15.1.14

os fenómenos dos fenómenos

Existem pessoas que criticam tudo e todos. Indivíduos que centram a maioria dessas críticas naquilo que entendem ser – apesar da ausência de qualquer conhecimento de causa – os objectivos dos outros. Como tal, criticam tudo aquilo que os outros fazem. “Se a pessoa x faz a coisa y é porque só está interessada no objectivo xpto”, defendem. Nesta frase, o y é um sem número de coisas que abrangem tudo e mais alguma coisa.

A crítica aparece uma vez. Duas vezes. Três vezes e por aí fora sem fim à vista. Além disso, estas críticas são feitas junto de pessoas que aplaudem aquilo que é criticado sem pararem dois segundos para pensar pelas suas cabeças. E isto tudo que acabo de referir é algo que qualquer pessoa pode observar na sua vida. Sem que tenha de se esforçar para que isso aconteça. Basta vestir o papel de um qualquer personagem de BBC Vida Selvagem e ficar escondido atrás dos arbustos para não interferir com o habitat.

Porém, quem decidir ficar mais algum tempo atrás dos arbustos consegue observar aquilo a que chamo os fenómenos dos fenómenos. O principal é que quem critica, acaba sempre a fazer aquilo que tanto critica nos outros. Com a pequena diferença de que os outros fazem a coisa y com o objectivo xpto, já os fenómenos dos fenómenos fazem a coisa y porque são superiores aos comuns dos mortais e não pelo mesmo objectivo xpto. E, se for necessário ainda se fazem de vítimas num golpe teatral de mestre que serve para atirar areia para os olhos de algumas pessoas.

Não sei o que é feito da lógica, da inteligência e da vergonha. Por outro lado, as palas de burros, que tapam os olhos a muitas pessoas, estão esgotadas nas lojas. O que é pena. Pois muita gente podia recorrer ao ebay ou ao olx para vender as palas e comprar uma pequena dose de lógica, inteligência e vergonha. Não digo que isto fizesse do mundo um sítio melhor mas pelo menos ficava mais organizado. Ou então não.   

11 comentários:

  1. Para ser um pouco "chato", o que se passa é que temos todos um enviesamento ("bias"): interpretamos o que nós fazemos da forma mais positiva possível e interpretamos o que os outros fazem da forma mais negativa possível (a não ser que sejam amigos muito próximos). Assim, criticamos nos outros aquilo que, mais tarde, quando o fazemos nós próprios, nem sequer notamos como algo minimamente criticável. Há tantos exemplos...

    ResponderEliminar
  2. Eu não sou ninguém para comentar isto, porque também critico os outros. Somente não o faço para ser o líder da "alcateia"... Mas isto deu-me que pensar...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Existe a crítica saudável e aquela que serve apenas para promoção pessoal e que é infundada, parva e sem lógica.

      Eliminar
  3. Magnífico,podia ter sido eu a escrever,fizeste bem em partilhar não gosto de ser a única a pensar assim.
    Eu sempre digo para mim mesma que os adultos são sempre piores que os mais novos...pelo menos a maior parte é assim.

    ResponderEliminar
  4. Daí a máxima de" age todos os dias , como se alguém te contemplasse "

    ResponderEliminar
  5. "O principal é que quem critica, acaba sempre a fazer aquilo que tanto critica nos outros" em cheio! A vida encarrega-se de colocar essas pessoas em frente a um 'espelho' mais cedo ou mais tarde, nas mesmas situações que criticou. True story. Acontece-me o tempo todo :P felizmente cada vez menos...é uma questão de ter cada vez menos 'palas' nos olhos! :)

    ResponderEliminar