Mostrar mensagens com a etiqueta mundo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta mundo. Mostrar todas as mensagens

22.3.17

o medo começa a vencer

Acabo de ver imagens bastante fortes do atentado que aconteceu em Londres. São corpos estendidos, pernas partidas, poças de sangue e provavelmente uma pessoa morta. As imagens têm uma dureza que começa a ser comum. E depois recordei-me de 2001. Mais especificamente do dia 11 de Setembro. Nesse dia o mundo parou. Nesse dia as pessoas tiveram a possibilidade de assistir a um ataque terrorista em directo, sem filtros.

Passaram poucos anos. E os ataques terroristas começam a parecer um evento que ocorre ocasionalmente. Não é preciso esperar muito tempo para ver mais um ataque bárbaro. Por exemplo, hoje assinala-se um ano dos atentados ocorridos na Bélgica e que roubaram a vida a diversas pessoas. Há poucos dias foi morto um "terrorista" num aeroporto francês. Hoje é aquilo que se tem estado a ver em directo na televisão.

E tudo isto com poucos anos de diferença. Continuo a defender que o medo não pode triunfar. Que a vitória passa por não deixar que medo mude a vida das pessoas. Que não faça com que certas pessoas passem a olhar de lado para outras, colocando todos no mesmo saco. Mas acredito que isto será cada vez mais complicado. Pois à velocidade que os atentados surgem, e em locais que as pessoas reconhecem como seus e bastante próximos, o medo vai ser cada vez maior.

6.2.17

o presente ideal para uma criança: uma arma

Tentando recuar até aos meus dez anos, imagino-me a receber presentes que deveriam andar por coisas ligadas ao futebol e ao universo Playmobil. E muitas outras coisas facilmente associadas a crianças daquela idade. Mas isto sou eu. Que nasci em Portugal. E onde o universo das armas não é algo que seja real para meninas e meninos de tenra idade.

O mesmo não se pode dizer de Presley. Que nasceu inserida numa realidade completamente diferente da minha. E que pelo décimo aniversário recebe de presente, oferecido pelos pais, uma espingarda da marca Beretta. Acho que aquela menina tem mais encanto por aquela arma, que até lhe rouba a respiração, do que eu por qualquer brinquedo que tenha recebido. O momento da oferta foi gravado e partilhado pela marca que define este momento como “tocante”.



Como seria de esperar, este vídeo tem dividido a opinião das pessoas. De um lado estão as pessoas que ficam chocadas com o facto de uma criança tão nova receber de presente uma espingarda. Do outro estão aqueles que elogiam o papel dos pais e que olham para este gesto como um passo bem dado na direcção da responsabilidade por parte da filha.

O pior é que Presley não é um caso isolado. A diferença é que esta menina foi gravada a orgulhosamente desembrulhar a sua primeira espingarda. Nos Estados Unidos da América Presley é apenas mais uma criança com uma arma. Uma no meio de tantas outras que provavelmente preferem uma carreira de tiros a uma Barbie. Que preferem espingardas a casinhas de bonecas. E que preferem destruir em vez de construir algo.

É por causa de notícias como esta que nunca fiquei chocado com a notícia de um tiroteio nos Estados Unidos da América. Andar com arma é tão natural como andar com um telemóvel. Deixar que crianças se aproximem de armas é tão natural como deixar que brinquem com algo. Depois acontecem mortes acidentais, crianças que disparam contra os pais e adolescentes que matam uns quantos alunos numa qualquer escola.

Podemos (e devemos) andar a discutir muros. Podemos (e devemos) andar a discutir impedimentos estúpidos. Mas também podemos (e devemos) recordar que este é provavelmente um dos piores problemas dos Estados Unidos da América. E um negócio de milhões, que dá dinheiro a ganhar a muitas pessoas. Até porque é muito triste o momento em que o presente ideal para uma criança é uma arma que rouba uma vida em segundos.

