6.1.17

não quero abraços grátis

Quando estive em Sevilha, na passagem de ano, deparei-me com um cenário pouco comum. No primeiro dia do ano encontrei um jovem que estava sozinho no meio de uma das ruas mais movimentadas. Tinha apenas um cartaz onde se lia “abraços grátis”. O cartaz estava dobrado e o jovem abria o mesmo quando alguém se aproximava.

Já tinha ouvido falar em diversas iniciativas destas mas foi a primeira vez que testemunhei uma sem ser com recurso a um vídeo. E é algo digno de ser visto. É incrível como a maioria das pessoas olha de soslaio, com muita desconfiança, para quem está a oferecer abraços e a desejar um bom ano. A desconfiança foi a principal reacção.

Depois, muitas pessoas afastavam-se do jovem assim que abria o cartaz. Davam passos para o lado e recusavam o abraço. Sem que o jovem reagisse mal. Quando isso acontecia, rapidamente voltava o cartaz para outra pessoa. E também não deixa de ser curioso que a maior parte dos abraços tenham sido dados a homens. Talvez as mulheres estranhem a abordagem de um homem. Não sei se será este o motivo mas não deixa de ser curioso.

Por outro lado, a cada abraço dado o jovem reagia como se tivesse recebido um milhão de euros. Ficava de sorriso estampado no rosto e desejava um bom ano a quem o abraçava. E lá continuava, no meio da rua, de cartão aberto, oferecendo abraços a quem por ele passava. Assistir a este momento foi das melhores experiências que tive nos últimos tempos. E aposto que aquele rapaz ganhou o dia com aquela acção.

2 comentários:

  1. Acredito que sim. Não há nada mais gratificante de que um abraço sentido. É uma partilha de alma.
    O que acontece é que a humanidade chegou a um ponto de desconfiança que é difícil ultrapassar.
    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É das melhores coisas que as pessoas podem oferecer.

      Abraço

      Eliminar