Nova visita de estudo à redacção.
Desta vez, os jovens eram mais espevitados do que os últimos.
Colocaram diversas questões, apesar de nenhum querer ser jornalista.
Aliás, aquilo que desejam está relacionado com a área mas não
passa pela escrita. Quando a visita chegou ao final, ficou na
redacção a sensação de que os jovens alunos têm a ilusão de
que vão encontrar um mercado de trabalho (seja ele qual for)
bastante simpático, onde quem estuda vê esse esforço académico
compensado com um belo ordenado.
Isto faz-me recordar aquela frase,
muito reproduzida nos últimos tempos devido às reportagens sobre os
ídolos do futebol que vivem agora com dificuldades, de que
“Cristiano Ronaldo existe só um.” Palavras que são usadas como
alerta para que os pais, que metem na cabeça que os filhos têm de
ser jogadores de futebol, percebam que ordenados de milhões estão ao alcance
apenas de uma minoria. Que não são regra geral.
E este exemplo de Cristiano Ronaldo
aplica-se a todas as áreas. Ordenados bons (por outras palavras,
justos) para recém-licenciados é uma excepção, quando deveria ser
regra geral. Não sei se os pais alertam os filhos para esta
realidade, mas é bom que o façam. Assim, evitam a reacção de
choque que muitos jovens têm quando vão às primeiras entrevistas
de emprego. “Só oferecem isto?”, é aquilo que ouço com
frequência. E isto, infelizmente, não é uma excepção. É a dura
realidade dos nossos mercados. Sendo que poucos jovens se podem dar ao luxo de esperar por um bom emprego.
A grande maioria das empresas paga
pouco. Contam-se pelos dedos as pessoas que se conhecem que ganham
aquilo que se considera ser um ordenado justo para o cargo que
ocupam. É uma triste realidade. Mas é preferível que as cartas
sejam colocadas na mesa e que se abra o jogo. Porque os paninhos
quentes vão acabar por arrefecer. Com isto, não pretendo
desmoralizar ninguém. A ideia é que as pessoas, sobretudo os mais
novos, se mentalizem para a “guerra” que vão enfrentar. E que se
preparem da melhor maneira de modo a que possam fazer parte das tais
excepções que têm um ordenado justo.
Estes jovens vivem na ilusão, depois quando caem na realidade a história é outra! É o País que temos... É triste mas é a dura realidade!
ResponderEliminarMas é bom que se mentalizem para o que vão encontrar no mercado de trabalho.
EliminarA maioria dos pais não... Os filhos querem alguma coisa e os papás dão sem terem de se ralar muito com isso. A maior parte não tem emprego na área mas também não tem em lado nenhum e não vão a luta. Já eu, felizmente, tive uma educação diferente e sempre fui habituada a lutar pelo que queria. Tive alguns trabalhos completamente diferentes da minha área, mas agora faço o que gosto, estou a progredir na carreira o que me deixa bastante feliz! Para se ter um "lugar ao sol" é preciso lutar muito principalmente agora que o mercado de trabalho esta muito competitivo....
ResponderEliminarFazes bem em ser assim. Fui habituado a trabalhar desde cedo para ter o meu dinheiro. Trabalhei em diversas áreas, o que me deu bagagem para perceber como são as pessoas e os chefes. Os meus amigos passavam o Verão na praia. Eu, a trabalhar. E não me arrependo.
EliminarE recuso-me a fazer parte das pessoas que dizem aos mais novos que é tudo fácil. Porque não é!
Obvio que a grande maioria dos papás nao preparam os filhos para a dura realidade que os espera e isso ve-se logo na postura que têm em darem tudo o que eles querem so para nao terem de discutir e pq "tadinhas das crianças que dps ficam traumatizadas".
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