Não precisam de agradecer!
30.11.16
aprende quem quer
Tive a honra, o prazer e o privilégio de estar à conversa com Eunice Muñoz. Digo isto porque a história da representação em Portugal confunde-se com a história da actriz que celebrou no dia 28 de Novembro os 75(!!!) anos da sua estreia no Teatro Nacional D. Maria II. É do conhecimento público que a actriz, de 88 anos, teve alguns problemas graves de saúde nos últimos tempos. Mesmo assim foi uma simpatia para os jornalistas que quiseram conversar consigo antes da homenagem que lhe foi feita.
O tempo estava contado ao segundo, o que levou a que a conversa fosse interrompida porque Eunice era esperada noutro local. "Deixe-me conversar com eles mais um pouco. São muito simpáticos", disse Eunice, recusando o final da entrevista. A conversa prosseguiu. O tempo apertava (menos para os jornalistas pois ouvir Eunice é simplesmente fantástico). E nova interrupção. "Peço desculpa mas temos de acabar", disse a pessoa responsável pela presença dos jornalistas. "Só mais uma pergunta", referiu Eunice Muñoz.
Resumindo, a conversa teve quase o dobro do tempo que tinha sido estipulado previamente. E o mérito é de Eunice Muñoz, uma mulher com 88 anos de vida e mais de sete décadas de carreira. Enquanto jornalista fico feliz por viver momentos destes. E digo isto porque vivemos num país de pseudo-famosos e de celebridades que pensam que o são quando nunca o vão ser.
Pessoas que pensam que são conhecidas no outro lado do mundo mas de quem nunca ninguém ouviu falar em Badajoz. Estrelas que nunca vão brilhar e que não fazem mais do que falar mal dos jornalistas a quem pedem ajuda quando necessitam de algo. Como referi, deliciei-me com os momentos em que tive o prazer e honra de estar à conversa com um "monstro" sagrado como Eunice Muñoz. Mas quem precisava mesmo de a ouvir (bastava observar) são as tais celebridades que nunca o vão ser. Talvez aprendessem algo de interessante. Como por exemplo para que serve realmente a representação.
29.11.16
porque o futebol também dá lições
Existem pessoas para quem o futebol serve, acima de tudo, para semear ódio. Aliás, existem tantas pessoas que só vivem do ódio e da desgraça. Mas esse tema fica para outro momento. Hoje fala-se de futebol. E das pessoas que o associam ao ódio. São aquelas pessoas que desejam que determinado jogador parta uma perna. Que tenha uma lesão que o incapacite para a vida. Ou, em casos extremos (mas frequentes) que um avião se despenhe e acabe com uma equipa.
O futebol deve alimentar rivalidades. Não mais do que isso. O que vai além disso é apenas estupidez. Voltando aos desejos odiosos. Há quem queria que um avião caia. E ontem caiu um. Que transportava uma modesta equipa brasileira – Chapecoense – que vivia um momento histórico. Além de uma comitiva de convidados e imprensa. Até ao momento existem poucos sobreviventes e não se sabe se vão todos resistir aos ferimentos.
Com a queda do avião o mundo percebeu que o futebol não é um mundo de ódios. Perceberam que os jogadores, com todos os defeitos que possam ter, são filhos, irmãos e netos de alguém. São namorados e maridos de alguém. São pais de crianças. São, afinal de contas, iguais a todas as outras pessoas. Aquelas a quem não se deseja a morte numa queda de avião.
Hoje o futebol está a ensinar ao mundo, em especial a quem vive do ódio, que aquele que é considerado o desporto rei vai muito além do ódio alimentado por “meia dúzia” de pessoas que são guiadas pelos sentimentos errados. E tudo o que possa ser dito sobre esta tragédia nunca será tão forte como esta imagem onde estão os jogadores do clube brasileiro, que não seguiram viagem por diversos motivos, no balneário da equipa, enquanto vão recebendo notícias da Colômbia.
somos animais de hábitos
Não há volta a dar. As pessoas são animais de hábitos. Habituam-se a algo e que ninguém ouse alterar essas rotinas que as pessoas nem se apercebem como tal. Quando algo falha nas rotinas diárias o cérebro parece ficar baralhado, sem saber o que fazer. Basicamente isto acontece com todas as pessoas. E basta um pequeno acontecimento para que esta teoria seja colocada em prática.
Diariamente bebo café, à hora de almoço, num centro comercial. E tenho o hábito (lá está) de parar o carro sempre na mesma zona. O que faz com que entre no espaço comercial pela mesma porta. Que tem duas passadeiras rolantes que dão acesso ao piso principal do Fórum. E sei, tal como todas as pessoas que por ali passam, que a passadeira da direita é para subir e a esquerda para descer. Sempre foi assim.
Menos ontem! Ontem a passadeira da direita era para descer. E a esquerda, que estava desligada, era para subir. Como é hábito encaminhei-me para a passadeira do costume. Lá percebi que vinham pessoas a descer e encaminhei-me para a outra. Durante o tempo em que estive ali apercebi-me de que todas as pessoas se encaminhavam para a passadeira habitual. Ninguém olhava para as passadeiras.
Quando vinha a descer deparei-me com um senhor que é o melhor exemplo destes animais de hábito que somos. Esta pessoa foi directa à passadeira habitual. Nunca olhou para a mesma. Para aquele homem é por ali que se sobe. O senhor só percebeu que não conseguia subir quando colocou os dois pés na passadeira e saiu imediatamente da mesma. Começou a rir-se sozinho e lá foi para a outra.
28.11.16
lavandarias self service são uma boa opção?
Fiquei meio desconfiado quando comecei a ver as primeiras lavandarias self service espalhadas pelas ruas das zonas onde passo. E o meu olhar desconfiado estava relacionado com a utilidade de espaços destes. Isto porque sempre tive a ideia de que não temos a cultura de utilizar espaços destes. É apenas algo que vemos nos filmes ou quando visitamos outros países.
Por cá a maioria das casas, compradas ou arrendadas, estão equipadas com todas as máquinas. As duas casas que já arrendei com a minha mulher estavam totalmente equipadas. E todas as que vimos também estavam. Existia apenas uma, que me recorde, que estava para venda e que não tinha frigorífico. De resto tinha tudo. Tendo em conta esta realidade nacional imaginei que poucas pessoas acabariam por recorrer a um serviço ao qual não estão acostumados.
Até que chegou a altura de lavar um edredão. Numa altura em que o tempo não é o melhor para secar uma peça destas características. E a minha mulher sugeriu experimentar a lavandaria self service que existe perto da nossa casa – uma Vem e Lava - de modo a perceber se é uma opção a ter em conta futuramente. E o primeiro impacto foi logo positivo.
Um espaço simples e muito bem decorado. Duas máquinas – Miele Professional – com capacidade para oito quilos e uma para dezasseis. E três secadores, da mesma marca, com capacidade para dezasseis quilos. A decoração, que conta com espaço para dobrar roupa e cestos para uso dos clientes, tem ainda uma televisão e wifi gratuito. Utilizámos uma máquina das pequenas e a lavagem, já com detergente e amaciador (não são opcionais), ficou em 4,5 euros. Este valor pode descer com recurso a um cartão de cliente.
