31.1.17
o glamour nem sempre é o que parece
O jornalismo em Portugal está a viver um dos piores momentos de sempre. Quem está atento à área saberá a quantidade de publicações que estão a fechar. Os despedimentos que existem. Os cortes aqui e ali. E praticamente nenhuma publicação escapa a estes “ajustes”. O que faz com que qualquer jornalista, pelo menos a maioria, não saiba como será o dia de amanhã.
Existem publicações, que por estarem associadas a figuras públicas, acabam por ter um impacto maior junto do público. Cristina a revista da apresentadora Cristina Ferreira é capaz de ser o melhor exemplo do que pretendo dizer. A sua revista faz com que muitas pessoas olhem para o jornalismo como um grande sucesso, cheio de glamour e coisas boas. Mas o glamour nem sempre é real.
Não está em causa a qualidade do produto. Mas a verdade é que a revista vai fechar, saindo apenas mais uma edição. E todas as pessoas olhavam para este projecto como uma espécie de galinha dos ovos de ouro das publicações. Mas nem com o selo de qualidade de Cristina Ferreira o projecto se manteve. E as vendas, que chegaram a ser de 110 mil euros desceram, em algumas edições para os 32 mil exemplares por edição.
Este é apenas mais um exemplo do que está a acontecer. E tenho a certeza de que os fechos não ficam por aqui. Vão existir mais publicações a fechar portas. Algumas vão tentar dar lugar a sites mas não sei se a solução está aí. O que sei é que neste momento o jornalismo está a uma grande distância daquilo que era quando dei entrada nesta área. E aquilo que as pessoas (ainda) não sabem é que o jornalismo perdeu a maioria do glamour que lhe é atribuído.
Se continua a ser uma profissão apaixonante? Claro que sim! Se faz falta às pessoas? Claro que sim. Mas as pessoas só vão perceber a falta que faz o jornalismo quando ele for praticamente inexistente. Quando a informação estiver canalizada para meia dúzia de sítios que facilmente são controlados e que não aquecem nem arrefecem. Aí é que as pessoas vão perceber a falta que o jornalismo faz.
Até chegar esse momento, as pessoas vão continuar a acreditar que o jornalismo é um mundo de glamour pago a peso de ouro. Onde todos ganham fortunas e têm direito e isto e aquilo. Quando a realidade mostra um número cada vez maior de despedimentos, de estagiários, de pessoas com ordenados muito baixos que até têm vergonha de o dizer e, apenas para dar mais um exemplo, de jornalistas que ganham migalhas por cada clique que uma notícia que escrevem é publicada neste ou naquele site.
oscilações de um blogue pessoal
Volta e meia surgem comentários sobre os blogues pessoais. Existem pessoas que gostam mais de determinado momento do blogue. Outras que preferem outro momento diferente. Aqueles que gostam de todas as fases e que acompanham com frequência. E aqueles que independentemente do momento não gostam de nada. Todas estas fases fazem com que as pessoas digam coisas como “preferia quando escrevias assim ou assado”.
Aquilo que acho que algumas pessoas não compreendem é que um blogue pessoal – e estou a retirar da equação todos os blogues pessoais que o sendo não o são – vive do estado de espírito de quem escreve. Como referi, excluo blogues pessoais que são escritos por terceiros. Ou blogues que servem apenas para textos comerciais. Nada contra os critérios de cada um. Mas blogues que vivem apenas de uma pessoa acabam por estar presos à vida dessa pessoa.
Por exemplo, se a pessoa está triste com algo acaba por ser normal que o blogue seja um reflexo desse momento menos bom. Muito mais facilmente surgirá um texto melancólico do que um texto feliz. Provavelmente o blogue terá também um ritmo mais lento. Porque a vontade nem sempre está presente. Por outro lado, se a pessoa está feliz, é de esperar que os textos sejam mais animados, mais vivos e com um ritmo completamente diferente.
Um grande exercício que nem todas as pessoas conseguem na perfeição é ter um texto pessoal triste num momento de euforia ou o oposto, um texto eufórico num momento em que parece que o mundo irá desabar. Mas aquilo que as pessoas não podem esperar é que um blogue pessoal não seja o reflexo do autor do mesmo. Quando isso acontece não se trata de um blogue pessoal.
mãe pontapeia filha
A ideia de um pontapé de uma mãe a um filho é algo que não soa bem. Por mais cenários que sejam imaginados. Parece que existe uma excepção que passa pelo pontapé que supostamente salva a vida a uma criança. E supostamente foi isso que aconteceu em Uban, na Malásia. Foi por lá que uma mãe pontapeou a filha e onde este acto está a ser visto como algo heroico. O momento pode ser visto aqui.
Já vi o vídeo diversas vezes. Já li a explicação de que o elevador não tem sensores e que apenas dentro do mesmo é que é possível carregar num botão que mantém as portas abertas. Li ainda os elogios feitos à “sabedoria” e “calma” da mãe num momento destes. Confesso também que não sou adepto de grandes teorias da conspiração mas existe algo neste vídeo que não bate certo para mim.
Fica a ideia de que a criança seria entalada pelas portas do elevador. E que isso só não acontece pelo movimento brusco da mãe que faz com que saia da zona da porta. Mas o resto não me parece bem. E digo isto porque a mãe pontapeia a filha com alguma violência e afasta-se da criança. Do género: “salvei-te da porta, agora não me aborreças”. Se o pontapé me faz confusão, acho mais estranho que não se preocupe em ir ter com a filha depois daquilo que fez, mesmo que tenha sido para a salvar.
Não sou de extremos. Não vou dizer que esta mulher é uma má mãe pelo que fez. Até porque a ideia que se passa é a de que salvou a vida à filha. Tal como não acho que nenhum pai é mau pai porque dá palmadas aos filhos. Até defendo o oposto, ou seja, existem crianças que têm falta de umas palmadas no rabo em determinados momentos. Mas o pontapé parece-me muito estranho. Talvez seja pela reacção da mulher.
já existe uma aplicação para melhorar o sexo oral
Chama-se Lickster e é uma aplicação que pretende melhor o sexo oral. Com esta aplicação os homens passam a saber como fazer sexo oral às mulheres. Até porque, como é dito no vídeo, apenas 25% das mulheres atingem o orgasmo com a penetração. Como tal, defende o criador da aplicação, está na altura de os homens passarem a saber fazer algo fundamental. E como podem fazer isso? Passando com a língua no telemóvel. É melhor ver o vídeo para perceber.
Com o desenrolar do vídeo percebe-se que se trata de uma brincadeira. Chega a parecer real, até porque o tema do sexo não conhece limites, mesmo virtuais. Sendo brincadeira este vídeo acaba por levantar uma questão: e se fosse a sério? É algo que faz falta? Esta aplicação seria um sucesso?
sag em duas imagens
Tentar resumir os Screen Actors Guild Awards em duas imagens poderia ser complicado. Mas na verdade consegue ser bastante fácil. Até porque uma das mulheres da noite - Emma Stone - já conquistou o seu lugar na categoria "qualquer trapinho me fica bem". É um daqueles casos em que a pessoa faz a roupa.
Mas gostei de ver a foto de Taraji P. Henson. Gosto desta mulher. E é mais um caso de que é a pessoa e a atitude que fazem a roupa.
