30.8.14

as chatas das melgas

As chatas das melgas, durante a noite, gostam de invadir os quartos. Gostam de andar a passear onde alguém quer dormir. Têm ainda uma tentação pelos corpos das pessoas que estão nos quartos que invadem. E, mais centímetro, menos centímetro, têm muito com que se entreter.

Mas não. Aquilo que as chatas das melgas adoram fazer é zumbir nos ouvidos de quem dorme. Andam por ali e não desistem enquanto não acordam a pessoa, que por sua vez sente-se desafiada para um ensonado duelo em que as armas vão desde meias a almofadas. Vale tudo para aniquilar a chata da melga.

Porém, quando as luzes se acendem, algumas das chatas das melgas conseguem esconder-se, como se nada se passasse. Quando o quarto volta à natural escuridão da noite, elas voltam à carga, zumbindo nos ouvidos de quem tenta prolongar uma bela noite de sono.

Estes desafios e duelos arrastam-se até ao momento em que a melga morre ou quando o pobre coitado que tenta dormir encontra forma de descansar ser ser importunado pela melga.

Estes duelos costumam ter lugar nas férias, pelo menos uma vez. Pois os insecticidas são uma excelente solução nas restantes noites. Não tenho a certeza mas aposto que as chatas das melgas se fartam de rir enquanto rondam os ouvidos das pessoas.

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29.8.14

shit happens

Na praia tenho por hábito ficar perto da água. Observo as marcas na areia de modo a perceber até onde pode chegar a água e escolho o meu local. Quanto "mais perto" da água melhor pois, entre outras coisas, sinto-me mais fresco.

Foi o que fizemos ontem na Playa Central, em Isla Cristina, uma das minhas preferidas. Quando chegámos a praia já estava lotada mas encontramos um espaço bem ao nosso gosto. "Depois vamos ter de subir que a água chega aqui", disse a minha mulher. "Não chega nada", respondi eu na brincadeira.

Passadas algumas horas, a água aproximou-se e lá subimos um pouco. Horas mais tarde subimos novamente. Nós e quem estava na praia. E ficámos deitados num local onde se deixa de ter noção da água, sendo que se trata de uma praia que raramente tem grandes ondas.

Num dos momentos em que estávamos deitados percebo que a água vai chegar até nós. A minha reacção foi levantar-me e agarrar o saco que tinha coisas que se podiam estragar. Algo que fiz com 95% de sucesso pois o saco mal se molhou, ao contrário de outras coisas. Coisas essas que com ou sem água pouco importa.

Quando olhei para os lados notei que várias pessoas estavam na mesma situação do que nós. E todas, tal como nós, se riam da situação enquanto secavam os seus pertences. Não havia ninguém irritado com o que tinha acabado de acontecer e que poderia ter sido facilmente evitado por todos. Shit happens. Ficar irritado não resolve nada. Sorrir e dar um mergulho é muito melhor.

28.8.14

se o mundo é um alguidar, portugal é um dedal

Há quem diga que o mundo é um alguidar e que os seus habitantes cabem todos lá dentro. Isto serve para dar a entender que o mundo é pequeno e que as pessoas acabam por estar muito próximas, encontrando alguém que conhecem em qualquer parte do mundo.

Se o mundo é mesmo um alguidar, Portugal é um dedal. E os milhões de habitantes cabem todos lá dentro. Só isso pode explicar o que me aconteceu nos últimos dias e que, com esta frequência, é uma novidade para mim.

No Alentejo, mais especificamente em Vila Nova de Milfontes, partilhei o balcão de um café com um homem que nunca tinha visto na minha vida e que não sei quem é. Uns dias depois (anteontem) encontrei esse mesmo homem no Algarve, na Praia dos Caneiros, em Ferragudo. Ontem, voltei a encontrar o homem. Desta vez na Meia Praia, em Lagos.

Isto é a prova de que o mundo é mesmo pequeno. Hoje vou até Espanha. Com sorte, volto a encontrar o tal homem. Se isso acontecer, aproveito para lhe dizer que tem bom gosto nos locais que escolhe para as férias.

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27.8.14

destino? não sei. talvez...

Quando conheci a minha mulher fiquei a saber que um rio e cerca de quarenta quilómetros separavam as nossas casas e as nossas vidas. O aparente único ponto de ligação entre nós era a faculdade e a minha colega de turma que era sua amiga.

De resto, as nossas vidas não se cruzavam entre aqueles quarenta quilómetros que nos separavam. Até que começamos a falar das nossas infâncias e das férias de verão. "Costumava ir para Lagos em Agosto", disse. "Eu também", respondeu-me. A coincidência podia ficar por aqui mas há muito mais.

Ficámos a saber que estávamos muito perto um do outro na mesma altura do ano e a mais de trezentos quilómetros de casa. Os sítios onde dormíamos estavam separados por escassos metros. As praias eram as mesmas. Alguns restaurantes também. Bem como os locais frequentados à noite com os nossos pais.

Ao longo de anos e anos estivemos bem perto sem nunca trocar uma palavra. Sem sequer imaginar que o futuro iria ditar uma relação que já passou os onze anos. Éramos apenas duas crianças encantadas com um local que nos marcou para sempre.

Seria obra do destino? Não sei. Talvez... Acredito que tudo acontece por uma razão. Acredito também no destino e em pessoas destinadas a outras. No nosso caso, acredito que o destino queria adiantar papelada e tratou de nos juntar desde cedo para preparar o futuro.

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we'll always have lagos

Lagos é um dos sítios mais especiais para mim. Estar em Lagos é recordar parte de mim. É recuar ao tempo em que gozava férias com os meus pais e com a minha irmã. Algo que aconteceu durante muitos anos.

Passava o ano a pensar nas férias de Verão em Lagos. Por isso, sempre que lá estou, sinto-me a viajar no tempo. Cada canto é especial. Cada rua tem uma história para contar. Cada local faz-me sorrir por um determinado momento que lá foi vivido.

Por isso, quando estou de férias faço questão de dedicar um dia a Lagos, que por coincidência também diz muito à minha mulher. Hoje é o dia. E apesar de já conhecer tudo, o encanto é sempre o de uma primeira vez. E isso é que faz a diferença.

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26.8.14

vai ser cá um 31

Faro. Já passa das dez da noite. O termómetro passa dos trinta graus. Assinala 31 para ser mais preciso. Ontem também esteve assim. Hoje o dia foi muito quente com 36 graus antes da hora do almoço. A praia obriga a "viver" dentro de água. Se não for pedir muito, que seja assim até domingo. Pode ser São Pedro? Brindo a ti com um refrescante G'Vine Floraison. Obrigado!

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ainda sou do tempo...

... em que quando ia à rua passear o meu cão ele andava à vontade pelo chão em vez de ser passeado apenas e só ao meu colo como uma jóia que se ostenta. Agora, farto-me de ver pessoas que passeiam os cães debaixo do braço, como se fossem uma qualquer mala. É algo que não percebo.

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é um banho e mete cubos de gelo

Acho que existem, sobretudo, dois tipos de pessoas em relação ao ice bucket challenge. São aquelas que adoram este desafio e no extremo oposto as que odeiam. Pelo meio andam aquelas que ficam indiferentes aos banhos públicos e às mais ou menos divertidas reacções à água gelada.

