django libertado (e azarado)

Ontem fui ver Django Libertado. A cerca de dez minutos do final do filme entra um casal na sala de cinema. Munidos de pipocas e refrigerante, sentam-se mesmo à minha frente. Passados aqueles dez minutos acendem-se as luzes da sala. Ele, espantado, olha para todo o lado. Ela, olha para o relógio e começa a rir. Eu, fiquei com a ideia que chegaram cedo demais e que viram primeiro o final do filme naquilo que foi um divertido episódio de azar.

Quanto ao filme. Tarantino é Tarantino. Um filme bem ao seu estilo. Um bom guião representado de forma exemplar por excelentes actores. Destaco Jamie Foxx (não sabe representar mal), Leonardo DiCaprio (que extraordinário actor que tem vindo a crescer com os últimos filmes) e sobretudo Christoph Waltz que faz um grande papel. Contudo, acho que Django Libertado não tem hipóteses de discutir o Oscar com Argo (o meu favorito) ou com 00:30 Hora Negra. Isto não invalida que seja um filme que merece ser visto no cinema.

Destaco ainda o aspecto que considero mais importante em Django Libertado. A forma como é abordado o racismo. Não o convencional, praticado por pessoas de diferentes raças mas aquele que é protagonizado por indivíduos da mesma raça e que muitos preferem fingir que não existe. Samuel L. Jackson representa muito bem algo que existia em larga escala na altura da escravatura mas que, infelizmente, ainda existe nos dias de hoje.