Life asked death: “Why do people love
me but hate you?”
and death responded: “Because you are
a beautiful lie and I am a painful truth”
Aquilo que mais me assusta é a morte.
A minha. Devasta-me pensar que posso partir cedo demais com tanto por
fazer. Pior do que isto, aterroriza-me a morte dos meus. A partida
precoce (porque será sempre cedo demais) daqueles que fazem com que
a minha vida tenha sentido. Aqueles que me equilibram, guiam e dão
rumo.
Por isso é que faço os possíveis
para evitar pensar neste tema. Por isso é que não faço perguntas
destas. Prefiro viver como se só me restasse um segundo de vida. E
isso faz-me sorrir. Faz com que chore. Com que dê os passos certos.
Com que caia. Faz-me errar. Deixa-me magoado. Enfim, faz-me viver sem ter que
pensar neste diálogo que me arrepia.
É óbvio que pensar na morte, nossa ou na dos que são próximos, nos assusta, mas não posso concordar com essa tentativa de fugir ao assunto. Pelo contrário, quanto mais falarmos dela como algo natural que é, mais facilmente a encaramos. Devo ser das poucas pessoas que fala da morte naturalmente, sem tabus. Isto porque cada vez que abordo o assunto, por este ou aquele motivo, as pessoas respondem com um "tá calada", ou "ai, credo, não digas isso", etc, etc. Por exemplo, quando digo que preferia ser cremada a minha mãe diz que eu sou doida, que as pessoas devem ser enterradas para quem cá fica saber onde estão e terem um sítio onde ir velar por elas. E depois eu contraponho dizendo: "então e é melhor deixar os corpos à mercê dos bichos que os vão comer?, mais tarde ou mais cedo o corpo deixa de lá estar e passam a ser só ossos". Manda-me calar porque não é assunto de que se fale. E eu pergunto, "mas não é verdade? não é isso que acontece? não é a lei natural da vida?". E pergunto isto a todas as pessoas que me mandam calar e normalmente quem se cala são elas. A morte assusta, mas é algo natural e temos de falar nela para que se quebre essa barreira e ela nos passe a assutar um bocadinho menos. :)
ResponderEliminarCompreendo o que queres dizer. Mas eu não fujo do tema. Simplesmente prefiro não falar dele :)
EliminarE não é a mesma coisa? ;)
EliminarPrefiro pensar que não :)
EliminarA minha não me assusta minimamente...
ResponderEliminarViva o que viver, vai ficar sempre algo por fazer.
Assusta-me profundamente perder aqueles que me são queridos.
A mim assusta-me e muito.
EliminarTambém não é um assunto que goste de falar... e se a minha me assusta... a dos que me são queridos assusta muito mais... Mas como disse a Sandra Silva acima "Viva o que viver, vai ficar sempre algo por fazer."...
ResponderEliminarBeijinho
É um facto de que vai ficar algo por fazer...
Eliminarbeijos
Pior que a morte para mim é o sofrimento, aquele de advém de doenças em que o motor do corpo pára e não tem retrocesso e não é o coração - o cérebro, porque aí quem padece deixa de viver ,vegeta! Isso sim ficar nesse estado assusta-me :(.
ResponderEliminarQuanto a viver como se restasse um segundo é o que devíamos fazer mesmo não pensando na morte. "não deixes nada por fazer.. nada por dizer". Viver a vida o melhor que soubermos fazendo bem a nós próprios e aos outros e sem medos ! :)
Sim, isso é medonho e já tive um ente querido nesse estado. E gosto da tua forma de pensar :)
EliminarAdorei o título e acho mesmo que o melhor é segui-lo.
ResponderEliminarA mim também me perturba a minha partida precoce deixando os que gostam de mim, por não querer fazê-los sofrer.
Das inevitabilidades que inquietam...
Inquieta e muito...
EliminarCompreendo perfeitamente. Penso e sinto o mesmo. Ás vezes é melhor mesmo não pensar e deixar-mo-nos levar.
ResponderEliminarhttp://qaoquadrado.blogspot.pt/
Deixa a vida me levar como dizem os brasileiros :)
EliminarDurante muito tempo pensei que preferia morrer antes dos meus pais. Só passei a ter medo de morrer cedo demais depois de nascerem as pequenas. Depois de me nascerem as filhas percebi que a vida nos muda a visão da morte.
ResponderEliminarPercebo bem aquilo que queres dizer.
EliminarPercebo-te muito bem...para mim perder qum mais eu amava no mundo fez-me olhar para este eteema de uma outra forma...há que simplrsmnt viver o dia a dia...não como se fosse o último dia porque também seria um exagero....mas simplsment apreciar os pquenos e bons momentos e pensar que cada dia qu passa tem realmente algo que nos faz sorrir...para mim hoje foi passear com a minha cadelinha na praia e ao sol :)
ResponderEliminarBem dito :)
EliminarPerder alguém que nos é querido é perder um bocado de nós. Só depois de se perder alguém é que se tem a noção do que é perder alguém. Já perdi e sei que de cada vez é diferente e inexplicável.
ResponderEliminarSei bem o que referes.
EliminarTambém não gosto deste tema. Assusta-me e muito! Prefiro nem pensar.
ResponderEliminarTambém eu.
Eliminar"Foi com horror que descobri o silêncio da morte. Uma sereia expirava na orla da praia; por amor de um homem tinha renunciado à sua alma imortal, e nada mais restava dela que um pouco de espuma branca sem recordações e sem voz. Eu dizia a mim mesma para me tranquilizar: "É uma história"!" (Anne, Os Mandarins, Simone de Beauvoire)
ResponderEliminarPois é, a verdade é que não é uma história, cada morte é uma realidade crua, transformou-se numa espécie de tabu da modernidade, sobretudo porque começou-se a morrer mais em lares e hospitais do que em casa, junto da família.
