4.4.13

o privado é melhor?

Muitas pessoas que conheço são quase anti público. Querem os filhos em colégios privados. Falam mal dos públicos e acusam os empregados de serem maus funcionários. Ou seja, as crianças só evoluem em colégios privados. Mas será mesmo assim?

Pessoalmente sou a favor dos estabelecimentos públicos. Sou a favor do facto das crianças não serem tão protegidas. De lidarem com alguns problemas que não acontecem no privado. Quanto aos profissionais, existem bons e maus em todo o lado. E o facto de ser privado e a mensalidade ser cara não é sinónimo de qualidade.

A minha irmã (mais velha do que eu) andou num colégio privado quando era pequena. Quando os meus pais a iam buscar, as funcionárias diziam que estava tudo bem. Que tinha comido tudo ao longo do dia, entre outras coisas. Passado pouco tempo, a minha irmã estava com uma anemia. Porque não comia nada no colégio. E as empregadas não tinham coragem de dizer aos meus pais que ela não comia. Preferiam ignorar o facto da minha irmã ter sido uma criança problemática para comer.

Este é apenas um de muitos exemplos. Pagar caro não garante que uma criança seja tratada melhor por isso e que esteja melhor preparada para o futuro. O privado pode ser melhor que o público, tal como pode ser muito, mas mesmo muito pior.

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69 comentários:

  1. Sempre andei em escolas públicas e sempre considerei que fui bem tratada e que aprendi bem (acho que só não aprende quem não quer)...quando tiver filhos mesmo que tenha dinheiro irei coloca-los também em escolas públicas!

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  2. eu sempre andei em publicas...só na universidade é que acabei por ir para uma privada porque o curso que queria era longe e se fosse a ver pagava o mesmo (comida, alojamento...) do que ficar ao pé de casa...e pronto! não me arrependo :) mas concordo que nem todas as privadas não são melhores que as públicas...conheço muitas privadas que NOSSA SENHORA :S

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  3. Acho que talvez pela imagem de marca das privadas ser o dinheiro, em vez de se sobressaírem outras coisas é que me leva a não tê-las em grande consideração.

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  4. Público ou privado é tudo uma questão de sorte! Sempre estudei no público e não tenho razões de queixas.

    Bjokas.

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  5. Eu andei num colégio até aos 12 anos, quando fui para o 7º ano, fui para o liceu público, porque não consegui vaga num certo colégio 'beto' (cujo nome não digo) e sobrevivi! :-) E ainda há dias a minha mãe comentou "Ainda bem que não tiveste vaga, hoje serias uma menina queque e eu não teria paciência para te aturar!" :-) A minha mãe é uma querida! LOL

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  6. Sempre andei em públicos, mas os meus irmãos mais novos, andaram em colégios, e de facto o ensino é diferente, mas acho que se tivermos de ter sucesso, tanto temos no publico como no privado.
    Mas se pudesse, o meu filho após o ensino básico, seguiria para o privado sem dúvida :(

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    1. Qual o teu receio de que o teu filho esteja no público?

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    2. Vivemos no interior, a maioria das crianças são educadas (ou não), por pessoas com pouca formação que vivem da Industria a média de escolaridade na minha zona deve rondar o 6º ano, na maioria deles operários de máquinas, e não me interpretem mal, mas regra geral, preocupam-se mais em saber se a professora responde mal ao menino (a) do que se o menino fez os tpc. E já ando por aqui á 3 anos, onde a figura do director ainda marca alguma (pouca) posição, para o ano é o ultimo no Ensino Básico depois volta a mudar de escola por 2 ou 3 anos, onde segundo consta: aí nem os professores nem auxiliares têm mãos a medir com tanta falta de educação.
      Eu própria andei sempre no público, mas no tempo em que os professores e pessoal docente ainda tinham toda a consideração e apoio dos pais, para ajudar na educação de uma criança. Hoje em dia a crise maior está na crise de valores, que todos sabemos comentar mas poucos se atrevem a enfrenta-la.
      Tenho um filho que até hoje sempre conseguiu nota máxima em todas as disciplinas, inclusive no ano letivo passado foi presenteado com o Diploma de Mérito e Excelência, que é ingénuo como uma criança de 8 anos deve ser, tenho mais que razões para recear pelos anos letivos que se avizinham.
      Entendes agora???