30.1.17
truque para perceber se os seios são verdadeiros ou falsos
Deparei-me com este vídeo onde uma manequim russa decide dar a conhecer um truque segundo o qual – e de acordo com a sua teoria – é possível perceber se os seios (mamas, em bom português, apesar de muitas pessoas ainda acharem que o termo é incorrecto e feio) de uma mulher são verdadeiros ou falsos. Resumindo, envolve telemóveis com lanternas e mulheres. Para perceber como funciona basta ver o vídeo.
Por acaso é uma mulher que protagoniza o vídeo deste truque. Até podia ser um homem mas é uma mulher. E acredito que este tema inquieta mais as mulheres do que os homens. E por inquietação quero dizer perceber se são ou não “verdadeiras”, como se os implantes de silicone fossem falsos. As mulheres analisam muito mais o corpo das outras. Acho que é apenas mais um detalhe da lista da forma exigente e comparativa como as mulheres olham umas para as outras. E a frase final deste vídeo é exemplo disso.
Os homens não dedicam muito do seu tempo a esse assunto. Se a conversa for o tamanho, o caso poderá mudar de figura. Aí sim, é um tema que ocupa o tempo dos homens. Mas não querem saber se são “verdadeiras” ou “falsas”. Isso é algo que acaba por lhes passar ao lado. Nem sei se as mamas “falsas” são uma fantasia deles. Talvez...
Mas acho que não ando muito longe da verdade se disser que são elas que mais facilmente (ou rapidamente) atiram um palpite sobre as mamas de outra mulher. São elas que reparam mais nisso. E em tantos outros detalhes que passam completamente ao lado dos homens.
(des)encontros (capítulo vinte)
Minutos depois de terem abandonado o beco, João e Inês passeavam pelas ruas de Dublin como um casal apaixonado que tinha escolhido aquela cidade como destino para umas férias românticas. De mão dada aproveitavam cada segundo como se fosse o último. E nenhum ousava falar sobre o verdadeiro significado daquele momento. Embora João pensasse que a qualquer momento aquela perfeição pudesse ser interrompida não queria dizer nada que levasse à conversa que acabariam por ter.
Inês pensava o mesmo. Neste assunto também estavam em sintonia. E não apenas na atracção física que os ligava. Os minutos iam passando. E continuavam a caminha de mãos dadas. Até que chegou o ponto em que João entendeu que o silêncio já se arrastava há demasiado tempo e que a conversa que podia vir a estragar tudo teria que acontecer mais cedo ou mais tarde. “Desculpa mas tenho que dizer isto”, disse João. “Isto o quê?”, perguntou Inês. “Sei que devemos viver o momento. Sei que devemos aproveitar o que temos sem perder tempo a pensar no que queremos ter mas qual o significado do que acabámos de viver?”, questionou.
“Disseste algo muito acertado. Devemos aproveitar o que temos. Não devemos perder tempo a imaginar cenários. Se começar a pensar no futuro vou estar a deixar de saborear este momento. E este momento inesperado está a saber bem demais para ser desaproveitado com previsões em relação ao meu futuro, ao teu futuro e ao nosso futuro. Até soa mal estar a dizer nosso”, explicou Inês com uma aparente seriedade até então desconhecida por João.
“Bem vistas as coisas até posso ser sincera contigo. Não existe futuro para nós. O nosso futuro começou a extinguir-se naquele beco e irá terminar com esta noite”, acrescentou. “Como assim?”, perguntou João, bastante admirado com o que acabara de ouvir. “Eu explico. Com o passar do tempo vais perceber que não sou a mulher que imaginas que seja neste momento. Só que nesse momento já vamos estar casados. Provavelmente até já teremos um ou dois filhos. Mais do que isso não. E nessa altura a nossa relação irá ser muito má. A comunicação entre nós irá ser praticamente inexistente. Vou começar a trair-te. E tu acabarás por descobrir os meus casos. O divórcio irá ser uma verdadeira guerra. Vais tentar fazer-me a vida negra e irei tentar que só vejas os teus filhos de quinze em quinze dias. E as crianças vão crescer com os pais sempre zangados. Por isso, e bem vistas as coisas, e até pelo bem das crianças, é melhor que as coisas fiquem por aqui. Assim, amanhã já não te lembras de mim nem eu de ti. E o futuro será mais risonho”, disse Inês.
Naquele momento o silêncio destacou-se. Inês mantinha olhava de forma séria para João, que por sua vez parecia ganhar coragem para falar. “Eu pensava que a minha viagem a Dublin estava a ser má. Depois, nas últimas horas, até acreditei que estivesse a ser melhor, que tivesse um significado, que estivesse destinado conhecer-te e quem sabe ter algo mais contigo. Afinal, neste momento já não tenho dúvidas de que nada podia correr pior nesta viagem”, disse, em tom de desabafo e com o olhar mais triste que alguma vez tinha feito.
“Mas não querias imaginar o futuro? Não foste tu quem quis saber qual o impacto daquele momento que vivemos no beco”, atirou Inês. “Fui mas...” começou a dizer sendo interrompido por Inês. “Não há mas nem meio mas. Quiseste o futuro. Ele acabou de passar na totalidade à tua frente. Está aí tudo aquilo em que penso neste momento. E é melhor ficar por aqui”, disparou, já com ar zangada. “Ok... Sendo assim boa noite”, disse João, voltando costas e começando a afastar-se num passo lento.
Até que sentiu a mão de Inês a agarrar o seu braço. “Estava a brincar contigo”, disse Inês já em lágrimas de tanto rir com a reacção de João. “Precisavas de ver a tua reacção”, acrescentou. “Isso não se faz. Especialmente depois de tudo o que já me aconteceu nesta viagem”, defendeu João. “Eu sei. Mas tinha visto esta piada recentemente nas redes sociais e achei que a podia colocar em prática contigo. Desculpa. A sério. Talvez tenha sido exagerado da minha parte”, disse, tentando dar um beijo a João para completar o pedido de desculpas. Mas João acabou por se afastar. “Não brincas assim comigo e depois pedes desculpa como se nada fosse. Agora foste longe de mais. E bem vistas as coisas o futuro é capaz de ser mesmo assim para o mau. Por isso é melhor cada um ir para seu lado”, atirou. Agora era Inês que estava triste. “Desculpa. Estava mesmo a brincar contigo. Sou mesmo assim e às vezes exagero um pouco. Mas não te queria magoar. Desculpa”, explicou. “As desculpas evitam-se”, atirou João.
O silêncio voltava a ser pesado. Inês olhava para João sem saber o que esperar. Até que João desatou numa gargalhada. “Devias ver a tua reacção. Muito bom!”, gracejou. “Parvo. Isso não se faz”, disse Inês. “O que esperavas depois do que me fizeste. Tinha de aproveitar este momento para me meter contigo. Era agora ou nunca. Até porque não vamos ter futuro”, brincou levando Inês a soltar uma gargalhada.
