Mostrar mensagens com a etiqueta eu. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta eu. Mostrar todas as mensagens

27.10.23

falta egoísmo a muita gente

Não sou, de todo, o maior fã de egoísmo. E o que se segue pode até soar a contra-senso pois sou da opinião de que falta egoísmo a muita gente. E defendo isto porquê? Pelo simples facto de que as pessoas não têm tempo para nada. E esta é muitas vezes a muleta usada para adiar sonhos pessoais. Para deixar de apostar em algo que se deseja fazer.

Até ao momento em que alguém precisa de ajuda. E o que essas pessoas fazem? Ajudam! Arranjam tempo para ajudar. Mesmo que continuem a dizer que não têm tempo para fazer as suas coisas. E o que acontece em muitos destes casos? Estas pessoas – as que ajudam – acabam quase descartadas assim que deixam de ser úteis. São meros consumíveis. E é por isto que defendo que falta egoísmo a várias pessoas.

“Preciso da tua ajuda para isto e aquilo”. “Desculpa, não vai dar. Estou ocupado a apostar em mim”, deveria ser a resposta. Mesmo que isto faça com que os outros olhem com maus olhos para quem tenha a audácia de apostar em si. A verdade é que vão falar mal das pessoas na altura em que passam a ser descartáveis. Por isso, mais vale que falem mal quando existe a coragem de apostar em si. E mal daqueles que condenam este tipo de egoísmo. Que, volto a dizer, falta a muita gente.

10.10.22

25 dias em modo pai

Passei os últimos 25 dias em modo pai. A minha filha foi a única preocupação que tive durante este período de tempo. Começo por dizer que me sinto agradecido pelo que tive a possibilidade fazer. Tenho a noção de que é quase impossível para muitos pais passarem este tempo com os filhos. Quer seja porque isso implicava gastar as férias todas de uma vez. Ou porque as empresas não permitem gozar tantos dias de forma contínua. No meu caso, tenho a “sorte” de ter uma profissão que me leva a acumular muitas folgas e de ter a possibilidade de as gozar com relativa facilidade.

Aquilo que deveria ser algo normal acaba por ser uma raridade. Queremos que as pessoas tenham filhos, mas depois é quase impossível que pai e mãe estejam juntos com as crianças, principalmente na fase inicial das suas vidas. Temos filhos e em pouco tempo o pai tem de ir logo trabalhar. Ou tem de “roubar” dias à mãe para que possa estar mais tempo em casa. Depois, são profissões/empresas que olham de soslaio para pessoas quem quer construir família (principalmente mulheres). Mas os homens também lidam com isto. Posso dar o exemplo de um amigo que ouviu isto de uma chefe quando pediu para ir a uma consulta do filho: “Então e a mãe? Não vai?”.

Ou seja, vivemos tempos em que a maioria dos pais acordam cedo e deixam os filhos nos colégios (ou familiares, quando existe essa possibilidade). Vão buscá-los ao final do dia e sobram poucas horas para rotinas como banho e refeições. E um tempo ainda mais curto para brincadeiras antes do momento de ir dormir e repetir isto, cinco dias por semana. Resta o sábado e o domingo para que pais e filhos estejam juntos mais tempo.

Este texto não é uma crítica a ninguém. Não é um ataque a quem quer que seja. É apenas um lamento. É apenas olhar para uma realidade que acaba por desencorajar muitas pessoas que estão a pensar ter filhos. E que vão adiando esse desejo enquanto aguardam por aquele que acreditam ser o momento certo. E que muitas vezes nunca chega.

15.9.22

obrigado, roger federer

Sou jornalista desde 2006. Desde então que já tive a oportunidade de estar à conversa com muitas figuras públicas das mais diversas áreas. Devo ter meia dúzia (se tanto) de fotografias ao lado de alguém com quem estive à conversa. Autógrafos, muito menos.

A única excepção de que me recordo é Roger Federer quando passou pelo Estoril Open, em 2010. Cruzei-me com poucas estrelas (desta dimensão) com a simplicidade de Federer. Numa área em que o pensamento dominante é “sou o dono do mundo porque apareci 2 segundos na televisão”, Roger Federer é um exemplo de humildade e disponibilidade.

Foi assim com os jornalistas como com todas as pessoas com quem se cruzava a caminho do court e que atrasavam o seu percurso. Neste dia, e por ser algo que entendo que não devo fazer enquanto estou a trabalhar, pedi-lhe um autógrafo à saída da tenda da Comunicação Social. O momento ficou registado, sem qualquer pedido, pela lente da extraordinária Leninha (Helena Morais), uma das maiores fãs de Federer que já conheci.

Federer vai acabar a carreira e não será o ténis que irá perder uma lenda. É o desporto que fica mais pobre com o final da carreira de alguém que é um exemplo para todas as crianças que sonham um dia ser profissionais.

Obrigado, Roger Federer.

1.9.22

desabafos de pais reais que dizem asneiras e gritam com os filhos

As pessoas costumam aproveitar as redes sociais para partilharem o lado bom da vida. Independentemente de ser uma partilha profissional ou pessoal, existe uma tendência para que seja dado a conhecer aquilo que nos faz bem e deixa bem. E isto aplica-se também ao lado parental da vida de cada um. É frequente ver os pais a partilharem bons momentos passados ao lado da criançada. Sendo que também existem alguns desabafos daqueles que são vistos como “pais reais” que dão conta de diversos episódios menos felizes ao lado dos filhos. E que podem ser pautados por gritos e asneiras. E é disto que quero falar. Porque compreendo na perfeição estes desabafos mas não me revejo nos mesmos.