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    3. Claro que entendo. Mas aposto que vai correr tudo bem :)

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  7. Eu sempre estudei em escolas publicas e sobrevivi!!!
    Tenho perfeita noção que nem sequer havia dinheiro para ir estudar para o que quer que fosse privado, mas nem me importei!
    Estudei e sempre fui bem tratada!
    Na faculdade, publica tambem, eramos bem tratados pelos professores, funcionarios e até o presidente do concelho directivo tratavamos por tu e ia pros copos connosco (ui esta parte nao era bem pra dizer) :P
    Mas pronto subrevivi, e adorei!!! Estou aqui prás curvas!!!:)

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  8. Acho que depende muito... até ao 4º ano andei num colégio privado que era maravilhoso, mas quando os meus irmãos nasceram passei para o publico. Andei em 4 escolas públicas diferentes, tenho muito que se lhe diga. A ultima, onde fiz o secundário, foi a melhor. Porque as outras, enfim...

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    1. As minhas escolas eram muitos boas. Tive bons e maus professores. Na faculdade, andei no privado e tive alguns professores muito mas mesmo muito maus.

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  9. Eu sempre andei no Publico e sempre me safei.
    Os meus filhos andam no Publico e tem que safar.
    Bons profissionais e maus há em todo o lado seja publico ou Privado.
    No meu ponto de vista o Publico é melhor, ele lidam com vários aspectos e varias classes sociais, e aprendem a crescer mais rápido eu vejo isso pelo meu filho.
    beijocas

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  10. De 3 irmãos que somos, só o meu irmão andou num privado, e foi o único que teve problemas escolares...

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  11. Lá está mais uma ideia pré-definida que nãos e verifica de todo...acima de tudo são as pessoas que fazem os locais...são as pessoas que presam um bom ou mu serviço...e não o facto de ser público ou privado...

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    1. Mas há pessoas que pensam que uma mensalidade cara compra uma boa educação.

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  12. "Cada caso é um caso"... já diz o ditado e é bem verdade.
    Sempre andei em escolas públicas. E a respeito disto nada de grave a assinalar. Outros tempos (há diferenças significativas de geração para geração!) e, consequentemente, escolas sem problemas sociais relevantes. A nível educacional também nada a assinalar.
    No entanto, o meu filho anda num colégio privado. E aqui são vários foram os factores que pesaram nesta decisão. O facto de ter começado aí a pré-escola (criou laços com outras crianças que ali ficaram posteriormente), os horários fantásticos que permitem a qualquer pai uma organização e gestão profissional sem grandes dores de cabeça, a qualidade e exigência de ensino (no caso, por comparação com filhos de amigos meus, noto a diferença) aspectos que sempre acreditei, sobretudo quando falamos do ensino básico, serem fulcrais para qualquer criança.
    As crianças têm de estar preparadas para tudo. Têm de aprender a lidar com diferentes realidades (classes, etnias,...). Têm, inclusive, de aprender a safarem-se. O facto de frequentarem o privado não significa, necessariamente, que não o saibam fazer. E não nos podemos cingir ao ensino escolar. A educação começa e termina em casa (!) e muitas das ferramentas que as crianças precisam para "se safarem" não podem (nem devem) ser obtidas apenas e só se estiverem em escolas públicas.

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    1. Belo testemunho. Para mim, a verdadeira educação é dada apenas em casa. Essa é que nos marca e prepara para a vida.

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  13. Só conheço a parte privada quando andei na Universidade e menciono que não tive qualquer facilidade em tirar o curso, como costumavam falar.
    Relativamente às escolas dos mais pequenos tudo é relativo. As escolas públicas são boas e com bons funcionários. Há bons profissionais em públicos e privados. Aqui na zona centro há uma escola privada que é extremamente boa para os meninos mais pequeninos. A nível secundário temos a melhor escola do país pública: o Liceu D. Maria e já está a entrar outra para o ranking, que é uma escola e conservatório.

