9.1.13

utopia?

É rara a ocasião em que entro num espaço e não vejo uma criança com um iPad, um iPhone, uma PlayStation Portable ou outro gadget qualquer. Muitas vezes, as conversas dos pais até acabam por ser uma espécie de competição para descobrir quem é que gastou mais dinheiro com aparelhos destes para o filho. “O meu, além disto, tem a PS3 em casa”, diz um. “O meu também e ainda ontem lhe comprei três jogos que são uma loucura”, responde o outro. “E o meu? Passa horas a jogar aquilo. É mesmo bom. Nem eu jogo tão bem como ele”, devolve o primeiro numa conversa onde o nível de basófia não tem fim.

Quando assisto a um espectáculo destes, tento adivinhar a idade das crianças em questão. Depois, faço uma viagem até ao tempo em que tinha a mesma idade dos petizes. E percebo que não tinha nada daquilo. É verdade que tinha um computador. Um PC que era sobretudo usado pelo meu pai e ocasionalmente por mim com alguns jogos. Além disto, deveria ter uma máquina de Tetris. E era só isto. Nada mais do que isto.

O meu tempo livre era passado na rua com os meus amigos. A jogar ao mata, às escondidas, ao 35, às cinco pedras e até a jogar futebol ou basebol no meio da praceta onde vivia. Também se jogava às cartas, às caricas ou então simplesmente estávamos todos juntos a conversar. Não minto, também tocávamos às campainhas e enchíamos varandas de pessoas de quem não gostávamos com cartuchos de papel disparados com canudos. Em paralelo com estes desportos, praticava outros aos quais a minha mãe não achava piada: transpiração e o pior de todos, sujar a roupa.

Quando me lembro disto faço sempre as mesmas perguntas: será que actualmente alguma criança sabe o que é isto? Será que ainda existem pais que incutem este tipo de brincadeiras aos filhos? Ou será que preferem que passem horas em casa em frente a uma qualquer consola? Penso nisto mas nunca encontro resposta. Sendo uma pessoa que deseja muito ser pai, espero que quando esse dia chegar, o meu filho ou a minha filha tenha amigos que saibam o que é brincar na rua. Que saiba o que é chegar a casa com a roupa suja ou rasgada. Que saiba chorar porque o amigo X foi mau ou sorrir porque a amiga Y foi boa. E que faça birra por não querer ir para casa porque as brincadeiras na rua estão boas demais. Porém, temo que isto se transforme numa utopia.

40 comentários:

  1. O único futebol que uma criança hoje em dia conhece é o que vê na TV e como desporto a praticar. O convívio que existia antigamente só se vê mesmo em bairros sociais mais carenciados e mesmo assim está a mudar para os cantos com miudos de 10 anos a ''fumar charros''.
    Creio que já nem nos intervalos da escola as crianças brinquem como antigamente..
    É triste porque por muitas calças rasgadas e nódoas negras que o futebol de rua de antigamente provocava, também contribuia para o crescimento intelectual da criança, acabando com o individualismo e o mimo a que esta sempre foi habituada.
    Os jovens de hoje já são o reflexo disso. Muito mais egoistas com as jogatanas e bloqueados pela informação que estão sujeitos.
    Infelizmente aqui culpo um pouco os pais, mas sei perfeitamente que há pais que não têm tempo e outros demasiado protectores. Há tantos factores...
    Certo é que é sempre bom fazer esta dicotomia passado/presente!

    Cumprimentos,
    Carla M.

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  2. nao está nas minhas intencoes ter criancas... por isos acho que nunca vou saber! já o meu cao continua a gostar muito dos brinquedos de borracha!

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  3. O consumismo dos pais é absorvido e processado pelos filhos. Nem é de estranhar que muitas crianças cheguem á puberdade sem sequer terem lido um livro, BD incluída. Há TUDO online, incluindo amigos, muitos dos quais têm provavelmente idade para serem pais dos amiguinhos mais novos, mas estão escudados por uma identidade de fachada. O conhecimento é bom, mas saber impor limites é o que faz dos pais bons educadores e cientes que dar uma vida aos filhos não é um facto meramente biológico.

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    1. Hoje em dia passa quase tudo pelo online. E há muitos pais que preferem essa opção.

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  4. Eu acho que essas brincadeiras deixaram de existir, primeiro porque as ruas não são tão seguras como antigamente e depois os pais preferem não ter que se chatear onde é que os filhos andam e ter os filhos fechados em casa em frente a um ecrã! É triste mas esta é a realidade!

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    1. Eu acho que passa sobretudo pela segunda opção mas alguns sítios não são tão seguros como eram. É um facto.

