Mais vale parecer do que ser. Mais vale
fingir do que ter. Mais vale dar uma de rico do que assumir que se é
pobre. Esta é a mentalidade reinante dos dias que correm. Cada vez
mais, as pessoas escondem-se atrás de aparências que enganam um
grupo reduzido de indivíduos. Sem nunca se aperceberem que os
verdadeiros enganados são os próprios.
Ao excesso de aparências e
maquilhagens junta-se a falta de originalidade. O que importa é
seguir um molde estabelecido por alguém. O que está a dar é a
fulana X? Então vou vestir o que ela veste. Calçar o que ela calça.
Comer o que ela come. Assim serei aceite pela sociedade. O que está
a dar é o sicrano Y? Então vou fazer tudo o que ele faz. Vou furar
as orelhas, apesar de não gostar de brincos. Vou usar uma crista
apesar de achar o penteado horroroso. E vou tatuar-me apesar de achar
que as tatuagens são feias. Assim, vou ser aceite pela sociedade.
A estas cópias juntam-se outras. As
comportamentais. Não te vais embebedar? Então não sais comigo nem
te adaptas à discoteca. Não és sexy? Então não és minha amiga
nem vais sair comigo. Se não vais ficar nas nuvens com algumas
drogas não fazes parte do meu grupo. Se não és magra, não és
minha amiga que não me dou com gordas.
Estas são algumas regras do mundo de
hoje. E muitos passam o tempo a tentar não perder este comboio do
faz de conta. E têm como exemplos pessoas que são tudo menos isso.
Indivíduos que passam a vida em festas com roupa que devolvem no dia
seguinte, ainda com a etiqueta colada. Pessoas que estão sempre nas
nuvens com mais um pouco de uma qualquer droga oferecida por aquele
amigo porreiro que sonha ser famoso. Estas são as tais pessoas que
vivem no mundo das aparências. Que desfilam flûtes de Perrier-Jouët
quando no banco não há dinheiro para uma garrafa da água mais
barata do mercado.
E quando percebem a realidade e o peso
deste comboio constatam que perderam anos de vida. A vida é muito
curta. Os flûtes de Perrier-Jouët são fabulosos. Mas a cerveja
bebida da garrafa também é muito boa. E o efeito é o mesmo. Basta
ver o Carnaval do Rio.
Olha com muito orgulho sempre me afastei de gente assim dessa que retratas . Ganhei anos? Não sei mas acredita que estou contente com o que sou!:)
ResponderEliminarJá somos dois :)
EliminarTão realista este post.
ResponderEliminarInfelizmente tens razão...
Cópias comportamentais, mentalidades mesquinhas, falta de personalidade, noção e auto estima... é o que mais há para aí.
Lamentável... :-(
O pior é que as pessoas acham que isso é que é viver.
EliminarJá falei sobre isso e tenho a mesma visão que tu.
ResponderEliminarTudo actualmente vive de aparências, as pessoas comportam-se dessa forma e quem não segue a carneirada, é excluído, como me acontece a mim em algumas coisas.
E sinceramente que te diga, deixei de me importar, já não tenho idade para dar valor a esse tipo de coisas. Mas se gosto, realmente não gosto, e acho tudo uma futilidade sem limites que nos empobrece enquanto sociedade.
Ainda bem que deixaste de te importar. Fazes bem.
EliminarO Brasil é um bom exemplo de alegria e felicidade por tão pouco... Been there, seen that. Pessoas pobres, realmente pobres, sem vergonha de dizer e principalmente sem vergonha de ser feliz em quaisquer condições. Também vi, como é óbvio, o outro lado. Há sempre mais lados. Mas preferi reter esse, o das pessoas tão simples e tão de bem com a vida!
ResponderEliminarPara mim é um excelente exemplo.
EliminarBelo texto!!
ResponderEliminarConcordo na plenitude com o que escreveste!!!
PS: já agora, não é a fazer de conta: o FCP está mesmo a ganhar 2-0 ao Gil :)
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarE viva ao Poooorto!!! :)
EliminarDevo dizer-te que estragaste a minha viagem do ginásio até ao carro. Ia na esperança de ligar o rádio e ouvir outro resultado ;p
EliminarHá sempre "macacos de imitação" por todo lado!
ResponderEliminarÉ deixá-los andar :)))
Vamos viver a vida da melhor maneira possível, tentando ser felizes e que os outros também o sejam.
xx
Há os macacos de imitação e aqueles que gostam de ter esses macacos colados ao rabo.
Eliminarxx
parece q tás a descrever a minha cunhada...lol
ResponderEliminarEstou a descrever muita gente :)
EliminarVou comentar só com uma frase.
ResponderEliminarRico é aquele que não precisa de nada.
E que é feliz com pouco. E também que não tem vergonha do que é.
EliminarConheço pessoas assim, e tenho pena, porque algumas pessoas são excelentes pessoas quando estão comigo mas transformam-se em certos ambientes... É claro que todos temos de nos adaptar aos meios em que nos movemos, mas não temos de perder a nossa identidade.
ResponderEliminarConheço alguns casos desses. As pessoas mudam quando são assediadas com certas coisas.
EliminarEu própria não diria melhor. Retrato bem tirado!
ResponderEliminarÉ um retrato visto muitas vezes.
EliminarMerci! ;s
ResponderEliminarDe nada ;)
EliminarPosso dizer-te que deixei de ler alguns blogues pelo excesso de consumismo, falsos moralismos ou pretensões arrogantes.
ResponderEliminarEnfim...
