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24.2.22

nem sei o que dizer… ucrânia

Uma pandemia que se arrasta há três anos civis. Uma guerra aqui tão perto, que pode escalar para uma espécie de terceira guerra mundial. Por momentos, parece que regressei aos tempos de escola. Em que estudava coisas que me deixavam de boca aberta e que pensaria que nunca seriam uma realidade para a minha geração. E como estava enganado.

Tenho absorvido o máximo de informação. Sempre com um aperto no estômago. Sempre com um nó na garganta. Já vi vídeos assustadores. Já me deparei com realidade que não queria conhecer. E tudo isto mesmo aqui ao lado. Não é uma daquelas histórias que chega de uma realidade que não toca a muitas pessoas. É na Ucrânia. Na Europa. Mesmo aqui ao lado. Não que as outras realidades sejam menores. A dor que sinto é a mesma.

Enquanto penso na Ucrânia recordo, meio que em loop, memórias da minha viagem ao país. Mais especificamente a Donetsk. Está longe de ser a viagem mais “elegante” que fiz na vida. Mas foi uma que me deu muitas boas memórias. Recordo gente boa. Recordo aventuras divertidas. Recordo locais por onde andei. E dou por mim a pensar o que será de tudo isso. O que virá a ser. Espero mesmo que a paz prevaleça. E depressa.

31.1.22

eleições não deixam dúvidas: portugal é um país de burros

Antes das eleições e da campanha eleitoral para as legislativas de 2022 verificou-se, no famoso tribunal em tons de azul à moda de Zuckerberg, um ataque cerrado a um partido político. E não é preciso esconder o nome. Refiro-me ao Chega. Depois das eleições aconteceu aquilo que é, infelizmente, comum no rescaldo dos resultados: ofender quem votou.

Basta passar breves segundos nas redes sociais para perceber que Portugal é, e passo a citar, “um País de burros”. Muitos fazem uma associação ao Síndrome de Estocolmo para fazer uma leitura à maioria do Partido Socialista e existem muitos outros ataques. Mas que não existam dúvidas. Cada voto no Partido Socialista é um voto de um cidadão burro que deveria ter feito isto, aquilo e mais não sei o quê. E isto é o prato nosso de cada dia. Bem como passar quatro anos e deparar-me com opiniões políticas de não votantes no famoso mundo azul virtual.

Por aqui, opto por não ofender quem foi votar. Seja em que partido for. Enalteço também a descida da abstenção, ainda que continue a ser elevada. De resto, não chamo burro a ninguém. A leitura que faço é que a maioria dos portugueses (votantes) está satisfeita com a liderança de António Costa. Podemos falar de votos úteis, de sondagens falsas, de teorias políticas e de tudo e mais alguma coisa. Mas os números estão aí e não deixam margem para dúvidas.

O motivo que me leva a escrever este texto é a desilusão perante a inércia política de tantas pessoas. Que só sabem escolher o rumo de Portugal (e solucionar todas as crises) com recurso ao teclado do computador ou num ecrã de um smartphone. As pessoas ficam espantadas com o crescimento do Chega, mas a verdade é que os apoiantes de André Ventura vão votar. E qual é a melhor forma de combater isto? Saindo de casa e indo votar em outro partido. Defendem que o António Costa tem tido uma péssima liderança? Como se muda isto? Votando numa alternativa. E por aí fora.

Só que as pessoas continuam a não querer sair de casa para ir votar. É mais fácil ficar nas redes sociais a fazer análise política. Ignorando o facto de que é o seu dinheiro que está em jogo para os próximos quatro anos. Acreditam em sondagens erradas. Acham que ganham sempre os mesmos. Acham que o voto não fará a diferença. Blá blá blá. E depois ficam indignadas com os resultados. Pior do que isto, ofendem quem votou quando não o fizeram. A ditadura não é uma realidade assim tão antiga para que as pessoas não percebam a importância da arma que têm em mãos. Saí de casa, votei e agradeço a todos que fizeram o mesmo. Independentemente da orientação política. Tenho os meus ideais políticos e irei bater-me sempre por eles com algo tão simples como uma cruz num pedaço de papel. Algo que me ocupa qualquer coisa como 5/10 minutos de um dia.

