aquele momento #14

Aquele momento em que o telemóvel começa a tocar enquanto estou a tomar o pequeno-almoço. Olho para as horas e são dez para as nove da manhã. Observo o número e não o reconheço. O primeiro pensamento é: “quem é que me liga a estas horas?”

Preparo-me para atender a pensar que se trata de uma chamada comercial. E para refilar caso seja mesmo uma chamada com o objectivo de vender algo ou fazer um questionário de qualidade sobre uma ida ao banco. Até que, do outro lado ouço a voz de um amigo: “Estás bom? Estás em directo na rádio. Preciso da tua ajuda.” Nesse momento, penso que estou a ser vítima de uma brincadeira. Poucos segundos depois percebo que não é uma partida.

Sem tempo para hesitações só me resta cumprir com aquilo que me é solicitado. Sem esquecer que não é um telefonema normal mas sim uma emissão de rádio. Mas, além de cumprir com aquilo que me pedem estabeleço uma missão. Deixar o meu amigo numa situação mais “embaraçosa” do que aquela em que me deixou.

Quando ouço uma sonora gargalhada das pessoas que estão com ele no estúdio a fazer o programa da manhã, percebo que fui bem sucedido. Um posterior sms onde se lê “Muito obrigado! Foi um grande momento!”, confirma que cumpri o meu objectivo. E assim começou mais um dia. Com algum embaraço e muita boa disposição.