Gosto deste desafio. Gosto de descobrir até onde vai a criatividade das pessoas que aceitam ir a banhos. Gosto das reacções e gosto de ver pessoas naquelas situações que passam por um banho de água gelada. Ainda mais quando se tratam de pessoas que pouco ou nada mostram deste seu lado mais divertido, como tem vindo a acontecer com personalidades das mais diversas áreas.

Mas, aquilo que mais aprecio é a causa nobre e solidária que deu origem a esta multiplicação de banhos públicos. Que passa pela angariação do máximo dinheiro possível para, no caso de Portugal, a Associação Portuguesa de Esclerose Lateral Amiotrófica (APELA). E, infelizmente, esta vertente tende a ser esquecida.

A única coisa que me "incomoda" neste desafio é a brincadeira em que se acaba por transformar para algumas pessoas. Que partilham vídeos dizendo apenas "aceito o desafio e passo a este, aquele e ao outro" sem mais nenhum dado. Que desafio? Aceitam porquê? Como é onde se pode ajudar? Informações úteis para quem pretende ajudar, independentemente de ir a banhos ou não.

Já para não falar da quantidade de pessoas que participam no banho mas que não fazem qualquer doação para a instituição. Por isso, quem quiser aceitar o desafio, com ou sem cubos de gelo, basta ir ao site da APELA e saber como ajudar. Partilho também o NIB para donativo à associação 0007 0369 0003 0460 0061 6.

PS - acho que a maior parte das pessoas que diz odiar este desafio deseja ser desafiada a participar no mesmo.

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25.8.14

parabéns. gosto muito de ti

És mais velha do que eu. Tivemos as nossas "brigas", algo tão característico nos irmãos de diferentes sexos. Mas nunca deixei de gostar de ti. Aliás, cada vez gosto mais. Contigo aprendi muitas coisas, e estivemos lado a lado em momentos importantes das nossas vidas. Além de tudo isto, deste-me a sobrinha mais linda do mundo. Por ti dou a minha vida e hoje é o teu dia. O dia em que assinalas mais um aniversário. Muitos parabéns. Gosto muito de ti maninha. Beijos daqui até aí!

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22.8.14

exercício físico nas férias

No que ao desporto diz respeito, existem dois tipos de pessoas no período de férias. Aqueles que se desligam por completo das rotinas desportivas e os que gostam de fazer algo para manter a forma.

Pertenço ao segundo grupo. Sou umas das pessoas que gosta de fazer algo, mesmo durante as férias, sem que isso signifique abdicar de algo a favor do desporto. Simplesmente aproveito os períodos mortos para manter a forma.

Algumas pessoas questionaram-me sobre exercícios para fazer nas férias. Como tal, partilho o que costumo fazer e que é algo que facilmente é feito em qualquer local. O que faço é intercalar corridas com esquemas de crossfit.

No que à corrida diz respeito, podem ser trinta a quarenta minutos, dependendo de cada pessoa. Para quem gosta de correr na praia, aconselho que o façam com os ténis calçados. O corpo agradece.

Quanto ao crossfit. Podem fazer cinco séries de vinte elevações, trinta flexões, quarenta abdominais e cinquenta agachamentos. As séries devem ser intervaladas com períodos de descanso de três minutos. Se não tiverem onde fazer elevações, podem aumentar uma série ou reduzir o período de descanso.

Outro programa consiste em três séries de 800 metros de corrida, cinquenta flexões e cinquenta abdominais. Se preferirem, podem misturar a corrida com os exercícios do programa anterior. Estes programas e a corrida chegam para manter a forma nas férias e ocupam pouco tempo. E servem também para que os habituais abusos das férias pesem menos na consciência.

21.8.14

derrete na boca...


Verão é isto. Muito calor, ausência de vento, mergulhos e degustar (talvez devorar seja mais correcto) uma bola de berlim ao ritmo do som das ondas do mar. E, apesar de não serem as primeiras do meu top, as do Pão, Café & Companhia (Vila Nova de Milfontes) misturam muito bem com a Praia dos Aivados, um dos melhores tesouros da Costa Alentejana.

20.8.14

a segurança está na toalha

Sou daquelas pessoas que, quando na praia, costumam tapar as coisas que têm por baixo do chapéu de sol com uma toalha. Sou assim desde pequeno pois é algo que sempre foi feito pelos meus pais. Como tal, quando vou andar costumo deixar uma toalha a tapar as minhas coisas.

E este tipo de acção é algo bastante comum em qualquer areal. Como se a nossa toalha fosse o melhor cadeado do mundo ou mesmo uma vedação eléctrica que automaticamente repele o mais sofisticado amigo do alheio. Isto quando a toalha até pode ter um efeito contrário. Pode atrair um larápio que pense que se algo está tapado é porque tem valor.

Não sei onde surgiu esta ideia da toalha como símbolo de segurança. Mas faço parte do grupo de pessoas que se sente melhor quando as coisas estão tapadas. Aliás, sou o primeiro a dizer: "põe a toalha por cima das coisas". E a verdade é que só me sinto seguro assim.

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19.8.14

nudismo

Nada tenho contra quem faz nudismo. É uma opção tão normal como não fazer. Acredito até que uma boa parte das pessoas se sente tentada a fazer se estiverem reunidas duas condições: conforto e privacidade, algo que existe, por exemplo, numa piscina privada.

Aquilo que condeno é quem opta por fazer nudismo em praias que não são próprias, porque elas existem, para esse efeito. Pessoas que se despem a poucos metros de famílias com crianças e que não se dão, pelo menos, ao trabalho de se afastarem para uma zona mais resguardada onde a probabilidade de existirem episódios constrangedores com outros banhistas é quase nula.

É certo que este tipo de nudistas pode ter a opinião de que quem está mal que se mude. Mas isso também se podia aplicar a qualquer outra pessoa que fosse para perto destes nudistas fazer o que quer que fosse e que os pudesse incomodar. E se todas as pessoas seguissem este caminho seria a chamada lei da selva onde todos (e ao mesmo tempo ninguém) tinham razão.

Como referi, nada tenho contra quem faz nudismo. Acho apenas que estas situações, que podem levar a momentos menos simpáticos em casos extremos, são desnecessárias.

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18.8.14

o sítio perfeito para correr


Final de tarde. Alentejo. Vila Nova de Milfontes. Porto das Barcas como ponto de partida e de chegada. Boa música nos ouvidos. Ar puro. E o resto é paisagem. Simplesmente perfeito.

liberdade e os seus limites

Sou daqueles que defendem que a maior crise que atravessamos é de valores. Que além de ser a mais grave é também a de pior resolução pois não há nenhuma entidade que possa injectar valores em quem não os tem.

E dentro desta crise de valores destaco a liberdade e os seus limites. Do meu ponto de vista, que vale o que vale, muitas pessoas entendem que liberdade é algo ao estilo do quero, posso e mando. Faço o que quero pois tenho liberdade. Sou livre para tudo o que me apetecer e quem vier depois que feche a porta pois sou livre.

Essas pessoas esquecem-se de algo muito simples. É que a sua liberdade acaba onde começa a de outra pessoa. É uma regra simples que permite uma "perfeita" convivência entre pessoas que podem ser em tudo diferentes mas que têm de conviver no mesmo espaço, seja ele qual for.