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    1. Sou aluno da Lusófona e pelei-me para tirar o curso. Tive de batalhar. Antes disso, fiz o 12º em pós laboral num externato. Não escondo que era mais facilitado mas também tive de trabalhar para passar.

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  14. eu penso que cada caso é um caso e tanto podem existir maus funcionários no público como no privado. ser um estabelecimento pago não garante de forma alguma a qualidade dos funcionários.

    no entanto, eu que estudei tanto no público como no privado, acho que em termos de ensino existem diferenças. no colégio privado senti sempre que tinha o nosso estudo era mais acompanhado e havia mais preocupação por parte dos professores em que de facto tivéssemos bons resultados. Talvez o facto de os pais pagarem uma mensalidade pressuponha que vão exigir mais empenho do estabelecimento de ensino e isso explique este cuidado...

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    1. A diferença que refere eu notei quando passei a estudar em pós laboral. De noite, estão os alunos que querem aprender. De dia, aqueles que querem copos.

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  15. Há casos e casos.

    Sempre andei no público e "safei-me"! A excepção é agora, mas apenas porque não há horário pós-laboral na UMA.
    Há bom e mau ensino nos dois lados, há bons e maus docentes e funcionários no público e no privado. São várias as variantes que condicionam a escolha.

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  16. Eu e o meu irmão sempre andámos em escolas públicas e no entanto não é por isso que deixamos de ser melhores ou piores que os alunos que estudaram em privados.A educação começa em casa,tal como os hábitos de estudar.Fomos bem educados na mesma e não tivemos razões de queixa.As escolas que andamos também não eram escolas problemáticas,portanto...não mudaria a minha opinião.

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  17. Cada caso é um caso, eu e as minhas irmãs sempre andamos em escolas publicas, mas tinhamos a minha avó que podia ficar connosco pós escola, até os meus pais chegarem a casa. os meus filhos um com 8 outro com 2, andam num privado e não podia estar mais contente. Posso dizer que ambos entraram neste colegio (na zona da sua vista de casa :)) com 5 meses e enquanto os conseguir financeiramente manter lá (tem desde bercario até 9.º ano) vou tentar mante-los. Todos os conhecem, desde a senhora da entrada até à cozinheira, donos do colegio, todos me conhecem, algum problema, auxiliares falam sempre comigo (mesmo sempre e eu agradeco), e a nivel escolar do mais velho que esta no 3.º ano, a professora é optima, falamos diariamente por email, apertamos ambas com ele, não é miudo de 5 mas de 3 e 4, e estamos sempre em sintonia. Ali não escondem, antes pelo contrário, falam sempre que existe algo, assim como eu falo sempre com professora de um e educadora de outro. Ok estão mais resguardados, estão, problemas existem sempre, mas aqui pesa o facto que não tenho avós para ficar com o mais velho depois da escola terminar, e sei que após as aulas, tem as actividades, controlo de auxiliares e aulas de estudo, explicações etc. Não podia estar mais satisfeita. mas cada caso como refiro é um caso no inicio, e sei de privados que só querem meter ao bolso.

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    1. Agora fiquei curioso com o colégio e a pensar se será o da minha sobrinha... E podes tratar-me por tu, ok?

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  18. Malta já fui professora no privado (vá lá particular e cooperativo)e no público, a única diferença que eu vejo é que no privado somos pau para toda a colher, desde trabalho administrativo a tomar conta dos meninos nas cantinas, neste tipo de ensino o que interessa são os lucros e rentabilizar ao máximo o pessoal que têm e no público isso não acontece. No privado o funcionamento é o de uma empresa focada nos lucros mas no publico existe muito professor antigo mal habituado.

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  19. Eu acredito nos colégios de línguas, como colégio alemão porque já vi alguns colegas conseguirem emprego por terem essa mais valia, ainda para mais numa altura em que o mercado internacional é cada vez mais apelativo. Nesse sentido, prefiro os colégios. Por outro lado, vivi as duas experiências - público e privado - e é nisso que acredito. A meu ver, o privado tem vantagens no ensino primário porque geralmente oferece uma forte componente de actividades extra-curriculares. O básico parece-me um período em que é importante viver a experiência do público devido à fase de crescimento pessoal em que se está - mais num sentido social e, por último, no secundário parece-me que o privado ganha na vertente de classificação e obtenção de bons resultados!

