Longe vão os tempos em que os jogadores de futebol eram pessoas "sérias" com amor à camisola. Hoje, e ninguém pode condenar isso, são uns mercenários que se vendem a quem pagar mais e melhor. Volto a dizer que não censuro isto. Aquilo que critico é a estupidez associada a esta forma de ser mercenária. E Fábio Coentrão é o exemplo mais recente do que pretendo explicar.
Fábio Coentrão foi um grande jogador. Um dos melhores laterais esquerdos do mundo. Mas, por motivos que só o próprio poderá explicar, perdeu fulgor. As lesões são muitas, os jogos são poucos e quando assim é, a carreira tende a descer. Pegando nisto tudo, é normal que o jogador em questão veja com bons olhos a mudança para o Sporting. Mesmo depois de ter passado anos no Benfica. É normal porque foi no Benfica que teve os melhores anos da sua carreira. E foi com o treinador do Benfica, que agora está no Sporting, que melhor jogou. Isto misturado faz com que Fábio Coentrão acredite que com Jorge Jesus irá voltar a ser o jogador que era.
Tudo o que referi é lógico. Aquilo que deixa de ser lógico é andar a gritar ao mundo que ama o Benfica. E que em Portugal só joga no Benfica. E que nunca jogaria no clube onde agora está. E que parece, segundo o próprio, ser a realização de um sonho de criança. E que tire fotos com adeptos que, ao jeito do adepto que é mais anti um clube do que a favor de outro, gostam de provocar. É isto que transforma um atleta inteligente num mercenário burro. E falo de Coentrão porque é o exemplo mais recente de alguém que tem de engolir o que disse.
No lado oposto dou o exemplo de uma entrevista recente de Miguel Vítor. A quem perguntaram se jogaria no Porto ou Sporting, depois de ter sido formado no Benfica. E o jogador respondeu dizendo que era profissional. E que, apesar de existir uma ligação sentimental ao Benfica, não poderia fechar as portas a clubes como o Sporting e o Porto, os únicos que conseguem, em Portugal, pagar o que recebe no estrangeiro. Miguel Vítor não passa a ser pior profissional por dizer isto. Não apaga a sua história no Benfica por abrir as portas a outros clubes.
A grande diferença é que Miguel Vítor passa por inteligente e Fábio Coentrão por burro. Algo que seria evitado se não tivesse passado anos a gritar que amava um clube e que só jogaria por esse clube no seu País. Também saliento que nos dias que correm os mercenários estão em todo o lado. Os futebolistas apenas são mais mediáticos. Porque o mercado profissional está cheio de pessoas assim.
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