Vamos começar pela compreensão. A maior parte das pessoas passa a vida a correr de um lado para o outro. Estar com o filho é algo que, às vezes, se tem de fazer a par de mil tarefas. Existe depois a privação de sono. Existem as birras. Existem mil e uma coisas com que os pais têm de lidar. Uns com mais, outros com menos. Por isso, compreendo que algumas pessoas acabem por se “passar” com os filhos. Sendo que tenho a certeza de que todos se arrependem dos momentos em que se apercebem de que estão a gritar por nada de extraordinário. E que o grito não foi tão eficaz com pensavam.

Agora, a parte de não me rever. Não vou mentir. A minha filha também tem os seus momentos de birra. Que felizmente, não são muitos. Também acorda a meio da noite e pede colo. Ou seja, também tem os seus momentos em que me poderia tirar do sério. Quer seja pelo cansaço acumulado ou por outro motivo qualquer. Só que gritar com a Matilde, dizer asneiras, berrar com ela, ser bruto ou o que quer que seja não é uma opção para mim. Numa fase inicial da vida de pai irritei-me com a Matilde porque não queria adormecer. Poucos minutos depois tive a noção de que tinha errado. De que tinha sido injusto. E que o meu comportamento não serviu para mais nada do que irritar a minha filha ainda mais. Senti-me mau pai. Fiquei a sentir-me mal com o erro e desde então percebi que não era o rumo que queria seguir. E que não voltaria a fazer o mesmo.

É por isto que digo que não me revejo nos tais desabafos de quem se passa com alguma frequência. Desde aquele episódio que passei a fazer tudo de forma diferente. Há uma birra? Tento conversar com a Matilde. Está bastante irritada? Dou-lhe tempo para que acalme. Não quer fazer algo? Explico as consequências que isso poderá ter, a nível de tempo, para o que ainda quer fazer no resto do dia. E este tem sido o modo como tenho lidado com os menos em que a Matilde faz birra ou está mais agitada. Se isto faz de mim melhor pai do que aqueles que gritam, dizem asneiras e fazem isto ou aquilo? Não! Não faz de mim melhor nem pior. Esta é simplesmente a forma como decidi lidar com a minha filha.

Aproveito ainda os tais desabafos (e a minha experiência enquanto pai) para defender a opinião de que ser pai é um dos maiores desafios da vida. A começar logo pela momento em que temos uma vida que depende de nós. E isto será um desafio que se prolonga ao longo da vida. Mas é também um desafio para a própria pessoa. Para o casal. Para a vida a dois. Tudo isto acaba por ser testado com a chegada de uma criança. E creio que todos aprendemos muito com aquilo que fazemos. Que seja com o filho, com a pessoa com quem estamos ou mesmo em relação a quem somos.

30.8.22

treinar nas férias: sim ou não?

Treinar nas férias: sim ou não? Antes de dar a minha resposta avanço com diversos pontos de vista. Existem pessoas que nas férias começam a prometer mudar de estilo de vida. E parte delas acha que deve começar a fazê-lo logo nas férias. Mesmo que a actividade física seja uma miragem há largos meses ou anos. Depois, há quem treine de forma regular. E que ache que não deverá pausar durante as férias. Por fim, aqueles que treinam, mas que entendem dar descanso ao corpo enquanto estão de férias.

Sou uma pessoa que treina de forma regular. Nesta fase não estou a frequentar o ginásio, mas dou as minhas corridas diárias, cinco vezes por semana. E sou daquelas pessoas que já levaram planos de treino para as férias. Agora, não. Há muito que percebi que o corpo também precisa de descanso. E que, em muitos casos, não treinar é o melhor treino que podemos fazer. E refiro-me por exemplo, aos dias em que dormimos mal e em que estamos muito cansados.

Por isso, nestas férias decidi parar de treinar. Vou na terceira semana de descanso, o que corresponde à terceira sem corridas. Ainda que férias com uma menina de dois anos tenham muita actividade física envolvida. Mais do que me preocupar em treinar, foco-me em descansar. Porque logo voltarei às minhas rotinas. E sei que esta é uma boa opção para o meu corpo e para o meu bem-estar.

Não sendo obcecado com a alimentação (ainda que tenha alguns cuidados) também aproveito as férias para estar mais à vontade. Sendo que, quando uma alimentação regrada é regra geral, acabo por não ser de grandes excessos. Isto tudo para dizer que não devemos viver escravos de certos pensamentos. Acima de tudo, deveremos saber escutar o que o nosso corpo nos diz. E fazer aquilo que nos faz sentir bem e não aquilo que é moda ou algo do género.

9.8.22

sobre esta coisa do “foste pai tarde”

Fui pai em 2020 quando tinha 39 anos. E desde então que tenho ouvido algumas vezes algo como “foste pai tarde”. Sendo que incluo estas palavras naquele segmento de chavões a que as pessoas recorrem quando acham que têm que dizer alguma coisa. Digo isto porque sei que muitas pessoas não o dizem por mal – nem é algo que me incomode – mas também acredito que dizem apenas porque sim.

Nos dias que correm é cada vez mais comum ver pessoas que são pais (pela primeira vez) perto dos 40. Aliás, numa das consultas que tivemos, uma médica disse à minha mulher (ligeiramente mais nova do que eu) que ia ser mãe nova tendo em conta os tempos que vivemos. E este pode ser o ponto de partida para a minha opinião. Longe vão os tempos em que a generalidade dos casais tinha filhos aos vinte anos e em que as mulheres ficavam em casa e tinham como “profissão” estar com os filhos.

