vez já estavam a postos de braço no ar com os seus gravadores prontos para gravar. Ninguém respondeu.

Mas, como já estou farto destas situações, falei. Disse que os restantes jornalistas também eram muito rápidos. E, caso não se importasse, teria de esperar que nós fizéssemos o nosso trabalho para depois fazer o seu. O que aconteceu, apesar da má cara da pessoa da televisão. Provavelmente, aquela pessoa nunca mais irá olhar para mim com bons olhos. E é para o lado que durmo melhor pois aposto que nunca mais irá tentar fazer de mim um ser inferior. E nunca mais irá passar à minha frente.

Custa muito perceber que não há pessoas de primeira e pessoas de segunda? Que não há jornalistas de primeira e jornalistas de segunda. E que isto se aplica a tudo na vida. Além disso, sempre ouvi dizer que saber esperar é uma virtude. E que tentar fazer dos outros parvos é um defeito muito feio.  

32 comentários:

  1. concordo com as tuas palavras...durante toda a vida ouvimos pelo menos alguma coisa que nos rebaixa, que nos faz sentir "de segunda"...mas temos é que nos impor, mostrar que somos iguais, nem inferiores, nem superiores! somos iguais!

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    1. E se for inteligente, percebe a mensagem e não volta a repetir.

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  3. É da idade. Na maioria são miúdas de 20 anos que estão a viver o seu momento. Mas às vezes é preciso saber pô-las no lugar. Fizeste bem.

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    1. Como jornalista deves perceber bem aquilo que explico porque isto acontece em todo o lado. Tens razão pois elas iludem-se com pouco.

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  4. Fizeste muito bem! Também não sou de ficar calada em coisas similares... ;)

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    1. Fiz aquilo que achei correcto sobretudo quando constatei que ninguém ia falar.

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  5. Concordo contigo e acho mesmo que não é só no jornalismo que isso acontece e sim em todos os trabalhos. Comigo também acontece e é como dizes, na maioria das vezes são as pessoas sem formação que se "armam" mais. Será numa tentativa de se afirmarem pelo facto de não terem o canudo que nós temos? Não faço ideia o porquê, mas que lhes fica muito mal, lá isso fica.

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    1. Mas imagina viver isto em 8 em cada 10 trabalhos a que vou. E sempre com as mesmas pessoas como protagonistas. É cansativo. Hoje foi o basta.

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  6. Fizeste muito bem. E as piores são as que já estiveram do lado de cá e num dia ou dois se esquecem de como é. Enfim...pessoínhas que adoram andar em bicos dos pés com um ego grande para alimentar. Bjs

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    1. O meu objectivo foi apenas dizer-lhe, com outras palavras, não sou parvo e tal como tu estou a trabalhar. Aguenta um pouco :)

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  8. Se todos fizessem como tu, há muito tempo que essas atitudes tinham acabado.

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  9. Como dizia a minha avó: "ABENÇOADO"!!!!

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  10. É assim mesmo, fizeste muito bem. Ainda existem pessoas tacanhas que acham que podem simplesmente fazer o que querem e escapar sempre...

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  11. Olha que eu já tive um actor famoso a dizer-me que ele era alguém, e que eu não era nada nem ninguém a comparar com ele... True story.

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    1. Adoro pessoas dessas. Adoro que me façam coisas dessas para, em segundos, mostrar a realidade em que vivem.

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  12. E fizeste tu muito bem...se ninguém disser nada, vão sempre achar-se as rainhas do Sabá!

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  13. E fizeste e disseste tu muito bem! :)

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  14. Vi este vídeo (não inteiramente relacionado) e lembrei-me do post :) http://www.youtube.com/watch?v=j2OkSudrYo0&list=UUV306eHqgo0LvBf3Mh36AHg

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  15. Infelizmente existem chicos espertos em todas as áreas. Mas acredito que no jornalismo (área onde gostava também de trabalhar) deve ser um mundo de feras :/

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    1. Normalmente são sempre as mesmas pessoas que fazem isto. Isso é que aborrece ainda mais.

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  16. A isto se chama "Hold your Horses Lady".

    Estiveste mt bem HsB, a defenderes o teu ponto de vista e a por a dita cuja no lugar dela. Um bem haja e nunca percas esses valores ;)

    Abraço

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    1. Fiz aquilo que entendi que deveria ter feito, sem ser mal educado. E aposto que não me volta a fazer isso ;)

      Abraço

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  17. Estiveste muito bem:) A ficar calado é que nada se resolve, pelo contrário só dá ainda mais força a este tipo de atitudes que eu caracterizo como falta de civismo e falta de respeito!

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