Conhecer os limites da nossa liberdade e saber lidar com os mesmos nos momentos adequados não significa que se seja menos livre. Quer apenas dizer que a pessoa é mais inteligente. E isso será sempre uma qualidade e nunca um defeito.

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17.8.14

agora é a doer

Acabaram as "brincadeiras" de pré-época. Agora começam os jogos a sério. Aqueles que contam pontos, que vão fazer a diferença e destacar um campeão. Já tinha saudades de fins-de-semana destes.

Só dispenso as queixinhas do costume para justificar a falta de talento e mérito. Isso e as birras dos jogadores que querem ir embora e desejam mais dinheiro. A moda agora é não aparecer e deixar de treinar. Esquecem-se que assinaram contratos e que são trabalhadores como os outros.

Que arranque mais um campeonato e que o Benfica seja o campeão. Caso não seja o Benfica, pode ser o Benfica. Ou, em último caso o Benfica. Rumo ao 34 rapazes. E, espero eu, com o Enzo por cá!

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14.8.14

basicamente é isto

Até já Vila Nova de Milfontes

as vírgulas fazem toda a diferença

A pontuação, nomeadamente as vírgulas, alteram por completo aquilo que pretendemos dizer. Isto, quando escrevemos. Quando falamos é algo que se nota nas pausas que fazemos durante a frase. Por exemplo, ontem um divertido concorrente do Preço Certo tinha, como é habitual nos concorrentes, algumas ofertas para o apresentador, Fernando Mendes. E como é hábito, explicou o que tinha para dar e de onde vinham os artigos.

O homem em questão tinha, entre outras coisas, queijos para oferecer. E lá explicou de onde vinham. “Estes queijos são das cabras da junta de freguesia”, foi o que disse e a forma como escrevi reproduz na perfeição a forma como falou. Risada geral. Com Fernando Mendes a perguntar se o homem não queria fazer umas pausas no discurso. Para todas as pessoas, eu incluído, aqueles queijos eram uma oferta das funcionárias da junta de freguesia, que sendo umas cabras, até tinham um bom coração e tinham oferecido os respectivos queijos. Mais uma vez, é a dirty mind a dar sinais de vida pois este cenário seria pouco provável.

Depois das gargalhadas no estúdio, lá veio a explicação. Eram queijos de cabra, de animais que pertencem à junta de freguesia, que por sua vez, comercializa o queijo produzido. E este é apenas um dos muitos (divertidos) exemplos em que uma vírgula faz toda a diferença. “Quero um café Camelo” é completamente diferente de “quero um café, camelo”. A vírgula diferencia a marca do café da ofensa ao funcionário. Tal como no talho. “Queria quatro bifes”, diz o cliente. “Quer vaca ó porco”, responde o funcionário (a escrita reproduz a forma como se fala em alguns sítios). Mais uma vez, a vírgula faz toda a diferente entre os bifes que se pretendem e a ofensa ao cliente. E podia passar o dia nisto.

a vantagem em ser homem está na cabeça

Uma das vantagens em ser homem está na cabeça. Mais especificamente no cabelo. E nos diferentes cortes que se possam escolher. A relação de um homem com o seu cabelo não é forte como a que elas constroem com os seus cabelos. Para já, um homem consegue usar o mesmo corte de cabelo durante anos sem que pense que está fora de moda. Além disso, quando se quer inovar e a coisa corre mal, existe uma solução simples. Cortar o resto do cabelo e esperar que cresça. Sem dramas!

Com elas, tudo é diferente. A relação com o cabelo é quase umbilical. O que faz com que algo tão simples como “cortar as pontas” consiga ser uma das tarefas mais dolorosas do mundo que tem força suficiente para alterar radicalmente a configuração de um penteado. Além disso, a ideia que tenho, enquanto homem, é que os cortes das mulheres conseguem ficar desactualizados à velocidade da luz. E, quando a ida ao cabeleireiro corre mal, é um drama sem fim.

Numa das últimas vezes que fui cortar o cabelo partilhei o espaço com uma adolescente que tinha decidido mudar o corte de cabelo. Explicou detalhadamente o que pretendia e assim foi. Até que chegou o momento de tirar a toalha da cabeça e ver o resultado final. O que aconteceu? Lágrimas. Lamentos. Lágrimas. E mais lamentos. E ainda mais lágrimas e alguns gritos. “Meu Deus!!!!! Estou tão mal. Pareço a não sei quantas (acredito que fosse uma amiga) e não quero nada disto. Está horroroso”, soluçava entre as lágrimas. Enquanto a mulher que lhe tinha feito o corte, dizia, meio a medo: “fiz aquilo que me foi pedido”.

Lendo os desabafos da jovem, cria-se a ideia de que foi um corte radical. Como só presenciei o final, não posso dizer se foi ou não. Mas, para ter sido, a rapariga tinha de ter os cabelos até aos joelhos pois continuava com o cabelo bastante comprido e estava com um corte que lhe ficava muito bem. A única coisa que não lhe ficava bem eram as lágrimas a escorrer pelo rosto. Acho piada à forma como as mulheres se relacionam com os cabelos mas acho que nunca conseguirei perceber como é possível que uma relação com cabelos seja tão intensa que resulte num momento como aquele a que assisti.

13.8.14

os médicos bons e os outros

Se me pedirem, aos 33 anos, para recordar os médicos e profissionais de saúde que me marcaram lembro-me de poucos. Em primeiro lugar recordo o dr. Vítor, que não sendo o meu médico de família, acaba por ainda o ser. Prefiro pagar mais por uma consulta e resolver tudo, desde que possível, com ele que ir ao centro de saúde da minha zona. Depois, recordo a simpática senhora que me coseu o lábio superior no dia em que levei uma cotovelada a jogar futebol que me rasgou o lábio até à gengiva e que me proporcionou um dos piores momentos passados numa marquesa num hospital. Graças a ela e à sua simpatia, os mais de dez pontos foram um passeio no parque e não ficou uma única marca para contar a história. Recordo também, pelo caricato da situação, as cinco enfermeiras que tinham de me agarrar o braço para tirar sangue numa altura em que o hospital era a minha segunda casa.

De resto, e estou a excluir desta conta as pessoas que me acompanharam no tratamento das normais lesões desportivas, não me lembro de ninguém. Uns porque não me marcaram. Outros porque eram ridículos. Outros porque não têm paciência para ser médicos e passar o dia a aturar quem se queixa disto e daquilo. Outros ainda porque foram eficientes mas ao estilo de uma fábrica em que eu era apenas mais uma peça que passava pelo tapete de montagem. Com isto não quero dizer que os médicos têm a obrigação do que ser mais do que aquilo que fazem. E ninguém os pode acusar disso. Aquilo que pretendo dizer é que ser assim faz com que não sejam recordados. Pelo menos por mim.