23.1.17

abençoado trump que faz com que os problemas desapareçam

Donald Trump ganhou as eleições. E já tomou posse como novo presidente norte-americano. E isto, aparentemente é o maior problema do mundo. Não apenas para os norte-americanos. Mas para todas as pessoas. Não existe uma pessoa no mundo que tenha um problema mais grave, mais sério ou de resolução mais urgente que não esteja relacionado com Donald Trump.

Nada tenho contra a “meia dúzia” de pessoas que se junta aqui e ali para se manifestar contra Donald Trump. Já sou contra as pessoas que acham que revelar o seu desagrado passa por destruir carros, montras e agredir pessoas mas isso é outra conversa. Mas acho alguma piada às pessoas que fazem da eleição de Donald Trump, assunto que está na moda, o maior problema das suas vidas.

E acho piada porque muitas destas pessoas centram a sua fúria em Trump mas ignoram por completo outros problemas que necessitavam de uma voz activa e que estão muito mais próximos. Como a precariedade que domina a maioria das profissões em Portugal, apenas para dar um exemplo. Ou outras coisas que acabam por interferir com os dias das pessoas que apenas têm energia para atacar Donald Trump.

Antes de me preocupar com Donald Trump preocupo-me em solucionar todos os problemas que estão perto de mim. Muitos deles motivados por situações que não domino e que merecem a minha atenção total. Bom seria que o único problema do mundo fosse mesmo a eleição de Donald Trump. Mas a verdade é que existe algo muito nosso que passa por olhar para os problemas dos outros ao mesmo tempo que preferimos ignorar aquilo que acontece debaixo do nosso nariz.

Ao bom estilo português temos solução para tudo aquilo que diz respeito aos outros. Sabemos tudo aquilo que deve ser feito por fulano e sicrano na situação x ou y. Criticamos tudo e mais alguma coisa que diz respeito aos outros. Até ao momento em que percebemos que temos de fazer alguma coisa por nós, alguma coisa pela nossa vida, pela solução dos nossos problemas. Mas isso dá muito trabalho. Mais vale ir para as redes sociais falar mal do Trump, esse malvado.

19.1.17

empregadas domésticas nuas

O que para muitos poderá ser visto como “prostituição camuflada” é, para uma empresa, a “liberdade da verdadeira forma humana”. A empresa é a Naturist Cleaners, que tem sede em Londres e que contrata mulheres dispostas a trabalhos de empregada doméstica nuas.

“Procuramos mulheres naturistas para limparem casas privadas, nuas. O trabalho passa por fazer toda a limpeza normal, como espanar, arrumar, aspirar, regar plantas, fazer camas, usar a máquina de lavar, passar roupas e janelas de limpeza”, explicam na sua página oficial. O serviço tem um custo de cerca de 74 euros na primeira hora e 62 nas seguintes.

A empresa esclarece ainda, de modo a evitar polémicas, que aceitam mulheres de todas as idades e formas pois acreditam na “serenidade de uma casa sem sujidade”, aquilo que realmente importa, sem esquecer a já mencionada liberdade da verdadeira forma humana. A empresa é igualmente directa nas regras do serviço: nada de fotos nem vídeos, sendo que o contacto físico com as empregadas está proibido.

Este negócio está em crescimento e a empresa está a expandir-se. A dona refere que a maioria dos clientes são naturistas. Ou seja, deixa claro que não existem negócios de sexo associados a esta ideia. A empresa disponibiliza ainda, por um preço consideravelmente mais baixo, serviços de limpeza em que as empregadas estão vestidas.

Para muitas pessoas é um serviço polémico. Para muitas pessoas é uma coisa horrorosa. Um negócio de sexo que não se assume. Para os naturistas será algo perfeitamente normal. Para mim não me aquece nem arrefece. Mas uma coisa é certa: a roupa das empregadas não irá espalhar cotão pela casa.

12.1.17

vamos dar razão ao trump sff

Não é preciso gostar de Donald Trump (e assumo que não gosto enquanto presidente norte-americano) para perceber que o agora político tem sido vítima de uma campanha. Que não é de agora. Muita coisa foi feita para que perdesse as eleições presidenciais e para que a vitória de Hillary Clinton fosse supostamente fácil. Uma ideia que cedo se criou.