“Voltando ao futuro”, disse Inês. “Não é preciso falar disso. Eu é que sou assim e nunca irei mudar isso. Começo a imaginar umas coisas ao mesmo tempo que temo outras. E esta forma de ser tende a afastar as pessoas de mim a partir do momento em que ficam assustadas com algo. Daí ter receio de abordar isto contigo ao mesmo tempo em que não consigo evitar perguntar-te algo. Percebes ou é confuso?”, perguntou João. “Acho piada à tua falta de jeito a explicar estas coisas”, brincou. “Mas percebo bem o que pretendes dizer. Mas a verdade é que não sei se o nosso futuro vai além deste dia. E do momento em que a gente se separe. E acredito que também não saibas. Por mais coisas que possas imaginar. Até porque não sabemos muito bem o que esperar um do outro. Ou mesmo aquilo que realmente somos. O que te posso dizer é que este momento está a ser muito bom. E quero prolongá-lo ao máximo sem tentar perceber o que irá acontecer daqui a algumas horas”, explicou Inês.
padaria portuguesa vs pepsi (portugueses de primeira e de segunda)
Recuando um pouco no tempo encontra-se uma polémica que teve como protagonistas a Pepsi, apenas a sueca, e Cristiano Ronaldo. Na altura, e porque Portugal e Suécia disputavam uma vaga para o Mundial de 2014, surgiu uma imagem em que um boneco estava preso à linha do comboio. Imediatamente foi feita uma (normal) associação a Cristiano Ronaldo. Embora o boneco não tivesse o seu nome, as cores do equipamento e o número da camisola faziam uma colagem a Cristiano Ronaldo.
E o que aconteceu? Todos perceberam que era algo sem piada. Mas existiram portugueses que foram mais longe. Existiu um apelo ao boicote à bebida, elevando o nome da Coca Cola. Perdi conta ao número de pessoas que falou da Pepsi como a pior bebida do mundo. “Nunca mais bebo” e “é por isto que gosto mais da Coca Cola” são apenas dois exemplos de coisas que se ouviram. Já para não falar dos comerciantes que já não queriam comercializar a bebida.
Agora é tempo de recuar até à semana passada. Um dos sócios da Padaria Portuguesa deu uma entrevista que se tornou viral devido às suas ideias em relação ao mercado de trabalho. A ideia que fica é a de que o mercado de trabalho seria melhor se as pessoas trabalhassem mais tempo e se fosse mais fácil despedir as mesmas. Outro dos temas da entrevista foi o salário mínimo que parte dos funcionários recebem.
E o que aconteceu? Algumas pessoas acharam que o empresário está cheio de razão. Li algures, por exemplo, que até pagam muito bem. Outras pessoas detestaram aquelas palavras. Acharam absurdo aquele modo de pensar. E tal como aconteceu com a Pepsi, também está a ter lugar um apelo ao boicote à Padaria Portuguesa. Existem pessoas que acham absurdo o lucro que têm em relação ao modo de pensar de um dos sócios.
Comparando um caso com o outro, um boicote com o outro, existem duas situações, dois modos de pensar. Os portugueses que apelaram ao boicote à Pepsi são portugueses de primeira. São patriotas elevados ao expoente máximo. É de gente desta que Portugal necessita. Já aqueles que apelam ao boicote à Padaria Portuguesa são portugueses de segunda. Bem vistas as coisas, são uns filhos-da-puta que só pensam no seu umbigo e que não se conseguem colocar na pele do patrão ou do empresário que arrisca a vida para ser feliz num negócio.
Achei exagerado o boicote à Pepsi. Mas na altura ninguém foi criticado por colocar a Pepsi toda no mesmo copo. A acção foi da responsabilidade da Pepsi sueca mas parecia ser uma campanha mundial. Agora a crítica é no sentido oposto. Malvados aqueles que gostavam que a Padaria Portuguesa tivesse menos clientes após aquele episódio de que muitos não gostaram.
De resto, acho piada às pessoas que olham para os empregados como máquinas que só servem para determinada função. E que devem estar dispostos a trabalhar de sol a sol por meia dúzia de euros. Isto porque o patrão está a arriscar muito. E porque chegará (mesmo nunca chegando) o dia em que o patrão irá distribuir o lucro pelos funcionários. E aqueles funcionários que não toleram isto são vistos como maus empregados. Como pessoas que não se colocam no lugar do patrão.
Se existem maus funcionários? Existem! Muitos. Mas o que espera uma empresa que tem condições para pagar mais mas opta por pagar o mínimo possível aos funcionários? Querem que os funcionários estejam dispostos a dar a vida por uma empresa que conhece pelos números de funcionário? “Não queres? O que não falta são pessoas que gostavam de estar no teu lugar” é um dos muitos argumentos de grandes patrões deste País. E isto, independentemente de se discutir o brio de cada um, é um dos motivos pelos quais as pessoas acabam por não se sentir ligados a uma empresa. Algo que acontece quando são bem tratados e quando sentem que são tratados de forma justa.
A Padaria Portuguesa não será o pior patrão de Portugal. Tal como a Pepsi não era a pior bebida do mundo. A Padaria Portuguesa não é uma pessoa. Tal como a Pepsi não é uma campanha de mau gosto. Tal como um mau patrão não faz com que todos sejam. E um mau funcionário não faz uma classe. Mas é bom que algumas pessoas percebam a realidade do mercado de trabalho português antes de fazer dos funcionários os maus da fita e dos patrões vítimas destes bichos do demo que mal gostam de trabalhar.
correr está na moda. mas desde quando é que a roupa é moda?
Correr está na moda. Existe um número cada vez maior de pessoas que gostam de correr. E isso é algo muito bom. Quanto mais desportos estiverem na moda mais pessoas praticam desporto. E com os devidos cuidados e precauções é algo que a saúde de todas as pessoas agradece. Quanto a isto nada a assinalar.
Quando um desporto atinge determinado patamar de popularidade passam a existir diversos produtos essenciais para a pratica dessa modalidade. No caso da corrida é rara a loja que não tem calçado, roupa e acessórios para correr. Existem opções para todos os gostos e para todas as carteiras. E isto também é bom. Hoje só não tem calçado e roupa adequada quem “não” quer porque existem opções económicas com qualidade. Quanto a isto, também não tenho nada a assinalar.
Aquilo que não percebo é o momento em que correr passou a ser moda. Não pelo desporto mas pela roupa de desporto que parece deixar de ser roupa de desporto para ser algo que se usa diariamente nos mais diversos cenários, mesmo que a profissão da pessoa não passe pelo desporto e pelo uso daquela roupa.
Já perdi conta ao número de pessoas que estão, por exemplo, em restaurantes usando apenas aquelas camisolas interiores justas muito comuns na corrida. Ou com aquelas calças justas de corrida. Sendo que existem pessoas que optam pelos modelos mais finos que mais parecem collants. Ou pessoas que andam a passear assim nos centros comerciais. Invertendo a situação, e exagerando um pouco, é mais ou menos o mesmo que ver alguém a correr de fato e gravata e sapatos. Não tem nada de mal mas não bate certo.
poucas pessoas percebem isto. serás uma delas?
Já tinha partilhado no blogue esta música. Mas ainda não tinha falado de Idris Elba, o responsável por um momento único para os Mumford & Sons. Lover os the Ligt é o primeiro videoclip em que a banda não aparece. A realização do mesmo foi da responsabilidade de Idris Elba, um actor extraordinário - e que muitos desejam ver no papel de James Bond - que protagoniza este vídeo e que a banda conheceu num pub.
A música é muito boa. A letra é muito forte. E o vídeo é extraordinário. Mas a verdade é que muitas pessoas não percebem a história do mesmo. Nem a mensagem que passa. Por isso, aceitam-se palpites. E confesso que faço parte do grupo de pessoas que não percebeu o vídeo no primeiro momento. Até porque há um detalhe que faz toda a diferença mas que consegue passar despercebido no meio de tantos pormenores de qualidade.
29.1.17
28.1.17
27.1.17
a (desarrumada mas real) despensa lá de casa
Gwyneth Platrow partilhou uma fotografia da sua despensa. Imagem que acabo de descobrir. Mas, ao contrário da notícia que encontrei, não perdi muito tempo a descobrir aquilo que a actriz come. Nem os produtos que guarda na sua despensa. Aquilo que me saltou imediatamente à vista foi... a arrumação.