A partir de agora, devido ao problema da minha mãe, também não esquecerei, por mais dias que viva, o dr. Marco, o médico que tem acompanhado o caso da minha mãe e com quem tive o prazer de jantar no último fim-de-semana. E que partilhou muitas histórias connosco. Para começar deixou sempre claro que não deve existir uma barreira entre o médico e o paciente. Basicamente, porque somos todos pessoas. É certo que são, em alguns casos, as pessoas que criam esta barreira que não tem sentido existir. Foi giro conhecer a história da mulher que era contra os brasileiros e que achava que o médico deveria ser recambiado para o seu país. Curiosamente, acabou nas mãos dele, um brasileiro, e foi ele quem lhe salvou a vida. Foi bom perceber os meandros e bastidores do mundo da medicina. Os porquês de certas coisas que não têm grande lógica – para não dizer nenhuma – mas que existem. Porque dão dinheiro a ganhar a muitas pessoas.

Uma das coisas que mais gostei de ouvir é que a palavra cancro não é dita no seu gabinete. E estou a falar de um homem que lida com cancro diariamente. Se as mulheres quiserem utilizar o termo tudo bem mas se depender dele, aligeira-se sempre um cenário que já tem peso suficiente mesmo sem que o nome seja dito. Eu era daquelas pessoas que achava que dizer cancro era tão normal como beber água. Até que ele bateu à porta da minha mãe e entrou sem pedir licença. A partir desse momento percebi que afinal não é tão fácil dizer cancro. E ainda hoje não digo quando me refiro à minha mãe. É uma merdinha que apareceu e que está a desaparecer, passo a passo, como está a acontecer no preciso momento em que escrevo estas palavras.

Depois de ficar a conhecer melhor o médico que está a ser fundamental no caso da minha mãe e um dos grandes responsáveis pelo seu humor e pela sua força, não tenho dúvidas que são pessoas assim que fazem a diferença no mundo da medicina. São pessoas que são movidas pelo objectivo de salvar vidas. Nada mais do que isso. Tanto que este médico partilha o seu saber com todas as pessoas que desejem aprender. Não quer os “segredos” só para si. E é um médico que se desdobra em consultas e que nunca, repito, NUNCA, deixa uma mulher à porta do seu gabinete sem uma palavra. Pode demorar mas irá falar com a pessoa. Tal como é um médico que quer levar para o hospital, em regime de voluntariado, um serviço que todos os países têm para as doentes oncológicas e que por cá passa despercebido. Para mim, isto é um médico bom e agradeço todos os dias o facto de ter sido colocado à frente da minha mãe. 

Mais uma vez, com isto não quero dizer que os outros médicos são maus. A minha mãe poderia ter o mesmo tratamento com um médico sem qualquer sensibilidade para lidar com uma doença grave. O tratamento seria o mesmo. Os resultados também. Mas o processo em si seria completamente diferente. O percurso seria ainda mais doloroso para ela se fosse tratada por um médico robot. E com este médico fiz um dos brindes mais sinceros de sempre: “A uma vida longa e a uma morte súbita”.

uma volta no carrossel da vida

A Maria das Palavras decidiu dar início a um conto escrito a várias mãos. A primeira parte foi da sua autoria. Depois, desafiou-me a dar continuidade à sua história. Como adoro um bom desafio fui incapaz de recusar. Sobretudo um que me obriga a ter por base algo que não nasceu na minha cabeça, algo que representa um desafio ainda mais aliciante. Dar vida e rumo a algo que não nasceu em mim. Vamos a isso...


“O cesto de rosas não era para mim? Nesse caso porque estava à minha porta? É que não divido a casa com mais ninguém. E só existem dois apartamentos no patamar”, perguntou Camila. “Pior do que não serem para mim é o facto de o senhor se ter enganado na destinatária”, acrescentou no meio de risos tão disparatados como aquela situação.

“Bernardo”, respondeu o homem.
“Quem é o Bernardo?”, questionou Camila.
“Sou eu. Prefiro Bernardo a senhor. Não gosto que me tratem por senhor”, afirmou. 

“Provavelmente não estará interessada na minha história mas não me enganei na destinatária. O problema é que sou um rapaz tímido e tinha receio de ser apanhado a fazer a entrega do cesto. Como tal, paguei dez euros a um miúdo para fazer isso por mim. O problema é que, pelos vistos, o cabrão do puto enganou-se na porta e provocou esta situação. Agora, vejo nos seus olhos e na forma como tem reagido ao meu discurso que pensa ter à sua frente um homem que além de fraco por não ter coragem de entregar um cesto de rosas aparenta ser desesperado. Estou certo na minha análise?”, perguntou.

“Isto é tão confuso que nem tenho tempo para fazer análises. Pelo menos fica a saber que a destinatária não recebeu as rosas nem o bilhete. Por isso não a culpe por não ter aparecido. Tente de novo e boa sorte”, disse Camila, voltando costas e abandonando o local não sem antes deixar o bilhete em cima da mesa. Atónito, Bernardo observa Camila a afastar-se de si. Até que, deu meia volta e começou a andar novamente na sua direcção.

Num movimento brusco, Camila puxou uma cadeira, voltou-a ao contrário e sentou-se com as pernas afastadas. “Eu sei que o bilhete não era para mim. Tal como as rosas. Mas, sabe uma coisa. Hoje é Sábado e saí de casa a pensar que as flores eram para mim. Tal como o bilhete. E, já que aqui estou e como os psicólogos são caros, vou falar. Não preciso que me responda. Nem que ouça. Basta fingir que está interessado. Pode ser que me sinta melhor por desabafar consigo, uma pessoa que não conheço de lado nenhum”, disse Camila. Bernardo engoliu em seco. Nada disse. O máximo que conseguiu foi acenar com a cabeça em sinal de concordância com o desejo de Camila.

“Os últimos tempos da minha vida têm sido uma merda. Casei nova. Passados cinco anos, o casamento chega ao fim. Todas as pessoas tentam adivinhar porquê e cada um dá o seu palpite. Como se isso não bastasse, passei dias e dias a chorar. Agora, pareço uma maluca. Já não choro mas faço uma contagem dos dias em que não o faço. Quando acordo, digo em voz alta que não não choro há x dias, já agora são dez dias sem lágrimas. Não me lembro da última vez que tive um orgasmo e acho que os homens são todos uns cabrões. Basicamente, este é um resumo sincero dos últimos tempos da minha vida. Complicado, não é? Já agora e acho que ainda não tinha dito, chamo-me Camila”, disse.

Bernardo voltou a engolir em seco. “Inicialmente não eram para si mas bem vistas as coisas, merece muito mais as rosas do que a mulher que as deveria ter recebido”, disse.

Agora, deveria passar a continuidade desta história a outra pessoa. E existem muitas pessoas que passam pelo blogue cuja escrita me desperta curiosidade. Mas sinto-me incapaz de destacar uma e de passar uma obrigatoriedade de escrever um texto a alguém. Pode ser uma pressão que essa pessoa não goste. Como tal, o meu desafio é outro. Estão todos convidados a dar continuidade à história. Basta que deixem um comentário a demonstrar o desejo de o fazer ou que enviem um email para homemsemblogue@gmail.com. Quem se atreve?

amigos a, b e c

A pessoa a é amiga da pessoa b. Por sua vez, a pessoa b é amiga da pessoa c. Contudo, as pessoas a e c não se dão. Até já se podem ter dado mas não dão. E vivem bem com isso. Neste cenário, existe um erro frequentemente cometido por quem ocupa a posição da pessoa b, a que se dá bem com as outras duas. Por norma estas pessoas entendem que têm como missão juntar a e c, pelo simples facto de que se dão bem com as duas pessoas. E porque gostavam que isso fosse uma realidade.

