um grande orgulho

Quando alguém conhece a minha mulher, existe uma reacção que é sempre igual. “Que alta”, dizem com um ar onde o espanto se mistura com um sorriso meio tímido. Enquanto mero espectador, não consigo evitar esboçar um sorriso quando isso acontece. Algo que voltou a acontecer no Porto. Uma amiga minha conheceu a minha mulher dentro do carro. Quando saímos da viatura, olhou-a de alto a baixo e não resistiu a soltar algo do género: “Que grande. No carro não parecias tão alta”, disse motivando uma gargalhada geral.

Além desta reacção, costuma acontecer outra. Por norma, quando conhecem e convivem com a minha mulher dão-me os parabéns. “Parabéns Bruno. A tua mulher é lindíssima”, dizem-me. Quando isto acontece, fico sem jeito. Não chego a corar porque o maior elogio é para ela. É ela que está a ser elogiada. Não nego que isto me enche de orgulho. Que é mesmo um dos meus maiores motivos de orgulho. Por dentro, fico todo inchado com os elogios que lhe fazem. E o motivo do meu orgulho resume-se facilmente. Fui eu que a conquistei!

É verdade que me podiam dizer que achavam que a minha mulher era uma “cabra.” Pois isso não ia mudar aquilo que sinto por ela. Para mim, será sempre igual. E não irei alterar a minha forma de pensar tendo por base pessoas que desconhecem a nossa história, aquilo que somos um para o outro e quem é a mulher que tenho em casa. Mas, estaria a mentir se dissesse que é igual ouvir uma coisa ou outra. É muito melhor ouvir os elogios que costumo ouvir.

Elogios que não me surpreendem. Até porque já lhe perguntei diversas vezes o porquê de uma manequim internacional  se ter apaixonado por um tipo como eu, que usava o cabelo em pé que nem um ouriço, quando nos conhecemos. Ela ri-se. Eu ainda não encontro resposta. E na altura dos elogios recordo sempre este anúncio. Porque não tinha dúvidas de que ela seria a minha pele.