Hoje, tudo é diferente. A estabilidade financeira não chega muito depressa. As relações estáveis nem sempre acontecem em tenra idade. E tanto homens como mulheres dão prioridade, até certa idade, às carreiras. Adiando assim o desejo de ter um filho. E o caso das mulheres até dava para um texto à parte. Porque muitas, apenas para dar um exemplo, adiam o desejo com medo de perder o cargo que têm. Este é um ponto.

Depois, há outros casos. Tal como existem pessoas que acham que fui pai tarde, vejo pessoas que entendo (na minha modesta opinião) terem sido pais demasiado jovens. Vejo pais sem qualquer preparação (entre aquelas que podemos antecipar) para o nobre cargo que desempenham. E até prefiro não aprofundar muito este ponto com receio de ser mal interpretado. Vejo também casais que têm filhos sem qualquer base sólida entre ambos. E podia dar mais exemplos.

Quando era mais novo costumava dizer que queria ser pai aos 25 anos. Mas cedo percebi que seria complicado. Algo que a vida me ensinou. E tenho a certeza de que fui melhor pai com 39 anos do que seria com 25 anos. E não acho que tenha sido pai tarde porque isso seria olhar para mim como “velho”. É certo que podemos recorrer à matemática para fazer contas e sustentar esse pensamento do “tarde”. Mas, mais uma vez, não é assim que vejo as coisas. Porque conheço pessoas de 20 anos que são velhas e conheço pessoas com mais de 50 que são muito jovens. Concluindo, os chavões também se desactualizam. E ser pai não é algo que possa ser sustentado com uma equação matemática.

8.8.22

não sei se vale a pena manter o blogue a funcionar

Muitas são as vezes em que me sinto isolado numa ilha deserta chamada blogosfera. Dez anos de blogue são uma eternidade que dá para experimentar diversas sensações. E neste fase, e digo-o com a maior das sinceridades, penso diversas vezes na eventualidade de acabar com o blogue e ficar agradecido por tudo aquilo que aconteceu. Por outro lado, a paixão pela escrita leva-me a querer continuar a escrever.

E este segundo desejo faz com que pense no rumo que quero para o blogue. Até porque não tenho qualquer vontade de migrar para o Instagram (que sempre tive, mas raramente com uma variante de textos que poderiam estar aqui) nem para outra rede social qualquer. Ou seja, estas serão sempre uma extensão do blogue, que é a minha verdadeira paixão. Uma coisa é certa, tenho saudades daquela vertente mais pessoal do blogue. É certo que aprecio muito escrever, adoro notícias – ou não fosse jornalista – e vou partilhando por aqui algumas que considero interessantes. Mas acho que chegou a hora de mudar o rumo do blogue.

Não sei quantos textos irei publicar nem a frequência com que o irei fazer. Mas é certo: irá regressar o lado pessoal que sempre esteve por aqui. Isto enquanto irei continuar a combater aquela voz que me diz que talvez seja mesmo melhor deixar isto chegar ao fim. Vamos a isto e veremos no que dá.

27.7.22

o instagram é apenas uma rede social, nada mais do que isto

A notícia caiu que nem uma bomba. Ainda que estejamos a falar apenas da possibilidade de o Instagram ficar mais parecido com o TikTok. Ou seja, aquela que é uma rede social que as pessoas mais facilmente associam a fotografias está a seguir a tendência dos vídeos. E ao contrário de muitas outras coisas que acontecem no mundo, isto está a geral revolta. Especialmente junto de influencers.

Para começar, e num pequeno aparte, não deixa de ser irónico que os influencers, que seguem tendências para somar seguidores, gostos, comentários, partilhas e eventualmente conseguirem novas parcerias, estejam a criticar uma rede social por… seguir uma tendência. Mas nem é por isso que escrevo este texto. O motivo que me leva a escrever estas linhas é porque esta revolta contra o Instagram é mais um exemplo da forma, errada na minha humilde opinião, como as pessoas estão a viver o mundo. Afinal, isto é apenas uma rede social.

Posso dividir o texto em duas partes distintas: pessoal e profissional. E vou começar pela primeira. Como já referi, o Instagram não passa de uma rede social. Que tem os seus encantos e que deveria ser um escape para os aborrecimentos da vida real. Só que não! O Instagram é que nos valida socialmente.

Somos bons se tivermos mais de 10 mil seguidores (contas por baixo). Somos interessantes se tivermos cupões de desconto que nunca ninguém utilizou. Somos pessoas fiáveis porque temos muitos gostos. E somos realmente bons porque comentam e partilham os nossos conteúdos. Não somos nada de jeito se não tivermos os requisitos mencionados. Pouco importa se os seguidores são comprados. Tal como os gostos e outras reacções. Pouco importa se não somos verdadeiros naquilo que fazemos e partilhamos. Isto é um mero acessório numa sociedade em que a validação real do que somos tem por base as redes sociais que pouco mostram sobre nós. E isto é triste. Isto deveria dar que pensar. Isto deveria ser tema de conversa entre pais e adolescentes que vivem isto de uma forma muito viva e, em alguns casos, incentivados pelos pais.

Depois, existe o lado profissional. Muitas pessoas constroem negócios (seja a principal fonte de rendimento ou um ajuda extra) em cima de coisas que não controlam. E falo do Instagram como poderia falar do Facebook ou de outras redes sociais. E isto é algo que também deveria ser tido em conta. Porque a realidade é que nenhum utilizador controla o alcance que as suas partilhas têm. Podem implorar para que as pessoas façam gostos, comentem e partilhem. Podem usar truques de horários e hashtags e mais não sei o quê. Tudo isto está fora do nosso alcance. E este detalhe é ignorado por muitos. Porque, lá está, tanto a nível pessoal como profissional estamos cegos com a validação das redes sociais. Aquilo que define quem somos como pessoas e como empresários.

