24.1.17

há-de chegar o dia em que é notícia porque tem roupa (hoje não é o dia)

Há-de chegar o dia em que Emily Ratajkowski vai ser notícia porque está vestida. Hoje não é o dia.


Nada tenho contra esta modelo a quem quase todas as pessoas conhecem o corpo nu mas que dificilmente conseguem pronunciar o seu apelido ou mesmo recordar-se do primeiro nome. Aquilo de que não gosto é de uma quase exclusiva promoção à conta da ousadia, em muitos casos exagerada e desnecessária. E isto aplica-se a mulheres, como é este caso, e também a homens.

Podem dizer-me que faz parte do trabalho de Emily (e de tantas outras “Emilys”) andar sem roupa ou com pouca roupa. Por exemplo, neste caso, o que aparenta ser um ocasional passeio com o cão a desafiar as baixas temperaturas que se fazem sentir em Nova Iorque é na realidade uma campanha publicitária.

Mas retirando o lado profissional da vida de Emily mantém-se a ousadia e a nudez. Sem a conhecer de lado nenhum chego a ter a sensação de que o seu corpo não tem qualquer segredo ou mistério para mim. Poderá existir quem entenda que isto é sedutor e positivo. Para mim é o extremo oposto. Sendo também desinteressante.

A liberdade é uma coisa bonita. E faz parte dela andar vestido ou sem roupa (em determinados locais). Faz parte dela partilhar fotos nas redes sociais com roupa ou sem roupa. É tão válido querer promoção pessoal com base no corpo como num qualquer talento. São opções. E no caso da nudez, faço parte da equipa que prefere o mistério.

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