o sentimento mais nobre que podemos ter

A gratidão é o sentimento mais nobre que uma pessoa pode ter. Vivemos numa época em que é muito fácil apontar o dedo. Em que todas as pessoas são donas da razão, fazendo com que critiquem todos os outros sem qualquer hesitação. Para falar mal e criticar existe uma fila com quilómetros de extensão. Por sua vez, a fila do reconhecimento e da gratidão tem meia dúzia de pessoas. Que passam despercebidas no meio da multidão. E que até são incompreendidas.

A rapidez com que se agradece algo deveria ser igual aquela com que se levanta a voz para criticar algo ou alguém. Revelar a nossa gratidão a alguém que foi importante para nós ou que simplesmente desempenhou bem uma função não deveria ser complicado. Deveria ser natural e frequente. E acho que cada vez mais as pessoas devem perder alguns segundos do seu precioso tempo para dizer “obrigado” aos outros. Um agradecimento que pode ser traduzido em palavras ou gestos. O que importa é que exista.

Por isso foi com orgulho que ouvi a minha dizer que vai oferecer um jantar à equipa que a tem acompanhado na maior batalha da sua vida. Primeiro, ponderou oferecer uma lembrança. Achou que era pouco para o tratamento que tem recebido. E decidiu efectuar um convite para jantar. Num dos restaurantes que mais aprecia. E ainda teve o cuidado de fazer algo que seria natural, pedir autorização aos convidados para ter também a família à mesa.

Os convidados ficaram sensibilizados com o convite. Não esperavam um gesto que consideram nobre e raro. A minha mãe defende que não há dinheiro no mundo que pague o facto de ter sido esta equipa a ficar encarregue de si. E quis demonstrar a sua gratidão com um jantar. Num gesto que me sensibilizou. Sábado estaremos todos à mesa a celebrar a vida e o facto de ainda existirem médicos como este. Se um dia vier a ser metade daquilo que os meus pais são, ficarei satisfeito com a minha passagem por este planeta. Já terá valido a pena a viagem.