Volto a dizer, isto são apenas redes sociais. Podem ter as mais diversas finalidades para as pessoas, mas são redes sociais. Que nunca vão ser dominadas pelos utilizadores. Podem ter essa ilusão, mas nunca terão o controlo que gostam de acreditar que têm. E o mais triste de tudo é o lado pessoal. Aquela validação parva que eleva pessoas que não são o que dizem ser e que marginaliza tantas apenas porque têm poucos seguidores.

23.7.22

19 anos de ti e amo-te cada vez mais

Existem 19 anos a separar o momento em que escrevo este texto do dia em que começámos a namorar. 19 anos, caramba! Não são alguns dias, semanas, meses ou anos. É aquilo a que costumo chamar de uma vida. Tendo em conta que tenho 41 anos é justo dizer que a minha vida foi passada a teu lado. Pelo menos a adulta. E a viagem tem sido fantástica.

Posso dizer, sem qualquer hesitação, que te amo muito mais hoje do que quando te beijei pela primeira vez e do que naquela fase a que as pessoas gostam de chamar “cor-de-rosa” em que tudo é maravilhoso numa relação. É verdade que também tivemos os nossos momentos menos bons, mas foi nessa altura que sempre percebi o quanto te amo e o quão importante és para mim.

Hoje, quero agradecer-te o bem que me fazes. A paz que me transmites. O homem que me ajudaste a ser. A felicidade que me dás. Sou sincero ao dizer-te que nunca imaginei ser amado por alguém como tu me amas. Tal como nunca pensei estar tanto tempo ao lado de alguém. És um dos pilares da minha vida e dizer que te amo é muito curto para aquilo que és para mim. Mas também é verdade que não existem palavras que ajudem a fazer justiça aquilo que sinto por ti. E duvido que venham a existir.

Desejo que estes sejam os primeiros de muitos 19 anos e tenho a certeza de que sempre te amarei até à última batida do meu coração. Isto é um facto. É também impossível não falar daquilo que a nossa relação passou a ser a partir do 26 de Junho de 2020. Éramos dois e passámos a ser três. A Matilde juntou-se a nós e com a melhor filha do mundo descobri a melhor mãe que a Matilde poderia escolher. Descobri também uma nova forma de te amar porque qualquer casal com filhos poderá confirmar que as relações amorosas também se ajustam a este crescimento familiar. Hoje, com vocês as duas, sou o homem mais rico do mundo. E estarei eternamente grato por isso.

QUERO GRITAR O QUANTO TE AMO, Paixão da Minha Vida.

PS – Não deixa de ser curioso que o dia em que assinalamos mais um ano de namoro é o mesmo em que os meus pais celebram mais um de casamento. E este ano são já 50. Já não se fazem histórias de amor assim e os meus pais são um exemplo em tudo para mim. Até nesta (infelizmente) rara forma de amar. Um beijo especial para os meus pais.

18.7.22

lá vou ter de levar com as malditas trotinetas no seixal

Estou muito feliz com o facto de as trotinetas da Bolt terem chegado ao Seixal. É uma opção a outros meios de transporte. É menos poluente. E está com um preço de lançamento bastante atractivo. Agora, só falta aquela parte mais chata. E não, não vou culpar a Câmara Municipal do Seixal. Nem a Bolt. O mais chato é mesmo trabalhar o civismo e educação das pessoas que utilizam este útil meio de transporte. Já cheguei a casa com duas trotinetas no meio da estrada logo após uma curva. Já cheguei com esta igualmente no meio da estrada. Já vi muitas abandonadas em locais que atrapalham a circulação dos peões e também viaturas.

E isto só pode ser propositado. Porque tanto custa abandonar a trotineta no meio da estrada como num local com o menor impacto possível na circulação. E gostava tanto que o Seixal fosse um bom exemplo no que ao civismo diz respeito. Até para não dar razão aqueles que dizem algo como: "lá vou eu ter de levar com as malditas trotinetas no Seixal". Vamos a isso?

13.7.22

hoje não me apetece escrever nada, mas deixo um agradecimento

Esta seria a hora em que viria aqui colocar uns textos no blogue. Algo que gosto tanto de fazer. Mas hoje não consigo. Na televisão vejo um País a arder. Vejo o desespero de pessoas que perdem tudo. Vejo a solidariedade de muitos. Choro com as imagens de uma senhora (com idade para ser minha avó) a chorar porque a escolinha da sua terra ardeu. Vejo o jornalista emocionado. Vejo o mesmo jornalista a tentar apagar o fogo com os próprios pés. É um desespero grande demais para pensar em outras coisas, que podem voltar noutro dia. Quero apenas agradecer aos Bombeiros de Portugal e a todos aqueles que ajudam a apagar os incêndios. Que o amanhã seja melhor.

28.6.22

prozisgate

Ao longo das últimas horas verificou-se um efeito bola de neve em torno daquilo a que chamo de Prozisgate. Primeiro, foi Miguel Milhão, fundador da marca a revelar-se a favor da proibição do aborto nos Estados Unidos da América. Depois, foram as críticas à opinião do rosto maior da Prozis. Enquanto isto, muitos questionavam se as influencers iriam continuar a trabalhar com a marca. Já outros apelam a um boicote aos produtos. Mais tarde, diversas mulheres vieram a público assumir o corte de relações com a Prozis. Já nas redes sociais discute-se a lógica de deixar de comprar produtos com base na opinião de uma pessoa.