O edredão ficou a lavar e fomos fazer outras coisas. Faltava a secagem e bastou um ciclo de 15 minutos para que ficasse seco. E o preço foi 1,5 euros. Posto isto, é impossível não ficar fã do serviço. Saliento também que nunca estivemos sozinhos no espaço. Estiveram clientes a lavar roupa e muitos a secar. A ideia com que fiquei é que muita gente recorre à secagem. E faz todo o sentido. O preço é muito reduzido e é uma excelente opção para secar roupa no Inverno. Para todos mas principalmente para quem tem crianças ou deseja secar peças como cobertores ou edredões.
Olhava de soslaio para este tipo de serviços mas bastou uma utilização para ficar rendido às lavandarias self service. É uma opção económica e óptima em diversas situações. Acredito que muitas pessoas pensem como pensava, acreditando que se trata de um serviço ao qual poucas pessoas vão aderir. Estava errado. Agora defendo que é daqueles serviços em que uma utilização faz do cliente fã.
25.11.16
ligo eu? ligas tu? ligamos os dois ao mesmo tempo?
Qualquer pessoa já passou pelo momento em que uma chamada telefónica cai. Ou porque uma pessoa ficou sem rede. Ou porque simplesmente deixou de ouvir a outra. Existem diversos motivos que fazem com que uma conversa seja interrompida por uma qualquer falha técnica. Se a conversa estiver concluída não há problema. Mas na maior parte dos casos existe a necessidade de dar continuidade ao telefonema. E é aí que os problemas começam.
1 - Uma das pessoas começa a tentar ligar à outra.
2 – E a outra também.
3 – Até que estão as duas a tentar ligar em simultâneo. E o que acontece? Nenhuma consegue ligar.
4 – Uma pessoa continua a insistir na chamada.
5 – E a outra também.
6 – Uma das pessoas desiste de tentar ligar.
7 – E a outra também.
8 – Ficam as duas pessoas a olhar para o telemóvel à espera da chamada.
9 – Nenhum telemóvel toca.
10 - “Vou tentar novamente pois deve estar à espera que ligue”, pensa uma pessoa.
11 – E a outra também.
12 – Tentam ligar... novamente em simultâneo.
13 – Começam a receber mensagens a alertar que o número X tentou ligar.
14 – Uma das hipóteses é a chamada ser finalmente concretizada com ambas as pessoas a salientarem que estavam a tentar ligar a outra. Outra das hipóteses é voltar ao primeiro ponto desta lista.
cuidado com a black fraude
Hoje é dia de Black Friday! Para muitas pessoas é dia de ir a uma qualquer loja no sentido de comprar algo com uma simpática promoção. Com um desconto que nos deixa de sorriso de orelha a orelha. Cegos com este desejo de consumo, muitas pessoas acabam por não prestar atenção ao preços. Não percebem que estão a pagar mais e que não existe nenhuma promoção. Porque infelizmente existem lojas que recorrem a estratégias para enganar os clientes.
Nesse sentido a Deco Proteste disponibiliza uma ferramenta que será muito útil para as pessoas que querem fazer compras online hoje. Basta clicar aqui para descobrir a variação dos preços de determinado artigo ao longo dos últimos 30 dias. Assim será fácil perceber a diferença entre uma Black Friday ou uma Black Fraude. É possível ainda comparar os preços entre diferentes lojas. Fica o alerta.
a geração mais nova está perdida (os mais velhos é que dão o exemplo)
Quantas pessoas mais velhas ficam ofendidas quando observam um jovem que presta mais atenção ao telemóvel do que a outro momento? Quantas pessoas criticam, dizendo mesmo que a geração mais nova está perdida. Até porque no tempo deles não era assim. E porque isto e porque aquilo. Até que surgem imagens como esta.
Na primeira imagem tudo poderá passar despercebido. Na segunda não restam dúvidas. Boa parte das pessoas estão mais interessadas no telemóvel do que no discurso de John McDonnell na Câmara dos Comuns. E estas pessoas são as que estão mais perto de John McDonnell. Esta imagem mostra que existem problemas que não são exclusivos dos mais novos. E o uso abusivo do telemóvel é um deles.
24.11.16
são voltas e voltas
É preciso recuar até 1993. Nessa altura Viviane era a vocalista dos Entre Aspas e a banda lançava o seu primeiro álbum de nome Entre S.F.F. Neste trabalho discográfico destacava-se o tema Volta. E esta música começava assim: “São voltas e voltas sem parar”. A temática da música andava pelos sonhos mas esta frase aplica-se a outros aspectos da vida.
Aliás, aplica-se à vida em sim. Pois a existência de cada um é feita de “voltas e voltas sem parar”. Por mais que algumas pessoas prefiram pensar que mandam em tudo aquilo que acontece e que conduzem o carro de modo a controlar as voltas que dão. Mas... mais cedo ou mais tarde todas as pessoas vão descobrir que existem mesmo muitas voltas. E nem todas passam pelos destinos desejados.
separações. filhos e novas relações. ou amor vs ódio.
Os divórcios e separações são, por norma, uma complicação. Ainda por cima quando existem crianças. Que muitas vezes são armas de arremesso entre os pais, que usam os filhos para atingir as pessoas com quem tiveram uma história feliz. Tudo se complica ainda mais quando os pais, separados, se envolvem com outras pessoas. E quando chega o momento de a criança passar a conviver, como é normal, com os novos companheiros dos pais.
Poucas pessoas conseguem ter o distanciamento necessário para perceber que aquilo que importa é que os filhos sejam bem tratados quando estão com o pai ou mãe e com as pessoas com quem se relacionam. Isto sim é que importa. Mas muitas pessoas olham para esta situação como um drama e quase que fazem os possíveis para que as crianças entrem em guerra com as novas pessoas que fazem parte das suas vidas. É raro o exemplo de alguém que se sente confortável nessa situação. Ao ponto de agradecer a quem trata bem um filho.
Apesar de raro é possível. E esse exemplo é dado por Audrey Nicole que partilhou, no Facebook, uma imagem onde a filha está ao lado da namorada do pai. “Esta é a namorada do pai da minha filha. Muito querida! Estou-lhe muito agradecida porque quando a minha filha visita o pai ela alimenta-a, cuida dela, oferece-lhe presentes, e basicamente trata-a como se fosse sua filha. Porque é que tantas mães são rancorosas e ciumentas em relação a outras mulheres? Ninguém disse que é fácil tentar ser mãe de um filho que não se teve. Por isso, quando existe alguém que tenta, não afastem essa pessoa. Porque essas pessoas não precisam do drama e vão afastar-se, fazendo com que fiquem presas numa situação com alguém que será uma madrasta do diabo. Sim, elas existem! Vejo-as em todo o lado. Aos meus olhos uma criança que consegue ter duas mães recebe mais amor e isso deixa-me feliz. Seria incapaz de a fazer sentir como uma forasteira. Estou extremamente agradecida a esta rapariga. Mulheres, cresçam e foquem-se em ser boas mães em vez de se preocuparem com o Facebook e Instagram das namoradas dos vossos ex-companheiros enquanto os filhos estão ao vosso lado. Amem mais, odeiem menos!”
christmas jumpers: yay or nay?