De resto, e olhando para os resultados, não fico muito surpreendido. Lamento pelo desaparecimento do CDS. Temo que a CDU e o Bloco de Esquerda, caso não mudem de estratégia, sigam pelo mesmo caminho. Vejo o PSD como um partido cada vez menor. Olho para o PS como um partido que parece agradar aos portugueses. E não fico surpreendido pelo crescimento da Iniciativa Liberal e do Chega. O primeiro tem sido inteligente a cativar pessoas que estão fartas dos outros partidos. Já o Chega é o exemplo português de um fenómeno que tem vido a verificar-se na Europa. Veremos o que acontece daqui para a frente.

25.1.22

não deixes que decidam por ti

Vota.

Na continuidade.

Na mudança.

Na raiva.

Porque estás farto.

Porque estás feliz.

Porque exiges mais.

Porque não queres que decidam por ti.

Porque queres fazer algo pela mudança.

Porque defendes quem lá está.

Porque queres outros.

Porque estás farto dos mesmos.

Por... tudo o que quiseres.

Desde o início da pandemia que existe muito debate político no sítio do costume: as redes sociais. Domingo é um dia muito importante para todos nós. Não deixes que decidam por ti. Não sejas uma voz silenciosa que só faz barulho nas redes sociais. Vai votar! O rumo de Portugal depende de ti. Vota.

22.6.21

zack snyder esclarece se os seus filmes são, ou não, de direita

Se existisse uma lista dos realizadores mais consensuais de Hollywood, é quase certo que o nome de Zack Snyder não constaria na mesma. Realizador de filmes de sucesso, o cineasta norte-americano, de 55 anos, divide opiniões. E muitas vozes críticas acusam Zack Snyder de passar mensagens políticas de direita nas longas-metragens que realiza. Mas será mesmo assim?  

Foi durante uma entrevista ao The Guardian que o realizador aceitou abordar a frequente acusação. Numa rubrica com perguntas feitas por actores e actrizes com quem já trabalhou, foi Sarah Polley quem lançou o tema. “Eu voto democrata! Eu sou um verdadeiro amante dos direitos individuais. Sempre fui um defensor dos direitos das mulheres e do direito de uma mulher de escolher”, começa por dizer. “Sempre estive rodeado de mulheres fortes e, é claro, sou um grande defensor dos direitos de todas as etnias e todo o caminho da vida”, acrescenta Zack Snyder. 

 

“As pessoas veem o que querem ver” 

 

Além disso, o cineasta negou que os filmes que realiza tenham uma agenda política de direita. Defendendo que as pessoas acabam por ver o que querem nas suas longas-metragens. “Diria que sou bem liberal. Quero ter a certeza de que todas as pessoas são ouvidas e todos se sentem incluídos. Não tenho uma agenda política de direita. As pessoas veem o que querem ver”, conclui.

7.5.21

norte-americanos querem que próximo papel de dwayne johnson passe pela casa branca

De acordo com uma sondagem recente, 46% dos norte-americanos votaria em Dwayne Johnson caso The Rock se candidatasse às eleições para presidente dos Estados Unidos da América. E aquilo que poderia ser apenas uma sondagem começa a ganhar um destaque diferente devido às reacções. Como é o caso do actor e amigo Chris Evans que quis saber se o actor colocaria a hipótese de se candidatar. 

 

“Acho que os nossos Pais Fundadores NUNCA imaginaram um homem de 1,96 metros, careca, tatuado, meio negro, meio samoano, que bebe tequila, que conduz uma pick up, que usa bolsa à cintura, mas se isso acontecer, será uma honra servir-vos, o povo”, escreveu o actor nas redes sociais. Numa publicação em que dá destaque à sondagem. 

