coisas várias sobre o porto

Apesar da viagem ao Porto ter sido motivada por um projecto pessoal, tentei aproveitar ao máximo a estadia numa cidade de que tanto gosto. Nunca me canso do Porto. Numa conversa com um amigo, ele dizia-me que nem todas as pessoas do Porto são tão puras como aparentam ser. Não sei se isto é verdade. Aquilo que sei é que sento-me à mesa com um vasto número de pessoas que nunca vi e quase todas me tratam como se fosse da família. Se isto é espontâneo ou não? Não sei. Mas sei que é muito mais fácil de acontecer no Porto do que em Lisboa. As pessoas conseguem ser mais acolhedoras. O que é muito bom.

Estive em diversos restaurante (num deles foi-me dito que era naquele espaço que aconteciam muitas negociatas com árbitros) e tenho de destacar o Postigo do Carvão, perto do hotel Pestana, junto ao rio Douro. Adorei o bife na pedra. Aconselho a quem não conhece. E espero lá voltar em breve que soube a pouco.

Para beber um copo fiquei fã do 17º, um bar que permite observar boa parte da cidade. O ambiente é calmo, a música é boa e tem Hendrick´s. Como não sou adepto de bares onde é impossível conversar devido ao barulho da música, gostei muito deste 17º.

Segui várias dicas que me deram e aproveitei o tempo livre para passear um pouco pela cidade. Aqui, não destaco nenhum espaço ao ar livre porque são praticamente todos conhecidos e não existem palavras que façam justiça à beleza da paisagem. Como tal, opto por falar do Mercado do Bom Sucesso. Ainda não conhecia o local e fiquei apaixonado pelo mesmo. Não consigo imaginar um melhor aproveitamento de espaço. Naqueles mini quiosques existe de tudo um pouco. Sushi, New York Sliders, Os Melhores Rissóis do Mundo, tábuas de tapas, leitão, doces, mariscos, restaurantes e até um simpático bar dedicado ao gin. No andar de cima, gostei de descobrir a Make Notes. Aqui, é possível encontrar diversos artigos a preços simpáticos. Destaco os cadernos, que também servem de agenda, que conseguem ter melhores preços do que nas grandes superfícies comerciais.

Falar desta viagem e não falar dos croissants da Mix Pão era um crime. Que não quero cometer. Acabei por sofrer pois fiz a viagem com os croissants no carro. O aroma antevia um final feliz. O que veio a acontecer. Chocolate, chocolate branco e doce de ovo. Qualquer um deles é de comer e chorar por mais. E confesso que fiquei surpreendido com o preço (um euro por unidade).

Acredito que esta visão extremamente positiva seja também motivada pelo facto de estar longe de casa e de não ter um conhecimento muito aprofundado (para isso precisava de uma estadia mais prolongada) dos locais e das pessoas. Acredito que, tal como noutros locais, existam aspectos menos positivos e pessoas menos correctas. Aliás, a agressão de que fui vítima no final de 2012 prova isso mesmo. Por exemplo, no que diz respeito ao meu projecto, senti na pele a inveja de uma pessoa que se sentia ameaçada pela minha presença e por aquilo que estava ali a fazer. Porém, prefiro focar-me naquilo que de bom existe no Porto. Aquilo que me faz regressar assim que for possível. E de preferência pelo mesmo motivo.

Nesta viagem recebi ainda uma daquelas prendas que valem muito mais do que dinheiro. Um objecto simbólico que desejava muito e que, de forma mais ou menos inesperada, veio para as minhas mãos. Mas sobre isso falarei noutra altura.