O que é um erro. Uma pessoa dar-se bem com duas que não se dão não obriga a que se tente, de forma insistente, juntar quem não quer estar junto. Mais do que ser uma solução, acaba por ser um problema. Sobretudo a partir do momento em que se insiste em algo que não será uma realidade. E quando a e c ou apenas uma das pessoas já deixou claro que não tem o desejo de ser amigo de outra pessoa.

É natural que a pessoa tenha o desejo de juntar dois amigos com quem se dá mas que não se dão. Mas, quando percebe que não vai ser possível só tem de desistir ou corre o risco de perder mais uma amizade. Tal como as pessoas que não se dão bem não podem obrigar a que a outra pessoa tome um partido. Do estilo: “ou eu ou ela(e)”. A solução é lidar com as coisas da forma mais natural possível.

É certo que poderá ser uma gestão complicada para algumas pessoas. Mas tem de ser feita. Nem que essa gestão passe pelo afastamento de uma das pessoas e uma maior proximidade a outra. O que até poderá ser um sinal claro do que representam as diferentes amizades. Mas até este afastamento será sempre melhor do que ouvir vezes sem conta: “gostava tanto que fossem amigos e que se dessem bem”.

12.8.14

verdade ou mito #68

Hoje, a temática é outra. E está relacionada com a prática desportiva e com o desejo de perder peso rapidamente. Cardio, cardio, cardio e ainda mais cardio é o melhor caminho (e o mais rápido) para queimar perder peso. Isto será verdade? Será que os treinos cardio ajudam a perder peso a uma velocidade impressionante? Ou será mito? Porque é verdade que se perde peso depressa mas tanto se perde gordura como massa muscular, o que faz com que não seja a melhor opção. Verdade ou mito?

será um cão? será outro animal de estimação? é apenas uma mulher...

Existem algumas coisas a que não acho especial piada. Uma delas passa por chamar os empregados de mesa com um sonoro “pppssssssssttttttttt!!!!” ou, pior ainda, com um estalar de dedos. Faço parte do grupo de pessoas que gosta de saber o nome do funcionário, de modo a que possa trata-lo pelo nome. E se não gosto desta realidade dos “pstttt!!!” dentro de um restaurante, também não gosto noutro local qualquer. Porque, nem um animal se trata assim. Ou pelo menos, eu não trato pois tratava o meu cão pelo nome que lhe demos. Por alguma razão tinha nome.

Num destes dias cruzei-me com um homem numa loja. Do nada, o homem começa a assobiar. O típico assobio de quem chama um cão. Depois do assobio, seguiu-se o emblemático “psttt!!!”, que também é usado para chamar um animal. A isto juntou-se o “anda daí” acompanhado do movimento de cabeça que indica a direcção a seguir, que também faz parte dos modos com que algumas pessoas comunicam com os animais. Qualquer uma destas acções foi repetida durante várias vezes.

Como o homem estava mesmo ao meu lado, pensei que estivesse realmente a chamar um animal, apesar de ser um cenário pouco provável, pelo menos em Portugal. Até que percebi que estava a chamar a mulher, que estava a alguns metros de distância. Aquele conjunto de assobios, “psttt!!!” e “anda daí” acompanhados de movimentos de cabeça serviram para fazer com que a mulher parasse de ver roupa e o acompanhasse. O homem, tal como o dono que passeia o cão, fazia o seu percurso com as mãos nos bolsos. E a mulher lá foi. Atrás dele.

Tratar alguém assim, independentemente da proximidade entre as pessoas, é das coisas mais feias que se podem fazer. Ou então assim é que se está bem e sou eu que sou antiquado e que prefiro chamar as pessoas e os animais pelos nomes que têm. Mas se for este o caso, ainda bem que sou antiquado.

triste e infeliz coincidência

Ontem escrevi este texto, que apenas partilhei hoje pela manhã. Nele, brinco com algumas coisas normais e naturais que fazem parte das rotinas diárias de qualquer pessoa mas que não somos capazes de associar, por exemplo, a celebridades. Como diz uma amiga minha em tom de brincadeira, existem coisas que as celebridades não fazem. Pelo simples facto de que somos incapazes de imaginar pessoas que admiramos a fazer coisas completamente banais.

Horas depois de escrever o texto, Robin Williams decidiu colocar um ponto final na sua vida. O actor que aprendi a admirar devido ao seu talento, matou-se na sua casa. Neste momento especula-se muito mas pouco se sabe. Uma das poucas coisas que se sabem é que lutava contra uma grave depressão. De resto, é público que não vivia uma das suas melhores fases. Aceitava certos trabalhos apenas e só porque precisava de dinheiro, isto dito pelo próprio. Para trás ficam outros problemas que não merecem ser mencionados.

Mesmo assim, Robin Williams tem imagens que não lhe podem ser associadas. Uma delas é a de desistir de viver e de acabar com a própria vida. Sou incapaz de imaginar que tenha escolhido morrer. E nunca o irei recordar pelo que é notícia hoje. Prefiro relembrar, com um sorriso nos lábios, as emoções que me fez sentir em vida com o seu talento único e brilhante. Em especial irei recordar o filme O Bom Rebelde, que nunca me cansarei de ver. Obrigado Robin Williams. Aposto que o céu vai passar a ser muito mais animado com a tua presença e com o teu humor.

quando elas fazem cocó

Existem pessoas que não têm certas imagens associadas. Até porque existem coisas que certas pessoas não fazem. Pelo menos na nossa mente. Por exemplo, uma mulher não faz cocó. Ninguém imagina uma mulher a fazer cocó, por mais natural e real que isso seja. Muito menos se imagina uma mulher como a Charlize Theron, por exemplo, a fazer tal coisa. O cenário fica ainda mais estranho quando é a própria mulher que puxa o assunto.

Ainda não vi a primeira parte de Sal mas vi um trailer na televisão. Nele aparecia a personagem de Diana Chaves que, entre outras coisas, diz a dois homens, se não me engano, que ia “fazer cocó”. Já vi a Diana Chaves em muitos papeis mas nunca a vi dizer tal coisa. E provavelmente não voltarei a ver. E fartei-me de rir com o momento porque, lá está, é daquelas coisas que não se associam às mulheres e que uma mulher nunca diz. Em momento algum. Nem na sua intimidade. Nunca informa se vai fazer o número um ou o número dois.

Quando vi isto, recordei-de de um amigo que tinha um hábito estranho. Desafiava os amigos a pensar na mulher mais bonita e de quem mais gostavam. Perdia alguns momentos a aprimorar o sonho. Puxava palavras que faziam com que o sonho fosse a visão do paraíso. Até que, no auge da imaginação, mudava a voz e dizia: “agora imagina que ela está a fazer cocó”. As reacções eram sempre iguais e passavam por ruídos difíceis de reproduzir em palavras. “Perdeu a piada não foi?”, e a forma como concluía a sua brincadeira.

E fazer isto a um homem (provavelmente passa-se o mesmo com as mulheres) prova que existem imagens que não se associam a ninguém. Muito menos a pessoas que só existem em nós pela suposta perfeição que vemos nessas mesmas pessoas. Isso impossibilita que se pense em coisas tão naturais como uma ida à casa-de-banho. Mesmo que essa ideia seja associada a alguém bastante presente na nossa vida.