O Natal aproxima-se a passos largos. As decorações já começam a ter destaque. E nas lojas de roupa há cada vez mais espaço (e destaque) para as cada vez mais famosas camisolas específicas desta época. As conhecidas christmas jumpers! A ideia que tenho é que existem cada vez mais pessoas adeptas destas camisolas. E que as usam num jantar de amigos ou em família na noite de Consoada.
Perante este crescente fenómeno de popularidade, fica a questão... christmas jumpers: yay or nay? E a resposta até pode ser alargada a uma opção mais elaborada. Sim mas apenas para as crianças. Sim mas apenas em casa sem que ninguém fora da família veja. E outras hipóteses que ocorram.
23.11.16
a pior pergunta que as mulheres podem fazer aos homens
Existe uma pergunta que pode ser considerada a pior pergunta que uma mulher pode fazer a um homem. Talvez a pior seja um exagero. Mas é claramente uma pergunta que muitos homens temem e que certamente já esteve na origem de muitas discussões entre casais. E nesta parte depende da relação existente e das personalidades de ambos.
A pergunta é muito simples. E aparentemente sem maldade. “Notas algo de diferente em mim?”, é aquilo que elas podem perguntar e que eles podem temer. E muito. Assim que um homem ouve esta pergunta são accionados diversos alarmes internos. Neste momento o homem lembra-se de coisa como: as pontas dos cabelos, a cor do verniz que ela está a suar, roupa nova, menos peso, um acessório novo e por aí fora. Tudo isto dá sinal de alarme no momento da pergunta.
O passo seguinte, para eles, é tentar eliminar o maior número de hipóteses no menor espaço de tempo. Isto enquanto pensa se a pergunta terá alguma rasteira. Até que se depara com uma resposta isolada. Que por mais certa que pareça acaba por estar sempre cheia de dúvidas e receios. “O penteado está diferente?”, pergunta muito a medo. Se a resposta estiver certa, respira de alívio. Mas existe a hipótese de estar errado.
Pior do que falhar é, para muitas mulheres, dizer “não noto nada diferente”. Isto é, em alguns casos, meio caminho andado para uma discussão sobre quem mais repara em quem. Ou quem nunca repara em nada de novo. E por aí fora. Muitas vezes o que começa como uma brincadeira – a tal pergunta – acaba por se transformar numa discussão séria e sem qualquer razão de ser. Porque existem detalhes que podem escapar a ambos.
Como referi no início do texto, a forma como se lida com esta questão depende das pessoas e das personalidades. Num rápido exercício de memória acho que nunca tive qualquer zanga/discussão, por mais pequena que seja, por causa de uma pergunta destas. Mas tenho a certeza de que esta questão já provocou muitas zangas entre casais.
para muitos uma mulher nua. para mim uma super mulher
Para muitas pessoas imagens como estas nunca vão passar de nudez feia e desnecessária. Para mim vão sempre representar um exemplo de coragem. Quem protagoniza esta sessão fotográfica é Anastacia, uma cantora que quase todas as pessoas conhecem devido à quantidade de músicas que foram sucesso em Portugal. E o motivo desta nudez é nobre.
A artista já lutou contra o cancro da mama duas vezes (2003 e 2013). E aceitou despir-se para a revista Fault onde mostra as cicatrizes das cinco operações e mais dez intervenções cirúrgicas. E fala sobre a aceitação de tudo e da dupla mastectomia a que se submeteu. E quem tem a coragem de fazer algo deste género, dando o exemplo a quem passa pelo mesmo terá sempre o meu elogio e nunca a crítica fácil.
Infelizmente sei o que é viver o cancro da mama pois a minha mãe lutou contra essa maldita doença. Sei também o impacto que as cicatrizes têm nas pessoas e as marcas psicológicas que deixam. Aliás, basta que qualquer pessoa pense na reacção de todas as pessoas quando estão num espaço onde alguém tem uma cicatriz na cara ou uma qualquer marca que a distingue das demais. Todas as pessoas olham, algumas de forma pouco discreta. Já para não falar daquelas que gozam com a situação.
Juntar o cancro, as cicatrizes, o impacto das mesmas e de tantas operações é algo que merece respeito. É uma janela que se abre para muitas pessoas que passaram pelo mesmo, que percorram o mesmo caminho de Anastacia. Isto não é nudez. É uma lição. É um ensinamento do qual muitas pessoas não se apercebem porque nem sequer param para pensar na situação e no que tudo aquilo que observam implica para alguém.
Para terminar recordo um momento que vivi em 2008. Na altura tive a oportunidade de entrevistar Anastacia. Infelizmente foi pelo telefone mas já foi bom. Recordo-me de estar à conversa com uma mulher muito simpática que abordava qualquer tema sem receio. Naquela altura Anastacia já tinha vencido o cancro da mama uma vez. Mas a verdade é que a cantora lida com diversos problemas desde muito pequena. Nesse sentido pedi autorização para a tratar por super mulher. “Não tenho problemas nenhuns com isso”, disse-me entre risos. “Sou uma pessoa normal que tenta superar momentos difíceis. Julgo que me tornei numa pessoa melhor ao superar essas adversidades”, explicou. E se bem o fez, melhor ainda é o exemplo que dá.
22.11.16
verdade ou mito #102
Mulher que é mulher e homem que é homem está disposto a ter relações sexuais. Aliás, uma pessoa normal tem de estar disposta a ter relações sexuais diariamente. Até porque se isso não acontecer é porque algo se passa e essa pessoa terá problemas. Isto será verdade? Será que as pessoas normais estão dispostas a sexo diariamente? Ou será mito? Porque não é obrigatório estar disposto a sexo diariamente. É apenas uma ideia que se partilha de forma errada porque a intimidade é suficiente em diversos momentos. Verdade ou mito?
é impossível não gostar desta mulher
Pode discutir-se o bom (ou mau) gosto na escolha da roupa. Pode discutir-se se é apropriado (ou não) para o evento em questão. Se foi (ou não) uma escolha infeliz que não teve em conta o que poderia acontecer na passadeira vermelha. Mas é impossível não gostar de Chrissy Teigen. Porque leva tudo de forma tranquila e sempre bem-disposta. É atacada porque vai jantar e deixa a bebé em casa. Ri-se e brinca com os ataques. Mostra mais do que devia. É atacada. Ri-se, brinca e pede desculpa por ter mostrado a sua "hooha". E mantém sempre a boa-disposição. É impossível não gostar de gente assim.
quem se acusa como demissexual?
Já perdi conta aos termos acabados em “sexual” que servem para definir pessoas. Creio que esta moda teve início com o metrossexual, o homem que se cuida e que já está mais do que ultrapassado. Desde então existem termos e mais termos em torno dos homens. E não só. Existem também palavras que servem para definir os mais diferentes aspectos da sexualidade das pessoas.
