22.11.16

(pre)conceitos no trabalho

Existem diversas ideias associadas ao mercado de trabalho que não tem qualquer razão de ser. Não têm lógica nem são uma verdade absoluta, tipo uma conta de matemática que só tem um resultado. São apenas preconceitos que vão passando de pessoa para pessoa e que acabam por dar jeito a algumas pessoas em determinadas situações.

Um desses preconceitos diz respeito à idade. Para muitas pessoas alguém mais velho tem sempre razão. E porquê? Porque é mais velho. Parece que os anos de vida são um certificado de sabedoria que não se pode questionar. E isto é falso. Em determinadas áreas existem pessoas que são mais velhas mas que estão longe de ser aquelas que melhores conhecimentos têm sobre determinado assunto. O saber não tem idade. Nem se ganha com os anos.

Outra ideia é a de que a juventude é sinónimo de inovação. É o tal “sangue novo” que vai dar nova vida a uma empresa ou a determinado conceito. E isto não tem lógica nenhuma. Até porque existem pessoas que sendo novas estão presas/agarradas a ideias que estão ultrapassadas. Ao invés existem pessoas mais velhas que estão constantemente a par das novidades que surgem nas suas áreas. Mesmo que não sejam levadas a sério.

Outro preconceito sem lógica diz respeito ao ordenado. Ou ao valor do mesmo. Se ganha mais é porque é o melhor funcionário. Isto é do mais errado que pode existir. E aplica-se à maioria das empresas. É certo que existem funcionários muito bons, bastante úteis e que merecem cada um dos muitos euros que levam para casa. Mas também existem pessoas que apenas são boas no marketing pessoal ou que conseguiram chegar a determinado ponto com um apreciável jogo de cintura. Porém o dinheiro não é sinónimo de qualidade profissional.

Também de pode falar da aparência. Para muitas pessoas a roupa e o estilo de alguém é sinal de seriedade e competência. Anda bem vestido (calças, camisa e sapatos), não tem tatuagens e tem um penteado clássico é porque é boa pessoa. E um excelente profissional. Se gosta de roupa rasgada, não anda sempre de barba feita, tem tatuagens nos braços e usa brincos... não é de confiança. E certamente que a qualidade do trabalho deixa a desejar.

Podia passar horas a escrever sobre ideias que muitos vendem como verdades absolutas mas que na realidade não passam de meros preconceitos. De ideias sem qualquer lógica associada e que têm base num exemplo de alguém que conhece alguém que trabalhou com alguém que já tinha sido colega de uma pessoa assim. E aposto que qualquer pessoa que passe pelo blogue conhece casos de pessoas que destroem por completo estes e outros preconceitos.

2 comentários:

  1. Este texto surge numa altura curiosa para mim pois tenho dois clientes meus que questionam a minha competência e o meu profissionalismo com base em:

    Ponto 1: não tenho idade suficiente para conseguir fazer um bom trabalho na posição que ocupo (gerência) dentro da empresa.

    Ponto 2: se não ando todos os dias com a barba imaculadamente desfeita, sou um vagabundo e não devia sequer fazer atendimento ao público.

    Infelizmente, tal como dizes, são ideias criadas (mitos urbanos?) por pessoas que sempre se habituaram a determinados padrões e imagens e que não conseguem ver mais para além disso. Um livro não se julga apenas pela capa ;)

    Abraço,
    Ricardo

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    1. Um belo exemplo de mitos que se propagam mas que podem ser facilmente destruídos.

      Obrigado pela tua partilha.

      Abraço

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