Donald Trump ganhou as eleições. E já tomou posse como novo presidente norte-americano. E isto, aparentemente é o maior problema do mundo. Não apenas para os norte-americanos. Mas para todas as pessoas. Não existe uma pessoa no mundo que tenha um problema mais grave, mais sério ou de resolução mais urgente que não esteja relacionado com Donald Trump.
Nada tenho contra a “meia dúzia” de pessoas que se junta aqui e ali para se manifestar contra Donald Trump. Já sou contra as pessoas que acham que revelar o seu desagrado passa por destruir carros, montras e agredir pessoas mas isso é outra conversa. Mas acho alguma piada às pessoas que fazem da eleição de Donald Trump, assunto que está na moda, o maior problema das suas vidas.
E acho piada porque muitas destas pessoas centram a sua fúria em Trump mas ignoram por completo outros problemas que necessitavam de uma voz activa e que estão muito mais próximos. Como a precariedade que domina a maioria das profissões em Portugal, apenas para dar um exemplo. Ou outras coisas que acabam por interferir com os dias das pessoas que apenas têm energia para atacar Donald Trump.
Antes de me preocupar com Donald Trump preocupo-me em solucionar todos os problemas que estão perto de mim. Muitos deles motivados por situações que não domino e que merecem a minha atenção total. Bom seria que o único problema do mundo fosse mesmo a eleição de Donald Trump. Mas a verdade é que existe algo muito nosso que passa por olhar para os problemas dos outros ao mesmo tempo que preferimos ignorar aquilo que acontece debaixo do nosso nariz.
Ao bom estilo português temos solução para tudo aquilo que diz respeito aos outros. Sabemos tudo aquilo que deve ser feito por fulano e sicrano na situação x ou y. Criticamos tudo e mais alguma coisa que diz respeito aos outros. Até ao momento em que percebemos que temos de fazer alguma coisa por nós, alguma coisa pela nossa vida, pela solução dos nossos problemas. Mas isso dá muito trabalho. Mais vale ir para as redes sociais falar mal do Trump, esse malvado.
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