E é nesse sentido que ganha destaque o termo demissexual. Palavra que está a ganhar destaque devido a um artigo que Meryl Williams escreveu para o Washington Post. No seu texto a escritora de Ohio, nos Estados Unidos da América, começa por dizer que pensava ser assexuada. Confessou também que sentia-se culpada por deixar frustradas as pessoas com quem se envolvia. Isto porque não queria sentir-se obrigada a explicar os motivos pelos quais não se sentia preparada para algo mais íntimo com as pessoas.
Afinal o que é ser demissexual? É viver num estado em que a pessoa só se sente sexualmente atraída por alguém após a existência de uma forte ligação emocional. Para existir atracção sexual (por alguém do mesmo sexo ou do sexo oposto) é necessária a parte emocional. Dando um exemplo prático, para estas pessoas não existe um engate de uma noite. Pois é necessária a tal parte emocional que não se conquista a olhar para o corpo de outra pessoa.
Numa visão utópica do amor ser demissexual deveria ser quase uma regra. Deveria ser necessária uma ligação emocional para que se desse o passo seguinte. Mas nos tempos que correm acontece, em muitos casos, o oposto. Existe uma quase imediata atracção sexual que poderá ficar por aí ou que poderá crescer para algo emocional mais intenso. O que faz com que a vida de um demissexual seja uma enorme pista de obstáculos. Para quem é e para quem não consegue perceber quem é assim.
(pre)conceitos no trabalho
Existem diversas ideias associadas ao mercado de trabalho que não tem qualquer razão de ser. Não têm lógica nem são uma verdade absoluta, tipo uma conta de matemática que só tem um resultado. São apenas preconceitos que vão passando de pessoa para pessoa e que acabam por dar jeito a algumas pessoas em determinadas situações.
Um desses preconceitos diz respeito à idade. Para muitas pessoas alguém mais velho tem sempre razão. E porquê? Porque é mais velho. Parece que os anos de vida são um certificado de sabedoria que não se pode questionar. E isto é falso. Em determinadas áreas existem pessoas que são mais velhas mas que estão longe de ser aquelas que melhores conhecimentos têm sobre determinado assunto. O saber não tem idade. Nem se ganha com os anos.
Outra ideia é a de que a juventude é sinónimo de inovação. É o tal “sangue novo” que vai dar nova vida a uma empresa ou a determinado conceito. E isto não tem lógica nenhuma. Até porque existem pessoas que sendo novas estão presas/agarradas a ideias que estão ultrapassadas. Ao invés existem pessoas mais velhas que estão constantemente a par das novidades que surgem nas suas áreas. Mesmo que não sejam levadas a sério.
Outro preconceito sem lógica diz respeito ao ordenado. Ou ao valor do mesmo. Se ganha mais é porque é o melhor funcionário. Isto é do mais errado que pode existir. E aplica-se à maioria das empresas. É certo que existem funcionários muito bons, bastante úteis e que merecem cada um dos muitos euros que levam para casa. Mas também existem pessoas que apenas são boas no marketing pessoal ou que conseguiram chegar a determinado ponto com um apreciável jogo de cintura. Porém o dinheiro não é sinónimo de qualidade profissional.
Também de pode falar da aparência. Para muitas pessoas a roupa e o estilo de alguém é sinal de seriedade e competência. Anda bem vestido (calças, camisa e sapatos), não tem tatuagens e tem um penteado clássico é porque é boa pessoa. E um excelente profissional. Se gosta de roupa rasgada, não anda sempre de barba feita, tem tatuagens nos braços e usa brincos... não é de confiança. E certamente que a qualidade do trabalho deixa a desejar.
Podia passar horas a escrever sobre ideias que muitos vendem como verdades absolutas mas que na realidade não passam de meros preconceitos. De ideias sem qualquer lógica associada e que têm base num exemplo de alguém que conhece alguém que trabalhou com alguém que já tinha sido colega de uma pessoa assim. E aposto que qualquer pessoa que passe pelo blogue conhece casos de pessoas que destroem por completo estes e outros preconceitos.
21.11.16
cristiano ronaldo assume homossexualidade
A alegada homossexualidade de Cristiano Ronaldo é tema recorrente. Recordo-me da altura em que o tema era comentado meio a medo até que passou a ser notícia, sobretudo a nível internacional, onde a imprensa é muito mais ousada do que por cá. Já perdi conta às publicações que dão conta da suposta homossexualidade daquele que é um dos melhores jogadores de todos os tempos.
Agora há quem olhe para um momento recente do jogador como o assumir da sua homossexualidade. Isto porque no recente jogo contra o Atlético Madrid, Koke (jogador dos colchoneros) ofendeu a estrela do Real Madrid. “Maricas”, disse Koke num daqueles momentos em que os jogadores juntam as cabeças para discutir. “Maricas? Sim, mas com muito dinheiro, cabrão”, respondeu o português. Esta é a conversa que está a correr mundo. E para muitas pessoas isto é o assumir da homossexualidade.
Se Cristiano Ronaldo é homossexual? Não sei! Se me interessa? Não! Se muda alguma coisa enquanto atleta? Não! Eventualmente, caso fosse verdade, ajudaria a mudar muitas mentalidades. O motivo do meu texto não é saber se Cristiano Ronaldo é (ou não) homossexual. É apenas dizer que aquela discussão é do mais comum durante um jogo de futebol. É apenas uma forma de tentar fazer com que um jogador perca a cabeça e acabe expulso.
Koke tinha o objectivo de irritar Cristiano Ronaldo. E o português tentou levar o adversário a perder a cabeça. Nos anos em que joguei futebol perdi conta às ofensas que me fizeram e que também fiz. Não vou fingir que era santo. E numa discussão quente vale tudo verbalmente. Todos tentam fazer com que alguém perca a cabeça. Todos são filhos disto e daquilo. Todos são homossexuais. Todos são tudo e mais alguma coisa. O que muda são as reacções. Joguei com amigos que reagiam com beijinhos a ofensas destas. Um colega meu chegou, sem que o árbitro visse, a dar um beijinho a um adversários que lhe tinha chamado algo parecido e fez com que esses jogador fosse expulso devido à sua reacção. Algo impossível num jogo com a dimensão de um Atletico – Real.
Isto para dizer que Koke chamar maricas a Cristiano Ronaldo não obriga a que saiba se Cristiano Ronaldo o é ou não. Tal como a resposta do português não significa que esteja a assumir o que quer que seja. É apenas uma discussão de futebol. Muitas podem ter algum fundo de verdade e existem até casos em que são disputas pessoais provocadas por acontecimentos fora do campo mas na maioria do caso é apenas a primeira coisa que vem à cabeça de cada um. Por isso é melhor (digo eu) não levar muito a sério o “maricón, sí, pero lleno de pasta, cabrón”.
shame on me
Infelizmente só na última sexta-feira feira é que vi Spotlight (não gosto da tradução para português por entender que não faz sentido) um filme de 2015 que conquistou diversos prémios mundo fora. Resumindo, é uma história real sobre uma equipa de jornalistas (spotlight) que faz parte do Boston Globe, um jornal norte-americano. O novo director do jornal repara numa crónica do jornal que considera merecer muito mais do que isso. O tema é entregue à equipa que trabalha à parte da redacção da publicação e diz respeito ao abuso de um padre. O caso acaba por ser muito maior do que se imaginava e o trabalho dos jornalistas é impressionante.