Separar a empresa do fundador

Tudo isto dá para diversas discussões que podem estar relacionadas com diversos pontos de vista. E o primeiro é que não podemos separar os ideais de um fundador daqueles que regem a sua empresa. E dou um exemplo muito simples. Vamos imaginar que Miguel Milhão decide encarregar-se do processo de recrutamento de um funcionário. Existem diversas fases de selecção até que ficam apenas dois candidatos. Que teoricamente são iguais nas suas qualidades. Nessa altura, poderá ser uma conversa pessoal a decidir a escolha. E neste momento será escolhido aquele que tiver ideais mais próximos daqueles que o patrão defende.

Consumidor vs embaixador

Aqui reside uma das maiores confusões que as pessoas estão a fazer. Uma coisa é o consumidor comum. Que decidirá se continua ou não a comprar os produtos desta marca. Tal como decide se compra de marcas que recorrem a mão-de-obra barata e a trabalhadores menores. E por aí fora. Outra coisa completamente diferente é um embaixador. Que dá a cara pela marca. Que promove a mesma e tenta aumentar as vendas, ganhando comissão sobre as mesmas e tentando fazer com que a sua comunidade de seguidores acredite estar perante os melhores produtos.

Na minha opinião, e funciono desta forma, não faz sentido uma pessoa estar associada a uma marca que defende o oposto daquilo em que acredito. Ou seja, acho pouco coerente ver uma influencer criticar a lei do aborto norte-americana para depois promover a manteiga de amendoim de uma marca cujo fundador é a favor da lei do aborto. Só que a triste realidade é que muitas pessoas vendem os seus valores e a sua moral por um pacote de manteiga de amendoim. E isto fica evidente no silencio de muitas “influencers” que tentam passar pelos pingos da chuva para voltar a promover a marca.

Coitados dos trabalhadores

Outro detalhe que tem sido muito comentado é que deixar de comprar produtos da Prozis fará com que muitos trabalhadores percam os seus empregos. Este é um assunto que fica arrumado logo ao início. Porque numa das muitas discussões online é o próprio fundador da marca que refere que esta pode morrer.

Resumindo, perante situações destas será cada pessoa a decidir aquilo que é o melhor para si. Seja com a Prozis ou com outra marca qualquer. Aquilo que defendo é que existe uma grande diferença entre ser um consumidor comum e ser embaixador de uma marca que defende valores diferentes dos nossos. Mais uma vez, serão os valores de cada um a decidir o que fazer. É colocar tudo na balança e decidir se os valores são mais importantes do que os euros e as borlas.

30.3.22

o will smith, o chris rock, o zelensky e o putin entram num bar

O título que escolhi para este texto parece o início de uma famosa anedota. Mas não irei fazer nenhuma piada com os atores. Nem com os políticos. Escolhi estes porque são os quatro nomes do momento. Os dois dos acontecimentos de que todos falam. Um, muito mais grave. Afinal, estamos a falar de uma guerra que está a matar muitos civis. E de outro incidente de grande dimensão. Isto dentro da escala de relevo de menor dimensão que ocupa na vida de todos nós.

E por que escolhi estes assuntos? Pelo simples facto de que aqueles que têm gerado um maior número de reacções nas redes sociais. E nas conversas entre amigos. O que representa, do meu ponto de vista, uma boa experiência social. Acho que podemos dizer muitos de uma pessoa pela forma como analisa a guerra da Ucrânia. Bem como a forma como aborda a agressão de Will Smith a Chris Rock.

Ouvindo as frases e analisando o conteúdo percebemos muito bem a forma como as pessoas encaram a vida. Como definem a violência. Como acham que se resolvem problemas. Basicamente, a postura perante a vida. E isso é um exercício bom de fazer. E que recomendo a todas as pessoas. Observem e percebem como são as pessoas que vos rodeiam. E a experiência tanto pode ser feita com estes dois temas como com outros quaisquer.

15.3.22

fica a saber como é que os jornalistas escolhem as fotos da guerra da ucrânia que publicam

Não há volta a dar. A guerra da Ucrânia está em todo o lado. Televisões, rádios, imprensa e sites estão repletos de notícias relacionadas com a invasão russa da Ucrânia. Sendo que um dos destaques vai para as imagens fortes que chegam do palco de guerra. Algumas delas são consideradas demasiado gráficas e acabam por dar origem a diversas discussões. Deveriam ou não ter sido publicadas? E isto leva a outro debate. Afinal, como é que os jornalistas decidem se as fotos de guerra devem ou não ser publicadas?

O tema é debatido num extenso artigo publicado pelo Washington Post. Que começa por destacar que fotos de mortos nunca são uma garantia de publicação. E que as redações têm sido bastante cautelosas em relação às mais diversas guerras. Tendo sempre em conta o peso jornalístico da fotografia em relação ao horror e aquilo que pode provocar nos leitores. Daqui, o debate salta para uma das fotos mais duras captadas na Ucrânia. Que é da autoria da fotógrafa Lynsey Addario e mostra uma família morta na estrada depois de um ataque russo a civis. E que esteve em destaque na primeira página do New York Times e no site do jornal.

“Era uma fotografia que o mundo precisava de ver para entender o que está a acontecer na Ucrânia”

“A imagem era tão excepcionalmente gráfica que a conversa foi elevada a um alto nível [entre os editores] rapidamente”, explica Meaghan Looram, directora de fotografia da publicação. “Mas o sentimento era universal. Esta era uma fotografia que o mundo precisava de ver para entender o que está a acontecer na Ucrânia”, acrescenta. É também explicado que escolher uma fotografia é sempre um desafio. E que nem sempre as escolhas são as mais acertadas.

