30.5.13

a suposta falta de trabalho

Nos dias que correm acho que qualquer área profissional está saturada. Não deve existir uma única vaga de emprego à qual não concorram dezenas de pessoas que lutam pelo mesmo lugar. Infelizmente, é o mercado profissional que temos. Sendo que a isto se junta um já esperado decréscimo dos ordenados pagos aos trabalhadores.

Perante isto, custa-me aceitar que existam pessoas que dispensem oportunidades de trabalho. Que revelem desprezo por uma coisa a que concorreram. A minha área destaca-se por estar cada vez mais reduzida. Com redacções mais curtas. Com menos pessoas que fazem o trabalho de duas ou mais. Por isso é com espanto que reporto aquilo que aconteceu e que testemunhei.

Abriu uma vaga. Concorreram diversas pessoas. Que sabiam ao que iam. Sabiam aquilo que era pedido. E aquilo que era oferecido. Foram seleccionadas algumas pessoas. Dessas, com o desenrolar do processo, somente uma apareceu para ser entrevistada. As outras não se deram ao trabalho de responder à entrevista para algo a que concorreram. Nem um simples “obrigado mas já tenho algo”, foram capazes de dizer.


Estou a referir-me de pessoas acabadas de sair da faculdade. Que não têm noção de que riscam o seu nome de potenciais candidatos a uma empresa. Que não voltarão a ser contactados numa nova oportunidade. Há quem se queixe da falta de trabalho. E com razão. Há quem queira trabalhar e não arranje emprego. Infelizmente. E há quem possa trabalhar e prefira não o fazer. Um erro crasso.

41 comentários:

  1. Entenda-se que pessoas acabadas de sair da faculdade têm 21 anos (é uma hipótese), a maior parte nunca trabalhou, não compreende ainda o que é o mercado de trabalho, são imaturas. Têm imensa ilusões do que será o seu trabalho, o que farão, receberão, etc, e depois sucede isso mesmo. Nem eles sabem...

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    1. Nesse caso é triste saber que não estão bem aconselhados.

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  2. Há quem tome suas próprias decisões e sabem o que estão a fazer!

    ;) Pexinhos..

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    1. Espero que sim. Pois acho que fecharam uma porta que ocupa uma boa percentagem do mercado.

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    2. Achar não é meu lema, gosto de ter certezas.. Para mim basta!!!


      Digo então; Será que a porta foi realmente fechada? Eis a questão a ser tratada com mais observação!!

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    3. Se eu fosse dos recursos humanos fechava a porta. Essas pessoas nunca mais faziam parte de uma lista de candidaturas. E sei que muitas empresas grandes funcionam assim. E não posso censurar esta modo de estar.

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  3. Mas há aqui outra variável... é que os empregadores estão a querer contratar escravos e não profissionais, pagando cada vez menos e tornando o trabalho muito pouco valioso. E há quem não queira entrar neste espiral, apesar de mais cedo ou mais tarde ter de o fazer. :(

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    1. Tens toda a razão. Mas neste caso não foram enganados porque sabiam ao que iam quando concorreram.

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  4. Assino por baixo. Lembraste-me um episódio com mais de 15 anos (tempo das vacas gordas portanto) alguém me pediu para ver se lhe "arranjava" alguma coisa...e eu vi...e arranjei-lhe uma oferta de emprego, por turnos, para alguém sem qualquer experiência profissional, a quem ofereciam na altura 90 contos (450€) salário base...sabes qual foi a resposta da pessoa? "Por esse preço, não me compensa sair de casa, olha deixa lá, obrigada na mesma..."

    jinhosssss

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  5. Já eu vou a todas entrevistas e mais algumas e não me chamam...

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  6. É verdade o que dizes. Mas também é verdade que as empresas andam a aproveitar-se do "desespero" das pessoas em arranjar emprego para fazerem as coisas à sua maneira, que na minha opinião, algumas abordagens são absurdas. E vou dar-te um exemplo.

    Há algum tempo enviei uma candidatura espontânea. Neste caso não estranhei a falta de resposta. Até que um dia recebo um email da empresa a dizer que tinha sido seleccionada para a 2ª fase de entrevistas para uma vaga disponível. Vaga esta que dizia respeito a estágio profissional. Até aqui tudo bem. Quero acreditar que entretanto colocaram um anúncio onde explicavam as condições. Só não achei normal ser seleccionada para esta fase de recrutamento. E porquê? Porque, se tivessem lido a minha carta de apresentação e analisado o meu CV com atenção, teriam visto que o propósito da minha candidatura não era um estágio. Porque ao analisar o meu CV, a minha experiência profissional e o meu historial, percebiam perfeitamente que não estou numa fase da minha carreira que queira um estágio profissional. Porque não tenho idade. E porque não me inseria nos critérios que eles exigiam para poder concorrer a um estágio profissional. Logo aqui fiquei a pensar que os recursos humanos desta empresa não funcionam muito bem.