Dizer que é um filme imperdível para os jornalistas é muito pouco. É um filme imperdível para todos. Pelo tema. Pela realidade. E por diversos factores como dar a conhecer às pessoas o que é jornalismo de investigação, algo raro em Portugal. É também a ambição de qualquer jornalista. Pegar num tema que parece pequeno mas que na realidade tem importância nacional e até internacional. Tudo isso está em Spotlight. Que conta também com um elenco que soube dar vida aquilo que tinha de ser representado. Para quem tem os canais TV Cine ainda é possível rever o filme. Para quem não tem é um daqueles filmes que valem o dinheiro do aluguer ou mesmo da aquisição do dvd.
19.11.16
18.11.16
motivo pelo qual serei uma eterna criança
Aos 35 anos continuo a não resistir aos botões "try me" dos brinquedos.
o mundo está perdido...
Os estudos valem o que valem. As amostras até podem ser pequenas ou quase insignificantes. Mas existem estudos que me levam a dizer que o mundo está perdido. E este é um deles. Mesmo que só tenham participado no estudo cerca de duas mil pessoas da América do Norte e também da Europa. Pois bem... 40% das pessoas que participaram neste estudo dizem que aquilo que é mais essencial no seu dia é uma boa ligação wi-fi.
Apenas 37% escolhem o sexo. Já 14% escolhem o chocolate e 9% o álcool. As pessoas responsáveis pelo estudo referem que este resultado seria impensável há alguns anos, altura em que outros "luxos" seriam escolhidos pelas diferentes pessoas. A título de curiosidade, os participantes no estudo acrescentam que já escolheram hotéis com base no bom funcionamento do wi-fi.
A minha primeira reacção é dizer que o mundo está perdido. Pelo menos para as pessoas que elegem o wi-fi. Mas coloco também a hipótese de existir mau sexo ou mesmo a inexistência de sexo na vida dessas pessoas. Só isso explica que o wi-fi seja mais importante do que o sexo. Mesmo dando o desconto de que talvez seja a primeira coisa que vem à cabeça das pessoas quando questionadas sobre aquilo que é mais essencial no seu dia. Por outro lado, existem pessoas muito gulosas ou que comem chocolates muito bons para o elegerem como essencial.
mannequin challenge? então e o cake holes? disto ninguém fala (ou faz)
Existe uma nova “febre” que promete vir a inundar as redes sociais. Quer dizer... é capaz de não vir a ser tão popular como o mannequin challenge e outras modas recentes às quais ninguém fica indiferente. Provavelmente poucas pessoas já ouviram falar do projecto Cake Holes, da autoria do grupo Bompas & Parr e do fotógrafo Jo Duck.
Indo directo ao assunto, esta moda consiste em fotografar pessoas que estão nuas e que se sentam em cima das mais diversas sobremesas. É captar um momento de sploshing, um fetiche sexual em que as pessoas ficam excitadas ao sentir substâncias (como as das sobremesas) na sua pele.
Por cá quase ninguém deverá ter ouvido falar deste projecto mas lá por fora muito se fala sobre Cake Holes. Para já continuará a ser algo que a maioria irá considerar bizarro. Mas caso apareça uma celebridade – por exemplo Kim Kardashian – a dar o corpo a esta moda, tudo será diferente. E aquilo que é bizarro passará a ser uma tendência das redes sociais. Vamos ver o que dita o futuro e até onde vai a febre do Cake Holes.
17.11.16
a culpa é sempre dos outros (até nas selfies eróticas)
Há muito que as redes sociais estão inundadas de fotos que podem ser consideradas bastante sensuais ou mesmo eróticas. A linha que separa estas duas hipóteses dependerá sempre de cada pessoa. Aquilo que para mim tem uma sensualidade com classe poderá ser erotismo grosseiro para outra pessoa. E vice-versa. Cada cabeça sua sentença e quando a isto pouco há para discutir.
O que é certo que as redes sociais estão repletas de imagens de pessoas com pouca roupa. E com muita sensualidade. Ou erotismo. Quanto aos motivos, cada qual saberá de si. Poderá ser uma estratégia para ter mais seguidores e gostos e atrair o interesse de marcas. Poderá ser uma ode ao corpo. Poderá ser o desejo de mostrar o corpo que se adora. Entre mil outros motivos. E estas fotos tanto são partilhadas por pessoas famosas como pela vizinha da porta do lado que adora mostrar o corpo nas redes sociais.
Nada tenho contra quem o faz. São opções. Podemos discutir as mesmas mas são opções. Aquilo que já considero exagerado é querer culpar uma pessoa, neste caso uma manequim, ou uma marca, neste caso a Calvin Klein, de incentivo às mulheres para que partilhem, nas redes sociais, fotografias em roupa interior. Algo que está a acontecer na Bélgica. Tudo por causa desta foto.
Parece que este anúncio, que nada tem de novo, mesmo na própria marca, protagonizado por Anna Ewers promove a "banalização da prática de selfies eróticas" tendo um efeito bastante grave junto dos menores. Só falta mesmo saber se a publicidade será banida do país, algo que ainda não foi decidido porque a marca foi convidada a remover a publicidade de todo o lado onde aparece.
Anna Ewers é a culpada de todas as imagens consideradas eróticas que aparecem nas redes sociais. Anna e a Calvin Klein. Até porque foi a primeira mulher que apareceu de soutien numa fotografia numa rede social. Até hoje nunca foi vista uma mulher nua numa rede social. Nunca foi vista uma mulher sem calças de ganga numa rede social. A culpa é sempre dos outros. E é sempre mais fácil culpar uma pessoa de algo do que perder tempo a debater o assunto e as verdadeiras causas do problema.
é apenas ridículo
Querer discutir a gordura de Helena Coelho é apenas ridículo. Achar que a modelo portuguesa é gorda é ainda mais ridículo (e não estou a ter em conta uma análise mais detalhada do seu corpo do ponto de vista teórico mas do ponto de vista da ideia social de gordura). E depois as pessoas ainda se admiram quando as pessoas (adolescentes e adultos) chamam constantemente gorda a miúdas e mulheres que na realidade são magras.E também podemos continuar a fingir que neste assunto não são as mulheres que mais se atacam umas às outras.
fui eleito um dos 14 blogues que reflectem o homem do século xxi
A Zaask teve a ideia de criar uma lista de blogues masculinos que reflectem um novo perfil do homem: o homem do século XXI. "Quem disse que os blogues são só para mulheres? É mito! Os tempos mudam e, consequentemente, as pessoas mudam com o tempo. Quando olhamos para a blogosfera, percebemos que este meio é dominado pelo sexo feminino. No entanto, ao longo dos últimos anos, este preceito tem-se vindo a alterar e é notável que o homem está a começar a dar cartas nunca antes vistas. Assim sendo, a Zaask desafiou-se a criar uma lista de blogues masculinos que transparecem um novo perfil do homem: o homem do séc. XXI", dizem.
