Felizmente esta foi a primeira vez em
que estive internado ao longo dos meus 33 anos. E há uma lição que rapidamente
se aprende quando se está deitado numa cama de hospital. Lição essa que se
destaca das demais. Num hospital, quando a ansiedade e o medo sobressaem,
aprende-se que a companhia tem um valor que nenhum dinheiro do mundo consegue
comprar.
É certo que as mensagens ajudam. É
verdade que os telefonemas dão ânimo. Mas a companhia física é muito
importante. E isto é ainda mais valorizado quando se observa tanta solidão nos
hospitais com doentes que têm como companhia “apenas” as enfermeiras e as
auxiliares. Como tal, é impossível para mim não dedicar um texto, que não é
mais do que um merecido agradecimento, aos meus pais e à minha mulher que estiveram
sempre comigo. Por momentos parecia que a visita era eu e eles os internados.
Poderia dizer que não fizeram mais do
que a sua obrigação pois são os meus pais e a minha mulher. Mas não é assim que
vejo a vida. E não têm essa obrigação em relação a mim. Por isso, quero
agradecer por terem ficado comigo quando vos dizia (apesar de não o desejar)
para irem à vossa vida que ficava bem. Obrigado por me fazerem rir quando me
apetecia o oposto. Obrigado por dizerem que tudo ia correr bem quando temia que
tudo corresse mal. Obrigado por sacrificarem a vossa vida pessoal de modo a
estar todos os segundos (até mais do que aqueles que eram permitidos) ao meu
lado.
Não conseguirei explicar a sensação de
sair do bloco operatório e deparar-me com os vossos sorrisos, sendo “escoltado”
por vocês até ao quarto. Nesse momento esqueci-me de que tinha sido operado e
de que tinha uma grande recuperação pela frente. Nunca conseguirei agradecer o
suficiente (nem com a justiça que merecem) aquilo que fizeram (e fazem) por
mim. Como tal, faço este agradecimento público, aproveitando para dizer que vos
amo mais do que tudo na vida. São a minha vida! Sendo que também quero agradecer aos meus sogros por fizeram questão de alterar as rotinas para estar comigo no hospital depois da operação.
E não tenho dúvidas de que tudo isto
que descrevi é melhor do que qualquer medicamento para as dores ou algo do
género. O amor e carinho dos nossos são 90% da solução. É isto que faz a
diferença. É isto que impede que alguém se vá abaixo, tendo sempre força para
lutar. Felizes aqueles que, tal como eu, podem contar com o apoio daqueles que
os rodeiam.
És amado. Lesionado mas muito amado, nem esperava outra coisa, faria a mesma coisa pelos meus. E tu farias o mesmo por eles. Beijos
ResponderEliminarHá um grupo de pessoas pelas quais faço tudo. Estas são dessas pessoas.
EliminarOs nossos estarão sempre ao nosso lado, para bem e para o mal! Assim como nós estaremos sempre ao lado deles!
ResponderEliminartambém acho que sim.
EliminarÈ nestas alturas que vemos com quem podemos contar.
ResponderEliminarE é também nestas alturas que apanhamos desilusões :-).
Tanta verdade junta :)
EliminarTens toda a razão, felizmente nunca fui operada ou estive internada, mas sei do que falas, infelizmente alguns familiares meus tiveram e é um ambiente terrível. São muitas horas sozinhos e sem nada que fazer, pensam demais e sofrem sozinhos. É triste.
ResponderEliminarÉ triste para quem não tem a sorte de ter companhia.
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