Ontem não consegui evitar ouvir uma conversa que envolvia dinheiro e casais. Era uma conversa de homens que versava sobre despesas deles, controladas por elas. Como o diálogo aconteceu mesmo ao meu lado tornou-se impossível não ouvir o que era dito pelo grupo de homens. A certa altura, um deles comenta o facto de ter usado o cartão para efectuar um pagamento num sítio onde se divertiu.
Mais tarde, por uma razão qualquer, a mulher deu pela falta do dinheiro em questão. Foi verificar o extracto bancário e percebeu onde tinha sido efectuada a despesa. Resumindo e abreviando, o tema era como gastar dinheiro sem ser controlado e sobretudo sem se saber onde foi utilizado. A pessoa em questão recebeu o conselho clássico: “levantas antes” mas tudo aquilo fez com que me lembrasse de um amigo meu.
Trata-se de um rapaz que era literalmente controlado pela namorada. Não tinham conta em conjunto – que acredito ter sido o caso referido na conversa que ouvi – mas ela controlava o seu dinheiro, cêntimo a cêntimo, questionando todas as movimentações. Além disso, controlava a sua agenda social. Ela decidia quando e com quem ele podia sair. Como acontece sempre nestes casos, ele não tinha qualquer controlo sobre as coisas dela. A namorada gastava o dinheiro como queria, divertia-se com quem queria e ele não tinha voto na matéria.
Não concebo este controlo excessivo. Só compreendo uma discussão sobre dinheiro se, por alguma razão, um dos membros do casal usou a verba destinada a pagar algo como a mensalidade da casa nos copos com os amigos ou noutras coisas bem piores. Porém, já me custa a perceber que se queira controlar o dinheiro alheio ao cêntimo e a vida ao minuto. Talvez tenha esta forma de ver as coisas por ser uma pessoa que não dá “grande” importância ao extracto bancário e que aprecia a liberdade. Ou então por confiar nas pessoas e não sentir necessidade de exigir qualquer tipo de relatório financeiro ou mapa semanal de actividades.
E entendo que o controlo excessivo, seja ele qual for, nunca tem um final feliz. Nunca é acompanhado do cliché “foram felizes para sempre...” Acho que termina sempre desta forma: “foram felizes até ao dia em que... (preencher este espaço com uma discussão da sua preferência) ...e não houve volta a dar. Fim.”
Eu acho que é tudo uma questão de confiança. Não gosto nada desse tipo de relações de controlo, seja a mulher a controlar o marido ou ao contrário. Apesar de terem juntos acho que cada continua a ter uma certa liberdade para fazer aquilo que quer e gastar o seu próprio dinheiro naquilo que gosta (desde que não seja nada ilegal ou que venha a comprometer o relacionamento, claro).
ResponderEliminarÉ isso mesmo. Confiança. Acaba por ir dar sempre aí.
EliminarNão gosto que me controlem o dinheiro. Não gosto de controlar o dinheiro dos outros. Cada um é responsável pelo seu. Mas isso sou eu que prezo muito a minha independência :)
ResponderEliminarE fazes tu muito bem :)
EliminarControlar é uma palavra que me causa hiperventilação. Quando estive no Brasil a estudar foram os meus pais que pagaram tudo e, apesar de terem toda a razão do mundo pois o dinheiro eram eles que me davam e não eu que o ganhava, enervava-me o rol de perguntas de "e gastaste isto onde" e com quem, e quando, e como, e gastaste tanto dinheiro numa só saída e por aí fora. Se já me sentia assim numa situação em que eles realmente tinham o direito de controlar, não quero sequer imaginar como reagiria se alguém tentasse controlar o dinheiro que eu ganho com o meu próprio trabalho... A vida a dois exige responsabilidade e quando vivem juntos realmente há que dar prioridade às contas e coisas da casa. Depois disso cada um é dono do que sobra... Pelo amor de Deus. Controlar é uma óptima forma de afastar os outros, na minha opinião.
ResponderEliminarAcredita que é muito pior do que esse controlo "natural" dos pais.