E foi com uma enorme surpresa que recebi a indicação de que faço parte desta nobre lista de blogues. Obrigado a quem teve a ideia e obrigado a quem por aqui passa e faz com que o blogue mereça tal distinção. Muito obrigado a todos. O artigo pode ser lido na íntegra aqui.
só me faltava isto
Há algum tempo que não tinha umas semanas assim. Metade do dia é passado em formação. E a outra metade tem sido passada com diversos trabalhos e outras situações pessoais que não deixam muito tempo livre, nem para estar sentado à secretária em condições. Não é que exista uma boa altura para ela mas dispensava ser ainda brindado com uma constipação que me deixa todo entupido e com uma sensação de cansaço que faz com que um passo pareça uma maratona.
16.11.16
diz que as mulheres estão muito felizes
Dwayne "The Rock" Johnson foi eleito o homem mais sexy do mundo. Apesar de o tempo não ter sido muito nos últimos dias parece que muitas mulheres estão felizes com esta escolha.
15.11.16
saga helena coelho
Tudo volta ao início na saga Helena Coelho. A apresentadora decidiu vir a público defender-se das acusações de mau profissionalismo. Reforçou, recorrendo a provas, a ideia de que a sessão fotográfica que protagonizou foi censurada por uma suposta má forma para ser fotografada em biquínis. Desde o início que não sei onde está a verdade. O que sei é que tudo levanta diversas questões. Se existir mau profissionalismo - e posso dizer que os trabalhos que fiz com Helena Coelho correram lindamente - levantam-se diversas questões, tal como abordei no último texto que dediquei ao tema.
Se a verdade estiver na alegada má forma, existem também questões que se colocam, tal como abordei no primeiro texto que dediquei a esta polémica. A começar pela censura que parte de uma mulher até ao que é uma mulher gorda, algo que Helena Coelho claramente não é. Pelo meio existem ainda diversas questões levantadas pelo comunicado da apresentadora que passam por um suposto "jogo de interesses" entre uma agência e uma publicação. E também pelo alegado mau profissionalismo de outras pessoas.
Não sei onde isto irá parar. Aguardo cenas dos próximos capítulos de modo a perceber onde está a razão: será de um lado? Do outro? Ou algures pelo meio? Independentemente de tudo isto estão a ser levantadas diversas questões que fazem parte dos bastidores de agências, de publicações e de produções. É apenas uma amostra de tudo aquilo que as pessoas desconhecem quando olham para a capa de uma publicação ou quando se deparam com uma produção fotográfica de que gostam ou à qual não acham piada. E é bom que as pessoas comecem a ter noção daquilo que se passa em muitos casos.
14.11.16
afinal foi um atraso
Primeiro surgiu a notícia de que uma produção de Helena Coelho tinha sido censurada devido à aparente má forma, leia-se peso a mais, da apresentadora. Quando esta notícia começou a circular fui da opinião, deixando no ar a possibilidade de não ser verdade, de que era absurda. Helena Coelho pode ser muitas coisas para muitas pessoas. Mas gorda é coisa que não é. Caso esta versão fosse verdade levantava muitas questões. Mas ao que parece é mentira.
Parece que afinal Helena Coelho não é gorda mas má profissional. Este terá sido o motivo pelo qual as fotografias foram censuradas. E também o motivo pelo qual a apresentadora deixou de ter uma agência que a represente. A ser verdade estamos perante outra temática. A ser verdade que existiu mau profissionalismo aplaudo a decisão de não publicar a produção. Tal como aplaudo a decisão da agência. Mas esta versão também levanta questões.
O atraso de Helena Coelho não é caso virgem. A censura de fotos e o "despedimento" da agência é que já são menos comuns. E a culpa disto é de todas as publicações e de todas as agências. Pelo simples motivo de que alimentam e autorizam estes atrasos e maus exemplos de profissionalismo. O tratamento dado a Helena Coelho não deveria ser uma excepção mas uma regra. Isto aplica-se à revista em questão, à agência em questão e também a todas as publicações e agências. Só que infelizmente é algo de que depende das pessoas e da importância das mesmas.
Os atrasos são uma coisa muito nossa. Parece que marcamos uma hora apenas porque sim. E enquanto jornalista já estive largos minutos (em alguns - felizmente poucos - casos horas) à espera de determinada pessoa. E a indicação é sempre a mesma: esperar. Poucas pessoas dizem: "vai-te embora que a pessoa já devia estar aí" e esta mecânica alimenta os atrasos como se fossem algo normal. Depois dá-se uma desculpa esfarrapada e tudo está bem. Só que o trabalho, seja ele qual for, já não será a mesma coisa. Porque a equipa já está saturada e porque o ambiente provavelmente não será o melhor.
No passado fui convidado para ir a uma conferência de imprensa em Barcelona. O protagonista da mesma era Ronaldinho Gaúcho, na altura a estrela maior do Barcelona. O brasileiro ia falar com a imprensa pela primeira vez depois de um silêncio de mais ou menos dois meses. Cheguei ao local e fiquei louco com a dimensão do evento. Jornalistas de todo o mundo. Um aparato gigantesco. Mas o que é certo é que à hora marcada o evento começou. Quem se atrasou perdeu o início. Esta política é rara por cá.
Por cá as coisas começam cerca de trinta minutos (ou mais) depois da hora marcada. Apenas porque sim. Muitas vezes os protagonistas do que quer que seja até têm uma hora diferente daquela que é fornecida à imprensa. O que é absurdo. E que alimenta uma política de atrasos e mais atrasos. E, por sua vez, de mau profissionalismo. Talvez quando existirem mais episódios destes as coisas comecem a mudar. Até lá continuamos com a política dos atrasos.
12.11.16
espelho solidário
A Teresa Celestino, autora do blogue Girls & Bangs, associou-se à Cookie. Tiny Bite e desta união nasceu um espelho de carteira com a boneca Cookie da Teresa. Cada unidade tem um preço de quatro euros sendo que um deles reverte para a Crinabel, uma cooperativa com estatuto de utilidade pública sem fins lucrativos que visa capacitar, apoiar e integrar pessoas com deficiência intelectual e as suas famílias. Fica a sugestão para um presente solidário que pode ser adquirido na página de facebook da Cookie ou na da autora do blogue, através de mensagem.
11.11.16
lição do dia: o que é uma mulher gorda?
A resposta: Helena Coelho. Ao que parece a modelo e apresentadora teve fotos censuradas numa revista pelo simples motivo de que estava gorda. A ser verdade o que tem sido publicado, a censura foi feita por uma mulher. Reforço que a ser verdade foi uma mulher que defendeu que Helena Coelho estava com excesso de peso e esse motivo era suficiente para que as fotografias fossem proibidas em determinada revista. É apenas mais uma acha para a fogueira. E mais um exemplo da crueldade de muitas mulheres em relação a outras.
o que é feito do xaile preto? e da tristeza lusitana?
Fado foi quase sempre associado às pessoas mais velhas. Basicamente era vista como música de velhos. Até que se tornou numa moda entre os mais novos. E é absurdo ter que falar em moda. Porque deveria ser algo presente em todas as gerações devido à ligação cultural que une o fado aos portugueses. E se o fado era visto como música para velhos, era também associado à tristeza. Aliás, os fadistas tinham de passar a imagem da tristeza. Elas tinham de estar vestidas com o tradicional xaile preto e aparentar ser as mulheres mais tristes do mundo.