 

“Considerava uma candidatura futura a presidente se for o que as pessoas querem” 

 

A sondagem da Piplsay contou com 30 mil cidadãos norte-americanos, de modo a saber quantos é que apoiariam Dwayne Johnson numa candidatura a presidente. O título da sondagem era “Estrelas de Hollywood como políticos: o que os americanos pensam disso?”. Tal como The Rock, também Matthew McConaughey ficou bem posicionado na sondagem. 40% dos Millennials gostava de ver o actor num cargo político. Por sua vez, Will Smith é o que fica melhor cotado entre os Millennials e aqueles que pertencem à Geração Z. 

 

Já este ano, em conversa com o USA TodayDwayne Johnson abordou a possibilidade de vir a ser candidato a presidente dos Estados Unidos da América. “Considerava uma candidatura futura a presidente se for o que as pessoas querem”, disse. Enquanto não chega a candidatura, Dwayne Johnson continua empenhado nas filmagens de Black Adam, aquele que é o seu próximo grande filme, com estreia marcada para 2022. 

29.10.19

homens, saias e assembleia da república

Nada tenho contra aos mais diversos estilos de roupa que as pessoas adoptam. Posso achar que não favorecem alguém, mas isso é a minha opinião. E só a partilho com aqueles que me são próximos. Até porque é daqueles temas perigosos, pois rapidamente alguém fica chocado quando outro manifesta a sua opinião. Posto isto, pouco me importa que um homem ande na rua de saia. Ou com o cabelo pintado com 37 cores. Ou mesmo com um top do Hooters e calções curtos e justos. Podia dar mais mil exemplos ou transformar isto ao contrário e falar de mulheres com roupas normalmente associadas aos homens. Mas agora vou falar de Rafael Esteves Martins assessor de Joacine Katar Moreira, o homem que ficou conhecido por entrar na Assembleia da República de saia.

Como referi, não me choca que Rafael Esteves Martins ande na rua de saia. Ou com outra peça de roupa qualquer. E para ser honesto, quando o tema é política, existem coisas que me preocupam muito mais do que a roupa. O que não significa que ache correcto que um homem escolha vestir saia para ir à Assembleia da República. E não vou discutir a legalidade do dress code. Porque considero que simplesmente... não é apropriado.

Gosto de usar calças rasgadas. Sempre gostei. Mas nunca as usei para os trabalhos jornalísticos que tive de fazer na Assembleia da República. Por outro lado, “odeio” andar de fato. Mas já tive que usar um em diversos trabalhos jornalísticos que fiz, nomeadamente com Presidentes da República. Podia discutir a legalidade de receber um convite com um dress code. Mas acho apropriado que assim seja. Independentemente de ir contra o meu estilo de roupa, mais descontraído.

Passo a ser menos homem porque cumpri um dress code mais clássico, com o qual não me identifico? Perdi boa parte da minha identidade, personalidade e maneira de ser porque usei um fato? Deixei de defender determinados valores porque troquei os jeans rasgados por outros sem qualquer rasgão? As pessoas mudaram a opinião em relação a mim porque me viram com outra roupa? Creio que a resposta a tudo isto é não. Porque apenas respeitei algo que me foi pedido. Ou achei por bem adaptar-me a uma realidade que pede, e sei isso, algo diferente, no que a indumentária diz respeito.

A questão é que, e não me refiro a este caso especificamente, hoje em dia achamos que devemos fazer tudo aquilo que queremos, como queremos e onde queremos. E se alguém nos aponta o dedo, levantamos logo a bandeira da liberdade e do quero, posso e mando. Que isto é que é ser livre. Achamos também, de forma errada, que as pessoas vão acreditar naquilo que defendemos se tivermos um detalhe diferente que chame a atenção. E por aí fora. O que é errado.

7.10.19

e depois das eleições...

24 horas depois do fecho das votações, assumo que não estou surpreendido com os resultados. Nunca duvidei de que o Partido Socialista seria o grande vencedor da noite e sem maioria absoluta. E baseava esta opinião no facto de não encontrar nenhuma alternativa à altura do que as pessoas desejam. O PSD não o é e duvido que o venha a ser num futuro próximo. Isto apesar do discurso que dá a entender que ganharam as eleições. De resto, acreditava nestes resultados do Bloco de Esquerda e nunca duvidei que Assunção Cristas (e o CDS) seria maior derrotada da noite.