    Mais, neste email pediam às pessoas para ligarem para um número para marcarem entrevista, nos dias X e Y, das tantas às tantas horas. Não sei se passou a ser uma prática normal, mas não acho normal que sejam as pessoas a ligarem para marcar as entrevistas. Foi a primeira vez que me aconteceu. Entretanto, não sei se por falta de respostas ou excesso (que não acredito muito), voltaram a enviar email, a informar de mais dois dias para entrevistas.
    E acredites ou não, não ficou por aqui. Pelo que expliquei acima, deves ter percebido que não liguei a marcar entrevista nenhuma, mas agora espanta-te! Recebi um último email da empresa, desta vez de um director, a agradecer a presença na entrevista mas a informar que a vaga já tinha sido preenchida…
    Depois disto tudo, achas normal uma empresa funcionar assim?

    Não quero com este exemplo dizer que todas as empresas funcionem assim. Mas olha que pode acontecer muita coisa para que a pessoa seleccionada não tenha o mínimo interesse em responder. No meu caso, até acho que devia ter enviado um email à dita empresa a “desancá-los”, mas acho que seria uma perda de tempo.

    (Desculpa o testamento homem sem blogue ;p)

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    1. Isso que dizes é uma estupidez pegada e no teu lugar provavelmente enviava um email a explicar que aquilo era absurdo!

      Neste caso, é uma situação diferente. Mas fico boquiaberto perante aquilo que contas ;p

      beijos

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  7. Infelizmente acontece muito, estou nessa area e marcamos muitas entrevistas fora de horas (de trabalho) e muitas vezes estamos a espera e ninguem aparece.
    Acho que tive sorte numa coisa, na faculdade tive uma professora que nos ajudou,deu muitas dicas/alertas sobre o assunto!
    Quanto aos entrevistados que nos aparecem, nem sempre apresentam a melhor postura, as vezes parece que acabaram de chegar da praia, chegam atrasados, nao avisam...and so on!

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    1. Os amigos e familiares dos recém licenciados têm a obrigação de alertar para o actual estado do mercado profissional.

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    2. Pois deveriam ter essa consideração!!

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  8. Por acaso não penso exactamente assim. Nem todas as oportunidades devem ser aceites. E no meio do processo por vezes percebemos que não é aquilo e desistimos. Há pessoas que querem trabalhar e submetem-se a tudo e há pessoas que querem trabalhar, mas não se submetem a tudo. Não sei se me fiz entender, mas espero que sim ;)

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    1. Mas não é isso que está em causa. O que está em causa é que concorreram. Foram chamados para entrevista e não responderam. Percebes?

      Fui ensinado a deixar uma porta aberta. A ser educado. E cumpro sempre isso. Se não quero, digo que não quero, por isto ou por aquilo.

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    2. Percebo :)
      Mas deixo a pergunta: o empregador quando não quer, diz sempre que não quer? hihi Estou só a picar ;) Eu entendo-te, mas acho que não penso bem assim.
      Beijinho

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    3. Eu acho que quem emprega também deve ter a cortesia de dizer que não existe interesse. Infelizmente, o que se passa é que são mais pessoas a precisar de trabalho do que empresas a precisar de funcionários.

      beijos

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  9. Há de tudo um pouco. Mas há muitas pessoas que não querem trabalho, querem emprego. O que é diferente.

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  10. O mercado está sem dúvida comlicado e bastante fechado! Por isso fico supreendida com essa falta de interesse e sobretudo falta de civismo....minimamente uma resposta deveria ser dada! Dá Deus nozes a quem não tem dentes! ... e já agora a vaga já está preenchida? ;)

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    1. A vaga fica automaticamente preenchida pela única pessoa que mostra interesse :) Ainda bem para essa.

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  11. De facto há muita gente que não quer trabalhar, preferindo andar encostado ao fundo de desemprego e aos subsídios disto e daquilo. Mas também há muitas empresas a aproveitarem a crise para quase escravizar os funcionários. No entanto percebo o que dizes e concordo. Se a pessoa se candidatou sabia as condições do lugar quando o fez e o que não soubesse só depois da entrevista é que saberia, por isso só depois poderia dizer se as condições eram do seu agrado ou não. E é de muito mau tom marcar a entrevista e não aparecer, nem avisar. É verdade que imprevistos acontecem, mas sendo algo mesmo grave poderiam depois vir retratar-se, dizer "não apareci por isto ou aquilo". Nesse caso parece mesmo que as pessoas não estavam minimamente interessadas.