Foram publicadas fotos da sua mulher nua. Foi insinuado que seria prostituta de luxo. Entre muitas outras coisas. As figuras públicas norte-americanas insultaram Donald Trump e apelaram ao voto em Hillary. Madonna até ofereceu sexo oral a quem votasse na sua candidata. E diversas publicações assumiram publicamente o apoio à mulher de Bill Clinton. E toda a gente conhece o resultado desta estratégia.

Mas a verdade é que Donald Trump ganhou as eleições. Mas os ataques continuaram (e vão continuar). A moda passou a ser o “não é o meu presidente” (como se isso fosse possível). As figuras públicas continuam a atacar o agora presidente. Alguns meios de comunicação continuam a atacar Donald Trump e as suas escolhas. Nada de diferente em relação à campanha eleitoral.

E depois as pessoas ficam espantadas porque Donald Trump recusa conceder uma pergunta a um jornalista da CNN. Acrescentando que publicam notícias falsas. Do que estavam à espera? Que Donald Trump morresse de amores por aqueles que, segundo o próprio, o atacam? A melhor arma que tem ao seu dispor é ignorar aqueles que publicam notícias que considera falsas. O jornalista fará o seu papel que passa por questionar. E Donald Trump (como qualquer outra pessoa) só responde ao que quer.

Não podemos aplaudir Cristiano Ronaldo quando atira um microfone da CMTV para o lago, considerando que o jornal e o canal são mestres em notícias falsas, ao mesmo tempo que criticamos Donald Trump quando recusa responder a um jornalista da CNN por considerar que a linha editorial da estação não é a melhor. Não podemos comparar a CMTV com a CNN mas podemos comparar a atitude de Cristiano Ronaldo e de Donald Trump. E ambos não gostam de uma linha editorial. Por isso, Cristiano não fala com o Correio da Manhã e Donald Trump não fala com a CNN. Simples!

o anúncio que está a deixar meio mundo a chorar (não vejas)



Obrigado à Samsung Índia

3.1.17

o drama de desinfectar as mãos depois de tocar em alguém

Desinfectar as mãos é algo que todos deveríamos fazer com frequência. Por desinfectar leia-se lavar bem as mãos. Isto é algo que é aconselhado em diversos momentos do dia, como antes das refeições e até antes de a pessoa se ir deitar. Mas é algo a que as pessoas apenas prestam atenção quando existe um alerta para uma qualquer doença. Por exemplo, na altura da Gripe A era ver todas as pessoas munidas de uma embalagem de desinfectante.

Nos dias que correm poucas pessoas ligam a isto. E aquelas que o continuam a desinfectar as mãos são vistas como “anormais”. São as pessoas que têm nojo de tudo e mais alguma coisa. Algo que aconteceu com Robbie Williams. Durante um concerto, o músico esteve junto do público. Agarrou diversas pessoas e quando chegou ao palco desinfectou as mãos.

Algo tão simples (e correcto) como isto fez com que fosse severamente criticado. Entre outras coisas foi acusado de sentir nojo das pessoas comuns, seja lá o que isso for. Quando na realidade fez algo completamente normal. É certo que a opção podia passar por estar longe do público mas preferiu estar junto dos fãs, acabando por limpar as mãos quando regressou ao palco.

E Robbie Williams fez muito bem. E dou apenas um exemplo. Se as mulheres entrassem numa qualquer casa-de-banho masculina certamente que nunca mais iriam dar um aperto de mão a um homem. Ou, caso o fizessem, também iam querer ter um desinfectante por perto. E digo isto porque uma elevada percentagem de homens não lava as mãos antes de sair do wc. E já vi isto em bares, restaurantes, centros comerciais, aeroportos e em tantos outros sítios.

Aquilo que o cantor é apenas uma medida de higiene que deveria ser seguida por todos. Acredito que por ser rara acaba por ser vista como estranha e como sinal de nojo. Na realidade é sinónimo de higiene. Não mais do que isso. E ninguém tem de se sentir mal por alguém lavar as mãos depois de nos tocar. Principalmente quando se trata de alguém que não nos conhece de lado nenhum.

from zero to hero

Não é preciso recuar muito no tempo para que ninguém tivesse telemóvel. Ou que alguém tivesse um, provavelmente um Nokia 3310, sem acesso à internet. Aliás, recuando um pouco mais no tempo quase ninguém tinha acesso à internet nos computadores. E a loucura nessa altura eram as famosas salas de conversação irc.

