28.2.13

merecemos mais impostos e governantes ainda piores


Há dias em que constato que Portugal é um paraíso. Que os ordenados são altos demais para certas pessoas. Que os impostos são brandos demais para essas mesmas pessoas. E que os governantes que mandam nas nossas vidas até são uns porreiros. Abreviando e resumindo, há pessoas que mereciam muito pior pois agem como tal.

Não posso falar de todos os mercados profissionais porque não estou habilitado a isso. Sei apenas o que leio e vejo nas notícias ou aquilo que me contam. Porém, da minha área posso falar sem medos ou tabus. E a verdade é apenas uma. É um mercado onde não há espaço para quase ninguém. As publicações são cada vez menos e os jornalistas são cada vez mais. Essas mesmas publicações dispensam luxos e vivem do trabalho de um número mínimo de jornalistas que são pagos a preço de saldo. Estes, por sua vez têm de se desdobrar em diversas funções. E só há um caminho a seguir: dar o melhor de forma a não ficar para trás e desempregado.

Porém, há pessoas que não percebem que nos dias que correm ter emprego na área onde gostam de trabalhar é uma espécie de luxo ao alcance de poucos. Pessoas que em vez de lutarem por aquilo que têm, preferem encostar-se a uma parede simplesmente à espera que o telhado desabe. Pior do que isto, não se limitam a aguardar impávidos e serenos. Usam tudo aquilo que podem para que o tecto ceda rapidamente. De forma maquiavélica contam os segundos para o desastre enquanto empunham um serrote.

Envolvem-se tanto numa teia de maldade que não percebem que o tecto desaba de forma igual para todos. Não têm lucidez necessária para perceber que vão ficar debaixo dos escombros do tecto que tanto desejam ver ruir. Não percebem que após a limpeza dos mesmos vão ter de batalhar por um lugar ao Sol. E que, nessa luta vão ser derrotados por centenas de pessoas que sabem construir ao contrário destas que têm como qualificação única a arte de destruir.

Isto que acabo de escrever não significa que um trabalhador se sujeite a tudo apenas para manter o seu emprego. São coisas distintas. Não sou a favor do medo que certas empresas impõem aos seus trabalhadores. Mas também não sou adepto de pessoas que só atrapalham. Pessoas que vivem para provocar/desejar o mal dos outros sem perceber que o mal dos outros é também o seu.       

16 comentários:

  1. Não está fácil...
    Por vezes é difícil perceberem que há vida para além do umbigo... e que há consequências de e para essa vida...

    ...

    Não há muito mais a acrescentar... acho que descreveste os dias que correm em muitos sítios da melhor forma...

    Beijinho...

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    1. Ás pessoas que merecem um país muito pior. É o que acho.

      beijos

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  2. "Não sou a favor do medo que certas empresas impõem aos seus trabalhadores. Mas também não sou adepto de pessoas que só atrapalham. Pessoas que vivem para provocar/desejar o mal dos outros sem perceber que o mal dos outros é também o seu. " true story! sinto isso tudo na pele! é dar o litro e quase sempre correr por amor ao quase sempre!

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  3. Há empresários que se encheram de dinheiro e que agora dizem não ter dinheiro para pagar aos trabalhadores, e começaram a pagar-lhes em tranches de 100€, e obrigando todos os trabalhadores a aceitar...outro dia alguem lhe perguntou onde estava o dinheiro dos anos aureos...silencio. Teremos nós de aguentar estas situações?

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    1. Não devemos aguentar. E acredita que não falo de barriga cheia. Mas, por exemplo, na minha área o meu trabalho leva a minha assinatura. E isso é importante para mim. Se aquilo estiver mau eu fico mal. E isso é importante para mim.

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  4. O que tão bem descreves acontece, asseguro-te, noutros mercados profissionais. Vais ver a quantidade de gente, incluindo eu, que se revê nestas tuas palavras.

    Jinho

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  5. É tão verdade aquilo que descreves...e pior é quando se juntam esses maus colegas com esses patrões que querem impôr esse medo de que falas. :/

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  6. É a lei da oferta e da procura! Neste momento a oferta é maior que a procura o que origina as promoções (saldos).
    Inadmissivel andar 3 anos (agora devido ao acordo, eu andei 5 anos) na faculdade e depois vais auferir tanto como alguém que nunca lá colocou os pés! Tinhamos aqui "pano para mangas"...

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