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    1. Os casos que referes julgo que ainda são uma mais valia para os alunos. Porém, não significa que sejam melhores do que os outros.

      Conheço casos de melhores alunos da Católica que são dispensados dos trabalhos porque não sabem fazer nada. Só sabem a teoria.

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  20. Eu andei num colégio privado desde os 3 anos até à 4ªclasse, e a seguir fiz a preparatória e a secundária na pública, seguindo para a privada outra vez na faculdade. Sou apologista das 2 vertentes, mas no caso do meu filho ele anda num colégio privado porque, apesar de viver numa zona boa, o agrupamento a que a minha residência pertence não é de confiança. Chamem-lhe preconceito, mas é essa a realidade. Outra das razões foi que qd fiquei grávida, o inscrevi em todas as IPSS'S possíveis ao pé da minha casa e da dos meus pais e nem em uma comsegui vaga.Além de que era o único compatível com o meu horário de trabalho. Eu entrava às 8h da manhã e é o único na zona que abre às 7.00h e encerra às 20h. Acredita que me custa horrores pagar a mensalidade de um colégio que é quase tão elevada como a prestação de uma casa, mas não me arrependo. Está lá dsd os 6 meses e vai continuar. Ele tem amigos dsd essa altura, que se tudo correr bem, vão ser amigos para a vida.
    Só considerarei uma escola pública quando ele for mais velho, ou então se eu não tiver condições financeiras que a isso me obrigue.
    Não tenho nada contra as escolas públicas, antes pelo contrário, mas os tempos já não são os mesmos de quando nós andávamos na escola, e íamos e vínhamos sózinhos. Anda por aí muito doido e eu só tenho este Pipoco. E tenho que dormir descansada, e sentir que estou a fazer o melhor para ele e o seu futuro.

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    1. Conheço muitos pais que se queixam dos horários. Acredita que os problemas que te assustam podem acontecer em qualquer lado.

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    2. Sim, eu sei, mas dado que estou sózinha com ele e dependo só de mim e da ajuda dos meus pais, o privado era o que me oferecia melhores condições:)

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    3. Espero que a escolha seja a melhor :)

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    4. Até agora não tenho razões de queixa, adoro a Educadora que está com ele desde 1 ano e só tenho coisas boas..Claro que nem td é idílico e tenho algumas queixas, mas acho que nem de perto as que tería no público com a idade que ele tem. Além de que ele tem umas "particularidades" que requerem alguma atenção e se calhar no ensino público não a tería, visto que não há pessoal tão disponível:)

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  21. Eu estudei numa das melhores escolas do meu distrito: uma escola pública, que ainda hoje está no topo distrital e nacional.

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  22. Eu tenho ambas as experiências: público e privado. Não tenho razão de queixa de nenhuma. Mas lá está: bom e mau existe em todo o lado. Há colégios fenomenais e há colégios que não valem o dinheiro que se paga, e há escolas públicas muito boas e outras que são ninhos de problemas.

    Depois, tudo depende também da zona onde se reside. Se as escolas públicas forem muito problemáticas, os pais querem sempre o melhor para os filhos e provavelmente, se tiverem essa possibilidade, optam pelo privado, por uma questão de segurança. Não é ter os meninos numa redoma, porque também precisam de ganhar autonomia, mas sim zelar pela sua segurança.

    Depois há também a disponibilidade dos pais (e restante família directa). Os privados têm horários mais alargados, o que permite uma maior flexibilidade. Nem todas as crianças podem ficar com os avós (tendo em conta a idade da reforma, acredito que cada vez há menos avós disponíveis).

    Em termos de ensino, é como já disseram em cima: no privado julgo que há um maior acompanhamento e há um esforço comum para manter o aluno motivado e com boas notas.

    Mas mais uma vez reforço a minha ideia: não tenho razões de queixa de nenhum dos sítios por onde passei :)

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    1. Alguns pais sentem que podem exigir esse acompanhamento no privado mas a realidade é que esse acompanhamento também deve acontecer no público. E tive professores que lutavam pelo sucesso dos alunos.

