Um restaurante procura uma pessoa para trabalhar. Mas não quer uma pessoa qualquer. Quer uma mulher. Idealmente com experiência. E com uma idade entre os 20 e os 35 anos. O factor da idade foi o suficiente para se criar algum alarido em torno do anúncio. Com muitas pessoas a defenderem que é algo incorrecto.
Em tempos defendi que uma entrevista de emprego é das coisas mais discriminatórias que existe. Por diversos factores. E assumo que nem todos me fazem confusão. Porque estão dependentes do conceito que alguém idealizou para determinado espaço. Por exemplo, existem lojas que obrigam as mulheres a trabalhar maquilhadas. Noutros locais não podem existir tatuagens visíveis. Nem piercings. Entre muitas outras coisas.
A idade talvez seja dos detalhes que levanta mais polémica. Mas nem sempre faz sentido que exista essa confusão. Porque existem projectos destinados a pessoas mais maduras como existem outros pensados num público mais jovem. E em ambos os casos faz sentido que as pessoas estejam enquadradas com determinado objectivo. É algo que não me choca. E que aceito com naturalidade.
Fico mais chocado quando, por exemplo, se dá prioridade à imagem física em detrimento da valência profissional. Quando se prefere alguém mais elegante – mas sem jeito – do que alguém com muito mais valor. Isto é bem pior do que ser sincero na faixa etária que se procura para um emprego.
Olá :)
ResponderEliminarNeste tema tenho que discordar parcialmente do teu ponto de vista.
Defendo sobretudo por uma questão de princípio, do que é correcto e decente, que as pessoas têm sempre que vir em primeiro lugar na escala das importâncias, e que a defesa da estratégia que se idealizou para determinado conceito nunca deverá desculpabilizar a existência de discriminação.
Porque todas as portas se abrem primeiro só um bocadinho, antes de ficarem escancaradas, e se um dia começamos por desculpabilizar o restaurante que queria empregadas de mesa dos 20 aos 35, não tardará muito que se tente normalizar a discriminação.
Olá ;)
EliminarMas existe alguma entrevista de emprego que não seja discriminatória? Não há sempre discriminação até chegar ao candidato final?
Claro que sim, se bem que no ponto que apresentas eu prefiro usar o termo exclusão a discriminação. Um sendo necessário como parte de um processo, o outro errado no contexto humano, ético, etc.
EliminarÉ mais fácil explicar através de um exemplo, que poderá muito bem ser a entrevista imaginada a um/a candidato/a a empregado/a de mesa.
Imagino-me a conduzir essa entrevista. Uma das questões colocadas seria se os candidatos sabem inglês, por exemplo. Logo seriam excluídos os que não sabem, visto ser uma competência importante para o desempenho da função. A meu ver é esperado que as pessoas sejam excluídas por ausência de competências, até por incompatibilidade, (por exemplo, indisponibilidade para trabalhar por turnos, ou horário nocturno), mas é ilegal e inconstitucional exercer a exclusão por género, idade, imagem, etc.
É como a proibição da discriminação por sexo: não podem anunciar M ou F, mas depois é só chamar "M" ou "F" à entrevista ou, para disfarçar melhor, chamar dos dois mas só levar a sério o género que interessa.
Eliminar@Ana Chagas
EliminarA verdade é que não há nada mais discriminatório/exclusivo do que uma entrevista de emprego. Posso dizer-te que acompanhei este processo de selecção e o primeiro critério foi a experiência das candidatas. Foi isso que fez com que fossem chamadas.
@Anónimo
Há quem faça isso. Para ficar bem abrem o concurso a todas mas depois vai tudo à vida.
Tenho de concordar.
ResponderEliminarSou da mesma opinião. Beijinhos
Acho que existem coisas que são aceitáveis.
EliminarBeijos
A mim revolta-me que aos 35 anos já seja um martírio arranjar emprego.
ResponderEliminarAlias, a partir dos 30 já se é descriminado.
Só não compreendo é o porquê de num restaurante não admitirem homens?
E dou como um exemplo um restaurante que frequento, onde todos os funcionários são homens acima dos 50, e todos têm bastante genica para a azafama de servir em horas de ponta.
O que dizes é verdade. E falo por experiência própria. Mas espanta-me mais em trabalhos onde a imagem e idade de pouco valem. Onde aquilo que importa são literalmente as competências mas a preferência vai sempre para jovens sem formação. E isto levanta outra questão porque estes trabalham por meia dúzia de euros.
EliminarEm relação ao anúncio. O espaço tem homens. Bastantes até. Daí a vontade de ter mais mulheres a trabalhar.