A verdade é que não existem regras rígidas para fazer uma escolha. Aquela que separe uma foto publicável de uma que não deverá ser dada a conhecer ao público. Aquilo que costuma ser tido em conta é o julgamento profissional e experiência dos profissionais. O artigo recorda ainda o “teste da mesa do café da manhã”, que costumava ser feito. E que passava por imaginar se a imagem seria perturbadora para um leitor que abrisse o jornal durante o café da manhã. Só que, como salienta o Washington Post, tudo isto mudou. Até porque vivemos numa era em que os videojogos, entre outras recriações, exibem violência. Que acaba por retirar sensibilidade aos espetadores.

Em tempos era feito o teste do café da manhã

Esta nova era significa que tudo é publicável e que os filtros são cada vez menores? Não! Continuam a evitar-se fotos em que estejam expostos os rostos das vítimas. Ou com uma exagerada quantidade de sangue. E isto não tem em conta apenas quem lê as publicações, mas também a defesa dos familiares e amigos das vítimas. Curiosamente, aquela que está a ser vista como a foto da guerra da Ucrânia ultrapassou estes limites. Rostos estão visíveis e existe sangue no rosto e mãos do único sobrevivente

.

Mas desenganem-se aqueles que acreditam que esta é a imagem mais forte captada na Ucrânia. Marcus Yam, fotógrafo do Los Angeles Times, captou imagens de um soldado decapitado e de um coração sem corpo. Algo que acabou por não ser publicado. O tiroteio entre soldados russos e ucranianos foi notícia, mas sem estas imagens. “Às vezes as palavras são mais poderosas do que uma foto”, defende Calvin Hom, diretor executivo de fotografia do jornal.

Imagem marcante dos atentados do 11 de Setembro

O Washington Post recorda ainda aquela que é uma das fotos mais marcantes dos atentados do 11 de Setembro. Que aconteceram em 2001 e que tiveram como alvo o World Trade Center, nos Estados Unidos da América. A imagem em questão mostra um homem a cair de um dos edifícios. Na altura, aqueles que publicaram a fotografia foram acusados de insensibilidade. Só que os anos fizeram daquele que ficou conhecido como “Falling Man” um símbolo do fatídico dia. Sendo anualmente divulgada para assinalar a data.

O Washington Post falou ainda com David Ake, diretor de fotografia da Associated Press. Serviço que distribui qualquer coisa como três mil fotografias diariamente. “Tentamos ter em mente a dignidade [da vítima], mesmo na morte”, refere. Por fim, é destacado que nos dias que correm é possível, nos meios online, alertar os leitores para a dureza das imagens. Deixando que cada um escolha aquilo que quer ver.

7.3.22

hora de mudança

Já gastei 120 euros em umas calças que tinham mais buracos do que uma rede de pesca. Hoje, adoro t-shirts de 4,99 euros e acho que umas calças acima de 30 euros são uma fortuna.

É verdade que mudei em relação a vários erros de adolescente, mas existem coisas em que não olho ao preço (dentro da minha realidade financeira). Uma delas é o calçado de desporto, sobretudo o de corrida.

O maior investimento tinha sido nuns Vomero 9. Algo que aconteceu em 2015 depois de ter rasgado o tendão de Aquiles num jogo de futsal.

Agora, e muito a custo, chegou o momento de mudar de ténis. Não o faço pelos buracos, mas pelo facto de sentir que estou a prejudicar as costas e joelhos ao continuar a correr com uns ténis que já não estão nas melhores condições e nível de protecção de sola.

Voltei ao mesmo local (loja Nike no Freeport Lisboa Fashion Outlet) e tive novamente sorte com o funcionário que encontrei.

Expliquei o que pretendia, quantos quilómetros corria por semana e quais as minhas preocupações. Sugeriu uns Pegasus e foi amor ao primeiro pé.

Tudo isto com a vantagem de uns ténis de 119 euros terem vindo para casa por 58, devido ao desconto adicional de 30% em relação ao preço outlet (83).

Conto os segundos para experimentar os novos ao mesmo tempo que me custa dizer adeus aos veteranos que me acompanharam numa fase complicada.

28.2.22

“a vida continua”

Esta é uma frase dos últimos tempos. E muito utilizada por pessoas que decidiram “misturar” publicações, nas redes sociais, de compaixão com os ucranianos ao mesmo tempo que promovem umas cuecas novas e um creme excelente para curar a comichão no cotovelo esquerdo nos dias ímpares do mês. É verdade, a vida continua.

Só não continua para os civis, crianças incluídas, que perderam a vida nesta guerra estúpida. Nem para os soldados que morreram a disputar uma guerra que não é sua. Nem para todas as pessoas que morrem.

É verdade, a vida continua.

Continua para os ucranianos que estão a fugir do seu país e a abandonar as suas casas.
Continua para pais que se despedem, sem saber se é a última vez, de filhos e mulheres.
Tal como continua quando morre um ente que nos é querido.
Continua quando morre um animal de estimação que foi o companheiro de uma vida.
Continua quando somos despedidos e nos vemos sem rendimentos e contas para pagar.
Continua quando somos atacados por uma doença mais ou menos grave.

E podia passar horas nisto. Porque, afinal de contas, a vida continua. Se ninguém morreu, a vida irá continuar para essas pessoas.

A vida continua. Nós continuamos com ela. Mas mudamos. Porque é normal. Não espero felicidade de quem passou ou está a passar por uma situação complicada. Não espero sorrisos de quem perdeu um pai. Não espero grandes manifestações sociais de quem está na merda.