Porém, se em vez de dizer que ia fazer cocó, Diana Chaves aparecesse nua numa cena de sexo, já ninguém ia reagir dessa forma. Porque pensamentos desses já toda a gente teve com alguém a quem acha piada, mesmo que seja uma celebridade. Aliás, pensamentos desses não têm limites. Toda a gente imagina tudo e mais alguma coisa, dentro do seu desejo. Agora, ir à casa-de-banho é que não.

11.8.14

os casamentos e as pessoas que lá estão

Perto da minha casa costumo observar aquilo a que muitas pessoas chamam de casamentos simples e modestos. Por exemplo, ainda no último Sábado, enquanto corria, passei por um. Aquilo que refiro como um casamento modesto são aqueles casamentos que têm pouco mais de dez convidados. Lá estavam os noivos e os convidados a fazer fotos junto ao rio. Num local simples. Provavelmente o copo de água seria por ali num restaurante ou mesmo na casa dos noivos.

Não sei nem me interessa o que leva alguém a escolher uma cerimónia destas. Simples e modesta aos olhos de muitos. A primeira ideia da maioria das pessoas será a de que não havia dinheiro para mais. Não sei se é o caso nem sequer me interessa. Aquilo em que penso, sempre que vejo uma cerimónia destas é que deverá ser muito melhor do que um casamento com centenas de convidados.

Se estão lá poucas pessoas é porque são especiais. Mesmo que seja por uma questão de dinheiro, a selecção, que terá de ter motivos sentimentais, levou a que o grupo final fosse aquele. E, daqui a dez anos, os noivos vão recordar cada uma das pessoas que estiveram num dia especial. No dia da celebração do amor que sentem. E vão também recordar os momentos que viveram com cada uma dessas pessoas.

Quando os convidados são às centenas, poucos vão ser recordados. Aliás, poucos voltam a ser vistos depois do casamento. Está lá um porque é amigo do outro ou porque ficou bem convidar. Depois, se ficou bem convidar aquele tem também de se convidar o outro para não parecer mal. E se esses dois vão, têm de ir mais não sei quantos que estão num patamar igual. Depois, no dia do casamento, um dia especial, estão lá pessoas cujo interesse é saber se o marisco é bom e até que horas é que é bar aberto. Pessoas para quem a memória do casamento será apenas se a comida era boa e se a bebida abundava e provavelmente ainda conseguem recordar os que estavam mal vestidos. Não mais do que isso.

E sempre que vejo uma cerimónia mais modesta, percebo que é isso que quero para o meu casamento. Quero estar rodeado das pessoas mais importantes para mim. Por mais que me custe deixar este ou aquele de fora. Não quero ter a companhia de pouco mais de dez pessoas mas não quero dezenas de pessoas que não me dizem nada e que não voltarei a ver nos próximos anos. Quero a companhia das pessoas de quem não me quero afastar e das que me dizem muito, mesmo que não as veja muitas vezes. Agora, convites porque fica bem ou para parecer bem é coisa com que não me identifico. E que não quero num dos dias mais importantes da minha vida.

quem me explica a utilidade disto #38

Todas as pessoas gostam de estudar/medir a sua performance. É algo natural e que acontece com frequência entre os praticantes de desporto. Que recorrem aos mais diversificados aparelhos para medir a sua prestação desportiva, treinar melhor e de modo a retirar um melhor proveito do treino. É isso que muitas pessoas fazem, por exemplo, quando correm. Há quem não se preocupe com muitos detalhes mas existem aqueles a quem nada escapa e que registam tudo.

Mas, medir uma prestação pessoal atingiu um novo nível. A partir de agora passa a ser possível medir a prestação sexual do homem e também do casal. Para isso basta recorrer a um anel peniano de nome Bondara SexFit. Que deve ser aplicado na base do pénis e que comunica, via bluetooth, com uma aplicação móvel. Este aparelho é equipado com uma espécie de pedómetro que capta alguns dados durante a relação sexual, enviando a informação recolhida para a aplicação.

Estes dados (calorias gastas, o número de movimentos por minuto e o tempo da relação) permitem criar um historial da performance sexual do homem (e do casal) sendo que cada relação sexual tem uma avaliação atribuída pela aplicação. Esta avaliação é partilhada na aplicação da parceira. Como vivemos numa época de partilha, estas avaliações sexuais podem ainda ser partilhadas com todas as pessoas com quem se deseje partilhar o nosso desempenho sexual.

Mas há mais. Este aparelho funciona igualmente como vibrador promovendo erecções mais intensas e prolongadas. E não só! Tem ainda luzes led que avisam o utilizador da sua performance sexual.  Ou seja, se está a cumprir ou não com o desejado. Quando o desempenho está estável e de acordo com o programado, acendem-se as luzes. Existe ainda o modo personal trainer, para os mais trapalhões.

Artigo sugerido por Yaravi Ortiz Hidalgo (muito obrigado)

O Bondara SexFit é ainda um protótipo que deverá ser testado até ao final deste ano. Tendo em conta as suas características, acho que é indicado para mulheres que tenham a fantasia de ter sexo com o David Hasselhoff (no papel de Michael Knight) em cima do capot do K.I.T.T. pois as luzes led devem ajudar a criar o ambiente. É também ideal para homens que gostam de partilhar e debater as suas performances sexuais com os amigos. Assim, deixa de ser conversa fiada pois existe uma aplicação que confirma (ou desmente) o que se apregoa. Tirando estas ideias, quem me explica a utilidade disto? 

tudo tem um fim. uns são melhores do que outros.

Já tinha ouvido falar do final da série How I Met Your Mother/Foi Assim que Aconteceu, que em Portugal passa no canal Fox Life. A maior parte das pessoas falava mal do final de uma das séries mais fantásticas que descobri nos últimos anos. Diziam-se desiludidas com a forma como a nona temporada chegou ao fim. Esperavam outros finais para as personagens. Nunca deixei que me contassem o final mas como ouvia muitas opiniões semelhantes, acreditei numa grande desilusão.

Este fim-de-semana consegui finalmente ver o final da série. E não senti a menor das desilusões. Encontrei o final que imaginava (e desejava) desde os primeiros episódios. E aquele que, na minha cabeça, era o mais lógico. E isto aplica-se aos cinco protagonistas. Com uma ou outra atenuante, todos acabaram como imaginei que ficassem. Aliás, quem estiver atento aos detalhes dos episódios percebe que só este poderia ser o final, apesar de estar muito bem desmontado ao longo das temporadas. Por isso, a minha única desilusão é que a série tenha chegado ao final.

Para quem não conhece, esta série tem como base um pai, Ted Mosby que está a contar aos dois filhos como é que conheceu a mãe deles. É assim que começam quase todos os episódios que acabam por viajar no tempo, recuperando as aventuras de Ted Mosby e dos seus quatro melhores amigos: o mulherengo Barney Stinson, a jornalista Robin Scherbatsky que muda de país pela carreira, e o casal Lily e Marshall que namoram desde os tempos da escola. Os episódios têm cerca de 25 minutos e abordam as diferentes ligações dos personagens e as histórias de todos.

