pedras

Ontem, numa conversa com um grupo de pessoas falou-se de pedras. Daquelas que nos aparecem na vida ao longo do nosso percurso. Naquele caso específico tratavam-se de conselhos matrimoniais dados a um amigo e que, para mim, fazem todo o sentido. O primeiro foi para ter cuidado com os sete anos de casamento (o eterno mito já discutido aqui). Além deste, recebeu outro. Bastante sábio, defendo. E o mesmo era sobre as tais pedras que marcam as caminhadas de todos.

Se encontrares uma pedra grande no teu caminho vais desviar-te. Ou vais tentar remove-la do teu percurso. Se encontras uma pedra pequenina dás-lhe um chuto para trás da porta. E assim vais fazendo. Pontapé a pontapé, pedra a pedra. Até que um dia vais espreitar atrás da porta e tens um monte enorme de pedras que já não consegues remover. Por isso, tem cuidado com as pedras pequenas, foi o conselho dado.

Volto a dizer que era um conselho aplicado à vida a dois. E não será preciso referir que as pedras eram uma referência aos problemas que enfrentamos ao longo da vida. E acho que estas palavras fazem todo o sentido. Não só numa relação a dois mas em qualquer outra. Há várias formas de lidar com os pequenos problemas. Resolver no momento, aquilo que poucos fazem. Fingir que não estão lá e deixar para amanhã, o mais comum. E dizer que o problema é do mundo pois errar é algo que não nos assiste e que nós é que estamos certos, típico de quem só tem olhos para o seu umbigo.

Assumo que durante muito tempo pontapeei pequenas pedras que acabaram por se revelar problemas de difícil resolução. Porém, cada vez mais dou razão a conselhos como este. Resolver tudo na hora, por mais pequeno que possa ser o problema. Não adiar aquilo que será eternamente adiado até ser usado como arma de arremesso numa qualquer discussão. Acabando por se transformar em algo sem resolução.