Mantenho a ideia de que dispensas destas só existem em filmes. Ou em casas em que alguém é pago para manter a despensa arrumada. Ou, em casas normais, nos dias em que a despensa leva uma arrumação total. Posso estar errado. Mas é aquilo que penso. E com isto não quero dizer que tenho a despensa mais desarrumada do mundo. Porque não tenho.
Considero que a minha despensa consegue estar, dentro da normal desorganização, organizada. Sei praticamente onde está tudo. Sei os andares que correspondem a isto e aquilo. Mas sei também que existem camadas de produtos que “escondem” outros produtos. E sei também que é possível encontrar lá dentro qualquer coisa de que já nem me lembro. Não chego ao ponto daquela cena de Aonde é que Pára a Polícia em que no frigorífico é descoberto um pacote de comida chinesa de um restaurante que estava encerrado há largos anos.
Volto a dizer que posso estar errado. E quem passa por aqui poderá partilhar como é o interior da sua despensa. Mas mantenho a ideia de que despensas como a desta imagem só existem em cenários muito específicos. Até porque quase ninguém se atreve a fotografar algo desarrumado.
porque a perfeição existe (e que ninguém diga o contrário)
Crazy how it feels tonight
Crazy how you make it all alright love
You crush me with the things you do
I do for you anything too
Sitting, smoking, feeling high
In this moment it feels so right
Lovely lady
I am at your feet
God I want you so badly
I wonder this
Could tomorrow be
So wondrous as you there sleeping
Let's go drive 'til the morning comes
And watch the sunrise
To fill our souls up
Drink some wine 'til we get drunk
It's crazy I'm thinking
Just knowing that the world is round
Here I'm dancing on the ground
Am I right side up or upside down
Is this real or am I dreaming
Lovely lady
Let me drink you please
I won't spill a drop, I promise you
Lying under this spell you cast on me
Each moment
The more I love you
Crush me
Come on
It's crazy I'm thinking
Just knowing that the world is round
Here I'm dancing on the ground
Am I right side up or upside down
Is it real or am I dreaming
Lovely lady I will treat you sweetly
Adore you
I mean
You crush me
It's times like these
When my faith I feel
And I know
How I love you
Come on
Lady
It's crazy I'm thinking
Just as long as you're around
And here I'll be dancing on the ground
Am I right side up or upside down
To each other we'll be facing
By love we'll beat back the pain
We've found
You know
I mean to tell you all the things I've been thinking deep inside
My friend
With each moment the more I love you
Crush me
Come on
Lady
So much you have given love
That I would give you back
Again and again
Meaning I'll hold you
And please
Let me always
amor é...
Amor é:
Ela dizer: "Apetecia-me palmier ou croissant do Pingo Doce mas este [perto do trabalho dela] não tem".
E tu, antes disto, já teres comprado um de cada.
26.1.17
a beleza que se perde quando se abre a boca
Existem pessoas que medem a beleza apenas com base no aspecto físico. Bem vistas as coisas é justo dizer que a generalidade das pessoas funcionam deste modo. Por isso é que é muito comum ouvir elogios em relação à beleza física de alguém que é próximo de alguém. Pessoas que fazem parte do círculo profissional ou pessoal de alguém que conhecemos.
Quando isso acontece comigo tenho por base a experiência com essa pessoa para dar uma resposta mais detalhada. “Pessoa X é gira”, dizem. “Não acho”, digo, para espanto de quem ouve. “Não? Como assim?”, questiona. “Passa o dia com essa pessoa e percebes”, explico. E esta explicação tem uma grande percentagem na minha análise em relação à beleza e interesse de alguém.
Para mim, e isto vale o que vale, a beleza física de nada vale quando da boca não saem palavras de jeito. Ou quando o modo de pensar e agir dessa pessoa em nada combina com aquilo que sou. Quando existe este conhecimento essa pessoa passa a ser feia aos meus olhos. Deixa de ser interessante. Deixa de ser sensual. Basicamente perde todo o interesse.
Defendo que existe uma ligação entre a beleza física e aquela que conhecemos quando alguém abre a boca. E digo isto por defender que a beleza física de nada vale quando não acompanhada por um conteúdo que esteja ao nível da imagem. Considero também que é mais fácil o interior valorizar a beleza exterior do que o oposto.
os patrões querem escravos
Ontem tornou-se viral o testemunho de um patrão em relação ao mercado de trabalho. O tema de conversa entre jornalista e empresário era a descida da TSU. Mas acabou por descambar naquilo que considero o maior tiro nos pés que um empresário pode dar. O que é mais triste é que a verbalização daquelas ideias corresponde ao modo de pensar de boa parte dos patrões portugueses.
De forma resumida, aquele patrão considera que o mercado de trabalho seria melhor se existisse uma maior facilidade em despedir pessoas. E se pagar horas extra fosse uma coisa que não se levasse tão a sério. Isto sem problemas em revelar que parte dos seus funcionários auferem o ordenado mínimo. Estas ideias foram defendidas por uma pessoa. Mas são o espelho daquilo que muitos pensam e tentam fazer.
E é o espelho do mercado de trabalho. Os patrões querem “colaboradores” que sejam versáteis. Que façam tudo e mais alguma coisa. Que não tenham vida pessoal. E que estejam dispostos a trabalhar as horas necessárias sem que lhes sejam pagas horas extra. A recompensa é uma esmola a que chama ordenado. E para que tudo corra bem os funcionários devem comer e calar. Ou seja, fazem tudo e não se queixam de nada. Caso contrário, que exista facilidade em despedir um “colaborador” que simplesmente luta pelos seus direitos.
Acho especial piada ao argumento de que se quer trabalhadores que possam crescer financeiramente com o crescimento económico da empresa. É uma das minhas piadas preferidas no mundo laboral. Quando as empresas ganham muito dinheiro os patrões nada dizem. Muitas vezes nem um obrigado é dito aos “colaboradores”. E o lucro nunca chega perto dos “colaboradores”. Mas quando as coisas apertam, quando há menos dinheiro, os “colaboradores” têm de perceber a posição da empresa e têm que estar dispostos a abdicar do pouco que têm.
Momentos como aquele que se tornou viral ontem dão vontade de rir. As pessoas partilham e acabam por achar piada aquilo que é dito. Mas é a realidade do mercado de trabalho. Aquela pessoa simplesmente disse o que muitos pensam mas não dizem.
a chuva liberta o inútil usain bolt que há em mim
Pouco passa das sete da manhã. Está na hora de sair do prédio e ir para o carro. Mas hoje é uma manhã diferente das últimas. Hoje chove. E muito. Muito mais do que quando estava em casa. Parece que a potência máxima da chuva estava à espera que alguém pusesse o pé na rua sem chapéu de chuva. E eu era essa pessoa. Até porque não gosto de usar chapéu de chuva e o único que tenho costuma estar no carro.
Vou a sair do prédio e apercebo-me pelo barulho (pois a rua está às escuras) que chove muito. Tenho a certeza disto quando começo a levar com a chuva em cima. Perante este cenário existe apenas uma opção. Libertar o velocista Usain Bolt que existe em mim. O objectivo é chegar o mais depressa possível ao carro. Isto enquanto carrego a mala do trabalho e o saco onde tenho a garrafa de água e fruta e um snack para a tarde.
