13.8.14

amigos a, b e c

A pessoa a é amiga da pessoa b. Por sua vez, a pessoa b é amiga da pessoa c. Contudo, as pessoas a e c não se dão. Até já se podem ter dado mas não dão. E vivem bem com isso. Neste cenário, existe um erro frequentemente cometido por quem ocupa a posição da pessoa b, a que se dá bem com as outras duas. Por norma estas pessoas entendem que têm como missão juntar a e c, pelo simples facto de que se dão bem com as duas pessoas. E porque gostavam que isso fosse uma realidade.

O que é um erro. Uma pessoa dar-se bem com duas que não se dão não obriga a que se tente, de forma insistente, juntar quem não quer estar junto. Mais do que ser uma solução, acaba por ser um problema. Sobretudo a partir do momento em que se insiste em algo que não será uma realidade. E quando a e c ou apenas uma das pessoas já deixou claro que não tem o desejo de ser amigo de outra pessoa.

É natural que a pessoa tenha o desejo de juntar dois amigos com quem se dá mas que não se dão. Mas, quando percebe que não vai ser possível só tem de desistir ou corre o risco de perder mais uma amizade. Tal como as pessoas que não se dão bem não podem obrigar a que a outra pessoa tome um partido. Do estilo: “ou eu ou ela(e)”. A solução é lidar com as coisas da forma mais natural possível.

É certo que poderá ser uma gestão complicada para algumas pessoas. Mas tem de ser feita. Nem que essa gestão passe pelo afastamento de uma das pessoas e uma maior proximidade a outra. O que até poderá ser um sinal claro do que representam as diferentes amizades. Mas até este afastamento será sempre melhor do que ouvir vezes sem conta: “gostava tanto que fossem amigos e que se dessem bem”.

26 comentários:

  1. Apoiado. Acho que as relações de amizade devem ser mesmo assim. Separar as águas quando é preciso separa-las.

    ResponderEliminar
  2. Facto. Isto das relações humanas é matéria muito mais complicada do que parece...

    Jinhooooosssssss e um dia bom:) Bruninho

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Mas temos de saber lidar com as coisas.

      Beijos e bom dia Suri :)

      Eliminar
  3. Concordo plenamente com o que dizeste...há coisas que realmente na realidade não podem ser forçadas...
    Mas agora faço-te eu o seguinte cenário: imagina uma amizade "forte" entre a, b, c. (amizade do género de férias conjuntas e tudo) imagina que por uma série de acontecimentos (muitos e muitos até a panela de pressão rebentar), a e c deixam de se dar (c sente-se sufocado por a e aniquilado na sua personalidade e decide simplesmente afastar-se, após várias tentativas de explicar como se sente); e imagina que face a isso b não questiona nada, b não fala nada sobre o assunto e toma a seguinte atitude: mantém a ligação com a (por forças de outras circunstâncias pessoais, e perfeitamente normal porque não tem de levar com as consequências do afastamento de a e c) e apesar de ter um contacto diário (profissional) com c, não fala com c sobre o assunto (assunto tabu) e deixa para 2.º plano (3.º, 4.º, 5.º) a amizade que tinha com c, ao ponto da dita amizade deixar de existir. O que achas tu da atitude deste b?
    Enfim, nada é linear nos relacionamentos e a vida dá muitas voltas mas há valores fundamentais...como o respeito, a verdade e a humildade...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Acho que b deu prioridade a uma pessoa sem hesitar. Como disse, estes casos servem para perceber o força de uma amizade. E aí parece que não existia.

      Eliminar
  4. Concordo plenamente e tenho exemplos pessoais em que, em algumas situações, eu sou a "a" que não se dá com "c", mas que se toleram, quando em conjunto, por amizade a "b" - mas não vai além disso e, felizmente, "b" há muito que perdeu a esperança que nos déssemos melhor.
    E, em algumas situações, também sou "b" e tento não juntar, muitas vezes, "a" e "c" (ou, quando o faço, o grupo é maior, para as coisas ficarem diluídas).

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu compreendo que tentem juntar uma vez. Mas quando percebem que não dá, têm de deixar de existir porque vai dar problema.

      Eliminar
  5. Eu quase que concordo, mas ao mesmo tempo penso que pessoas civilizadas e que não têm motivos de ódio uma pela outra...conseguem perfeitamente conviver. A pessoa em comum deve saber evitar assuntos mais delicados ou íntimos quando está com as duas outras pessoas ao mesmo tempo e não fazer sempre o mesmo (juntar toda a gente), mas por outro lado se se dá com as duas pensa que alguma coisa terão em comum...em princípio...

    Ainda não desististe do meu desafio?

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Uma coisa é conviver. Outra é existir uma amizade. Eu convivo com várias pessoas que dispenso a sua presença no meu círculo de amigos. Uma coisa não invalida a outra.

      Já está online :) Espero que gostes.

      Eliminar
  6. lidar com recursos humanos é das tarefas mais hercúleas...tento ao máximo fugir dessas confusões...

    ResponderEliminar
  7. A pessoa A (Eu!) é amiga da pessoa B. Por sua vez, a pessoa B é amiga da pessoa C. Contudo, as pessoas A e C não se dão. Já se deram mas deixaram de se dar.

    Mas, desde que eu deixei-me de me dar com C, deixei claro a B que não queria reencontros e muito menos reconciliações. E "so far, so good".

    ResponderEliminar
  8. E eu lido com esse género de situação diariamente, a nível familiar. Já ganhei cabelos brancos para tentar que a e c convivessem, pelo bem da família, mas já desisti. Era eu que me cansava e preocupava e depois de nada valia. Não escolhi nem a nem c: afastei-me de ambos, para bem da minha sanidade mental.
    A nível de amizade, já me aconteceu n situações dessas ao longo da vida e, tal como com a família, tentava lidar com o afastamento da melhor forma. Até que, a uma dada altura, numa das situações, num aniversário meu, me deram a escolher "ou vou eu ou vai ela". Serviu-me de lição. Hoje é para o lado que durmo melhor. Quem está está, quem não está, estivesse ;) and life goes on ;)

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. E acho que o melhor é mesmo não insistires. Porque os problemas vão sempre sobrar para ti. Se não dá, não dá. And life goes on ;)

      Eliminar
    2. Sabes que, através deste género de atitudes, acaba por se conhecer muitas características das pessoas. E nem sempre é pelo lado positivo.

      Eliminar
    3. É o chamado abre olhos. E já abri os meus em vários casos.

      Eliminar
  9. Ate parece que esse texto fala sobre mim e sobre uma situaçao que ando a viver desde á uns tempos para ca...sendo eu a pessoa A e por mais que explique ao B o que descreveste, ta complicado entender e a minha paciencia a esgotar!!

    ResponderEliminar
  10. Para mim esse tipo de comportamento, o de tentar reaproximar pessoas, é tão ao nível do 3º ciclo que quem tentasse fazer isso comigo levava com os pés.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não vejo as coisas de forma tão drástica. Pode ser alguém que gosta de se dar bem com todos e que queria juntar dois amigos. Mas isso nunca poderá ser uma obsessão.

      Eliminar
  11. Tentar não custa, forçar, não.
    Seria um situação muito delicada para o a e o c.
    Para o b,o mais que tem a fazer é conviver com os dois, sem stress.

    Beijinho

    ResponderEliminar
  12. Eu sou o a e de facto gosto tanto do c (not) como ele de mim. Mas adoro o b. E apesar de não haver da parte de ninguém nenhum tipo de tentativa de aproximação, é uma situação muito complicada de se gerir.

    ResponderEliminar