E mesmo quem “vive” das redes sociais e das publicidades não será a mesma pessoa quando tudo está mal. E não estou a falar de uma guerra a uns países de distância. Falo de problemas que estão à distância de um braço. Estas pessoas serão diferentes porque a vida obrigará a que o sejam. E é isto que condeno. Utilizar a situação da Ucrânia para ter mais uns likes. Porque é uma hashtag que é tendência. Porque está na moda. Porque é cool mostrar compaixão. Porque as marcas vão adorar este meu lado.

A vida continua. Irá sempre continuar. Mesmo nos dias em que nos apropriamos da dor dos outros porque vamos ter mais 100 likes. Ninguém é obrigado a mostrar compaixão em relação à Ucrânia apenas porque sim. A vida continua. Mas existem momentos que pedem que sejamos diferentes. Só isso.

24.2.22

nem sei o que dizer… ucrânia

Uma pandemia que se arrasta há três anos civis. Uma guerra aqui tão perto, que pode escalar para uma espécie de terceira guerra mundial. Por momentos, parece que regressei aos tempos de escola. Em que estudava coisas que me deixavam de boca aberta e que pensaria que nunca seriam uma realidade para a minha geração. E como estava enganado.

Tenho absorvido o máximo de informação. Sempre com um aperto no estômago. Sempre com um nó na garganta. Já vi vídeos assustadores. Já me deparei com realidade que não queria conhecer. E tudo isto mesmo aqui ao lado. Não é uma daquelas histórias que chega de uma realidade que não toca a muitas pessoas. É na Ucrânia. Na Europa. Mesmo aqui ao lado. Não que as outras realidades sejam menores. A dor que sinto é a mesma.

Enquanto penso na Ucrânia recordo, meio que em loop, memórias da minha viagem ao país. Mais especificamente a Donetsk. Está longe de ser a viagem mais “elegante” que fiz na vida. Mas foi uma que me deu muitas boas memórias. Recordo gente boa. Recordo aventuras divertidas. Recordo locais por onde andei. E dou por mim a pensar o que será de tudo isso. O que virá a ser. Espero mesmo que a paz prevaleça. E depressa.

cristiano ronaldo e os mais de 20 milhões que tem guardados na garagem

Muito se tem falado do documentário da Netflix “Eu, Georgina”, centrado na namorada de Cristiano Ronaldo. E se o formato tem dado a conhecer um pouco mais sobre a vida da argentina, de 28 anos, mostra também a fortuna o jogador português, de 36 anos, tem cuidadosamente arrumada na garagem. Se é verdade que o casal mora numa habitação de luxo, muitos são aqueles que estão impressionados com os mais de 20 milhões de euros que o camisola 7 do Manchester United investiu em carros.

Aliás, o valor dos carros quase que torna insignificante os seis milhões de euros que custou a moradia, situada em Madrid, Espanha, em que boa parte do documentário foi gravado. Mas não são apenas os carros que se destacam. A garagem parece mesmo ser uma espécie de templo do jogador. Um pavimento liso perfeito e os logos das marcas dos carros que tem são apenas dois dos muitos detalhes do espaço. Ao ponto de qualquer coleccionador de viatura de luxo ficar boquiaberto com o que vê.

Cristiano Ronaldo tem um Bugatti Chiron que custou 2,6 milhões de euros

Um dos destaques vai para o Bugatti Chiron, comparado em 2017. O bólide custa qualquer coisa como 2,6 milhões de euros e atinge a impressionante velocidade de 402 km/h. Segue-se o Ferrari 599 GTO de 600 mil euros. E o McLaren Senna de 900 mil euros. Sendo que este é um dos apenas 500 modelos que a marca fez do modelo que presta homenagem ao falecido piloto brasileiro Ayrton Senna.

Jogador português comprou um Bugatti Veyron depois de conquista pela seleção nacional

No documentário é ainda possível ver um Rolls-Royce Phantom Drophead Coupe, comprado em 2008, quando era jogador do Manchester United. Bem como um Rolls-Royce Cullinan de 396 mil euros. Num luxo sem fim vemos ainda um Bugatti Veyron de 1,8 milhões de euros. Carro que Cristiano Ronaldo comprou em 2016, depois de Portugal se sagrar Campeão da Europa. Realce também para o Mercedes-Benz S65 AMG (240 mil euros), um McLaren MP4-12C (264 mil euros) e um Lamborghini Aventador (312 mil euros).

Georgina ofereceu um Mercedes G-Wagon Brabus ao namorado

Na garagem há ainda espaço para o Mercedes G-Wagon Brabus, avaliado em 720 mil euros, que foi um presente de Georgina Rodríguez. O formato mostra ainda outras viaturas como o Mercedes AMG GLE 63, um Mercedes-Benz Classe C Sports Coupe e mais um Ferrari. Ficaram ainda por mostrar diversos Audis, Porshces e o Maserati GranCabrio que fazem parte da lista de carros do português. Já a estrela maior do documentário aparece a conduzir um Range Rover no primeiro episódio.

21.2.22

a bonita (mas muito perigosa) irracionalidade do amor

Uma das belezas do amor é que não estamos perante uma equação matemática de igual resultado para todos. Um mais um nem sempre é dois. E se o for para mim poderá não ser para outros. E está tudo bem neste modo de viver e sentir o amor. Que faz com que muitas vezes sejamos irracionais. Sem que isto também seja necessariamente um problema.

Esta irracionalidade do amor faz, em diversas ocasiões, com que as pessoas façam coisas que não fariam com uma maior ponderação. E isto pode resultar numa bonita e inesquecível relação que dura para a vida. Porque foi a tal irracionalidade que levou alguém a arriscar. Ou a convidar alguém para sair quando o lado mais racional e menos emotivo só dizia para não o fazer. Tudo isto misturado representa uma das mais belas facetas do amor.