Desço as escadas e começo a correr como se estivesse nos Jogos Olímpicos. Isto com uma mala num ombro e um saco numa mão. Enquanto faço isto ainda levo a mão ao bolso do casaco para abrir a porta do carro. Lá vou eu a correr. E a meta cada vez mais perto. Até que me apercebo que o carro que está ao lado do meu não permite que entre no carro depressa. Os momentos finais da corrida são mais lentos. Mas a intensidade da chuva não abranda.
Até que consigo entrar no carro. Nesta altura já pareço o Michael Phelps a mergulhar para a piscina enquanto atiro a mala e o saco para o banco do carro. A minha missão está quase concluída. Falta apenas fechar a porta do carro. Apesar de a distância ter sido curta tenho o casaco bastante molhado e escorro água da cabeça. Parece que saí do banho. Até que, assim que fecho a porta do carro ouve-se um silêncio. Parou de chover. Não cai nem um pingo. Parecia que a chuva tinha a sua missão completa. Molhar-me ao máximo. Como já estava dentro do carro ela deu-se por satisfeita.
o que se segue?
Primeiro foi a Playboy a abdicar da nudez total que caracteriza a publicação. Agora é o Carnaval brasileiro que abdica da nudez. Sou contra a nudez vazia de conteúdos mas nestes dois casos trata-se de uma nudez que caracteriza a publicação e um dos eventos mais festivos do mundo. Aceito palpites para o que se segue. O que irá mudar em breve no que à nudez diz respeito?
25.1.17
prostituição de mães solteiras
“Sou mãe solteira e faço isto pela minha filha. Ganho numa semana o ordenado de um mês e posso estar com ela e dar-lhe as coisas. Faço isto por ela”. Estas são palavras de uma mãe solteira que não esconde que é prostituta. Deu a cara pela profissão (é legal onde trabalha), não escondeu que gosta do que faz mas associou a sua decisão à filha.
Preferi não ler os comentários do vídeo desta reportagem. Preferi trazer o assunto para aqui. Na tentativa de perceber se é algo moralmente aceitável. Uma mãe que escolhe vender o corpo por causa da filha, explicando que o dinheiro que ganha numa semana permite dar tudo à filha e estar com ela durante o resto do mês.
Ou será a filha uma “desculpa” para o dinheiro “fácil” que assume. Uma desculpa para estar numa profissão que lhe permite ganhar muito dinheiro e receber presentes dos seus clientes, algo que mostra na reportagem. Ou não são necessárias desculpas para este rumo profissional, apesar de existir quase sempre uma justificação menos feliz para aquelas pessoas que dão a cara pela prostituição.
A mulher em questão refere que chega a ganhar 28 mil euros por semana. E acaba por dizer que gosta do que faz e que não é forçada a prostituir-se. Apesar de se justificar com a filha. E esta é a ideia que tenho em torno deste tema. Acredito que existem pessoas que o fazem por gostar tanto de sexo que acabam por fazer disso uma profissão. Acredito que outras pessoas entrem na prostituição devido a uma qualquer situação menos feliz. Mas também acredito que muitas pessoas acabam por ficar naquela vida porque existe uma grande tentação em relação ao que a mesma oferece.
E recordo-me sempre do stripper que jogou futebol comigo. E que contava, sem receios, como era a sua vida, o dinheiro que ganhava e a forma como algumas das suas festas (privadas) acabavam. E a reacção das pessoas era quase sempre de espanto em relação ao dinheiro que se ganhava de forma tão “fácil”.
será a pessoa certa para mim?
Deparei-me com um artigo onde eram enumeradas algumas questões que a pessoa deve colocar a si mesma antes de uma relação sexual. Uma delas é: “será a pessoa certa para mim?”. Defende uma psicóloga que devemos parar para pensar nisto por mais que as hormonas peça sexo com aquela pessoa. Ter relações com esta pessoa, quando se acredita que não seja a certa, irá ser pior. É aquilo que é defendido.
Mas o que é a pessoa certa? Descobre-se isso com base no sexo? Para dar apenas um exemplo... e se a pessoa for a certa em tudo mas a errada no sexo? Recordo-me sempre de um professor que uma vez nos disse para não casarmos com a única mulher/homem com quem tivéssemos relações sexuais. Porque essa experiência, sendo única, não permite perceber se é bom ou não. Se ambos são certos um para o outro.
E a verdade é que a pessoa certa só chega com base nos erros e nos falhanços. Por mais que se acredite que determinada pessoa é a certa, até existir outra pessoa nunca se saberá, com certeza, se é a pessoa certa ou não. São os erros e as falhas que nos mostram que afinal alguém não é certo para nós. E isto também se aplica ao sexo.
É certo que existem alguns “pré-requisitos” que fazem com que determinada pessoa seja logo excluída de poder aspirar a ser a certa. Mas também existem outros domínios que só se conseguem confirmar com base na experiência. Numa má experiência. E isto também se aplica ao sexo. Desde que não seja ignorada a protecção que envolve uma relação sexual, não vejo grandes motivos para perder muito tempo a pensar na eventualidade de ser a pessoa certa. Até porque, se estão num patamar em que o sexo está próximo de passar a ser uma realidade, é porque já foram superadas diversas provas pelos tais candidatos/candidatas a pessoa certa.
as pessoas (também) têm culpa no acidente no terreiro do paço
Nota prévia sobre o acidente que ocorreu hoje de manhã no Terreiro do Paço, em Lisboa, e que envolveu um catamarã que vinha do Barreiro. As vítimas, felizmente sem gravidade, não têm culpa dos motivos pelos quais a embarcação bateu de forma inesperada. Fala-se em nevoeiro e em excesso de velocidade e nada disto pode ser associado aos ocupantes do barco.
Por outro lado o comandante não tem culpa de um comportamento tipicamente português. Estou a referir-me à quantidade de pessoas que se amontoam junto às portas de saída do barco quando este começa a aproximar-se do destino. Ou mesmo mal acaba de sair. E este ajuntamento é o motivo pelo qual existem tantas vítimas, felizmente ligeiras.
Moro na Margem Sul. Por isso sei o que é andar nestes barcos. Houve uma altura em que andava com bastante frequência. E em todas as viagens as pessoas juntam-se à porta de saída. Parece que o barco é uma bomba relógio prestes a explodir. Cheguei a assistir a casos de pessoas que chegam a sair do barco antes de a porta estar totalmente aberta.
As pessoas têm os seus motivos. Mas nenhum é válido quando acontece algo como aconteceu hoje. Quando algo inesperado motiva um acidente, de pouco vale estar colado à porta para ser o primeiro a entrar no comboio ou metro ou para ser o primeiro da fila para o autocarro. Motivos que levam muitas pessoas a colarem-se à porta do barco.
Isto acontece no barco. Isto acontece no metro, no comboio, no autocarro e até nos aviões, assim que acabam de aterrar mas quando ainda estão em movimento. Nas esmagadora maioria dos casos nunca acontece nada porque não existem incidentes. Quando algo acontece é facílimo que existam pessoas que acabam por se magoar. A maioria das pessoas não tem onde se agarrar e começa o efeito bola de neve. Caem uns atrás dos outros.