Entre os poucos detalhes que ainda me surpreenderam, está o crescimento do PAN. De resto, nem os pequenos partidos que passam a ter assento parlamentar (Chega, Iniciativa Liberal e Livre) me surpreendem. Porque as pessoas que estão desiludidas com muitos partidos em que acreditavam, começam a rever-se nos ideais de outros. Muitas pessoas olham para o Chega (e para André Ventura) com medo e outros adjectivos que prefiro não escrever aqui. Mas olho para esta pequena vitória como um reflexo dos tempos modernos. Algo que acontece em diversos países. As pessoas têm medo de certas situações e apoiam aqueles que prometem acabar com elas.

Por fim, o maior lamento de todos. Falo da abstenção. Custa-me ver tantas pessoas a desperdiçar algo que tantos outros pagaram com as próprias vidas. A melhor arma de um cidadão será sempre o voto. Ou para manter algo, ou para mudar. Não votar e passar quatro anos a refilar nos cafés e nas redes sociais é algo que nunca trará mudança ao mundo. Quem não vota está a abdicar do poder que outros passam a ter em relação às suas vidas. E quem opta por não votar não pode, por exemplo, ofender aqueles que vão às urnas para votar em partidos que odeiam. Espero mesmo que no futuro existam mais pessoas preocupadas com os destinos de Portugal.

Agora, segue-se mais uma "geringonça" política e acredito que com isto ganham os portugueses. Pelo menos é a opinião de uma pessoa que nunca foi grande adepta das maiorias absolutas.

29.10.18

bolsonaro, trump, #elesnao e nós?

Tal como tinha acontecido com as presidenciais norte-americanas, também as presidenciais brasileiras ficam marcadas por um fenómeno português que ainda me vai espantando. Ao passar os olhos pelas redes sociais percebi que todos os portugueses têm a melhor solução para o Brasil. Tal como tinham para os Estados Unidos da América.

Qualquer português sabe em quem os brasileiros deveriam ter votado. E isto tem especial piada porque a maioria dos portugueses não vota nas eleições nacionais. Quer seja porque está calor ou até porque o seu voto não mudará nada, coisas que se ouvem com frequência.

Acho piada que os portugueses tenha a solução para resolver os problemas que acontecem a milhares de quilómetros de distância, sendo que se revelam incapazes de resolver os próprios problemas, isto sem esquecer que não votam no seu País. E entre estas coisas, poucos são aqueles que discutem coisas realmente importantes.

Muitos defenderam que os norte-americanos eram burros e que isso fez com que votassem em Trump. Agora, são os brasileiros que são burros ao votar em Bolsonaro, sem que ninguém tente perceber os motivos das duas vitórias. Poucos reparam que Bolsonaro é eleito com poucos segundos de presença televisiva. Passou a mensagem que quis passar, da forma que quis passar e sem intermediários. O que dá que pensar.

As pessoas começam a ficar fartas do que sempre tiveram. As pessoas não toleram mais do mesmo. E fica provado de que a campanha do ser contra este em vez de ser a favor do outro, não resulta. Algo que aconteceu nos EUA e no Brasil.

Existem muitos motivos que podem e devem ser debatidos. Mas isso dá muito trabalho. É mais fácil meter uma foto nas redes sociais e acrescentar #elenao, nem que seja porque é o que os famosos fazem. E continuamos a saber o que é melhor para o mundo ao mesmo tempo que escolhemos não fazer parte da nossa vida política. Queremos mudar o que não podemos e ignoramos a mudança daquilo que depende de nós. Não é só #elenao, é com tristeza que noto que generalizou-se o #nosnao.