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    1. Boa Tarde!!
      Como referi, eu faço contactos a quem se candidatas as oprtunidades que surgem na empresa onde trabalho e depois de me identificar e dizer porque estou a contactar, pergunto sempre se tem disponibilidade para uma entrevista nas nossas instalações. Se me disserem que sim eu marco, e como disse muitas vezes fora de horas, ja viu que se a pessoa fika fora de horas a espera de outra é muito mau, como referiu é grave!
      Não sou eu quem faz as entrevistas mas tambem é chato para mim chegar ao escritorio e dizerem me que a pessoa que ia ser entrevistada nao apareceu nem se dignou a ligar ou a enviar email!

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    2. Além de tudo isso, uma coisa é tomar essa atitude com uma empresa minúscula (algo que continua a ser errado). Outra, é tomar essa atitude com uma empresa que representa uma larga maioria do mercado dessa área.

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  12. Ha empresas que pelo ordenado que oferecem mais vale estarmos quietos, isso é um facto. Mas pelo que percebi do teu texto HsB, referes pessoas que se candidataram, logo sabiam +- ao que iam. Se depois nao estavam interessados, a atitude a ter era ligar ou enviar email a dizer que ja nao estavam interessados. Nem precisavam de dar uma justificaçao. É a minha maneira de pensar e a maneira pela qual regra geral faço a minha vida.

    Abraço

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    1. Não sabiam mais ou menos. Sabiam tudo. Fazes tu muito bem.

      Abraço

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  13. Não me espanta a situação que relatas.
    E tens razão nunca devemos fechar a porta, não só por uma questão de educação e cortesia mas tambem porque podemos precisar amanha.
    Os contactos são sempre uma mais valia para todos nós.
    Há malta nova que quando começar a aterrar na realidade é que começa a acordar para a vida, se começar......

    Klepsidra

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  14. Fogo,que falta de respeito da parte dos candidatos!
    E eu aqui a mandar currículos todos os meses e nada por parte dos recrutadores,o que também considero uma tremenda falta de respeito.

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  15. Boa noite,
    Não costumo comentar mas este post, bem escrito, atual e realista, deixou-me frustrada. Sou recém-licenciada e encontro-me desempregada. Ora, a primeira coisa que fiz foi inscrever-me no centro de emprego, criar o currículo o melhor possível e divulgá-lo online. Seguiu-se a fase de contactar pessoalmente as empresas, fazer outras tantas candidaturas espontâneas e responder às ofertas. Quanto à maioria das ofertas na minha área de formação (Eng. Alimentar), um dos requisitos eliminatórios é a experiência profissional, que no mínimo terá de ser de 2 anos. Deste modo, como integrar jovens recém-licenciados no mercado de trabalho? No entanto, já fui a algumas entrevistas, resultantes de ofertas que não exigem experiência, e, apesar de academicamente não me terem preparado para tal, consultei a informação existente que explica, de maneira geral, como o candidato se deve preparar e comportar. Por isso, aceito os nervos, a inexperiência enquanto entrevistados mas choca-me a falta de empenho em alguns pontos já mencionados e que podem fazer toda a diferença. Sim, acredito que existam pessoas que tenham oportunidade e não queiram trabalhar, o que para mim é frustrante. Por outro lado, em relação ao comportamento das empresas, o que me tem acontecido é o não cumprimento do prometido "em breve contactaremos", o que também não resulta numa boa imagem. Acrescento, ainda, que inscrevi-me enquanto voluntária, forma de ganhar experiência e de me manter ocupada, mas até agora as respostas foram "nãos". Bem, o importante é não desistir mas confesso que, por vezes, é difícil não cair em pensamentos "como sou uma inútil". Cumprimentos

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    1. Abordas temas pertinentes. E tens toda a razão quando referes essa ridícula exigência de experiência profissional.

      O conselho que te dou é que não deixes que NINGUÉM te faça sentir uma inútil. Isso nunca!

      beijos

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  16. Compreendo e concordo contigo, HSB.
    No entanto, há muita gente a aproveitar-se da crise - no fundo, estamos a agravar a nossa própria crise. E sou da opinião que não nos podemos sujeitar a tudo, há minímos para a dignidade humana (e olha que eu já soube de casos que enfim... Nomeadamente de call-centers, que é estão ou estiveram vários amigos meus).

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