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  23. Acho que há que distinguir entre privados. Existem instituições privadas que resultam apenas da necessidade dos pais. Quando entramos na análise dos colégios, já na fase do ensino 1º, 2º e 3º ciclos), é óbvio que no privado existem instituições de primeira água que a maior parte dos pais não consegue pagar. Mas, acho que o importante desta questão é: porque diabo a qualidade do ensino ( e reparem que não refiro a qualidade das instalações ou infra-estruturas) tem de ser pior no público? Os professores não foram dotados das mesmas ferramentas intelectuais? a formação de base não tem de ser obrigatoriamente igual? Acho que a diferença está no facto de no privado quando os pais reclamam ou exigem são atendidos (porque pagam as mensalidades e é disso que os colégios vivem) e no público, pai que reclama é "chato, picuinhas, tem a mania que é melhor do que os outros" (e estou a citar). Penso que o esforço deverá ser no sentido de elevar a qualidade do público e não assumir de imediato, e aceitar, que como é público é "mais fraquinho"...e se pareço um bocadinha irritada não é mera concidência :) tenho uma filha no 1º ciclo e outra a acabar o 2º, em escolas públicas. Cabe aos pais reclamar e exigir qualidade, seja no público (onde este trabalho é fundamental) seja no privado.

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  24. Sempre estudei no público até entrar na universidade que teve de ser privada para conseguir o curso que queria ( e consegui entrar em duas privadas e depois escolher!). Quanto aos meus filhos, ambos começaram no privado por falta de oferta de bercário e de creches públicas na minha zona de residência. A mais velha também teve de fazer a 1ª classe no privado por falta de vaga mas no ano seguinte consegui transferi-la para o público e notei diferença: passou a ser mais desinibida e desenrascada. Por isso defendo o público e apenas o privado quando não há alternativa no público!

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  25. Eu sempre estudei no ensino público. Tenhos as melhores recordações da Escola Secundária Dr Joaquim de Carvalho, na Figueira da Foz. Tive professores muito bons e outros menos bons. No entanto, optei por colocar a minha filha num colégio particular (5ºano). Porquê? Porque os horários das escolas não são compativeis com horários exigentes que pais que trabalham... Não tive coragem de deixar uma filha de 10 anos "à solta" num horário com furos, horas de saída às 16h, etc... É claro que também há colégios bons e maus. Mas quer no público quer no privado, há que estar atenta!
    Sara P

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  26. E lá vai o testamento em duas prestações, mais uma vez não te assustes.