Aquilo que me cativou desde o primeiro instante foi a realidade da série. Desde o grupo de amigos que se junta no bar ao final do dia até aos sonhos e medos de cada um. Existe o romântico que acredita que irá viver um grande amor, o mulherengo que só quer mulheres para sexo, os traumas de infância, a imperfeita perfeição do amor, os problemas diários com que todas as pessoas lidam. Existe de tudo nesta série mas tudo é contado com bastante humor e com uma dose de realismo que nos leva a imaginar que podemos ser um dos personagens e que a série pode até ser sobre o nosso grupo de amigos.


Apesar de não passar de uma série, é capaz de ser o produto televisivo onde o amor é mostrado como ele realmente é, nas suas mais diferentes perspectivas. Os erros dos apaixonados, a confusão entre amor e desejo físico, a errada ou acertada escolha de alguém e as rasteiras do destino. A isto juntam-se flashbacks, frases marcantes, que passam a fazer parte dos nossos dias, e a independência de cada um dos personagens que dá muita vida e movimento à série impedindo que seja aborrecida. Quem nunca viu está simplesmente a perder uma das melhores séries dos últimos anos.

o orgulho de roubar com os filhos

Cenário: um supermercado. Fila para pagar. À minha frente está uma senhora que se faz acompanhar da filha, que não deveria ter muito mais de dez anos. Têm um carrinho de compras e vão colocando as compras no tapete rolante para pagar. Deixam alguns artigos no carro. Que tapam, de modo a que fiquem escondidos e fazendo com que escapem aos olhos da funcionária da caixa. Artigos que acabam por não pagar.

Isto podia ser fruto da minha imaginação. Aquilo que parecia ser um roubo propositado poderia na realidade ter sido um lapso. Os artigos que ficaram no carrinho de compras poderiam ter passado despercebidos à mãe e à filha. São coisas que acontecem. Até ao momento em que mãe e filha, depois de pagarem as compras (aquelas que decidiram pagar) partilham um “high five” ao estilo: “boa! Roubamos alguns artigos e já enganámos mais uns. Somos mesmo espertas”. Nesse momento dissipam-se as dúvidas. Roubaram. E têm orgulho no que fizeram.

Tenho vergonha e pena de pessoas assim. E já nem ligo ao orgulho de roubar. Isso já não me surpreende. Aquilo que me espanta é ver uma mãe a roubar com a filha. E com orgulho no que estão a fazer. Como se roubar meia dúzia de coisas fosse digno de uma celebração. De uma conquista recheada de glória. Isso sim, é algo que me espanta. O orgulho com que uma mãe ensina a filha a roubar e a enganar o próximo.

Além disso, as pessoas arriscam tanto por tão pouco. Arriscam ser apanhadas por um segurança e passar a vergonha de ter de justificar esta situação. Mas acredito que quem faz este tipo de coisas não tem vergonha na cara. Por isso, caso sejam abordadas por um segurança vão dizer que se tratou de um lapso e vão pagar aquilo que roubaram. Quem rouba, resolve tudo assim. Sem vergonha. E testemunhei esta realidade de perto durante os anos em que trabalhei em lojas.

Mas, o pior de tudo é a lição que esta criança aprende. Cresce com a ideia de que roubar é algo correcto, justo e que merece ser celebrado. Mais vale poupar meia dúzia de euros e roubar. Isto é algo que esta criança tem como justo. No futuro, se esta criança vier a ser assaltada por alguém na rua não se poderá queixar. Poderá apenas imaginar que se cruzou com alguém que teve lições iguais às suas. Alguém que acredita que roubar é que é bom e que celebrou com um “high five” depois de lhe roubar a carteira e o telemóvel.

10.8.14

se te lembras disto... #1

Se esta imagem não te é estranha. Se te lembras disto é porque tiveste uma bela infância/adolescência.


9.8.14

já devia ter feito isto há mais tempo

As insuportáveis dores nas costas levaram-me a marcar uma consulta ontem com um osteopata. Que frequenta o ginásio no mesmo horário do que eu e que tem como cliente, entre outras pessoas, o meu melhor amigo. Que por sua vez já me tinha falado bem dos tratamentos. Explicou-me que provocava alguma dor em certas partes do corpo mas que se sentia muito bem sempre que os fazia. Isto levou-me a querer marcar um tratamento. Mas era uma daquelas coisas que fica sempre para amanhã, para a próxima semana ou para o próximo mês.

Ontem, acabei por fazer o tratamento e arrependo-me de não o ter feito mais cedo. Como ia a pensar que ia ser doloroso, acabei por suportar praticamente todas as dores sem grande problema. Houve um ou outro local onde a dor era mais intensa mas nunca chegou ao ponto de me levar a pedir para parar. Fiquei a saber que está tudo bem com os ossos mas que as minhas costas estavam uma “miséria”. Contracturas para aqui, contracturas para ali, e outros nós e zonas mais duras para acolá.

O tratamento consistiu em massagem e ventosas e saí de lá como “novo”. O que me levou a arrepender ainda mais de não ter feito isto mais cedo. O preço compensa (e muito) o bem-estar que proporciona um tratamento deste género. No facebook do blogue e no instagram do blogue partilhei uma foto do estado em que ficaram as minhas costas mas valeu mesmo a pena. Recomendo a todas as pessoas que praticam desporto e que passam muito tempo sentadas a trabalhar. Para a semana tenho novo tratamento e passarei a fazer um por mês para manutenção. Lição aprendida: não descurar as costas e mima-las ocasionalmente. 

8.8.14

não se assustem, sou eu

Pouco depois das 20 horas provavelmente vão ouvir-se gritos. Na margem sul do rio Tejo. Mais especificamente em Santa Marta de Corroios. Se andarem para aqueles lados, não se assustem. Serei eu o autor dos gritos ou grunhidos e quem sabe alguns impropérios. É que a essa hora estarei deitado numa marquesa, entregue às mãos de um osteopata com quem costumo partilhar o ginásio pela manhã. 

E sei que vou gritar porque conheço pessoas que são clientes. Dizem maravilhas do que faz mas realçam que no momento o tratamento custa um pouco. Aliás, numa das conversas que já tive com ele sobre a sua profissão, contou-me que há quem diga asneiras numa primeira consulta. Revelou-me também que já levou um pontapé (se não me engano) que até lhe saltaram os óculos.

Estou a ponderar entreter-me com uma garrafa de gin antes do tratamento. Outra opção é amarrar-me à marquesa e colocar-me uma mordaça. Por outro lado, se nada fizer, sei que não corro o risco de ter uma reacção que ainda não tenham tido. Já ouviu asneiras e já levou um pontapé. Acho que disso não passo.