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  5. O meu Pipoco tem 4 anos e não tem nada desses Gadjets na minha casa (na do pai tem uma PSP), mas foi ele que me ensinou a trabalhar com o DVD, com 2 anos..eheheh...acho que é intuitivo,eles já nascem a saber como tudo funciona..
    Tnt ele como os amiguinhos pessoais dominam um Ipad melhor que um adulto em fase de iniciação..Qt ao brincar na rua, o meu tb o faz e eu faço questão que ele brinque, se suje, suba às árvores e tenha acesso a td o que a mamã teve durante a infância:) Na minha zona, tenho vários sítios onde ele o pode fazer, mas o que ele delira msm é ir para casa dos avós usufruir do ar do campo e brincar na rua à vontade, que apesar de viverem em Lisboa, vivem numa zona calma, muito parecida com o campo..E apanhar limões e laranjas?? Delira:)))..Em muitas casas em que existem crianças, a infância está perdida.É muito mais fácil pô-los em frente à TV ou dar-lhes um Ipad para a mão..Dá menos trabalho:(((

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    1. Fazes muito bem em ser assim e em fazer questão que o teu filho participe nessas brincadeiras.

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  6. Que saudades desse tempo ...Estou como tu HSBS e também pergunto se haverá crianças que saberão o que é isso hoje.
    Não aqui mas em lugares ditos do 3º Mundo vi crianças brincando dessa forma e não querendo a regressão das sociedades no que trazem de bom para o ser humano, pergunto : Serão estas ditas sociedades desenvolvidas felizes ? Olha há dias um miúdo dizia-me que estava cansado após um fim de semana., estranhei e dizia que lhe doía os braços de remar..(?!!) eu ingenuamente perguntei: andaste de barco? Ele sorriu e dizia : "Não estive numa consola a jogar com o meu pai quase todo o dia de ontem"! Poderia deixar aqui mais outros testemunhos, mas acho que me fiz entender..Quem sabe se o consumismo de hoje não vai dar lugar a algo melhor no futuro? Espero que sim..podes crer que não desisto de acreditar que vou ver..nem que seja sonho!

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  7. Não andará a ouvir as conversas erradas? Essa competição de que fala é totalmente tola, juro que nunca ouvi nada semelhante e olhe que conheço muita criança com gadgets a mais.
    Quanto às brincadeiras de rua, qualquer pessoa que pense sabe que hoje as mulheres trabalham, antigamente havia muitas em casa. E hoje as ruas não são seguras, ninguém deixará as crianças saírem sozinhas. É obvio, não?

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    1. Confesso que pode ser dos sítios por onde ando mas é muito comum ouvir este tipo de conversas entre pais. Pais que compram tudo e mais alguma coisa para os filhos. Em alguns casos tentam compensar a ausência. Noutros, porque o amigo do filho diz que tem isto e aquilo e o pai não quer que o filho seja inferior ao amigo que "tem tudo." Dou-te os meus parabéns por não conhceres pais destes. Acho que nos dias que correm é um privilégio alguém poder dizer isso. Para mim, é uma infeliz realidade que faz parte da vida de pessoas próximas ou mais afastadas.

      Quanto às ruas. Não sei que idade tens. Eu tenho 31 e a minha geração não é daquelas em que as mães tinham como profissão educar os filhos. Os meus pais sempre trabalharam. E qualquer pessoa que pense percebe que uma criança não passa dez ou doze horas na rua. Eu estava na rua quando os meus pais estavam em casa. E também era "controlado" pela minha mãe que ia espreitar à janela.

      É certo que teria de recuar uns 20 anos no tempo. E é óbvio que a rua dos meus pais era diferente naquele tempo. Porém, a "insegurança" é semelhante à actualidade (aqui refiro-me à rua dos meus pais).

      Talvez a diferença de opiniões tenha a ver com a diferença de realidades e histórias de vida. Mas obrigado pelo teu comentário.

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    2. Pipoca Mais Picante permita-me que discorde.. De facto as mulheres antes não trabalhavam, mas isso foi há muitos anos mesmo, porque as gerações que hoje têm 30 - 35 anos já tiveram na maioria mães trabalhadoras, mães que souberam o que era brincar na rua e tentaram no mínimo que os seus filhos ao fim de semana ocupassem o tempo com actividades e brincadeiras em jardins e locais ao ar livre. Muito ao contrário de hoje em que os pais ocupam o fim de semana em frente ao computador ou consola ou então passeiam-se por Centros Comerciais e enchem as suas crianças de guloseimas e fast food. Conheço pais que quando os filhos têm boa nota , têm como prémio ir ao Fast Food.. enfim.:(. Também conheço muitos pais que trabalham mais horas , não propriamente para dar sustento aos filhos ,mas para comprar roupas de marca ou até brinquedos sofisticados somente para o filho não ficar inferiorizado perante os outros. Falo de casos que me passam diáriamente pelos olhos. Estamos numa sociedade perfeitamente consumista em que o supérfluo se tornou obrigatório. Compensa-se os meninos com bens e menos com a presença tão fundamental em determinadas idades. Peço desculpa pelo contraditório mas é esta a realidade que vejo nas escolas Portuguesas.