    Eu sou daquelas que preciso de ver para crer.
    Ontem li o teu post e fui-me embora sem comentar para não ferir susceptibilidades.
    Como não gosto de ter nada entalado na garganta voltei e vou despejar alguma revolta e raiva acumulada ao longo dos anos.
    Já li aqui afirmações de verdades absolutas.
    Como não sou dona da verdade, posso apenas deixar as minhas experiências e vivências pessoais.
    4 filhos. Privado desde os 2 anos todos, até ao secundário.
    Razão: Hoje sei que foi puro egoísmo ou comodismo, porque estavam todos juntos e quem sabe o que são filhos em escadinha, sabe ao que me refiro. Naquela altura achei que era o melhor para eles.
    Posso dizer que é considerado dos melhores colégios do país de uma das nossas maiores cidades, senão a maior, onde as mensalidades são para doer no bolso.
    Mas e lá vem o "mas", o ensino de uma forma geral,não tem qualidade (há excepções), os professores ganham menos, trabalham mais horas, os quadros não têm equivalência ao ensino publico, os meninos são reprimidos com regras e regrinhas para mostrarem ao mundo que são os mais educadinhos, os melhores alunos, numa competição desumana pelos quadros de excelência.
    Sim posso dizer que foram alunos de 5 a tudo, mas hoje também posso dizer com tristeza que não foram felizes.
    Se "mijavam" fora do penico, como por exemplo defenderem-se de alguém que os agredia, eram os dois punidos, o agressor e o que se defendia.
    As repressões eram tantas, que muitos quando saiam pela porta fora, mudavam de roupa, ou antes ficavam quase sem roupa, pegavam no cigarro, iam tomar um copo e enrolarem-se com o primeiro/a da esquina.
    Vi meninos/as vitimas de bullyng por não entrarem nesses esquemas e serem levados por ambulâncias após espancamento de colegas.
    E os roubos das roupas de marca? Onde estavam os funcionários que não viam? Porque razão a roupa de marca desaparecia à mínima distracção da criança/adolescente? Os pais não sabiam o que era dos filhos? Quando chegavam a casa com algo que não lhes compraram, não estranhavam? Mas que raio de valores eram esses?
    E porque razão não podia comprar a roupa, ou o calçado que queria? Porque a direcção avisa-me que depois não me queixasse que os meninos eram roubados.
    Se um professor adoecia, era substituído por períodos inteiros por outros de outras áreas distintas, ou mesmo de outro nível de ensino.
    E sim sei do que falo, porque uma grande amiga minha foi convidada a substituir um professor no final do ano de um 12º ano de uma área que desconhecia e veio-me pedir ajuda, senão os alunos iriam a exame sem essa matéria se eu não lha ensinasse. E foram sem ela, porque não se aprende em 2 dias o que estudamos em anos.
    Vi professores do secundário (12ºano), serem substituídos por professores do 2/3 ciclo e vice-versa. Professores do segundo ciclo darem aulas à primária. Professores no refeitório, porque faltarem funcionários, etc e tal.
    Ao longo dos anos fui-me manifestando, mas por comodismo fui ficando, porque até tenho uns filhos educadinhos, que não nunca fizeram mal a uma mosca e que sempre foram muito bons alunos.
    E a felicidade desde a infância/adolescência no colégio onde ficou?
    Pois ficou fechada a cadeado num baú.

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    1. Aquilo que dizes é um problema que não pode ser ignorado. Muitos amigos meus que eram filhos de pais que não os deixavam fazer muitas coisas eram os primeiros a ceder às ganzas e afins. Se há uma relação entre as coisas? Julgo que sim.

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    2. Eu e uma grande maioria dos pais não o ignorámos, enfrentámos o "touro pelos cornos", mas no final quem sofreu as represálias foram os adolescentes. Tu sabes como funciona um ambiente manipulado é tudo fogo de vista, existe fuga de informação.
      E sim está relacionado. Os poucos que lá ficaram naquela altura, não singraram nos estudos quando saíram de lá. A grande maioria entrou no mundo da droga, prostituição, etc e tal. Quando se apanharam cá foram não souberam gerir a liberdade e tenho filhos de amigos que eram super protegidos e hoje são marginais.
      Felizmente os meus tiveram percursos normais, nunca os proibi de nada. Aqui em casa fala-se de tudo, têm liberdade porque a mereceram e fazem questão de retribuir no comportamento e nos estudos.
      Sabes nunca precisei de me impor, eles criaram hábitos e responsabilidades e não nos querem desiludir.
      Não tenho filhos perfeitos, tenho filhos educados com amor e com direito à liberdade de escolha. Nunca os proibi de fumar, de beber, de sair, mas felizmente nem fumadores são.
      Sim orgulho-me deles, são uns lutadores e sobreviveram à "prisão" sem sequelas!
      A única que não seguiu em frente fui eu, porque acho que ainda não fiz o suficiente para que estas situações sejam desmascaradas.
      Quem sabe um dia...
      E sim partilho com todo o gosto aqui no teu recanto, relatos da minha vivência pessoal que me marcaram.
      Até já HSB


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    3. É um orgulho conhecer-te e perceber que te sentes à vontade para falar aqui :)