Eliminar"Ela decidia quando e com quem ele podia sair. Como acontece sempre nestes casos, ele não tinha qualquer controlo sobre as coisas dela."
ResponderEliminarNão é geral mas acredita que é a maioria, penso ter falado qualquer coisa desse genero lá no meu "canto" e era pior, o dinheiro do ordenado para a conta da mulher e ela dava-lhe (julgo) 5€ por dia, tendo em conta que o "rapaz" fumava e bebia um café ou dois por dia... lindo
e não era caso único...
por norma isso acaba mal... mais cedo ou mais tarde.
Isso é muito mal e é um questão de tempo até acabar e mal.
EliminarConfesso que na parte que referiste o teu amigo, comecei a ficar com uma certa sensação de falta de ar!!!!:S Isso é doentio!!! Faz.me confusão como há pessoas que conseguem ter um "amor" (se é que se pode chamar de amor) tão forte assim ao ponto de deixarem de controlar as suas próprias vidas, ao ponto de se anularem e viverem em função da vontade e ordem de outro... a sério, este é daqueles temas que me tira mesmo do sério! e teria muito para divagar... talvez um dia no meu blog o faça!:p
ResponderEliminarO controlo excessivo dá sempre asas a fazer asneira um dia...
É mesmo doentio. O amor suporta tudo até um ponto...
EliminarQue acrescentar aqui.....
ResponderEliminarVai durar até que haja a GOTA que transborde no copo....
ou a coragem para acabar com a situação...
Excepto nos casos em que as pessoas nao têm auto-controlo(como esse amigo que gastou o $ da renda....mt mau)
de resto...quando não há confiança.....mais vale estar quieta/o....e só
E essa gota aparece sempre!
Eliminarisso a mim parece-me mais um animal de estimação do que um namorado.
ResponderEliminarPior...eu não trato assim o meu gato.
EliminarEle tem cartão de crédito ilimitado e vale veterinário :))
É uma situação muito má mesmo.
EliminarNormalmente o crontrolo fica descontrolado.O Amor nao e' isso...
ResponderEliminarMas isso e' triste,ter de arranjar desculpas para explicar onde se gastou,com quem e porque...nao e' normal.
Cada um deve ter liberdade e responsabilidade.
Bem dito MissMary :)
EliminarSó concebo a ideia de questionar onde e quando o dinheiro foi gasto se se tratar de uma conta conjunta e se fizer falta para pagamento de alguma coisa. Agora na conta individual cada um sabe de si e o que faz ao seu dinheiro.
ResponderEliminarNesse caso deve mesmo ser questionado. De resto, penso como tu.
EliminarMuito material para psicanálise... e muita falta de lambada. Mas isso sou só eu, que tenho mau feitio :)
ResponderEliminarEsse tipo de controle faz-me muita confusão porque significa que o pilar base da relação que é a confiança mútua não existe. Muito rapidamente ficaria sufocada ...
ResponderEliminarPodia usar essas palavras.
EliminarSe a base da união for o respeito e a partilha não deverá ter lugar esse tipo de situações degradantes.. Ninguém é dono de ninguém . As pessoas porque partilham a vida com outra não deixam de ter identidade própria. Isso que falas não pode acabar bem!
ResponderEliminarMais "se , por alguma razão, um dos membros do casal usou a verba destinada a pagar algo como a mensalidade da casa nos copos com os amigos ou noutras coisas bem piores." , a isto chama-se falta de responsabilidade e terá um tratamento próprio que quanto a mim não passaria por controlar tostão a tostão a outra pessoa. Já me parece o caso dos pais que não dão mesada aos filhos para os controlarem gota a gota e segundo eles melhor,para depois terem um resultado bem pior!..:(.
EliminarQue belos comentários. Gosto dessa forma de pensar.
Eliminarlol ainda há quem seja assim?
ResponderEliminarOu isso ou frequento sítios muito estranhos :p
EliminarTal qual aquela história de dois apaixonados que resolveram jogar no Euromilhões a meias... e saiu...