A morte foi "afastada para longe", o que não ajuda a pensá-la.
É urgente criar uma "familiaridade" com a morte e com o sofrimento, realidades inevitáveis.
Completamente de acordo...
EliminarCompletamente de acordo...
EliminarConcordo mas prefiro não falar :)
EliminarPenso o mesmo,o que acontecerá depois da morte?Ninguem sabe,nem mesmo as religiões.
ResponderEliminarAssusta-me o pouco tempo que passamos neste mundo...
EliminarFalar da morte é tabu para a maioria das pessoas, que se aterroriza com tal tema.
ResponderEliminarNão tenho medo da morte, mas sim do sofrimento até ela...
Isso também mexe comigo...
Eliminarhsb,
ResponderEliminarSem muito mais palavras, pois é um tema com o qual lido com alguma frequência, deixo-te um poema de Cecília Meireles:
Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.
In: Cecília Meireles "Antologia Poética", Editora Record - Rio de Janeiro.
Um ABRAÇO! :)
Fantástico. Adorei.
EliminarMuito obrigado Paulo.
Grande abraço :)
A minha não me assusta; a daqueles de quem gosto é que me horroriza!
ResponderEliminarA mim assusta-me tudo.
EliminarNão tenho medo de morrer e sempre a encarei com a maior das naturalidades.
ResponderEliminarDesde muito pequena que tenho "saudades de casa" e que acredito na reencarnação. Através da meditação regular que faço vou "matando as saudades de casa" e confesso que estou desejosa de ir "lá para cima".
Beijinhos
Admiro-te!
Eliminarbeijos
Sempre pensei muito sobre o tema morte pela doença do meu pai. Os últimos 20 anos de vida dele foram penosos, para não falar dos últimos cinco anos. Ia para a cama e pensava na morte. Pensava: prefiro morrer eu para não sofrer. Depois vinha outro pensamento: não gosto de ver as pessoas a sofrerem por mim, por isso prefiro ser eu a sofrer.
ResponderEliminarDepois de ter passado muitos anos desta forma, e de o meu pai ter falecido há cerca de sete anos, posso dizer que encaro a morte de uma forma diferente. Infelizmente nesse ano, morreram duas pessoas muito importantes num espaço de seis semanas: um primo (que era um irmão) e o meu pai. Sofri muito. Chorei muito. Ainda choro a ausência deles porque me fazem muita falta. O meu pai sei que estará bem melhor depois do sofrimento que teve durante duas décadas. O meu primo, é como se tivesse feito uma viagem e que um dia (assim como o meu pai) irei ter com ele.
Sei que estas duas mortes fortaleceram-me e fizeram-me encarar a morte de outra forma.
E como Sto Agostinho escreveu (tenho na lápide do meu pai e sei que é verdade): "Não estou longe, estou somente do outro lado do caminho".
E como o ND referiu acertadamente, o sofrimento é o pior. Sofre a pessoa e quem vive à volta dela.
EliminarObrigado pelo teu emocionante testemunho. Tocante.
EliminarTenho MEDO, tnt medo de morrer e de sofrer nos entretantos...Tive um medo horroroso de morrer no parto do meu G. tive medo de morrer em 2009 qd fui operada, levei 3 anestesias gerais e fui "aberta" 3 vezes e entrei em coma por negligência médica..Tive medo de nunca mais ver o meu Pipoco mais Doce sorrir para mim e me estender a mão..
ResponderEliminarTenho visto a morte tnts vezes de tão perto, e como sabes a última foi há 2 semanas..custa tnt..custa tnt ver os nossos partirem, e às vezes cedo demais..e não podermos fazer nada..
Acho que depois da minha cirurgia ter corrido tão mal, uma coisa que tinha tudo para ser o mais simples que há, comecei a ver as coisas de outra forma e viver o dia de hj como se não houvesse amanhã..
E tb acho que a nossa preocupação aumenta qd temos filhos, aumenta desmesuradamente...mas lá está..à tua sorte não podes fugir e desta sorte não há msm fuga possível..
Beijoquinhas
Tens muita razão.
Eliminarbeijos
No outro dia dei por mim a pensar no assunto...penso que não tenho medo porque acho que se sente quando ela está próxima.
ResponderEliminarAcreditas nisso?
EliminarAcredito porque da última vez que vi a minha avó ela disse-me umas coisas que depois fizeram todo o sentido, como tomar conta de mim e da minha mãe,assim como o adeus que me fez quando foi internada,o facto de ir sempre calada na ambulância quando ela falava muito.
EliminarCada vez penso menos nisso, na morte, até porque o que tiver que ser, será! Já está escrito há muito tempo! e se eu tinha dúvidas na semana passada deixei de as ter, e até me podem falar em coincidências , mas.... não sei não!!
ResponderEliminaré de facto assustador pensar que nos pode tocar de perto e sermos tão impotentes perante tal coisa...
Infelizmente, já sei por experiência que quando nos toca de muito peetto, algo em nós passa a ser diferente!
Eu não tenho medo da morte. Já era para ter morrido duas vezes e acho que ela não gostou de mim, talvez porque não tenha "cheirado" o medo na minha pessoa :) Sugiro que leiam Lobsang Rampa ("O Sábio do Tibete" e/ou "O Sol Poente"), talvez ajude a ultrapassar esse medo não só relativamente a vós próprios mas também a quem mais amam. Um dia, deixaremos de ver quem mais amamos, mas eles estarão sempre por perto...e felizes :)
ResponderEliminarObrigado pela dica e adorei o teu humor :)
Eliminar