Existe um modo de pensar (e de encarar a vida) muito
português que passa por olhar para cada situação, por pior que seja, de modo
positivo. Pelo simples facto de que “podia ser pior”. Se a pessoa parte um braço,
podia ser pior se tivesse partido os dois. Se parte uma perna, podia ser pior
pois podia ter partido as duas. E por aí fora. Há sempre um cenário pior do que
o nosso.
Quando sofri a lesão e soube o que me
esperava fui abaixo. Passei algum tempo a culpar-me do sucedido. A encontrar
uma justificação para o sucedido. A tentar perceber o que tinha feito mal. E
isto foi algo que se prolongou ao longo de dias e dias. Até ao momento do
internamento.
Fui o primeiro doente a ser internado
num quarto de três. Passado um bocado chegou outro rapaz novo. E por fim outro
rapaz igualmente novo, mais ou menos da minha idade. O rapaz da cama ao meu
lado tinha tido um acidente de mota e estava com os dois braços ao peito. Por
sua vez, o terceiro ia ser operado ao mesmo do que eu, na mesma perna. Com a
agravante de que já tinha sido operado há três semanas mas estava ali novamente
porque teve um acidente que obrigou a uma nova operação na mesma zona.
Olhei para a minha perna direita e
pensei: “podia ser pior”. Até porque começámos a falar e partilhar histórias e
o rapaz da mota também já tinha sido operado ao joelho, a uma lesão grave, num
passado não muito distante. Neste aspecto, da motivação pessoal, o hospital consegue
ter um efeito positivo porque as pessoas apoiam-se umas nas outras e deixam
de ver a sua maleita como a pior de sempre. Os medos e receios esbatem-se nas
histórias que se partilham. Nas semelhanças. Nas diferenças. Em tudo.
Dos três fui o primeiro a ser operado e
a abandonar o hospital. Já sei que ambos foram operados ontem e que tudo correu
bem. Acredito que hoje vão ter alta. E agora é bola para a frente. Como me disse um amigo na brincadeira,
antes o que eu tenho do que uma ruptura total do tendão de aquiles (que é o que
tenho).
Contenta-te com o que tens que já serve para muita dor de cabeça e banho mal tomado... Eu estive também hospitalizada mas nada comparado com essa lesão.... As conversas de hospital unem os pacientes...
ResponderEliminarAo início há um silêncio estranho. Depois, as pessoas começam a falar e essa partilha é boa para todos.
EliminarA recuperação também depende do estado da mente! Pareces-me estar no bom caminho!
ResponderEliminar:)
As melhoras.
"Sei" o que aí vem mas estou pronto para a luta :)
EliminarObrigado
Há sempre q ver o lado positivo, por pior q seja a situação. E tens razão quando dizes que o português é pro nisso ;) as tuas melhoras!
ResponderEliminarÉ uma característica muito nossa :)
EliminarObrigado.
Desejo as melhoras e uma excelente recuperação. Beijinho.
ResponderEliminarObrigado!
EliminarBeijos
Temos sempre que pensar positivo e seguir em frente com um sorriso (por mais complicado que seja)! Está é a lei da vida!
ResponderEliminarClaro! Tem de ser mesmo assim.
EliminarAhahahahah:) Fizeste-me sorrir:))) com o podia ser pior...vou-te contar uma pequena história daquelas que eu sei que tu gostas para te distrair. Fizeste-me muito lembrar MorMeu. A nossa mais nova é um "bocadinho" exagerada no que toca a dores, sintomas, febre, magoadelas e afins...por mais infima que seja a gota de sangue a miúda começa imediatamente a fazer contas à vida de quais serão as consequências "dramáticas" para a sua saúde. Resultado quando lhe acontece alguma coisa o importante é relativizar imediatamente caso contrário...basta que me veja a encorrilhar o sobrolho que fica imediatamente a achar que a coisa é grave e séria. Portanto lá em casa funciona assim: "Paaaaiii!" "Diz" "Caí e magoei-me no joelho (leia-se - acho que consigo ver o osso a olho nú!" vai o pai a responder e ela: "Já sei, Já sei, não me digas nada, podia ser pior e eu podia ter magoado os dois!" ´
ResponderEliminarAgora mais a sério acho quer é por essa capacidade que temos de relativizar, que resistimos a tanta coisa (ruim) que nos vai acontecendo na vida e ainda assim, não perdemos a capacidade de sorrir:) Vai correr bem Bruninho:) vais ver, muito mimo, muito colinho:) e vais ficar como novo num instantinho! Ahhhh....e não te esqueças;) podia ser pior! jinhooooooooossssssss
Tenho mesmo de relativizar porque o mal já está feito. Não posso mudar a lesão. Só posso mudar a forma como encaro a recuperação.
Eliminarbeijos
É pensar positivo! Daqui a nada estás como novo!
ResponderEliminarAbraço
Espero que sim!
EliminarAbraço
Foi um susto,mas melhores tempos hão-de vir!
ResponderEliminarAs melhoras e boa recuperação :)
E já agora..Parabéns pelo blogue,que costumo seguir (apesar não comentar).
M.
Obrigado pelas palavras :)
EliminarNesse sentido até tiveste a sorte de ter duas pessoas no quarto, que estavam conscientes e bem da cabeça, isso é bom.
ResponderEliminarAli é quase toda a gente assim. A sorte foi ter ficado com dois rapazes novos.
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