É certo que tudo isto significou uma grande mudança na vida das pessoas. É também verdade que criou vícios, cada vez mais vincados nas pessoas, mas naquela altura não me recordo de nenhuma mudança radical na vida de alguém devido ao uso do telemóvel ou por estar online. Até porque o acesso a ambos não era tão fácil como hoje.

Pouco tempo depois (apesar de parecer que passaram centenas de anos) tudo muda em segundos. E basta uma foto para que se passe de zero a hero. Algo impensável no tal passado recente que aparenta ser do tempo dos homens das cavernas. E o melhor exemplo disto talvez seja Jeremy Meeks. Quem? Este senhor aqui. Para quem não se recorda da história, este homem ficou conhecido quando foi divulgada a sua mugshot, a fotografia que é tirada quando as pessoas são detidas.

A partilha, nas redes sociais, desta imagem valeu ao ladrão o rótulo de “ladrão bonito” e fez deste homem um ícone junto das mulheres. Pouco tempo depois – a foto é de 2014 – o ladrão bonito deu lugar a um homem milionário que não tem mãos a medir com o retorno da divulgação daquela imagem. Trabalhos de moda atrás de trabalhos de moda, dinheiro e mais dinheiro.

E tudo graças a algo que era impensável num passado muito recente. Basta pensar que na altura do “velhinho” Nokia 3310 a maior loucura talvez fosse ser mestre a jogar ao famoso (hoje caído no esquecimento) jogo da minhoca. Essa era a loucura de ter um telemóvel. Agora a vida está naquele pequeno objecto. Isto junto ao fácil acesso à net faz com que seja possível mudar a vida de alguém.

29.12.16

vou abrir uma empresa conchinha. quem se junta a mim?

É um negócio como outro qualquer. Até nem tem maldade. Posso avançar já que o nome será cuddling'r'us. E o faz esta empresa, a minha empresa? Nada mais simples do que dar abraços, dormir em conchinha ou mesmo outro tipo de mimos. Esclareço desde já que a ideia não é minha. Estou a importar um negócio que está em crescimento nos Estados Unidos da América.

Até agora parece que estou a brincar. Mas a única "piada" é que não estou a pensar avançar com esta ideia. Mas é um negócio cada vez mais popular além-fronteiras. Nos Estados Unidos da América há quem ganhe qualquer coisa como cerca de 230 euros por sessão. Haverá quem pense que se trata de um negócio de sexo camuflado com outros mimos. Mas isso é falso.

Trata-se de uma troca de mimos e carinhos e às vezes jantares. Os clientes são sobretudo homens na casa dos 40/60 anos. Que têm em comum o facto de ter problemas nas suas relações devido à falta de afectos. Ou são mesmo pessoas com problemas que não conseguem ter companhia de ninguém. Este negócio surge para colmatar esse vazio na vida das pessoas. É um negócio com alguns riscos para os profissionais da área mas que, segundo os próprios, têm corrido muito bem, com uma procura cada vez maior.

21.12.16

nisto ninguém os bate

Os Estados Unidos da América conseguem ter aspectos extraordinários. É um país com uma grande riqueza a diversos níveis. Mas têm outros factores que lhes conferem alguma piada. E uma das coisas a que acho mais piada é a facilidade com que se criam e propagam teorias da conspiração sobre tudo e mais alguma coisa. Sendo que não lhes tiro o mérito de conseguirem colocar diversas pessoas a pensar sobre a verdade (ou não) das mesmas. As mais recentes estão ligadas às justificações para a derrota de Hillary Clinton nas eleições presidenciais. É mais ou menos a mesma coisa com as dezenas de teorias apontadas para a vitória de Portugal no Euro 2016.