Ao longo dos tempos têm surgido diversos nomes que são associados a uma nova vaga de fadistas. Entre eles está Gisela João. Que não anda vestida de preto. Que não faz questão de estar sempre com um xaile preto a cobrir os ombros. E que não está sempre com um ar triste. Muito pelo contrário. Gisela João sorri. Veste-se como uma jovem da sua idade (33 anos). Dá concertos de ténis. E até exibe as tatuagens que tem no corpo. Algo que para muitos é significado de um corte radical com o fado. Para estas pessoas Gisela João não pode ser fadista.
Gisela João foi mais além e aparece nua na capa do seu mais recente álbum que dá pelo nome de Nua. Gosto quando as pessoas derrubam barreiras. Aprecio que sejam destruídos preconceitos que não têm razão de ser. Aquilo que faz de Gisela João fadista é o seu talento vocal. E esse não depende de tatuagens, ténis, sorrisos e tatuagens corporais. Dão apenas, e isto depende do gosto de cada um, mais encanto à pessoa.
devemos dizer negro ou preto?
Por experiência própria, ou seja, com base nos meus amigos, preto é sempre a melhor opção. E esta é uma explicação muito bem construída em torno de um tema sempre polémico.
10.11.16
gatinhos fofinhos nas redes sociais
Poucas são as pessoas que conseguem resistir aos vídeos com gatinhos fofinhos que são partilhados nas redes sociais. Ou a vídeos em que alguém é apanhado numa situação pouco simpática, algo que acaba por motivar um sorriso. Mas será que alguém perde tempo a tentar perceber o motivo pelo qual as pessoas não resistem a estes vídeos? Qual o motivo, apenas para dar um exemplo, pelo qual sites como o 9Gag têm tanto sucesso. E no mesmo fenómeno, qual o motivo pelo qual os nossos telejornais, a partir de determinado momento, só têm notícias "leves" praticamente sem grande interesse enquanto notícia? Pode parecer que não mas existe um motivo para isto. A questão é: quem sabe qual é?
aquilo que trump ensinou a muitas pessoas (e não é nada político)
Política à parte, a eleição de Donald Trump, ensinou algo a muitas pessoas. E a lição é bastante simples: não prometam aquilo que não estão dispostos a cumprir. Dezenas de celebridades disseram que abandonavam os Estados Unidos da América caso Donald Trump vencesse as eleições. Aguardo a primeira notícia sobre a mudança. Por exemplo, será que Cher já está a dar concertos em Júpiter? Há quem tenha ido mais longe dizendo que se matava. O mundo está feito de promessas deste género. As pessoas passam a vida, independentemente do motivo, a prometer coisas que não querem fazer ou que não conseguem fazer. Não deixa de ser curioso ser um político a fazer com que um largo número de pessoas vista a pele de político, prometendo e não cumprindo.
já que ninguém me liga nenhuma
"Trump ganhou. Nós perdemos. Por nós quero eu dizer os meios de comunicação social dos EUA e da Europa. Segundo as histórias que nós contámos aos leitores e uns aos outros o que acaba de acontecer era impossível.
As nossas sondagens e opiniões – incluindo as minhas – não só se enganaram redondamente como contribuíram para criar um perigoso unanimismo que fez correr uma cortina de fumo digno dos propagandistas oficiais dos estados totalitários.
Eu leio todas as semanas duas revistas conservadoras americanas – The Weekly Standard e National Review. Leio todos os dias o igualmente pro-Republicano Wall Street Journal. Em nenhum deles fui avisado que Trump poderia ganhar.
Sinto-me vítima de uma conspiração – não da parte de Trump mas da parte dos media. Aquilo que aconteceu não foi a cobertura das eleições americanas, mas antes uma vasta campanha publicitária a favor de Hillary Clinton onde até revistas apolíticas como a Variety participaram.
Donald Trump foi sujeito à maior e mais violenta campanha de ataques pessoais que alguma vez vi na minha vida. Todos as principais publicações alinharam entusiasticamente. Sem recorrer a sites de extrema-direita o único site que defendia Trump foi o extraordinário Drudge Report. Foi só através dele que comecei a achar – e aqui vim dizer – que o eleitorado reage sempre mal às ordens paternalistas dadas por uma unanimidade de comentadores, jornalistas e celebridades.
A eleição de Donald Trump foi um triunfo da democracia e uma derrota profunda dos meios de comunicação social.
Claro que Trump não é nenhum outsider. É um bilionário que sempre fez parte da ordem estabelecida, da elite que dá as ordens e manda na economia dos EUA. É um amigo de Hillary e Bill Clinton que só se tornou ex-amigo porque lhe deu na gana ser presidente dos EUA.
Agora é. Conseguiu o que queria. Há-de voltar as costas ao eleitorado que o elegeu logo que perceba que a única coisa que esse eleitorado tinha para lhe dar já foi dado: os votos de que ele precisava para ser eleito.
Já fez o elogio de Hillary Clinton. Já disse que vai representar todos os americanos. Vai-se tornar lentamente um republicano moderado e liberal. Os oportunistas têm sempre essa vantagem da metamorfose.
Trump ganhou contra grande parte do Partido Republicano mas foi graças a ele que o Partido Republicano manteve a maioria no Senado e no Congresso. Se Trump fosse o populista aventureiro que finge ser aproveitaria para minar o sistema político vigente, tirando partido do poder político pessoal que agora tem.
Mas não fará nada disso. O Partido Republicano tem agora tudo na mão.
Trump presidirá à complacência do poder político instalado, do poder recuperado das mãos de Obama. O velho sistema político será reforçado e os beneficiários serão os de sempre: os que menos precisam.
E os media? Que vamos nós fazer? Continuar em campanha? Continuar a enganarmo-nos e a enganar quem nos lê?
Mostrarmo-nos surpreendidos e atónitos não chega. Só revela o mau trabalho que fizemos. Dizer que foi um choque, que ninguém estava à espera só aponta para o mundo ilusório onde reside a nossa própria zona de conforto.
Não é Trump que tem de dar uma reviravolta. Somos nós. Trump ganhou porque foi eleito. Nós perdemos porque fomos derrotados pelos nossos próprios preconceitos e pelo excesso de zelo com que perseguimos a vitória de Hillary Clinton.
É um dia feliz para Donald Trump e para a maioria que o elegeu. Para nós é um dia triste e, do ponto de vista profissional, pelo menos para mim, vergonhoso."
Quem escreveu este texto foi Miguel Esteves Cardoso num artigo de opinião para o Público. Já perdi conta ao número de vezes que tentei explicar isto a diversas pessoas que continuam apenas a dizer "o mundo acabou" e "que horror a vitória do Trump" apelidando os apoiantes do vencedor de burros. Talvez com um texto destes as pessoas comecem a olhar para um caminho que muitos continuam a não querer percorrer.
9.11.16
vamos fingir que isto não aconteceu, certo?
Graças a Donald Trump quase ninguém se recorda de Pedro Dias. Quem? O homem que alegadamente matou duas pessoas e que andou fugido das autoridades desde 11 de Outubro. Quase ninguém fala do facto deste homem ter decidido entregar-se em Arouca, naquela que é a sua terra. Algo que passa uma imagem muito má das autoridades portuguesas.