Depois, existe o outro lado. Que é onde residem os perigos da irracionalidade do amor. Aqueles a que todos apontam os dedos sem qualquer análise que tenha em conta o lado irracional e emotivo do amor. E posso dar vários casos. Por exemplo, muitos gozam com as mulheres que caíram nas mentiras daquele que é conhecido como o Impostor do Tinder. Dizem que as mulheres são burras. Que são isto. Que são aquilo. E que ninguém cai num esquema daqueles. Quando na realidade estavam apenas apaixonadas. Nem que fosse pela ilusão do homem perfeito que não existia.

O mesmo se aplica a Roberto Cazzaniga. O jogador italiano de voleibol que acreditou namorar com a modelo Alessandra Ambrosio durante 15 anos. E que se endividou em quase um milhão de euros. Valor que deu a uma namorada que nunca conheceu. E que não era a modelo brasileira, mas uma mulher italiana agora com 50 anos. Li uma entrevista do atleta e rapidamente podemos apontar o dedo como tolice. Como uma coisa sem jeito nenhum. Mas, lá está. Roberto estava apaixonado. Os telefonemas e a voz não deixavam margem para que existissem dúvidas. E sempre acreditou nos motivos que impediam que estivessem juntos.

Há ainda um lado muito mais grave. Aquela área feia em que se destaca a violência física e/ou psicológica. Que leva a que muitas pessoas vivem agarradas a uma pessoa e ideia de amor. Que nunca o foi. Que nunca o será. Mas em que acreditam. Mais uma vez, todos podemos apontar o dedo. Mas existem pessoas que acreditam que tudo irá muda. Que foi uma vez sem exemplo. Que não encontram melhor. E tudo isto associado, em alguns casos, a um amor irracional.

Não deixa de ser curioso. Que um dos aspectos mais bonitos de uma história de amor seja também um dos mais perigosos. E um daqueles que os mal intencionados mais exploram. É assim o amor.

16.2.22

o bullying venceu, mas não pode continuar a ganhar

Chamava-se Drayke Hardman.
Tinha apenas 12 anos.
Adorava basquetebol, torcia pelos Utah Jazz e sonhava jogar um dia na NBA.

Este texto começa no passado. Pelo simples facto de que Drayke Hardman já não está neste mundo. Esta criança entendeu que a solução era matar-se. Vítima de bullying enforcou-se no quarto com a própria roupa. É muito doloroso, mas reforço, enforcou-se com a própria roupa. O corpo foi encontrado no chão pelas irmãs. Foi prontamente assistido, mas acabaria por morrer na manhã seguinte.

Pensei sobre a eventualidade de partilhar esta história. De partilhar as fotos. De tocar no tema com uma brutalidade com que ninguém deveria ter de lidar. Mas decidi fazê-lo. A começar pelo facto de esta história ser dada a conhecer pelos pais de Drayke. De as impressionantes fotos (em que os pais se despedem do filho) terem sido partilhadas pelos pais. E porque é preciso falar disto. Para que nenhuma criança tenha de passar pelo mesmo.

“Como é que um menino de 12 anos, que era ferozmente amado por todos, acha que a vida é tão difícil que precise de acabar com ela?”, pergunta Samie Hardman, mãe do menino. “O meu filho lindo estava a travar uma batalha de que nem eu o poderia salvar. É real, é silencioso e não há nada, absolutamente nada, como pai, que se possa fazer para retirar essa dor profunda”, acrescenta.

“O que poderia fazer um menino de 12 anos perder a esperança no seu coração a ponto de amarrar o capuz no pescoço para se matar? Uma palavra: BULLYING”, escreve o pai. “Acordei esta manhã mais zangado do que alguma vez estive na vida. Culpo-me? Culpo o bully do meu filho? Culpo o sistema! Culpo o facto de esses bullies sequer existirem! Como é que existe tanto ódio no mundo ao ponto de permitirmos que crianças magoem outras crianças? É simples… é algo que fazemos uns aos outros e eles aprendem que é normal alimentar a falta de confiança. Acham que isso faz com que pareçam porreiros”, desabafa o progenitor.

“O meu filho nunca irá casar, nunca irá ser pai. Merda, ele nunca terá um qualquer futuro. Tudo por causa de uma criança cobarde. O que merece este rapaz por tratar o meu filho como se nem fosse humano? O que aconteceu para que ele, e os seus amigos cobardes, se transformasse num fã de ódio. Foram os pais? Não tenho respostas, mas sei que ISTO TEM DE ACABAR AGORA”, conclui.

Esta é uma história com um final trágico. Infelizmente, uma de muitas. E existem aqui pontos que são importantes de salientar. Como refere a mãe, esta é uma dor que se vive em silêncio. O menino chegou a aparecer com um olho negro em casa e mentiu aos pais para não os preocupar. Por outro lado, o pai destaca o comportamento entre adultos. Que faz com que as crianças achem normal que se tratem mal umas às outras. Como sendo algo que lhes confere um ar cool.

Como pai é uma realidade que me assusta. E muito. Cabe a todos nós fazer deste um mundo melhor. Cabe a todos nós fazer de nós adultos melhores. O que fará com que, como consequência, as crianças sejam também melhores. Como dizem os pais de Drayke: isto tem de parar.

#DoItForDrayke

Contactos de prevenção à violência e suicídio

Linha de apoio à vítima da APAV
116 006 (chamada gratuita)
Linha disponível dias úteis das 09h às 21h

SOS Voz Amiga
213 544 545
Linha disponível diariamente das 15h30 às 00h30