3.10.17

Isaltino morais: odeia o jogo, não o jogador

A eleição de Isaltino Morais desperta em mim um misto de sensações. Por um lado vejo o homem que é adorado pela população de Oeiras. Algo que esta eleição reflecte e de que não duvidava. Por outro lado, é impossível não ver o condenado por crimes que ninguém quer ver associados a um político.

"É ladrão mas ajuda as pessoas", é uma das frases mais ouvidas. E que muitas pessoas dizem. E que faz o seu sentido. As pessoas partem do princípio que todos os políticos são "corruptos" e não se importam de ter um que a isso junta o apoio ao povo e o desenvolvimento de uma área. Isto faz com que não me surpreenda com a eleição. Aliás, já tinha dito que vencia.

Por outro lado, as pessoas condenam a corrupção na política mas continuam a votar em políticos condenados. O que tem o seu lado confuso. Mas confesso que não me espanto muito. É aquela maxima de odiar o jogo e não o jogador.

Isaltino Morais é um jogador de um jogo que as pessoas consideram viciado. O que faz com que o problema seja o jogo e não a eleição de Isaltino Morais. Porque, lá está, as pessoas percebem o jogo e preferem um "mau" jogador que é bom para as pessoas. É como aquele político que andou, nesta campanha, a distribuir notas à população com autógrafos seus. 

1.10.17

a arma mais importante de todas

Hoje é dia de eleições. E atrevo-me a dizer que a abstenção voltará a ganhar. O que é triste! Para todos nós! Porque o voto é a arma mais importante de que dispomos. É o poder no seu expoente máximo. E votar é algo que pode mudar o rumo. Que pode ser um sinal de mudança.

Muitas pessoas dizem que ganham sempre os mesmos. Que nada muda. Mas depois não votam. E não votar é alimentar o sistema que tanto criticam. Não votar impede que uma pessoa possa participar numa discussão política. Que possa argumentar o que quer que seja ou criticar o que quer que seja. Porque não se votou.

O voto é extremamente importante. Muitas pessoas perderam a vida para que esta arma fizesse parte da vida de todos nós. O que faz com que seja importante e que não mereça ser desvalorizado. Votem! Façam a diferença!

11.9.17

por que os políticos fazem isto?

Os políticos costumam falar de mudança. Dizem que fazem isto. Que mudam aquilo. Que melhoram mais não sei o quê. Que são a melhor opção. Mas depois (quase todos) tiram fotos de braços cruzados. Que é a imagem oposta do que defendem as suas palavras. Porquê?

2.8.17

eleições todos os anos! e mais do que uma vez por ano

Gosto de eleições. Defendo que as eleições autárquicas ocorram anualmente. Melhor ainda, duas vezes por ano. É que assim está sempre tudo arranjado e tudo bonitinho. As pessoas agradecem. E confesso que vivo numa zona em que não me posso queixar. Mas sabe bem ver que nesta altura tudo se arranja.

25.7.17

os ciganos de loures

A política faz parte daquele grupo de temas que são uma espécie de bomba relógio. Tudo aquilo que se diga pode rebentar a qualquer hora, em qualquer mão. Especialmente quando não se segue a etiqueta do politicamente correcto. Acontece isto com a política e com outros temas como é o caso de dar uma opinião sobre algo relacionado com bebés. E foi isso que aconteceu com André Ventura, candidato à Câmara Municipal de Loures que, em entrevista ao jornal i, defendeu que existem pessoas [ciganos ] que "vivem quase exclusivamente de subsídios do Estado".

No mundo do politicamente correcto, dizer algo como isto é impensável. Porque não fica bem. Porque não é bonito. E porque ninguém gosta de estar associado a este modo de pensar numa altura em que as eleições se aproximam a passos largos. Mesmo que concordem com cada uma das palavras ditas por André Ventura. E tenho a certeza de que muitos daqueles que o criticam publicamente, apoiam cada uma das suas palavras de forma secreta.

