6.5.13

não gosto disto


Não gosto de controlar o meu destino. Não gosto de saber hoje aquilo que vou fazer daqui a três dias. Ou daqui a uma semana. Fico contente se souber aquilo que vou fazer amanhã pela manhã. Isso basta-me. De resto, gosto da imprevisibilidade característica da vida. Gosto da ginástica a que isso obriga. Não gosto de saber se alguém corre para me derrubar. Mas gosto de saber que esse momento está a chegar, de modo a conseguir desviar-me do empurrão no momento certo. Não gosto de saber que daqui a cinquenta passos irei deparar-me com uma pedra no caminho. Mas gosto de estar apto a saltar na altura certa.

Do meu ponto de vista, é assim que vida tem piada. Não saber grande coisa. Mas estar preparado para tudo. Uma parte importante desta preparação vem da família. Daquilo que nos ensinam desde tenra idade. Porções mais pequenas surgem com a vida escolar e profissional. Mas, outra boa parte está associada às nossas vivências pessoais. Aquilo que somos e fazemos acaba por nos preparar para a vida. Fazendo com que seja fácil cair ou complicado ser derrubado.

Depois, há coisas que escapam a tudo isto. Detalhes que não são controlados por ninguém. E desses, não gosto nada. Aliás, detesto tudo isso. Detesto que não dependa de mim saber se está tudo bem. Ou se tudo corre mal. Comigo e com os meus. Esta, é a parte chata da vida. E aqui refiro-me a doenças, por exemplo. Ou outros problemas semelhantes que aparecem sem que ninguém dê por eles. Ou que sempre viveram dentro de alguém mas nunca se soube. Confesso que esta possibilidade me assusta.

E isto é aquilo que realmente me incomoda. Deixa-me de rastos. Sobretudo quando tenho de ser sujeito a exames para isto e para aquilo. Nestes momentos penso sempre no pior enquanto espero o melhor. Mas, por mais que tente, não consigo abstrair-me da possibilidade de tudo correr mal. E é nesta altura que os segundos parecem anos que nunca mais passam. Detesto fazer exames médicos, daqueles que sendo simples podem ter uma importância gigantesca. Tenho medo dos resultados. E acho que serei sempre assim ao longo da minha vida.

23 comentários:

  1. Pois eu sou exactamente ao contrário. Tirando esta fase de repouso, tenho/tinha sempre a vida programada até ao minuto...sabia a que hora saia do trabalho, onde ia a seguir, quanto tempo demorava, a que horas chegava a casa...tudo!
    Gosto de organização e controlo...coisas que depois o bebé nascer vão ao ar...vamos lá ver como corre.
    bj

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Em relação ás doenças já sabemos como são os homens...o drama, o horror...a gripe que vos vai matar :))

      Eliminar
    2. Aposto que serás uma mãe à altura do que é ser mãe. Mas também acho que irás perder, porque é natural, um pouco o controlo das coisas.

      Neste caso não é gripe mas tenho de te dar razão :)

      Eliminar
  2. Bemvindo ao grupo HsB xD

    A semana passada fui ao medico ver da gripe que nao me largava e descubro que tenho uma inflamaçao/dilataçao no esofago e nao sei mais o que no estomago...dps dos exames, tou a espera dos resultados e a esperar q nao seja nada de especial!

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Também sou assim :( custa tanto. A ansiedade corrói-nos por dentro. Vai correr bem :)

    ResponderEliminar
  4. já eu sou uma control freak...e é tão desgastante!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu não sou e fico feliz por não ser. Acho que é mais tranquilo.

      Eliminar
  5. "Sempre" é muito tempo :) Especialmente se é uma opção que não te faz bem.

    Sou o extremo de ti: não me cruza o pensamento, um segundo que seja, que alguma coisa possa estar errada. E como, na impossibilidade de prevermos o futuro, temos de acreditar em alguma coisa: sugiro-te a minha fé na saúde :)

    É uma opção com a qual tens de te comprometer: cada vez que o teu pensamento se desviar para o medo tens de o redireccionar para a coisa certa. Com o tempo o caminho certo fica memorizado e passa a ser um hábito da tua mente. Experimenta.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eu acredito em muita coisa mas penso sempre que tudo vai correr mal.

      Obrigado pelos conselhos. Vou tentar fazer isso.

      Eliminar
  6. Também não sou nada de grandes programações... Detesto saber o que vou almoçar daqui a três dias!

    Tudo sabe melhor quando não é programado...

    ResponderEliminar
  7. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  8. Pois, eu sou totalmente ao contrário, tenho de ter tudo programado e com antecipação.
    Em relação aos exames também me revejo um bocado nesse teu papel, mas falamos de exames complexos ou para descartar alguma hipótese menos boa (sou doente crónica, sei do que falo), agora aqueles exames de rotina, "give me a break"...
    Bjs

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Os exames de rotina também mexem comigo se o resultado que espero de algo for importante para a minha vida.

      beijos

      Eliminar
    2. Vai correr tudo bem vais ver ;)

      Eliminar
  9. Entendo-te tão bem :) E nestas coisas sou uma verdadeira medricas...Aliás como costumo dizer sou óptima a cuidar dos outros e a dar conselhos e péssima para mim mesma :)

    ResponderEliminar
  10. Como eu te compreendo... Se há coisa que me deixa fora de mim é médicos e exames. Mas vai correr tudo bem, vais ver! :)

    Beijos

    ResponderEliminar
  11. Apenas consigo programar com poucos dias...a long time não consigo! Há sempre surpresas no caminho, boas ou más, mas existem...e não é isso que torna a vida eloquente?
    Sei as tendências de forma a ficar cautelosa mas não vivo em função disso numa espécie de obssessão.
    Acho que devemos estar atentos a tudo mas...go with the flow...
    bjs

    ResponderEliminar