19.12.16

o futuro para onde nos dirigimos

Hoje um homem foi assassinado em directo na televisão. O embaixador russo na Turquia foi morto a tiro em directo. O vídeo está na internet ao clique de qualquer pessoa, das mais diferentes idades. Algumas pessoas ainda se chocam quando se ouve um "fuck" numa música que passa na rádio. Outras quando num filme alguém diz uma asneira que todas as crianças percebem.

Mas a realidade não é dessas músicas nem desses filmes. A realidade está na dureza das imagens que nos chegam diariamente em todos os serviços noticiosos. Como é o caso do assassinato de hoje. Caminhamos para um futuro em que filmes de guerra vão deixar de ter um limite de idade. Vão passar a ser para todos. E até dobrados para que as crianças percebam os diálogos. Este é o futuro que dita a violência que deixou de ser excepção para ser o prato do dia.

13.12.16

tinham apenas sete ou oito anos

O mundo está perdido. Duas meninas de sete ou oito anos protagonizaram um ataque suicida na Nigéria. Sete ou oito anos?!? Como é possível?!? "Passaram à minha frente sem mostrar qualquer emoção", conta um dos homens presentes no local do atentado. "Dirigiu-se aos vendedores de aves e accionou o cinto de explosivos", acrescenta. A segunda explosão teve lugar quando os vendedores ajudavam os feridos da primeira explosão. Que mundo é este? Crianças de sete ou anos... Muito triste.

2.12.16

a ignorância nem sempre é uma bênção

Existe um fenómeno que é bastante frequente e que está associado a notícias que mexem mais com as pessoas. Como é o caso da tragédia que roubou a vida a praticamente uma equipa de futebol. O choque inicial veio com a queda do avião. E depois com a confirmação da morte de 71 pessoas. De resto a informação foi surgindo a conta gotas.

E quando assim é... os alvos das pessoas vão mudando. E confesso que este fenómeno é algo que me surpreende. Isto no sentido dos ataques que algumas pessoas fazem. E muitas delas centram o seu ódio (e ignorância) na controladora do aeroporto colombiano que pode ser ouvida a conversar com o piloto do avião que acabou por se despenhar.

Sabe-se agora que o avião caiu porque simplesmente ficou sem combustível. O que originou uma falha técnica total na aeronave. Sabe-se também que existe um motivo para isto. O avião deveria ter parado para efectuar um reabastecimento de combustível. Algo que o piloto (um dos sócios da empresa) não quis fazer. Sabe-se também que o aeroporto deu prioridade a um avião que estava a perder combustível e que alertou o aeroporto desse facto.

Muitas pessoas decidiram culpar a controladora aérea – Yaneth Molina – do acidente. E isto é errado. Porque a culpa é de outra pessoa. A controladora não está a par dos “truques” da transportadora para poupar dinheiro. Nem sabe que uma tragédia está prestes a acontecer por causa desses mesmos erros. Aquilo que sabe é que o piloto falhou. E arriscou, sabendo o risco que corria. Esta atitude colocou em perigo a vida de todos e acabou numa tragédia.

18.11.16

o mundo está perdido...

Os estudos valem o que valem. As amostras até podem ser pequenas ou quase insignificantes. Mas existem estudos que me levam a dizer que o mundo está perdido. E este é um deles. Mesmo que só tenham participado no estudo cerca de duas mil pessoas da América do Norte e também da Europa. Pois bem... 40% das pessoas que participaram neste estudo dizem que aquilo que é mais essencial no seu dia é uma boa ligação wi-fi.

Apenas 37% escolhem o sexo. Já 14% escolhem o chocolate e 9% o álcool. As pessoas responsáveis pelo estudo referem que este resultado seria impensável há alguns anos, altura em que outros "luxos" seriam escolhidos pelas diferentes pessoas. A título de curiosidade, os participantes no estudo acrescentam que já escolheram hotéis com base no bom funcionamento do wi-fi.