Felizmente as vítimas de hoje são todas ligeiras. Pode ser que este caso faça com que algumas pessoas percam a ânsia de sair de um transporte público que mais parece uma bomba prestes a explodir e da qual é melhor fugir o mais depressa possível.
o pobre coitado do gustavo santos (haters gonna hate)
O Gustavo Santos faz parte daquelas pessoas que conseguem dar vida ao ódio de muitas pessoas. Existem algumas figuras públicas de quem poucas pessoas (aparentemente) gostam. São fenómenos que acontecem sem grandes explicações. Assim de repente recordo-me dos UHF e dos Delfins, com os seus vocalistas à cabeça, como dois exemplos de projectos que (aparentemente) são odiados por muitas pessoas.
E mais uma vez Gustavo Santos volta a ser alvo do ódio de muitas pessoas. Só que não se trata de nenhuma frase ou pensamento que partilhou nas redes sociais ou algo retirado de um dos seus livros ou vídeos onde aparece a falar sobre o modo como encara a vida. Desta vez a culpa é do filho. E celebridades e filhos são meio caminho andado para que exista confusão.
Aliás, no que diz respeito a crianças, todos sabem tudo. Até aqueles que não são pais sabem tudo aquilo que os pais dos outros devem fazer. E aqueles que já são pais nunca cometeram nenhum erro e sabem tudo aquilo que os outros pais fazem de forma errada. Como dizia uma pessoa que conheço: “também dizia que o meu filho nunca haveria de fazer uma birra num centro comercial... até ao dia em que se sentou no chão a fazer birra”.
Voltando ao Gustavo, parece que as pessoas não gostaram que partilhasse uma foto nas redes sociais em que o filho tem parte do rosto tapado com um edredão. Se Gustavo já não é muito amado, isto bastou para que os insultos se multiplicassem a uma velocidade veloz. E o apresentador, acusado tantas vezes de dizer coisas sem sentido, respondeu de forma bastante certeira.
“As pessoas que não sabem de si mesmas são as primeiras a opinar sobre tudo e todos, a invadir a nossa casa e a julgar ao desbarato para ver se ganham a atenção que não se dão”, refere. E isto é muito certeiro. Sobretudo quando diz respeito a pessoas que não se contentam com uma crítica construtiva ou minimamente educada. E aplica-se às redes sociais e à quantidade de pessoas que se escondem atrás de um perfil, muitas vezes falso, para ofender tudo e todos de forma gratuita.
O fenómeno da ofensa gratuita é muito comum nas redes sociais. Mas sobe de tom quando se misturam figuras públicas (ou não) e os respectivos filhos. E isso é algo que ainda não percebi. Como é que uma foto de uma criança consegue gerar tanto ódio nos outros. Mesmo que considerem que algo está mal feito. Só me ocorre que as pessoas andem tão saturadas com as suas vidas e com os seus problemas que acabam por descarregar em pessoas que não conhecem de lado nenhum e que não se apresentam como um “adversário” que tenham de enfrentar na vida real.
24.1.17
se a crítica estiver certa...
A ter em conta os comentários que vou lendo aqui e ali parece que os Oscares vão ser um passeio no parque para La La Land, que consegue 14 nomeações. Mas também não seria a primeira vez que o candidato mais forte, para a crítica, acaba por ser o grande derrotado da noite. Vamos ver...
nude-ercise. vamos a isso?
Se pensar em actividades que não imagino alguém a fazer nu penso imediatamente em desporto. Aliás, sempre me fez confusão os colegas e amigos que se sentiam confortáveis e jogar futebol sem roupa interior. E se isto já me fazia confusão, ainda mais imaginar alguém sem roupa a praticar desporto.
Ainda mais se for uma espécie de aula de ginástica em que as pessoas andam aos saltos. Mulheres nuas e homens nus aos soltas num pavilhão é algo que não considero propriamente bonito do ponto de vista estético. E não sei até que ponto é que é benéfico para o corpo alguns movimentos de zonas do corpo que habitualmente estão protegidas por roupa própria para o efeito.
Dei por mim a pensar neste tema porque acaba de ser lançada a primeira aula, digamos assim, de ginástica para pessoas que estão nuas. Até ao momento, e a aula tem lugar em Southampton, no Reino Unido, existem dez participantes, com idades entre os 33 e os 70 anos, neste projecto que é uma ideia de uma mulher, de 35 anos. A aula, com a duração de uma hora, é composta por exercícios bastante comuns para qualquer pessoa que pratique desporto.
Uma das pessoas que frequenta a aula revela uma das vantagens da ausência de roupa. “É possível ver aquilo que o instrutor está realmente a fazer”. Confesso que nunca estive nesta aula mas já estive em muitas em que as pessoas estavam minimamente vestidas e era possível perceber todos os exercícios. Salientam também a postura. Volto a defender que é possível perceber se é correcta, ou não, com roupa no corpo.
Uma vantagem que não posso argumentar é salientada por outra pessoa. “Não é preciso estar sempre a lavar a roupa do ginásio”. Quanto a isto, nada pode ser dito. É realmente uma poupança a diversos níveis. E o mesmo em relação à celebração do corpo. Isto poderá soar a brincadeira mas é real. A aula existe e tem um custo pouco superior a nove euros.
Gosto de praticar desporto. Não tenho receio de experimentar aulas e modalidades que não conheço, de modo a perceber se fico adepto das mesmas. Mas, e existe sempre um mas, andar aos saltos sem roupa é algo que não me atrai nem me convence.
a aliança da separação
Existem detalhes que ajudam a que um casal seja identificado pelos outros como tal. Mesmo que não sejam um casal. É exemplo disto o andar de mãos dadas na rua. Isto faz com que as pessoas olhem para as pessoas como um casal. Existem também gestos carinhosos. E muitas outras coisas. Mas há algo que se destaca: a aliança.
As pessoas que usam aliança estão automaticamente casadas. Mesmo que não estejam. E dou o meu caso. Uso aliança na mão esquerda mas ainda não casei com a minha namorada. Quando alguém olha para um anel no dedo anelar da mão esquerda assume que essa pessoa é casada. Não há outra hipótese. É casada e não se discute mais o assunto.
E existe o efeito inverso. Que é o momento em que a pessoa não usa o anel, a aliança. Quando isso acontece é porque o casamento/relação vive um momento de crise. É porque a pessoa já está separada ou prestes a separar-se. Não existem opções como esquecimento, anel para limpar ou outro motivo qualquer.
Além disto, não cabe da cabeça da maioria das pessoas que alguém casado simplesmente não goste de usar aliança. E muito menos sentido faz, para essas pessoas, que uma das pessoas use aliança e a outra não. Casados usam aliança. Casados sem aliança estão prestes a separar-se. E o assunto morre nestas duas opções. Não há mais nada a dizer.
O que faz com que tenha alguma piada o momento em que uma pessoa com aliança beija outra, que não usa aliança, em público. Se alianças são sinal de casamento perfeito e a ausência de alianças sinal de crise, uma pessoa com aliança e outra sem só podem ser sinal de adultério. Não existe outra hipótese. São pessoas que estão a ter um caso. Mesmo que possam ser, na realidade, marido e mulher.
há-de chegar o dia em que é notícia porque tem roupa (hoje não é o dia)
Há-de chegar o dia em que Emily Ratajkowski vai ser notícia porque está vestida. Hoje não é o dia.
Nada tenho contra esta modelo a quem quase todas as pessoas conhecem o corpo nu mas que dificilmente conseguem pronunciar o seu apelido ou mesmo recordar-se do primeiro nome. Aquilo de que não gosto é de uma quase exclusiva promoção à conta da ousadia, em muitos casos exagerada e desnecessária. E isto aplica-se a mulheres, como é este caso, e também a homens.