O suspeito diz que tudo não passou de um mal entendido. Diz-se inocente. E que não matou ninguém, que não sequestrou ninguém e que não roubou ninguém. Refere ainda que só se entregou agora porque só neste momento é que se sentiu seguro. Tinha medo de ser morto pelas autoridades. Resta saber se é apenas a sua versão ou a verdade.
Nada do que escrevi anteriormente está em causa. Não sei se é culpado ou inocente. Nem sei se teve ajuda – diz que não contactou a família – ou não. Aquilo que sei é que andou sempre perto da sua zona de residência. E isto passa uma imagem muito má da forma como foi elaborada a “caça ao homem”. Ficam muitas questões por esclarecer.
Tal como o momento escolhido por Pedro Dias também coloca questões. Porquê agora? E digo isto porque nos primeiros dias o terreno estava lotado pela Comunicação Social. Cenário que ajudava a uma entrega em segurança pois os polícias nunca seriam capazes de o alvejar com tantas câmaras de televisão. E essa é uma das questões. Tal como não explica o que aconteceu. Diz apenas que foi abordado, por dois agentes da autoridade, quando dormia no carro às 3h30 da manhã. Não explica o que aconteceu depois.
Segue esta “telenovela” que até ao momento deixa muitas questões no ar e dá uma má imagem às autoridades nacionais que perderam claramente neste jogo do gato e do rato. É esperar pelos próximos capítulos.
eis que trump chega ao poder. e agora?
Pelo que tenho lido nas redes sociais começo a acreditar que fui o único português que se deitou a acreditar que acordava com Donald Trump como presidente norte-americano. E não digo isto por ser apoiante deste candidato. Digo isto porque sempre olhei para Hillary Clinton com o realismo que muitas pessoas preferiam não ter. E esta falta de realismo existia apenas fora dos Estados Unidos da América.
Vamos a factos. A maioria dos cidadãos norte-americanos não aprecia Hillary. E não olha para ela como solução. A votação mostra isto. Tal como já tinha sido demonstrado com diversos estudos de opinião. Fora dos EUA todas as pessoas adoram Hillary. Nos EUA as pessoas não esquecem os escândalos aos quais está associada. E dou dois exemplos: o financiamento à Fundação Clinton e o dos emails. Isto chega para que Hillary, bem ou mal, seja associada à corrupção política de que as pessoas estão fartas.
De resto, Hillary Clinton (e a sua equipa) cometeu muitos erros e é a principal culpada da derrota. O primeiro foi menosprezar Donald Trump. Acreditar que perdia sozinho. A campanha política passou quase sempre pela tentativa de ridicularizar o candidato. Erro crasso! Acreditaram também que o trunfo “ela é mulher” chegava para fazer a diferença. Outro erro. A única mulher (neste momento) que tirava proveito dessa “arma eleitoral” seria Michelle Obama. Achou ainda que o povo olhava para si como solução. Quando quase sempre foi vista como um problema. Estes são alguns dos erros que ajudam a explicar esta derrota que não me surpreende.
Uma grande percentagem de norte-americanos disse, à saída das urnas, que aquilo que procurava num candidato era a mudança. E Trump é, aos olhos deles, essa mudança. Para o bem ou para o mal é a opção de milhões de pessoas que olham para Hillary Clinton como a imagem da corrupção política que odeiam. Outra coisa que sempre me fez confusão foi a quantidade de pessoas que ofendem Donald Trump mas que são incapazes de encontrar um argumento político para votar em Hillary Clinton. Parecia que o importante era impedir a vitória de um em vez de desejar a vitória de outro. E pode parecer a mesma coisa mas é completamente distinto. E os resultados de estratégias destas são quase sempre maus.
Depois existe algo no rescaldo das eleições (nas redes sociais) que é tipicamente português. Nas redes sociais muitas pessoas dizem que os norte-americanos são burros porque votaram no Trump. Tal como já tinham dito que os ingleses eram burros ao votar na saída do Euro. Mas em dia de eleições nacionais ficam sempre em casa. Nunca vão votar. Sabem tudo da política estrangeira mas ignoram aquela em que têm realmente voto na matéria.
Posto isto, Donald Trump chegou ao poder. E agora? Esta é a questão que todos colocam. Prefiro esperar para ver. Mas acredito que o Mundo não irá acabar como algumas pessoas defendem. Acho até que as coisas não vão mudar muito. Mas é esperar para ver. Até porque nunca fui adepto de funerais antes da morte de alguém. Vamos ver...
anda lá o quê ò car****
Na maioria dos casos passa-se a ideia de que os jornalistas têm uma profissão de sonho e muito bem remunerada. Creio que esta é ainda a ideia geral em torno da profissão que escolhi. Quanto ao emprego ser de sonho... talvez o seja para muitos jornalistas. Para outros é uma profissão extremamente desgastante. E refiro-me ao desgaste mental que nem sempre se recupera com uma boa noite de sono e que pode deixar marcas.
Quanto ao dinheiro, existem jornalistas que são muito bem remunerados. Mas são uma excepção. A maioria dos jornalistas recebe muito pouco. Muito longe dos valores com que muitas pessoas sonham. Depois existe a ideia de que a vida de um jornalista é muito porreira e que os jornalistas são uns chatos que maltratam as pessoas. As pessoas têm esta ideia porque este é o lado que conhecem. Poucas pessoas sabem a verdade sobre o jornalismo. Ouvem apenas pessoas conhecidas falar mal dos jornalistas e criam a sua ideia com base neste cenário.
Felizmente, existem casos em que os jornalistas não têm receio de mostrar o outro lado. O tal lado que as pessoas desconhecem. Como é o caso deste vídeo. Nesta reportagem pode ver-se a forma como Nuno Saraiva, director de comunicação de uma grande instituição como é o Sporting, fala com um jornalista. “Anda lá o quê ò car****”, é o que lhe diz quando este pede que diga aquilo que vai dizer aos jornalistas.
O jornalista poderá não ter sido o mais correcto. Mas uma pessoa com um cargo destes nunca pode ter uma reacção destas nem pode "crescer" para o jornalista. Pode convidar o jornalista a sair. Pode fazer mil e uma coisas mas não pode reagir assim. E infelizmente isto é mais comum do que as pessoas pensam. Poucas pessoas têm noção dos riscos que alguns jornalistas correm. Das ameaças que são feitas. A si e em alguns casos às suas famílias. Das pressões. Das perseguições. Mas este lado é desconhecido das pessoas. As pessoas só olham para os títulos mal escritos, para as falhas, para os erros básicos mas nunca pensam em tudo o resto. E este “resto” nada tem de simpático.
É um facto que a profissão é nobre. É uma realidade que é algo que pode ser apaixonante, apesar do grande desgaste que tem na maioria dos casos. É uma área muito boa e não existe necessidade de ter pena dos jornalistas. Mas é igualmente verdade que existem muitas coisas com que as pessoas nem sonham. Uma realidade que desconhecem e que faz com que tenham uma ideia totalmente errada dos bastidores do jornalismo.
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