A minha primeira reacção é dizer que o mundo está perdido. Pelo menos para as pessoas que elegem o wi-fi. Mas coloco também a hipótese de existir mau sexo ou mesmo a inexistência de sexo na vida dessas pessoas. Só isso explica que o wi-fi seja mais importante do que o sexo. Mesmo dando o desconto de que talvez seja a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas quando questionadas sobre aquilo que é mais essencial no seu dia. Por outro lado, existem pessoas muito gulosas ou que comem chocolates muito bons para o elegerem como essencial.

11.11.16

devemos dizer negro ou preto?



Por experiência própria, ou seja, com base nos meus amigos, preto é sempre a melhor opção. E esta é uma explicação muito bem construída em torno de um tema sempre polémico.

21.10.16

quem ousa trair uma celebridade bem sexy

Quando alguma celebridade é notícia por algo ligado à vida sentimental as reacções são quase sempre as mesmas. Refiro-me a notícias como a traição do agora ex-namorado de Jennifer Lopez ou as informações sobre o final do casamento de Angelina Jolie e Brad Pitt ou mesmo de Johnny Depp e Amber Heard. E tem piada porque as reacções são quase sempre as mesmas. Ou do mesmo género.

"Como é que fulano foi capaz de trair um mulherão como a Jennifer Lopez" ou "como é que a Angelina Jolie deixa um homem daqueles" são apenas dois exemplos de coisas que a maior parte das pessoas dizem. O que leva a crer que as pessoas valorizam bastante o aspecto físico, apesar de não o conhecerem na sua realidade. Valorizam uma beleza que praticamente só conhecem numa fase pós produção. Além disso colocam aquelas pessoas num patamar onde o comum dos mortais não entra.

Para estas pessoas as celebridades são perfeitas. É tudo em bom. Não existe um único defeito que possa ser apontado. Não há mau feitio. Não são pessoas maldosas. Não ofendem ninguém. Não são uns trastes. Não são intragáveis. São apenas um mar de virtudes que encanta todas as pessoas que as rodeiam. É a perfeição em pessoa. Só de olhar dá vontade de suspirar. E esta imagem é algo que tem a sua piada.

As pessoas criam uma imagem com base num filme ou em vários. Aquilo que imaginam é com base numa ficção. E não se conseguem recordar de que, no final do dia, independentemente dos milhões na conta, das roupas caras, das casa de luxo e dos carros potentes, estas pessoas acabam por ser iguais ao nosso vizinho que é um barulhento do caraças e de que ninguém no prédio gosta. São pessoas com defeitos, com qualidades e em alguns casos com vidas vazias e solitárias. Muito piores do que as de muitas pessoas que não têm metade dos ingredientes daquele glamour que se espalha pelo mundo.

Depois existe o oposto. Que é o momento em que as pessoas se cruzam com uma celebridade que idolatram. E que por acaso (ou não) naquele dia não está com boa disposição. Ou que simplesmente não teve tempo para atender aos pedidos do fã. Nessa altura, a pessoa que era um mar de qualidades passa a ser um oceano de defeitos. Nesta altura é tudo mau. Até a beleza se vai embora. Já nada presta. E mais uma vez, estas pessoas continuam a ser iguais ao vizinho de quem ninguém gosta mas que até tem algumas qualidades.

18.10.16

sem querer ser advogado do diabo (leia-se trump)

Neste momento Donald Trump está para o mundo como Maha Vajiralongkorn está para os tailandeses. Ou seja, é mal amado e dificilmente haverá volta a dar. Muito dificilmente o novo rei tailandês irá conquistar o povo e nem Tom Cruise, numa mirabolante missão impossível, conseguirá fazer com que o mundo, pelo menos boa parte dele, venha a sentir empatia em relação a Donald Trump.

Mas não é preciso amar ou odiar alguém para perceber certas coisas. Muitas pessoas ficaram indignadas com as declarações que Donald Trump proferiu em 2005 em que fala, numa conversa privada, de forma pouco simpática em relação às mulheres. As palavras não são simpáticas. São na realidade muito tristes. É um facto. E o responsável é quem as profere. Nada a apontar em relação a isto.

