Nesta altura do ano é comum encontrar cartazes políticos fora do normal. Existem até compilações daqueles que são considerados os cartazes mais divertidos. Há também quem procure os mais diversos erros. Muitos destes casos chegam de zonas mais pequenas. De locais que, em alguns casos, quase ninguém conhece. O que faz com que os erros tenham mais piada mas menor relevo político.
Nunca dou grande atenção aos cartazes de terras mais pequenas. Porque olho para aquelas campanhas como algo feito com tostões e por pessoas que provavelmente pouco percebem de política e de comunicação. Só isso explica que exista tanto desleixo no cartão de visita para as pessoas que podem vir a votar naquele candidato.
Mas o caso muda de figura quando os exemplos chegam de cidades como Lisboa. Onde as campanhas são feitas com “milhões” e onde nada, mesmo nada, pode ser deixado ao acaso. Principalmente quando os maus exemplos chegam de fortes candidatos. Como é o caso de Teresa Leal Coelho, a candidata do PSD à Câmara Municipal de Lisboa.
Tornou-se viral um cartaz da candidata que é um verdadeiro tiro nos pés. “Por uma cidade onde se pode circular” é o slogan do cartaz. Talvez para os mais distraídos não exista nada de errado nesta mensagem. Mas isto é publicidade (e da boa) ao actual presidente. Se é por uma cidade onde se pode circular, é porque tudo está bem. Já seria diferente se o pode desse lugar a um “possa”.
As pessoas acabam a rir-se dos exemplos que chegam de terras pequenas. Mas os erros mais graves são estes. Porque alguém recebeu muito dinheiro para fazer aquele cartaz. E alguém recebeu muito dinheiro para o aprovar. Tal como alguém recebeu muito dinheiro para gerir a campanha eleitora. E todos falharam. Sendo que a falha é ainda mais grave quando elogia o principal opositor.
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