Podem dizer-me que faz parte do trabalho de Emily (e de tantas outras “Emilys”) andar sem roupa ou com pouca roupa. Por exemplo, neste caso, o que aparenta ser um ocasional passeio com o cão a desafiar as baixas temperaturas que se fazem sentir em Nova Iorque é na realidade uma campanha publicitária.
Mas retirando o lado profissional da vida de Emily mantém-se a ousadia e a nudez. Sem a conhecer de lado nenhum chego a ter a sensação de que o seu corpo não tem qualquer segredo ou mistério para mim. Poderá existir quem entenda que isto é sedutor e positivo. Para mim é o extremo oposto. Sendo também desinteressante.
A liberdade é uma coisa bonita. E faz parte dela andar vestido ou sem roupa (em determinados locais). Faz parte dela partilhar fotos nas redes sociais com roupa ou sem roupa. É tão válido querer promoção pessoal com base no corpo como num qualquer talento. São opções. E no caso da nudez, faço parte da equipa que prefere o mistério.
23.1.17
o motivo da escrita
Qual o motivo da escrita? E esta pergunta é muito vasta porque tudo e mais alguma coisa pode dar origem a um texto. Trivialidades, acontecimentos diários, histórias de amor, tristezas e muitas outras coisas. Mas qual o motivo dos melhores textos que as pessoas escrevem. Amor? Dor? Ou outra coisa qualquer?
abençoado trump que faz com que os problemas desapareçam
Donald Trump ganhou as eleições. E já tomou posse como novo presidente norte-americano. E isto, aparentemente é o maior problema do mundo. Não apenas para os norte-americanos. Mas para todas as pessoas. Não existe uma pessoa no mundo que tenha um problema mais grave, mais sério ou de resolução mais urgente que não esteja relacionado com Donald Trump.
Nada tenho contra a “meia dúzia” de pessoas que se junta aqui e ali para se manifestar contra Donald Trump. Já sou contra as pessoas que acham que revelar o seu desagrado passa por destruir carros, montras e agredir pessoas mas isso é outra conversa. Mas acho alguma piada às pessoas que fazem da eleição de Donald Trump, assunto que está na moda, o maior problema das suas vidas.
E acho piada porque muitas destas pessoas centram a sua fúria em Trump mas ignoram por completo outros problemas que necessitavam de uma voz activa e que estão muito mais próximos. Como a precariedade que domina a maioria das profissões em Portugal, apenas para dar um exemplo. Ou outras coisas que acabam por interferir com os dias das pessoas que apenas têm energia para atacar Donald Trump.
Antes de me preocupar com Donald Trump preocupo-me em solucionar todos os problemas que estão perto de mim. Muitos deles motivados por situações que não domino e que merecem a minha atenção total. Bom seria que o único problema do mundo fosse mesmo a eleição de Donald Trump. Mas a verdade é que existe algo muito nosso que passa por olhar para os problemas dos outros ao mesmo tempo que preferimos ignorar aquilo que acontece debaixo do nosso nariz.
Ao bom estilo português temos solução para tudo aquilo que diz respeito aos outros. Sabemos tudo aquilo que deve ser feito por fulano e sicrano na situação x ou y. Criticamos tudo e mais alguma coisa que diz respeito aos outros. Até ao momento em que percebemos que temos de fazer alguma coisa por nós, alguma coisa pela nossa vida, pela solução dos nossos problemas. Mas isso dá muito trabalho. Mais vale ir para as redes sociais falar mal do Trump, esse malvado.
20.1.17
carros lavados vs pássaros cagões
Não lavava o meu carro desde o Natal. O último banho teve lugar a 24 de Dezembro, para ficar lavadinho para o Natal. Até que fiquei parado na Ponte 25 de Abril, o que fez com que o carro fosse para a oficina. Problema encontrado, problema solucionado e um banho antes de ser levantado. Até aqui tudo bem.
Hoje, manhã cedo, chego à oficina e o carro está coberto de gelo. Mais um "duche" para tirar o gelo. O carro estava um mimo. Aliás, carros lavados ficam todos um mimo. Até aqui, e mais uma vez, tudo bem. Não fosse o facto dos pássaros terem uma adoração por carros lavados. Até já os estou a imaginar a falar uns com os outros.
"Ui! Olha aquele ali. Foi lavar o carro. Deve querer uma cagada", diz um dos pássaros.
"Deixa-me ser eu. Estou mesmo aflito", diz outro.
"Não! Quero ser eu", insiste o primeiro.
Até que tiram à sorte. Um fica feliz e outro triste.
Não contente por não ser a sua vez, decide tornar o cenário ainda menos simpático.
"Sabes o que era giro? Era fazeres uma cagada mesmo no puxador da porta do lado do condutor. Mas uma daquelas grandes, que ocupam o puxador todo. Isso é que era giro", diz.
Algo que o outro aceita fazer. E faz.
Depois ficam os dois à espera que o dono do carro chegue para que possam gozar com a sua cara.
De forma resumida, isto foi o meu dia.
orgasmo matinal (e não foi do gelo)
É bom começar a manhã com um orgasmo. E este não foi motivado pelo frio. Foi mesmo pela alegria do momento em que vou buscar o carro à oficina e fico a saber que o valor do arranjo (que me fez temer o pior) foi mais barato do que o inicialmente previsto. Até me esqueci que tinha o carro coberto de gelo e que quando entrei no mesmo parecia estar dentro de um cubo de gelo. Obrigado Peugeot.
19.1.17
as estrias da verdade
O encanto com que a maioria das pessoas olha para uma foto em que uma celebridade mostra, sem qualquer pudor, estrias ou uma qualquer imperfeição como uma cicatriz diz muito da mentalidade que ainda domina a sociedade. É estranho que as pessoas necessitem de uma prova destas para perceber que as celebridades são pessoas iguais a qualquer outra. Mostra que muitas pessoas ainda acreditam, sem qualquer hesitação, na imagem irreal que muitas vezes é difundida nas redes sociais.
É verdade que muitas pessoas passam uma imagem irreal, que não corresponde à verdade despida de maquilhagem e edições de imagem. Talvez seja por isto que algumas pessoas têm uma espécie de vergonha das suas cicatrizes ou estrias. E talvez seja por esta imagem falsa que se vende nas redes sociais que muitas pessoas olham com nojo para fotografias em que as pessoas aparecem como são na realidade. E que muitas celebridades ainda sejam veneradas como deuses intocáveis.
mulher furacão
Antes de ser jornalista trabalhei em diversas áreas. Por exemplo, trabalhei num centro comercial – Almada Fórum – na Sport Zone e em duas lojas de roupa. Dessa época, entre muitos episódios que davam para muitas histórias, recordo-me de dois momentos. De estar a trabalhar durante os jogos de Portugal no Euro 2004, o que significava ver o shopping praticamente vazio.
E de um dia em repentinamente o shopping ficou em alvoroço. Não se tratava de um roubo (algo que dava que falar) nem uma grande confusão com clientes. Era mais entre lojistas. Até que alguém diz: “a Ivete Sangalo está a passear no shopping”. E a “mulher furacão” entrou numa das lojas onde trabalhei.
Recordo-me de estar acompanhada de algumas pessoas. Mas aquilo que mais destaco é a sua simpatia. Cumprimentava todas as pessoas por quem falava. E guardo ainda a memória de uma mulher linda, elegante e muito vistosa. Os seus 1,77 metros já eram suficientes para se destacar. Em cima de uns sapatos de salto alto, com uns jeans justos, com um corpo elegante e com um sorriso contagiante ainda mais. Todas as pessoas reparavam naquela mulher, mesmo não sabendo quem era.