O grande erro de declarações destas passa pela generalização. Porque nem todos os ciganos vivem de subsídios. E as pessoas que vivem destes "esquemas" não são exclusivamente deste etnia. É um problema a uma escala muito maior. E quando se generaliza tudo corre mal. Especialmente em alturas como esta em que os adversários políticos tentam imediatamente encontrar uma vantagem no erro de alguém. "Votem em nós que somos amigos dos ciganos", é a mensagem que se tenta passar. A sociedade é feita de generalizações. E este é apenas mais um mau exemplo disso mesmo. E as generalizações fazem com que a mensagem se perca. Seja ela qual for.

24.7.17

como é que isto é possível?

Nesta altura do ano é comum encontrar cartazes políticos fora do normal. Existem até compilações daqueles que são considerados os cartazes mais divertidos. Há também quem procure os mais diversos erros. Muitos destes casos chegam de zonas mais pequenas. De locais que, em alguns casos, quase ninguém conhece. O que faz com que os erros tenham mais piada mas menor relevo político.

Nunca dou grande atenção aos cartazes de terras mais pequenas. Porque olho para aquelas campanhas como algo feito com tostões e por pessoas que provavelmente pouco percebem de política e de comunicação. Só isso explica que exista tanto desleixo no cartão de visita para as pessoas que podem vir a votar naquele candidato.

Mas o caso muda de figura quando os exemplos chegam de cidades como Lisboa. Onde as campanhas são feitas com “milhões” e onde nada, mesmo nada, pode ser deixado ao acaso. Principalmente quando os maus exemplos chegam de fortes candidatos. Como é o caso de Teresa Leal Coelho, a candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa.

Tornou-se viral um cartaz da candidata que é um verdadeiro tiro nos pés. “Por uma cidade onde se pode circular” é o slogan do cartaz. Talvez para os mais distraídos não exista nada de errado nesta mensagem. Mas isto é publicidade (e da boa) ao actual presidente. Se é por uma cidade onde se pode circular, é porque tudo está bem. Já seria diferente se o pode desse lugar a um “possa”.

As pessoas acabam a rir-se dos exemplos que chegam de terras pequenas. Mas os erros mais graves são estes. Porque alguém recebeu muito dinheiro para fazer aquele cartaz. E alguém recebeu muito dinheiro para o aprovar. Tal como alguém recebeu muito dinheiro para gerir a campanha eleitora. E todos falharam. Sendo que a falha é ainda mais grave quando elogia o principal opositor.

28.6.17

apenas nojento. nada mais do que isso

A tragédia de Pedrógão Grande é uma das maiores de que temos memória num passado recente. Muitas pessoas perderam a vida. Outros sobreviveram, mas ficaram sem nada. Inventaram-se teorias. Trocaram-se acusações. Algo que considero errado. Apesar de entender que existem momentos para discutir tudo aquilo que está errado e que pode ajudar a reduzir um impacto de um incêndio como aquele.

E se considero errado que se atirem acusações para o ar, fico revoltado com o aproveitamento da dor das pessoas que vivem uma tragédia que irá marcar as suas vidas para sempre. E considero nojento o aproveitamento político que se tenta obter de uma tragédia desta dimensão. Ao estilo de "com o meu partido nada disto acontecia". Isto é do pior que pode ser feito. Independentemente da cor política que siga este rumo.

5.6.17

nem todo o mal acontece apenas porque são mulheres

Uma humorista decide gozar com o presidente do seu país. Isto passou-se nos Estados Unidos da América. A humorista é Kathy Griffin e o presidente Donald Trump. Mas não está em causa nenhuma das pessoas. Mas a situação em si. A humorista acho que seria engraçado aparecer numa imagem em que parece ter a cabeça do presidente do seu país na mão. Ao estilo de um terrorista que exibe uma cabeça decapitada.

O que poderia ser um tiro nos pés é algo que provavelmente estragou a carreira desta pessoa. Que agora vem chorar. E que decide culpar Donald Trump pelo que lhe está a acontecer. Sendo que vai mais longe. A culpa não é só do presidente. Tudo acontece porque ela é mulher. Pois, segundo defende, se fosse um homem nada teria acontecido.