PS – Aquilo que tinha dito, num texto anterior, sobre tolerar a dor é verdade. Os relatos que ouvi destes tratamentos é que me levam a pensar o pior. E prefiro preparar-me para o pior e afinal ser um passeio no parque do que pensar que será uma maravilha e depois gritar que nem um bebé chorão.

elas e o fascínio pelo v deles

Compreendo que as mulheres gostem de homens com corpos trabalhados e com o abdominal definido. É algo compreensível. Mas qual é o fascínio pelo "v" deles? Porque é que uma mulher suspira e respira fundo (e volta a suspirar e a respirar fundo num processo que pode arrastar-se durante alguns minutos) quando observam um homem com o tal "v" na zona abdominal? Será o equivalente ao fascínio deles pelas mamas?

só me apetece dizer @#*@#*@

Acredito que tenho alguma tolerância à dor. Apesar das mulheres considerarem que os homens são uns mariquinhas, acredito que eles conseguem ser bastante tolerantes em relação a algumas dores. Só que existem dores que não consigo tolerar minimamente. Neste grupo estão as dores ao fundo das costas. Impedem-me de treinar mas, pior do que isso, tornam o dia insuportável. Pareço um maluco a fazer contorcionismo à procura da posição perfeita mas sempre sem sucesso. Não estou bem sentado. Nem estou bem em pé. Invento mais cinquenta posições. Mas nada me deixa confortável. Excepto a minha cama. Como não posso conduzir nem trabalhar deitado resta-me tentar arranjar forma para suportar estas malditas dores que me fazem querer gritar asneiras a cada passo que dou. Aceito sugestões. Obrigado!

7.8.14

a imperdível lenda do footloose

Quando me convidaram para a antestreia de Guardiões da Galáxia pouco ou nada sabia sobre o filme. Tinha visto apenas um outdoor. Aceitei o convite e tratei logo de me inteirar sobre o que ia encontrar. Encontrei críticas fantásticas sobre aquele que pode muito bem vir a ser o filme do ano. Por exemplo, no IMDB (o meu site de referência para cinema) o filme tem uma cotação de 8,8. Isto fez com que fosse ver o filme com grandes expectactivas.

E bastaram poucos segundos para ficar conquistado. Porque um filme que começa com esta música e que tem um walkman e uma mixtape como objectos de destaque tem tudo para captar a minha atenção durante horas. Mas, reduzir Guardiões da Galáxia a isto seria uma falta de respeito ao realizador James Gunn e a todas as pessoas que fizeram este filme. O elenco é perfeito. Chris Pratt, que dá vida a Peter Quill, é o super-herói mais real que conheço. Qualquer pessoa sente que podia estar no seu lugar. Zoe Saldana começa a ser uma das minhas actrizes fetiche. E até pintada de verde vai bem. Sempre gostei de ver os combates de Dave Bautista na WWF mas fiquei bastante surpreendido com o seu talento para representar, apesar de considerar que o papel é perfeito para si, algo que facilita mas que sem talento não bastava para ser um excelente desempenho.

A este grupo juntam-se desempenhos menos comuns. Mas extraordinários. E refiro-me a Vin Diesel e Bradley Cooper que “apenas” emprestam a voz ao filme. Aliás, são dois personagens, sobretudo Rocket (Bradley Cooper) que dão muita vida ao filme, em conjunto com Chris Pratt que merece todos os elogios que lhe possam ser feitos. De resto, Guardiões da Galáxia, que conta ainda com Glenn Close e Benicio Del Toro, é um filme que cativa todas as pessoas. Tem um humor brilhante tal como tem cenas de acção muito bem construídas e ainda momentos que nos comovem.

Tem também a fantástica lenda do Footloose sobre a qual não vou falar. Tenho a certeza de que poucas pessoas vão sair da sala de cinema desiludidas. A Marvel não escondeu que este filme de heróis improváveis foi uma aposta de risco. A maior dos últimos anos mas os 70 milhões de euros em bilheteira (em apenas uma semana) mostram que é um grande sucesso. Tanto que já é certo que haverá uma sequela.


Já me esquecia. Guardiões da Galáxia, além de ser um dos filmes deste ano, é aquele com a melhor banda sonora. Quem quiser, encontra as músicas do filme facilmente na internet mas aconselho a que vejam o filme para que possam recordar músicas que aprenderam a amar associando esses temas a momentos do filme. Até lá deliciam-se com a que partilhei no início do texto. Com tudo isto, acho que ir ao cinema ver este filme apenas uma vez é muito pouco.


conselho para os pais

Thierry Henry – para quem não sabe é um grande jogador de futebol que já está no final da carreira – partilhou o segredo que daria a um filho que quisesse ser jogador de futebol. “Se tivesse um filho a jogar futebol nos dias de hoje, dir-lhe-ia: Olha para o Ribéry, olha para o Müller”, disse o francês numa conferência de imprensa. “O que Ronaldo e o Messi fazem não é normal. Não os copiem, porque eles são fenómenos e isso não acontece muitas vezes. Não os tentem imitar”, acrescentou. É certo que estas palavras do francês são sobre futebol mas considero que são um sábio conselho para muitos pais.

A fama, o sucesso e os 145 mil euros que Cristiano Ronaldo ganhou por dia no último ano fazem com que muitos pais levem os filhos a desejar ser o próximo Cristiano Ronaldo. Mais do que as próprias crianças, são os pais que incentivam e que criam essa ideia nos filhos. E falo de futebol mas podia falar de outras áreas. No que ao futebol diz respeito, é uma realidade que já existia no tempo em que jogava. Não nesta escala mas existiam pais que passavam a ideia aos filhos que eram os melhores do mundo e que teriam uma carreira brilhante nos relvados. Só por curiosidade, nenhum deles fez carreira no futebol. Ao contrário de outros que não viviam com esse peso.

Considero errado alimentar a ideia de que os filhos têm de ser isto e aquilo. E que vão ser os melhores do mundo. Além da pressão, com a qual a criança poderá não saber lidar, leva-se um filho a subir uma escada muito alta de onde provavelmente irá cair. Porque, como diz Henry, “isso não acontece muitas vezes”, referindo-se aos dois fenómenos do desporto mundial. Existem muitas coisas que os pais podem fazer e que são muito melhores para os filhos.

Um pai pode exigir ao filho que seja determinado, que lute pelos seus sonhos e até que não aceite que ninguém lhe diga que não é capaz de fazer o que quer que seja. Pode também exigir que seja trabalhador e que lute com todas as suas forças por aquilo que o faz feliz e por aquilo que mais deseja. Que se empenhe e que trabalhe mais do que todos para conquistar o seu espaço. E, para tudo isto, não é preciso dizer que tem de ser um Ronaldo ou um Messi. Basta que dê o seu melhor. Se fizer isso, é meio caminho andado para ser feliz. E não corre o risco de dar uma queda tão grande que nunca mais se levanta.

6.8.14

dirty mind



Primeiro foi a foto do fio do telefone da minha secretária. Que, por mais que o estique, bastam dois telefonemas para que fique assim. Depois, foi a forma como me foi servido o sushi ao almoço. O que estas fotos têm comum? “Nada”, podem dizer algumas pessoas. “O fio do telefone e o sushi e sashimi têm uma forma fálica”, é que vão dizer os que têm uma mente perversa.

Não tenho qualquer receio ou pudor em assumir que sou do segundo grupo. Tanto que tirei as fotos por esse motivo. Por terem uma forma menos comum e mais dada à brincadeira numa primeira análise. Também não tenho qualquer problema em confessar que teria a mesma reacção com qualquer uma das seguintes fotos. 







E também não tenho dúvidas de que ter uma dirty mind faz com que as conversas banais sejam muito mais interessantes. Tal como faz com que a vida seja muito mais divertida.