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    3. Sorriso, concordo plenamenente ctgo..A minha mãe tem 64 anos e ainda trabalha, smp trabalhou, e isso não a impede de jogar à bola com o neto na rua, de ir com ele ao parque ou de andar a correr atrás dele quando anda de bicicleta na rua..Sim, na rua..e só quem não quer ver é que não percebe no que esta sociedade se tornou..E sim, os miúdos com 3/4 anos têm psp's, têm Ipads, têm tv e dvd's no quarto..e por uma questão de insegurança, cada vez os pais têm mais medo de deixar as crianças brincarem na rua...eu própria tenho esse medo..cada vez mais..sem ser na rua dos meus pais, ou em casas de férias dos amigos, onde é perfeitamente seguro, não lhe tiro os olhos de cima:)

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    4. HSB
      a minha mãe por acaso também trabalhava. A questão é que nas férias eu passava o dia na rua, com um grupo de amigos. As nossas idades variavam entre os 7 e os 12. Éramos capazes de estar 2 horas fora com as bicicletas, isto em Cascais. Íamos para a praia sozinhos. Tínhamos uma liberdade que não passa pela cabeça a nenhum pai dar aos filhos nos dias que correm.
      Havia maior segurança. Não que não houvesse crimes. Mas quase não havendo net, não havia o tráfego humano e facilidade de contactos de hoje em dia. Daí que naturalmente as crianças passassem mais tempo na rua.
      Hoje saem quando os pais podem sair com elas, no entretanto entretêm-se em casa, havendo sempre os pais que acham normal não se fazer mais nada a não ser jogar ps ou wii ou IPhone...

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    5. Sorriso, essa é a infeliz realidade que também conheço mas da qual não quero fazer parte quando chegar a minha vez.

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    6. Patrícia, compreendo essa insegurança mas custa-me que um pai encha o filho de gadgets e passe a vida com a criança num centro comercial em vez de ir a um parque infantil.

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    7. Pipoca, Cascais? Aposto que ias (ou vais) à Sacolinha ;p (nhami nhami)

      O que dizes agora é ligeiramente diferente do que disseste no primeiro comentário. Em relação às férias e a essa liberdade, dou-te uma certa razão. Porém, ainda há sítios onde isso é possível. São poucos, mas existem.

      É verdade que hoje os pais têm medo. Do cão que morde, dos raptos, dos atropelamentos e tudo mais. Aceito isso porque diariamente somos inundados com informações dessas. Porém, custa-me que um pai pense que a felicidade de uma criança passa por ter mais gadgets do que o colega da escola. Que a sua felicidade passe por passar horas agarrado a uma consola.

      E custa-me também que os pais, quando têm tempo livre vão a correr com os filhos para um centro comercial em vez de irem a um parque infantil.

      Contudo, se não conheces pais destes, dou-te os meus sinceros parabéns.

      Por fim, diz lá... ainda vais à Sacolinha comprar miniaturas? ;p

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    8. Hsb, a mim tb me custa, por isso é que como referi anteriormente o meu filho não tem gadgets nenhuns e farta-se de ir a parques infantis e brincar e andar de bicicleta na rua..a única diferença é que eu moro num 12andar, logo, está fora de questão ele andar a brincar na rua sózinho..não posso ficar à janela a ver se está td bem..mas na casa dos avós sim...ele e os amigos brincam na rua sózinhos e nos pátios uns dos outros...E ainda roubam fruta aos vizinhos..eheh

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    9. Ah ah ah adoro as bolas de Berlim da sacolinha. Vou lá, claro que vou.
      Quanto a isso dos pais acharem que os filhos ficarão frustrados se não tiverem o mesmo que os outros, sei que os há, graças a Deus nunca ninguém verbalizou tal atrocidade à minha frente.
      Sei que existe gente como a que aqui é referida. Mas há que perceber que hoje a disponibilidade dos pais é menor, que a insegurança é maior, que existem mais gadgets a preços mais acessíveis.
      O que quero dizer é que é normal as crianças estarem mais tempo em casa. E que infelizmente haverá sempre gente estúpida que educa os filhos estupidamente. Esses casos aqui referidos, mais extremados pelo excesso, não conheço e ainda bem.

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    10. Compreendo-te Patrícia. Pelo menos que tenha esses momentos na casa dos avós.