Isto é simplesmente... errado. Para não escolher outra palavra. Aquela mulher gozou, com difusão nacional, com o seu presidente. Sim, porque não existe essa coisa do “não é meu presidente porque não votei nele”. E o humor atingiu um nível muito baixo nos moldes em que foi feito. A gravidade está toda aqui. Não está no facto de ser mulher. Nem no presidente. Que critica todos aqueles que gozam consigo, sejam eles homens ou mulheres.

Transformar este triste episódio num ataque às mulheres é injusto. Sobretudo para todas as mulheres que dão a cara por lutas e injustiças com que se debatem diariamente. Sacudir a fatia maior de culpa para os outros é uma boa manobra de diversão. Que não faz sentido. O grande erro partiu de Kathy Griffin. E seria igualmente grave se fosse John Griffin. O desfecho seria o mesmo.

2.6.17

a vantagem de ter trump como presidente

Ter alguém como Donald Trump no papel de presidente de uma das maiores potências mundiais tem as suas vantagens. Quer dizer... pelo menos uma. Ninguém é apanhado de surpresa com aquilo que faz. Ninguém fica surpreendido ou diz algo como "não estava à espera disto". E vá lá que, para já, ainda só temos um Dolnald Trump.

17.5.17

as pessoas baseiam-se na imagem

Donald Trump ainda agora chegou à cadeira política mais desejada do mundo. Mas todos querem que deixe o lugar que ocupa. Ou que, na pior da hipóteses, chegue rapidamente 2020 para as próximas eleições presidenciais norte-americanas. E se já foi falado o nome de Kanye West para candidato, surge outro nome. Igualmente afastado da política.

Dwayne 'the rock' Johnson está a ser apontado como um possível candidato. O próprio actor, que ficou conhecido no mundo do wrestling, não coloca essa hipótese de lado. E o mais curioso é que as sondagens são boas para o eventual candidato. As pessoas gostam da sua imagem. E têm uma ideia muito positiva do actor. E acho que o futuro da política poderá começar a passar por aqui.

Isto no sentido de a imagem começar a ganhar um destaque cada vez maior. As pessoas conhecem Dwayne Johnson pelas lutas e, cada vez mais, pela carreira de actor. Poderá haver quem acompanhe mais de perto a sua vida e aquilo que é longe das câmaras. Mas a imagem terá quase sempre base numa imagem pública. Mas as pessoas valorizam isto cada vez mais. Especialmente na política, área onde quase todas as pessoas deixaram de acreditar. Em especial os mais novos, que ligam muito à imagem.

E isto não se aplica apenas à política. Muitas pessoas confundem conceitos com base na imagem. Como quando acontecem aquelas eleições das pessoas mais sensuais e os votos vão para as pessoas que têm uma imagem mais apreciada pelo público. A imagem sempre foi importante. E começa a alastrar-se a muitas áreas. Se bem que na política dos Estados Unidos seja bastante fácil, nesta fase, encontrar supostos candidatos de quem todos gostam. Principalmente quando o termo de comparação é Donald Trump.

5.5.17

quanto mais olho, mais me assusto...

Quanto mais olho para as eleições presidenciais francesas mais me assusto. Parece um filme já visto. Parece Donald Trump e Hillary Clinton. Politicamente falando, tenho a mesma opinião do que tinha em relação aos Estados Unidos, ou seja, nenhum é candidato forte. Só não sei se o resultado vai ser o mesmo dos Estados Unidos da América. Vamos ver...

24.4.17

e se acontecer novamente?

Ninguém acreditava que Donald Trump poderia ganhar as eleições presidenciais norte-americanas. Tudo não passava de uma anedota. De uma brincadeira de mau gosto. De um capricho de um milionário com muito tempo livre. Até que as coisas se tornaram mais sérias. E aí todos centraram o seu apoio na vitória "fácil" de Hillary Clinton. A vitória estava no papo. Eram favas contadas. Até que Donald Trump ganhou as eleições. Agora é a vez da França. Que tem os ingredientes todos de um filme visto recentemente. E se acontecer novamente?