8.5.15

o detalhe que faz toda a diferença

Felizmente esta foi a primeira vez em que estive internado ao longo dos meus 33 anos. E há uma lição que rapidamente se aprende quando se está deitado numa cama de hospital. Lição essa que se destaca das demais. Num hospital, quando a ansiedade e o medo sobressaem, aprende-se que a companhia tem um valor que nenhum dinheiro do mundo consegue comprar.

É certo que as mensagens ajudam. É verdade que os telefonemas dão ânimo. Mas a companhia física é muito importante. E isto é ainda mais valorizado quando se observa tanta solidão nos hospitais com doentes que têm como companhia “apenas” as enfermeiras e as auxiliares. Como tal, é impossível para mim não dedicar um texto, que não é mais do que um merecido agradecimento, aos meus pais e à minha mulher que estiveram sempre comigo. Por momentos parecia que a visita era eu e eles os internados.

Poderia dizer que não fizeram mais do que a sua obrigação pois são os meus pais e a minha mulher. Mas não é assim que vejo a vida. E não têm essa obrigação em relação a mim. Por isso, quero agradecer por terem ficado comigo quando vos dizia (apesar de não o desejar) para irem à vossa vida que ficava bem. Obrigado por me fazerem rir quando me apetecia o oposto. Obrigado por dizerem que tudo ia correr bem quando temia que tudo corresse mal. Obrigado por sacrificarem a vossa vida pessoal de modo a estar todos os segundos (até mais do que aqueles que eram permitidos) ao meu lado.

Não conseguirei explicar a sensação de sair do bloco operatório e deparar-me com os vossos sorrisos, sendo “escoltado” por vocês até ao quarto. Nesse momento esqueci-me de que tinha sido operado e de que tinha uma grande recuperação pela frente. Nunca conseguirei agradecer o suficiente (nem com a justiça que merecem) aquilo que fizeram (e fazem) por mim. Como tal, faço este agradecimento público, aproveitando para dizer que vos amo mais do que tudo na vida. São a minha vida! Sendo que também quero agradecer aos meus sogros por fizeram questão de alterar as rotinas para estar comigo no hospital depois da operação.

E não tenho dúvidas de que tudo isto que descrevi é melhor do que qualquer medicamento para as dores ou algo do género. O amor e carinho dos nossos são 90% da solução. É isto que faz a diferença. É isto que impede que alguém se vá abaixo, tendo sempre força para lutar. Felizes aqueles que, tal como eu, podem contar com o apoio daqueles que os rodeiam.

8 comentários:

  1. És amado. Lesionado mas muito amado, nem esperava outra coisa, faria a mesma coisa pelos meus. E tu farias o mesmo por eles. Beijos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Há um grupo de pessoas pelas quais faço tudo. Estas são dessas pessoas.

      Eliminar
  2. Os nossos estarão sempre ao nosso lado, para bem e para o mal! Assim como nós estaremos sempre ao lado deles!

    ResponderEliminar
  3. È nestas alturas que vemos com quem podemos contar.
    E é também nestas alturas que apanhamos desilusões :-).

    ResponderEliminar
  4. Tens toda a razão, felizmente nunca fui operada ou estive internada, mas sei do que falas, infelizmente alguns familiares meus tiveram e é um ambiente terrível. São muitas horas sozinhos e sem nada que fazer, pensam demais e sofrem sozinhos. É triste.

    ResponderEliminar