      Muito obrigado

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  27. Mas a filha mais nova foi sempre diferente, não calava, contava tudo o que achava injusto e quando me pediu a chorar que a tirasse daquela prisão, os outros 3 levantaram a mão e baixinho disseram: Nós vamos com a mana para bem longe daqui.
    Todos sabiam que a mana apanhava umas bofetadas todos os dias da professora, porque demorava mais tempo a passar do quadro, ou nunca ganhava o rebuçado por não ser das primeiras a terminar os trabalhos e chorava sozinha na casa de banho.
    Naquele momento fiquei triste, revoltada comigo mesma e achei-me a pior mãe do mundo, porque pelo maridinho, pelo pediatra, pelo psicólogo (sim psicólogo, porque fui tentar saber se era eu que estava errada, quando todos estavam contra mim), por outros testemunhos de amigos, de colegas, etc, já tinham saído há muito tempo, mas eu estava cega.
    Quando entraram no público todos, ao fim de pouco tempo perguntaram-me porque demorei tanto tempo a deixá-los ser felizes como os meninos "normais".
    Engoli em seco, chorei muito sozinha, ouvi calada as recriminações do marido porque foi tudo merecido.
    E sim agradeço à minha filhota mais nova ter batido o pé, ter chorado porque apenas queria ser uma criança feliz como as vizinhas das escolas públicas.
    Assisti à grande reportagem da TVI sobre o ensino privado, versão grupo GPS e senti ódio, revolta, tantos sentimentos que abomino dentro de mim. Parabéns à TVI pela reportagem.
    Hoje com todos na faculdade, não foi o privado que os ensinou, mas sim as explicações que paguei bem caras a 25 euros à hora naquela altura, chegando a pagar 8 horas por dia. É fácil fazer as contas.
    Sim o público tem lacunas, como em todo o lado, mas existe liberdade de expressão e cada um dá aulas na área em que se formou.
    Se gosto de dar aulas? Não, abomino, talvez seja o trauma de uma mãe que viu os filhos sofrer em silêncio e nada fez durante anos, pensando sempre que era o melhor para eles.
    Fui egoísta, porque era apenas o melhor para mim mante-los juntos por comodismo. Até o desporto e outras actividades funcionavam lá. Dava um jeitão.
    Felizmente eles ultrapassaram tudo juntos e unidos, com todo o meu apoio e do pai.
    Hoje todos na faculdade são felizes e gostam dos seus cursos.
    Poderia ter sido um drama e a culpa foi sómente minha.
    Eles seguiram em frente, eu ainda estou entalada quando tocam no assunto "ensino privado" e acho que só me liberto dos fantasmas, no dia em que escrever um livro com tudo o que lá vi e senti na pele dos meus e dos outros meninos.
    Mas eu até nem sou escritora e tenho muita pena.
    Já despejei por hoje, vou mais leve e não precisei de escrever como anónima, porque nada me mete medo!
    Um beijo e um muito obrigada HSB por este post

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    1. Adorei (como sempre) aquilo que contas. Obrigado por usares o meu canto para contar coisas tão importantes.

      beijos

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    2. Foi apenas um breve resumo, de um cativeiro de anos.E sim bati o pé, eu e muitos pais. Abriram-se inquéritos, etc e tal.
      Mas isso já é o segundo capítulo desta longa história.

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  28. Olá!

    Para já escolhi o privado, para a creche... Visitei públicos e privados, e fui aos privados, apenas e só por descargo de consciência, pois a minha intenção era coloca-la no publico... mas tive que dar a mão à palmatoria, e inscrevi-a no privado... O que vi no publico foram muitas crianças e muito poucos educadores/auxiliares...

    Falaram-me de um outro público que vou visitar para ver se a mudo ou não... eu sempre gostei do publico... não gostei de muitas coisas que vivenciei... Mas não posso dizer que se tivesse andado no privado que teria sido melhor...

    Beijinho

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    1. Há casos e casos e espero que continues a optar bem :)

      beijos

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  29. Olá,
    Fiz tudo no público, desde a 1 classe até ao último ano da faculdade e não tenho a mínima razão de queixa.
    A minha filha de 4 anos anda no privado desde os 6 meses. Pago tanto de colégio como de prestação da casa. Porquê? Porque não há oferta no público na área onde resido. Vou inscrevê-la esta semana na escola pública. Pode ser que tenha sorte, disseram-me na secretaria...

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  30. Ainda no seguimento do meu comentário, não há mais barato? Há, mas daqueles que visitei, posso dizer que nem a minha cadela lá deixava...

    Ana Teodoro

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    1. Isso é muito mau. Espero que o "sacrifício" seja bom. Aposto que será :)

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