ResponderEliminarAqui é mais "Amor é...."
Não podias ter escolhido melhor exemplo.
EliminarAcho que enquanto namorados cada um sabe onde gasta o seu dinheiro, contudo quando há uma casa e outras responsabilidades, desde que o dinheiro pré-destinado para essas despesas não seja gasto em vão, cada um sabe onde empregar o dinheiro e fazer uma "extravagância" ocasionalmente.
ResponderEliminarNem mais Sapa Xixi.
EliminarNão entendo tb o pq de quererem controlar o dinheiro da pessoa com quem estão. Não é saudável, nem o dinheiro nem a agenda social. Quando há uma vida a dois, é normal q se partilhe o tempo, o dinheiro, a vida. No entanto, isso acontece de forma saudável, sem necessidade de controlar de um lado, nem de esconder do outro. É doentio.
ResponderEliminarEu não faço aos outros o que não gosto que me façam a mim.
ResponderEliminarSe me sentir na obrigação de "controlar" a outra pessoa ou o que ela faz ou gasta é porque a relação não vai bem... E mais vale só que mal acompanhado!
Penso da mesma forma que tu :)
EliminarEstá para nascer a pessoa que me ande a controlar! Era o que faltava.
ResponderEliminarConcordo contigo... Esse tipo de controlos têm sempre um final pouco feliz. E também se chama falta de confiança!!!
Bem dito :)
EliminarOu seja o companheiro passa a ser mais mais um dependente, um filho que é preciso controlar... Triste
ResponderEliminarBrenda
Muito triste...
EliminarMuito se aperta até que rebenta...
ResponderEliminarNunca estive numa relação assim..Em que houvesse qualquer tipo de controlo, muito menos financeiro..Nos quase 8 anos em que estive "casada", sempre tivémos uma conta conjunta para as despesas e uma cada individual, às quais nenhum membro do casal tinha acesso..E acho que assim é que deve ser..É tudo uma questão de responsabilidade, coerência e confiança..Se isso falta, não há amor ou controlo que resista, não há relação que sobreviva..Esse tipo de controlo não é saudável, e decididamente não é amor. É só estúpido (perdoem-me os sensíveis)..Comigo não resultaría nunca..Sou independente dsd os 17 anos e nunca admitiria uma situação assim..É só uma opinião, vale o que vale..Beijocas.
ResponderEliminarPensa de uma forma correcta.
Eliminarbeijos
Eu acredito que numa relação amorosa as coisas acontecem porque ambos permitem. Mais, porque ambos querem que assim seja. Verdade que aquilo que contas se trata de controlo excessivo e levanta questões. Porque é que alguém tem necessidade de controlar assim? Porque é que alguém se deixa controlar desta maneira? A verdade é que deixa e vai deixando... porque até as más situações têm as suas vantagens. Se não houvessem benefícios secundários em se ser controlado, ninguém o era. Agora, quais são as vantagens, se são conscientes ou não, cada um o saberá dizer tal como cada um saberá pôr termo a essa conduta tóxica.
ResponderEliminarBoa forma de analisar a situação. Dá que pensar...
EliminarUm filho tem uma má relação com a mãe. O filho vai viver sozinho porque não aguenta mais as discussões com a mãe. Um dia a namorada vai viver com ele e não quer conta conjunta. Pagam-se as despesas e o resto é com cada um. A mãe dele desaprova as contas separadas, mas ele concorda com a namorada. Um dia o pai dele morre e de repente tudo o que essa mãe dizia passa a ser válido e acertado na cabeça do filho. E agora como é que me safo desta?
ResponderEliminarÉ uma situação muito complicada. E falar dela é difícil. Enquanto filho sempre escutei a opinião dos meus pais, algo que ainda faço hoje. Mas, quando passei a dividir casa, a primeira conversa tem de ser sempre com a pessoa que vive comigo. E a decisão final também é sempre nossa. Acho que é preciso diálogo e perceber o que é melhor para o casal. E isso é algo que a mãe terá de respeitar.
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