Da minha curta aventura no mundo da rádio guardo muitas boas
memórias. Conheci pessoas fantásticas, descobri imensas coisas sobre as quais
não fazia qualquer ideia, fiquei a “dominar” alguns aspectos de uma área que me
encanta e tive o prazer de estar em directo num dos horários nobres do mundo
das vozes: o regresso a casa. À parte disto tudo, retenho um momento que me
marcou e que revejo em muitas pessoas e em diferentes situações.
Certo dia, fui convidado a escolher o nome que pretendia usar na
rádio. Uma espécie de nome artístico. Sem hesitação, escolhi o meu primeiro
nome e o apelido. O primeiro por ser o meu nome e o apelido por ser aquele pelo
qual sou conhecido desde que me lembro de mim. Nessa altura, perguntaram se não
preferia usar outro nome no lugar do apelido. Porque era difícil de pronunciar
e porque um dos meus outros nomes é utilizado por um famoso animador de rádio
português.
Mais uma vez, sem hesitar, disse que queria manter a minha opção.
Simplesmente porque é aquilo que me caracteriza e diferencia dos demais. O meu
apelido é o que me difere de toda a gente. É o nome pelo qual todos me tratam
sendo que muitas vezes nem respondo quando me chamam pelo meu nome. Aceitar
mudar esse nome só por capricho de alguém que prefere outro, usado por outros,
seria mudar a minha essência. Seria alterar aquilo que sou. Aquilo que sempre
fui e aquilo que pretendo continuar a ser.
E isto que me aconteceu, vejo acontecer a muitas pessoas em
diferentes situações. Pessoas que aceitam mudar a forma como se vestem, o
penteado que usam, o nome que sempre usaram apenas para prazer de terceiros.
Para cederem a pessoas que estão simplesmente a mudar aquilo que torna uma
pessoa única e diferente das restantes. E quando isso acontece, perde-se a
singularidade, passando a existir alguém que é simplesmente uma cópia de outro
alguém.
Eu não mudo nunca, nem que chovam picaretas!
ResponderEliminarMudar para agradar a alguém é perder a identidade, a essência, a personalidade...
E isso é deixar morrer quem somos, para nascer alguém que desconhecemos e/ou até nem gostamos.
Fazes tu muito bem!
EliminarÉ preciso que nos conheçámos e que gostemos de nós mesmos para ver como única escolha: sermos verdadeiros para com a nossa essência. Se as pessoas não conhecem a si mesmas, caem na "armadilha" de precisar da aprovação dos outros para serem felizes. Na verdade, nessa fase não procuram ser únicos. Querem apenas não ser excluídos.
ResponderEliminarObrigada pela reflexão, HSB.
Já pensaste, por exemplo, nos "Antónios Silvas"? O nome/apelido não os distingue e sim eles próprios...provávelmente, e no caso da rádio ou outro meio artistico, uma "alcunha" até vinha a calhar:)
ResponderEliminarQuem conhece Louise Veronica Ciccone? Muito poucos para além dos fãs mais acérrimos de Madonna...
E quem conheceu Farrokh Bulsara?
EliminarEu sim, porque sempre adorei as musicas dele, e ainda hoje me acompanham. Os Queen marcaram uma geração, eu teria gostado do Freddie Mercury, mesmo que ele não tivesse mudado de nome.
O Freddie Mercury podia ter-se chamado até "Topo Gigio" que seria sempre o maior :)
EliminarLá está! Na rádio queriam que fosse mais um "António Silva" apenas porque soa bem no microfone. Isso não é para mim.
EliminarQuanto à Madonna e ao Freddie, são opções de início de carreira mas que não alteram em nada o seu talento.
Penso que isso acontece muito no mundo artístico. E não me parece que eles tenham muita escolha. Normalmente as mudanças que lhes são impostas são justamente para se moldarem ao público que os segue. Pessoalmente não estou de acordo, nem sei se era capaz de me "mudar" para agradar ao maior número de pessoas possível e vender o meu trabalho, mas aceito que o façam.
ResponderEliminarEu não culpo quem aceita mudar. Simplesmente, não o faço. Até porque não é um nome mais fácil ou que fique no ouvido que faz o talento de alguém.
EliminarEu tive que escolher há uns tempos.
ResponderEliminarEscolhi 3 nomes, sob o protesto da mulher que me aturou a espernear que lhe ia fazer a vontade e escolher os nomes pelos quais sou menos conhecida!
Em que situação aconteceu?
EliminarNo banco, para tratar da papelada associada ao início da vida profissional... Credo! Mas afinal o nome não é meu? Porque raio quer o banco tratar-me pelo nome que menos gente me chama?!
EliminarNão tem lógica.
EliminarConcordo contigo! Fizeste muito bem em não mudar.
ResponderEliminarJá me aconteceu mudarem uma letra do meu primeiro nome para se adaptar melhor noutro país (embora na minha opinião não fosse relevante), e o que aconteceu é que quando olhava para o meu nome ou tinha de o escrever achava sempre que não era EU!
Mas depois de algumas coisas impressas não pude fazer nada senão adaptar-me ao meu "novo" nome.
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Lá está! O que muda essa letra? Nada! Se calhar até se lembravam mais de ti por teres um nome diferente daquele que estão habituados a escrever.
Eliminar***
Se algum dia singrar no mundo da comunicação - que é o meu sonho - de certeza que não mudarei o meu apelido para ter outro "nome artístico". Aliás, nem faria muito sentido, já que toda a gente (ou a maior parte) me conhece por Menaia. Não é um nome lá muito comum (se bem que o primeiro nome seja) mas é a minha essência, é a minha família, são as minhas raízes. Odeio mudar por terceiros, ou melhor, na verdade nem se quer mudo. A menos que as circunstâncias, a vida ou alguém muito importante para mim o obrigue.
ResponderEliminarJá agora, desde o início deste blog que estou com vontade de saber: quem és tu no mundo da comunicação social, rapaz? És conhecido? Gostava mesmo de saber o que fazes (ou onde o fazes) para além de aqui estares neste canto blogosférico. Não me leves a mal, é só curiosidade! :p
Abraços
http://seeumandassenomundo.blogspot.pt/
Fazes bem em não mudar. Tenho o mesmo tipo de relação com o meu apelido. É o que me distingue dos demais. É a minha história e a minha marca.
EliminarSou conhecido na minha rua e onde trabalho :) No meio, sou conhecido por algumas pessoas mas não faço questão que me conheçam. Gosto de ser low profile. Mas sou jornalista de uma das principais publicações nacionais.
Abraços
Acho óptima essa tua forma de pensar! As nossas raízes e heranças familiares são o qu nos tornam únicos:) Usar o meu apelido significa honrar quem mo deu e quem fez de mim a pessoa que sou hoje! Gosto muito:)
ResponderEliminarNem mais :)
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