Belo Post :)
http://saladosilenciocorderosa.blogspot.pt/
Obrigado Vânia :)
EliminarEu acho genial a forma como, hoje em dia, se ostenta a ostentação. É uma coisa que cresce em progressão geométrica. Uma espécie de religião. A mim, dá-me vontade de rir...
ResponderEliminarMas a ostentação é feita por quem nada tem para ostentar. Ostentam aquilo que é emprestado como se fosse deles.
EliminarClaro! Por isso é que assistir à feira de vaidades se torna anedótico. :)
EliminarTens razão :)
EliminarFaz parte da vida.
ResponderEliminarFelizmente, não faz da minha.
EliminarUma publicação absolutamente certeira e verdadeira sobre muitas das pessoas dos dias de hoje. Vivem para mostrar que são, que fazem, que têm e esquecem-se de viver a sério, de pensar por elas, de fazer só que sim. Como muito bem dizes, o comboio da vida passa e espremem a vida e não sai nada. Uma coisa que me choca muito, como diz a Palmier aqui em cima, é as pessoas terem orgulho de ostentar, de se fazerem superiores só por terem, acho isso abominável e não fui educada com essa falta de princípios.
ResponderEliminarMuito bem dito.
EliminarSabe bem ler coisas assim, obrigado. Tenho fé que ainda existam pessoas que pensam como nós. Tenho dias que me apetece mandar muita gente para ..... porque se preocupam com coisas e dão valor a coisas que não lembra a ninguem. Continua
ResponderEliminarEspero que existam muitas pessoas a pensar assim.
EliminarJunto-me ao coro para te agradecer, obrigada HSB, às vezes nem sonhas o quanto certeiras são as tuas palavras e o significa ler e sentir cá dentro o conforto de saber que afinal ainda há tanta gente a pensar como eu, obrigada, estava mesmo a precisar de algo assim...logo hoje...obrigada.
ResponderEliminarJinho
Que belo elogio.
EliminarMuito obrigado.
Beijos
Triste mas verdade. Pergunto-me porque é que parecer é mais importante do que ser nalguns círculos. Será algum tipo de compensação? Será que as pessoas se sentem tão pequenas e vazias que disfarçam com roupas, acessórios, carros luxuosos e a frequência de sítios in a crédito? E será que vale mesmo a pena, no final do dia quando se deitam na almofada e fecham os olhos?
ResponderEliminarAcho que passa quase tudo por uma ilusória aceitação na sociedade onde impera o ter e o ser.
EliminarViver de aparências ??? Not for me ...Gosto muito de ser como sou, independentemente dos defeitos que concerteza também os tenho! Por isso gosto muito desta pequena frase "não existe grandeza onde não há simplicidade, bondade e verdade". Para mim são mesmo 3 características essenciais. devemos ser acima de tudo verdadeiros connosco mesmo :)
ResponderEliminarMuito bem :)
EliminarEsse mundo do faz de conta é a procura triste da felicidade. Há a ideia que se te vestires como X e tiveres os tais sapatos e bolsa vais ter o mesmo sorriso que ela tem na foto que a viste.
ResponderEliminarAcham que se imitarem comportamentos se convencem a si mesmo que são felizes. Tenho as minhas dúvidas que algum dia o conseguirão.
Só quando te descobres e percebes que uma cerveja no fim do dia com as tuas pessoas vale mais que um gin no sítio in, só aí consegues ser feliz.
Muitos não chegam a esse estado iluminado da alma. ;)
Não diria melhor do que tu ;)
EliminarIdentifico-me muito com o que escreveste. Qaundo deixamos de "parecer" e começamos a "ser" somos muito mais felizes :)
ResponderEliminarA felicidade está aí :)
EliminarO problema das pessoas é que não sabem viver com o que tem e depois caem nesses exageros...
ResponderEliminarCaem num poço sem fundo.
EliminarO que me alarma neste contexto de cópias é perceber quão pouco a maioria das pessoas... gosta de si mesmo. A falta de confiança e auto-estima leva-os a tentar uma aproximação a outra personalidade, a outro ambiente, que provavelmente nem é o estilo e o ambiente que faria aquela pessoa mais feliz.
ResponderEliminar"Sem nunca se aperceberem que os verdadeiros enganados são os próprios." Lês-me os pensamentos, HSB.
É uma sensação boa ;)
Eliminar:P :) *
Eliminar;P
Eliminarbeijos
Passei a adolescencia a sofrer com o estigma de nao ser magra nem, por arrasto, bem sucedida como as minhas amigas. Logo não era muito popular. Safava-me porque me dava lindamente com rapazes mas sempre fui excluida. 20 anos depois nada evoluiu, pior o mundo do "parecer" ganhou asas e o vazio, pouco interessante mas fashion, ostensivo, belo, atraente, sexy, famoso, consumo imediato reina.
ResponderEliminarÉ uma infeliz realidade.
EliminarGrande texto, adorei! Detesto esse tipo de pessoas e não me dou com elas digo te... Mas infelizmente é o que mais há agora....enfim!
ResponderEliminarHttp://coisasquetaiseafins.blogspot.pt
Obrigado Sushi :)
EliminarSou como tu.
Ao ler este texto vejo que partilhamos da mesma opinião. Já escrevi sobre este tema, e um dos textos que é com tom humorístico já foi escrito em 2008 mas poderia ser hoje porque continua tudo igual ou ainda pior.
ResponderEliminarSe quiser ler aqui está: http://palavrasemtonsdeazul.blogspot.pt/2008/04/espelho-da-minha-alma.html#.UwiV9eN_uSq