Agora foi Melania, a mulher do candidato, a quem poucas pessoas atribuem inteligência que desvalorizou as palavras do marido. E salienta algo que considero fazer toda a diferença: “era conversa de homens”, diz. Antes de avançar no texto deixo claro que não gosto de Trump. Acho que será um péssimo presidente caso seja eleito. E este texto não tem como objectivo fazer de advogado do diabo. É apenas a constatação de factos.

E o primeiro é que é muito feio, seja em que circunstância for, partilhar uma conversa privada. Se é privada é assim que deverá manter-se. Seja entre dois amigos que ninguém conhece de lado nenhum ou entre personalidades influentes. Acho que neste ponto ninguém discorda. Acredito que todas as pessoas, mesmo odiando os protagonistas de uma qualquer conversa, consideram que existem diferenças entre privado e público. Algo que deixa de existir, para algumas pessoas, no momento de ganhar uma eleição. Aliás, e pegando neste caso específico, acredito que existam pessoas cuja missão passa apenas por descobrir o maior número de podres em relação ao outro candidato. Tendo em conta que se trata de Donald Trump... é uma tarefa bastante fácil.

O segundo facto é destacado por Melania. As suas palavras não desculpam a atitude do marido. Mas são verdadeiras. Porque é um pequeno exemplo de uma conversa de homens. E qualquer homem pode comprovar isso. Porque muitos homens falam de forma pouca simpática em relação a algumas mulheres ou, em casos extremos, em relação a todas. Este domínio chega a ser tão surreal que muitos homens exageram naquilo que dizem apenas para ficar bem numa conversa de homens. “Fiz isto e aquilo aquela gaja”, “elas fazem-me isto e aquilo” e por aí fora. Quando tudo não passa de uma fábula inventada que garante apenas mais um carimbo na caderneta da suposta masculinidade que se mede por palavras como as de Donald Trump. Fingir que esta realidade não existe ou que é exclusiva de Trump é ser ingénuo e acreditar numa realidade inexistente.

Se é algo parvo? É! Se os homens fazem? Sim! Se é algo que tem paralelo no universo feminino? Não sei. Só as mulheres é que podem confirmar ou desmentir essa realidade, sendo que acredito que também existem momentos destes em conversas femininas, sempre dependendo de quem tem a conversa e das circunstâncias da mesma. Aquilo que faz uma grande diferença no caso de Donald Trump é que existe um grande ódio em torno do homem que muitos temem que venha a sentar-se numa das cadeiras mais importantes do mundo.

13.10.16

ela é gorda. a culpa é de quem? das mulheres?


Esta mulher chama-se Robyn Lawley, é uma modelo australiana de 27 anos e mãe de uma criança. Robyn tem 1,88 metro de altura e pesa 74 kg. A parte mais interessante é ser considerada uma modelo plus size. Segundo a própria, está dentro dos padrões normais do país. Robyn considera ainda que não é simpático ser vista como uma modelo plus size.

Resumindo, esta mulher é considerada gorda. Aos olhos de alguma indústria da moda, trata-se de uma gorda. Tal como é rotulada desta forma por diversas publicações destinadas ao público feminino. Que se referem a Robyn como uma modelo de tamanhos grandes. E é isto que questiono. A indústria da moda olhar para esta modelo como alguém que não se enquadra em determinados parâmetros até não me choca. Outro coisa completamente diferente é dizer que é gorda.

Pior ainda é uma publicação feminina assumir a ideia de plus size em vez de a questionar. E digo isto porque considero que deveriam ser as primeiras a mudar a mentalidade das leitoras, do público que têm. Até porque aposto que existem mulheres nas redacções que passam a imagem de que Robyn tem peso a mais que têm um corpo diferente do desta mulher e que não aceitam que alguém ouse chamar-lhe gorda. Por considerarem que é errado. E essa mensagem deveria ser passada para a publicação.

E o mais grave disto tudo, e um tema que levanta muitas questões, é a quantidade de adolescentes que realmente acreditam que Robyn Lawley é gorda. Que não questionam nada sobre isso e que partem logo para uma dura análise em frente ao espelho. Adolescentes que têm corpos normais e que passam a encontrar gorduras indesejáveis em todo o lado apenas porque se vende a ideia de que mulheres com o corpo de Robyn são gordas.