Tive a honra, o prazer e o privilégio de estar à conversa com Eunice Muñoz. Digo isto porque a história da representação em Portugal confunde-se com a história da actriz que celebrou no dia 28 de Novembro os 75(!!!) anos da sua estreia no Teatro Nacional D. Maria II. É do conhecimento público que a actriz, de 88 anos, teve alguns problemas graves de saúde nos últimos tempos. Mesmo assim foi uma simpatia para os jornalistas que quiseram conversar consigo antes da homenagem que lhe foi feita.
O tempo estava contado ao segundo, o que levou a que a conversa fosse interrompida porque Eunice era esperada noutro local. "Deixe-me conversar com eles mais um pouco. São muito simpáticos", disse Eunice, recusando o final da entrevista. A conversa prosseguiu. O tempo apertava (menos para os jornalistas pois ouvir Eunice é simplesmente fantástico). E nova interrupção. "Peço desculpa mas temos de acabar", disse a pessoa responsável pela presença dos jornalistas. "Só mais uma pergunta", referiu Eunice Muñoz.
Resumindo, a conversa teve quase o dobro do tempo que tinha sido estipulado previamente. E o mérito é de Eunice Muñoz, uma mulher com 88 anos de vida e mais de sete décadas de carreira. Enquanto jornalista fico feliz por viver momentos destes. E digo isto porque vivemos num país de pseudo-famosos e de celebridades que pensam que o são quando nunca o vão ser.
Pessoas que pensam que são conhecidas no outro lado do mundo mas de quem nunca ninguém ouviu falar em Badajoz. Estrelas que nunca vão brilhar e que não fazem mais do que falar mal dos jornalistas a quem pedem ajuda quando necessitam de algo. Como referi, deliciei-me com os momentos em que tive o prazer e honra de estar à conversa com um "monstro" sagrado como Eunice Muñoz. Mas quem precisava mesmo de a ouvir (bastava observar) são as tais celebridades que nunca o vão ser. Talvez aprendessem algo de interessante. Como por exemplo para que serve realmente a representação.
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