9.1.17

trabalho para mulheres dos 20 aos 35 anos

Um restaurante procura uma pessoa para trabalhar. Mas não quer uma pessoa qualquer. Quer uma mulher. Idealmente com experiência. E com uma idade entre os 20 e os 35 anos. O factor da idade foi o suficiente para se criar algum alarido em torno do anúncio. Com muitas pessoas a defenderem que é algo incorrecto.

Em tempos defendi que uma entrevista de emprego é das coisas mais discriminatórias que existe. Por diversos factores. E assumo que nem todos me fazem confusão. Porque estão dependentes do conceito que alguém idealizou para determinado espaço. Por exemplo, existem lojas que obrigam as mulheres a trabalhar maquilhadas. Noutros locais não podem existir tatuagens visíveis. Nem piercings. Entre muitas outras coisas.

A idade talvez seja dos detalhes que levanta mais polémica. Mas nem sempre faz sentido que exista essa confusão. Porque existem projectos destinados a pessoas mais maduras como existem outros pensados num público mais jovem. E em ambos os casos faz sentido que as pessoas estejam enquadradas com determinado objectivo. É algo que não me choca. E que aceito com naturalidade.

Fico mais chocado quando, por exemplo, se dá prioridade à imagem física em detrimento da valência profissional. Quando se prefere alguém mais elegante – mas sem jeito – do que alguém com muito mais valor. Isto é bem pior do que ser sincero na faixa etária que se procura para um emprego.

9 comentários:

  1. Olá :)
    Neste tema tenho que discordar parcialmente do teu ponto de vista.
    Defendo sobretudo por uma questão de princípio, do que é correcto e decente, que as pessoas têm sempre que vir em primeiro lugar na escala das importâncias, e que a defesa da estratégia que se idealizou para determinado conceito nunca deverá desculpabilizar a existência de discriminação.
    Porque todas as portas se abrem primeiro só um bocadinho, antes de ficarem escancaradas, e se um dia começamos por desculpabilizar o restaurante que queria empregadas de mesa dos 20 aos 35, não tardará muito que se tente normalizar a discriminação.

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    1. Olá ;)

      Mas existe alguma entrevista de emprego que não seja discriminatória? Não há sempre discriminação até chegar ao candidato final?

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    2. Claro que sim, se bem que no ponto que apresentas eu prefiro usar o termo exclusão a discriminação. Um sendo necessário como parte de um processo, o outro errado no contexto humano, ético, etc.
      É mais fácil explicar através de um exemplo, que poderá muito bem ser a entrevista imaginada a um/a candidato/a a empregado/a de mesa.
      Imagino-me a conduzir essa entrevista. Uma das questões colocadas seria se os candidatos sabem inglês, por exemplo. Logo seriam excluídos os que não sabem, visto ser uma competência importante para o desempenho da função. A meu ver é esperado que as pessoas sejam excluídas por ausência de competências, até por incompatibilidade, (por exemplo, indisponibilidade para trabalhar por turnos, ou horário nocturno), mas é ilegal e inconstitucional exercer a exclusão por género, idade, imagem, etc.

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    3. É como a proibição da discriminação por sexo: não podem anunciar M ou F, mas depois é só chamar "M" ou "F" à entrevista ou, para disfarçar melhor, chamar dos dois mas só levar a sério o género que interessa.

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    4. @Ana Chagas
      A verdade é que não há nada mais discriminatório/exclusivo do que uma entrevista de emprego. Posso dizer-te que acompanhei este processo de selecção e o primeiro critério foi a experiência das candidatas. Foi isso que fez com que fossem chamadas.

      @Anónimo
      Há quem faça isso. Para ficar bem abrem o concurso a todas mas depois vai tudo à vida.

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  2. Tenho de concordar.
    Sou da mesma opinião. Beijinhos

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  3. A mim revolta-me que aos 35 anos já seja um martírio arranjar emprego.
    Alias, a partir dos 30 já se é descriminado.
    Só não compreendo é o porquê de num restaurante não admitirem homens?
    E dou como um exemplo um restaurante que frequento, onde todos os funcionários são homens acima dos 50, e todos têm bastante genica para a azafama de servir em horas de ponta.

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    1. O que dizes é verdade. E falo por experiência própria. Mas espanta-me mais em trabalhos onde a imagem e idade de pouco valem. Onde aquilo que importa são literalmente as competências mas a preferência vai sempre para jovens sem formação. E isto levanta outra questão porque estes trabalham por meia dúzia de euros.

      Em relação ao anúncio. O espaço tem homens. Bastantes até. Daí a vontade de ter mais mulheres a trabalhar.

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