Aquele encontro com Ivete Sangalo foi o recordar das noites passadas no Moinho da Praia, no Samouco, na altura em que o espaço era bastante concorrido e onde era possível ouvir música brasileira ao ar livre, música disco na “cave” e rock na zona da mesa de snooker. Agora que releio este parágrafo percebo que estou a ficar "velho".
Recordei-me disto hoje porque um amigo partilhou um medley de Ivete Sangalo no facebook. E isso foi o suficiente para ficar o resto do dia preso nas músicas de uma artista de que gosto muito e que tem o dom de ter músicas que animam e até fazem dançar as pedras da calçada. E de música em música cheguei a esta, tão certeira para estes dias.
empregadas domésticas nuas
O que para muitos poderá ser visto como “prostituição camuflada” é, para uma empresa, a “liberdade da verdadeira forma humana”. A empresa é a Naturist Cleaners, que tem sede em Londres e que contrata mulheres dispostas a trabalhos de empregada doméstica nuas.
“Procuramos mulheres naturistas para limparem casas privadas, nuas. O trabalho passa por fazer toda a limpeza normal, como espanar, arrumar, aspirar, regar plantas, fazer camas, usar a máquina de lavar, passar roupas e janelas de limpeza”, explicam na sua página oficial. O serviço tem um custo de cerca de 74 euros na primeira hora e 62 nas seguintes.
A empresa esclarece ainda, de modo a evitar polémicas, que aceitam mulheres de todas as idades e formas pois acreditam na “serenidade de uma casa sem sujidade”, aquilo que realmente importa, sem esquecer a já mencionada liberdade da verdadeira forma humana. A empresa é igualmente directa nas regras do serviço: nada de fotos nem vídeos, sendo que o contacto físico com as empregadas está proibido.
Este negócio está em crescimento e a empresa está a expandir-se. A dona refere que a maioria dos clientes são naturistas. Ou seja, deixa claro que não existem negócios de sexo associados a esta ideia. A empresa disponibiliza ainda, por um preço consideravelmente mais baixo, serviços de limpeza em que as empregadas estão vestidas.
Para muitas pessoas é um serviço polémico. Para muitas pessoas é uma coisa horrorosa. Um negócio de sexo que não se assume. Para os naturistas será algo perfeitamente normal. Para mim não me aquece nem arrefece. Mas uma coisa é certa: a roupa das empregadas não irá espalhar cotão pela casa.
a margem sul é um deserto*
Diz que a Margem Sul do rio Tejo é um deserto. Diz que não se passa nada por lá. Mas depois temos um restaurante (e bar) como a Mundet Factory, nos antigos refeitórios daquela que chegou a ser uma das mais importantes fábricas de Portugal.
E temos um barbeiro - dono da barbearia Fear The Beard - que é apenas um dos melhores de Portugal.
Qual a diferença? Em termos de qualidade: nenhuma! Em termos de preço: mais barato. E não deixa de ter a sua piada que as pessoas de Lisboa comecem a visitar a Margem Sul, nestes casos específicos, Seixal e Torre da Marinha em procura de algo diferente aquilo que de já se começam a fartar.
* Só que não!
18.1.17
só para apaixonados por gin
A paixão que tenho por gin levou-me a criar um pequeno bar caseiro dedicado a uma das minhas bebidas de eleição. E tem feito também com que vá procurando conhecer diversos sabores, alguns em felizes acasos. Foi num desses momentos felizes que descobri Monkey 47, numa noite em que me foi sugerido. Tanto que neste momento é o mais sério candidato a conquistar o (já) pouco espaço livre no meu pequeno bar.
Acredito que quem gosta de gin fica apaixonado por Monkey 47 assim que o prova. Acredito também que essa paixão imediata faz com que exista a vontade de ter uma garrafa em casa. É verdade que não é o gin mais barato do mercado mas o seu sabor faz com que o preço não seja considerado excessivamente elevado.
Agora surge o Monkey Distiller's Cut, numa edição exclusiva com apenas quatro mil garrafas espalhadas pelo mundo (apenas 120 em Portugal). Nesta edição os 47 ingredientes de Monkey recebem a visita do Mel de Abeto (tem origem na Black Forest na Alemanha). Fica a dica para quem gosta de coleccionar gins.
17.1.17
chegou o momento das dietas
O início do ano é provavelmente a melhor altura para se falar de dietas. Porque muitas pessoas ainda estão a lamentar os excessos do Natal enquanto outras estão a tentar, finalmente, cumprir a resolução de ano novo que diz respeito a uma mudança de estilo de vida, adoptando comportamento que estão associados a uma vida saudável: uma boa alimentação e prática regular de exercício físico.
A vontade que as pessoas demonstram, sobretudo em perder peso, leva a que o universo das dietas seja um negócio bastante rentável. E o segredo é um: prometer o melhor resultado possível com o menor esforço possível. Quem é que não compra isto? Se prometerem que a pessoa perde peso sem fazer nada (mensagem que se encontra por aí) todos vão querer este milagre. Até porque as pessoas adoram tudo aquilo que não envolva esforço.
Em bom português, prometer perder peso sem mudar de vida, é vender banha da cobra. Perder peso (se não estiver a falar de comprimidos e coisas semelhantes que tiram o apetite) envolve esforço. Que vai além do físico. Para começar, o segredo de perder peso está na alimentação. 95% do segredo passa por aquilo que se come. 5% passa pelo exercício físico. A ideia de que o desporto resolve tudo é errada.
Se a alimentação for péssima e desequilibrada, a prática de exercício físico irá impedir que a situação piore. Mas não irá fazer com que exista uma grande evolução. Com a comida a conversa é outra. Uma alimentação saudável e equilibrada já faz com que a pessoa perca peso. Se a isto se juntar o desporto, o corpo vai sendo trabalhado ao longo da transformação. E isto é o ideal. A receita perfeita passa por juntar a alimentação ao desporto.
Outro erro que as pessoas comentem é acreditar que fazer dieta é deixar de comer quase tudo e fazer uma alimentação à base de maçãs, peixe e sopa. Outra ideia erra. Uma boa dieta não é mais do que uma (re)educação alimentar, algo que a maioria das pessoas não tem. Esta falta de educação será um dos motivos pelos quais as pessoas se entregam a comprimidos e a dietas malucas que perdem o efeito assim que terminam. Porque a pessoa não mudou nada. Apenas andou a enganar o apetite durante determinado período de tempo. E certamente que todas as pessoas conhecem alguém que perdeu peso e que passado pouco tempo já estava igual (ou ainda com mais peso).
Acima de tudo as pessoas necessitam de saber a melhor altura do dia para comer determinados alimentos. E isto não implica cortar radicalmente com tudo. Lá porque a pessoa gosta de pão, não necessita de comer pão o dia inteiro. Tal como não necessita de cortar radicalmente com o consumo do chocolate de que tanto gosta. É moderação e ter uma educação alimentar que possibilite conhecer melhor os alimentos.
Quem souber fazer isto perceberá que mudar de vida é muito mais fácil do que parecia. Perceberá que uma alimentação saudável não é uma ditadura alimentar com base no medo ou comandada por comprimidos e produtos xpto. E que não implica passar o dia enfiado num ginásio. É uma questão de moderação. E de força de vontade que deve ser pessoal e não uma decisão de terceiros.
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