      Pipoca, desculpa mas perdi-me na sacolinha.... hhhmmmmmmmmmm bolas de berlim.... Ainda bem que não conheces pais destes.

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  8. Como Mãe, desejo que a minha filha não seja escrava de gadjets e saiba que se brinca na rua, que se anda de bicicleta, se salta ao elástico, coisas normais de crianças!

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  9. Acho que é um assunto muito sensível... Eu ainda me lembro de andar na rua de bicicleta com um grupo de rapazes que moravam no meu prédio, de cair, esfolar-me, de ficar presa fora de casa sem chaves para entrar, mas com os meus irmãos a história já não se repetiu. Os meus pais tornaram-se super protectores com eles, é escola-casa e casa-escola todos os dias. Não passam a vida com os gadgets porque os horários são controlados, têm de fazer os "tpc", tomar banho, estudar, passamos tempo todos juntos na sala, eles lêm livros... mas tudo dentro de casa em baixo dos nossos olhos. Não consigo sequer imaginar a minha mãe a deixar os miúdos saírem à rua à vontade. Também temos a vantagem de morar num condomínio e pelo menos no parque ali de fora eles têm sempre liberdade para ir jogar à bola ou assim. Mas do portão para fora nunca, e apenas por uma questão de segurança. Eu entendo-os bem, acho que também nunca ficaria sossegada com um filho meu na rua sabendo que, hoje em dia, está à mercê de ser atropelado ou até mesmo de desaparecer sem ninguém entender como...

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    1. Compreendo tudo o que dizes. E é comum ouvir isso de irmãos mais velhos em relação aos mais novos. Porém, não defendo que um pai diga ao filho para ir para a rua e que se desinteresse pelo mesmo. O que defendo é que os pais devem incutir nos filhos brincadeiras "normais" em vez de defenderem somente uma realidade virtual.

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  10. Na minha adolescência havia uma Spectrum... e quem jogava era o meu pai!

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    1. Que bela recordação. Parece que estou a ouvir agora o barulho do jogo a carregar... Obrigado Vespinha :)

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  11. Sou anti maquinetas, anti vícios na infância...há toda uma vida para nos viciarmos no bom e no mau, no mais ou menos e no mais fútil.
    No outro dia fui a um casamento e já ninguém contratou animadoras ou nem se ouvia gargalhadas de miúdos a dançarem que nem loucos: estavam todos sentados, cada um com a sua PSP. Lindo de se ver.

    http://saladosilenciocorderosa.blogspot.pt/

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  12. Eu joguei tantas vezes futebol na rua... E tocar campainhas e fugir... e roubar laranjas...
    Já o meu filho, não o deixo brincar na minha rua, as ruas também não são iguais... Mas em casa do pai está sempre a jogar futebol no pátio. Em casa da mãe joga ping-pong na mesa da sala de jantar. Apesar de ter PC e PS3 nas duas casas, prefere sempre actividades físicas.

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    1. Ainda bem que és assim e que o teu filho tem essas preferências :)

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  13. É um reflexo da evolução dos tempos sem dúvida:) O importante é chegar a um ponto de equilibrio e isso só pode ser da responsabilidade dos pais! Se for mãe espero conseguir incutir esse gosto neles...por um lado as novas tecnologias....e por outro lado tudo o que tenha a ver com atividades fora das 4 paredes...ee há tempo para tudo :)

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    1. Há tempo para tudo. Só não há paciência por parte dos pais. Passados cinco minutos de brincadeiras dizem aos filhos que já chega e que é hora de ir para casa.

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  14. Para além do que acabaste de descrever também me choca bastante observar crianças dos 6 aos 10 anos trazerem telemóvel para escola!! Que pais são esses que permitem que os filhos infrinjam regas impostas na escola!! ???? pelo amor de Deus... Eduquem os Pais!
    os meus filhos tiveram algumas destas novas tecnologias mas também muita brincadeira de rua...
    Todavia acredito que esse tipo de conversa que terás ouvido não será geral... dependerá certamente da zona ou área residencial!
    Seja como for os tempos mudaram, mas para mim mudança nem sempre significa melhoria!

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    1. Muitas das coisas são os próprios pais que incutem nas crianças. E concordo contigo, este tipo de atitudes depende de certos factores mas acredita que é mais geral do que se possa pensar.

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  15. Velhos tempos, os nossos!!
    Tudo era diferente! Até ao Domingo de manhã se jogava à bola.
    Nunca fui um adepto de jogos de computador, apesar de ter tido um gameboy (oferecido por uns tios emigrados no Canadá) e um spectrum.

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    1. Nem mais. Acordava cedo para ir jogar futebol com o pessoal da rua.

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