tristeza, só tristeza

Quero rir mas só consigo fazer o oposto. Quero saltar de alegria mas só tenho forças para arrastar o chumbo que me pesa nos pés e que impede que me desloque. Quero irradiar felicidade mas luto para esconder a tristeza de modo a que ninguém repare nela.

E tenho que a camuflar a mais de 300 quilómetros de casa, local onde desejava estar agora. Mas não! Tenho que permanecer onde estou. Tenho que fazer aquilo que me trouxe aqui. E não posso deixar que tudo aquilo que me consome por dentro seja visível no exterior.

Esta é a teoria. Isto é o que vem nos livros que nos explicam que o lado pessoal não pode misturar-se com o profissional. Mas, o que sei é que quem defende este tipo de coisas, nunca sentiu o que eu sinto agora. Há dias difíceis, horas complicadas, minutos terríveis e segundos intermináveis. Hoje não queria dinheiro nem nenhum luxo. Deixava tudo como está. Só queria um relógio que me permitisse parar o tempo para fazer tudo aquilo que quero e não posso fazer.
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