eu

Há uma forma de abrir todas as portas. Mesmo aquelas que aparentemente estão fechadas a sete chaves. E para isso não são precisos favores sexuais, a chamada progressão de carreira na horizontal que já abriu portas a muitas pessoas cujo talento profissional deixa muito a desejar. Também não são necessárias cunhas, o famoso factor c que abre portas a quem é bem relacionado. Nem recorrer aos serviços de um qualquer mágico ou serralheiro. Para que as portas se abram só é preciso isto: eu!

 

Eu, que não sou eu. Confuso? Este eu é um qualquer. Não! Também não quero dizer que é um fácil que se oferece a todos. Aquilo que pretendo dizer é que qualquer um de nós pode assumir o papel do tal eu que refiro. Aliás, devo confessar que costumo dar vida a este eu com bastante frequência. E com uma alta taxa de sucesso.

 

Como é que isto se processa? Fácil. Encontro uma porta fechada. Toco à campainha. Do outro lado perguntam: “Quem é?” Nessa altura, respondo sempre: “Sou eu!” E a porta abre-se. Esta resposta é a mais simples, fácil e rápida. É a única que não leva a outras perguntas. E uma das poucas que abre qualquer porta. Experimentem tocar a uma campainha e responder: “sou eu!” Aposto que a maior parte das portas se vão abrir em segundos.