Quando era mais novo recordo-me de que
se ouviam diversas histórias de pessoas que escolhiam perder a virgindade
apenas depois do casamento, quase sempre por motivos religiosos. Eram histórias
que se contavam aqui e ali e que eram contadas por alguém que conhecia alguém
que tinha tomado essa opção. Uns aplaudiam a decisão e a maior parte – tudo jovens
sem qualquer experiência sexual – brincava com a situação dizendo que era
impensável.
Quando andei no secundário tive
diversos professores que me marcaram. Recordo-me de um que além de ser um
excelente professor era amigo dos alunos. Além de ensinar (e bem) a matéria
discutia também outros problemas connosco. E recordo-me de um dia se debater a
vida sexual. Aquele professor defendia que os casais não deviam esperar pelo
casamento para ter relações sexuais. E defendia também que as pessoas deveriam
ter mais de um parceiro sexual antes do casamento. Tal como também achava que
as pessoas deveriam viver juntas antes de casar.
E a sua opinião tinha por base algo
muito simples: a sintonia do casal. Quanto a ter experiência sexual com mais do
que uma pessoa explicava que era para que se percebesse se o sexo era de
qualidade e se as pessoas combinavam sexualmente. O mesmo se aplicava ao sexo
antes do casamento. Tal como viver juntos. Aquele professor defendia que saber
a resposta a tudo isto evitava problemas futuros ao casal. Algo que, segundo o
seu modo de pensar, acabaria – caso o casal não combinasse naquelas vertentes –
em traições.
Agora, volta e meia fala-se da
virgindade até ao casamento. Recordo-me disso ter sido notícia com o
futebolista brasileiro Kaká. Relembro-me de, em tempos, se falar muito do Clube
das Virgens e agora é David Luiz que traz o assunto à baila ao mostrar ser
apoiante do movimento Eu Escolhi Esperar, uma campanha cristã que actua em duas
áreas: sexualidade e vida sentimental. Isto com o objectivo de encorajar,
fortalecer e orientar sobretudo os adolescentes.
Nada tenho contra movimentos como este.
Até agradeço que existam pois acho que são importantes e que podem ajudar
muitas pessoas. Mas também agradeço que existam pessoas como aquele professor
que falou do tema, sem qualquer receio ou tabu, a um grupo de alunos
adolescentes. A informação nunca é demais e acredito que as pessoas, em
especial os jovens, devem ver os dois lados da balança de modo a que façam uma
escolha racional. Escolha essa que deverá ser sua e não de terceiros.
Olá :)
ResponderEliminarNem sei explicar como começou, mas já desde miúda que sempre partilhei do ponto de vista do teu professor. E nunca se tratou de defender a leviandade, ou de desbaratar as relações humanas, mas de somar algumas experiências - as suficientes para conquistar o conhecimento necessário para que um dia pudesse "entrar de cabeça num relacionamento para a vida" de forma consciente, e nunca pela ignorância de não saber mais.
Acho que facilmente as pessoas confundem este ponto de vista com leviandade mas uma coisa não implica a outra.
EliminarEu não me caso sem saber como é viver com a outra pessoa nem sem saber se ela me satisfaz.
ResponderEliminarÉ uma opção válida.
EliminarAcho que nestas coisas se aplica o Test Drive. Ninguém compra um carro sem experimentar primeiro. E como levo o casamento muito a sério, antes de aceitar um parceiro para a vida tenho que testar todas as vertentes do seu companheirismo, na casa, nos valores e claro nos lençóis... Leviandade não é nunca para aqui chamada. Aliás nunca eu fiz nada com ninguém por quem não detivesse sentimentos sérios.
ResponderEliminarUma comparação divertida e fácil de perceber.
EliminarE onde entra a parte mais importante de todas,a família?Família conservadora não tem cura,HSB...nesta fase a opinião de um filho pouco importa.
ResponderEliminarAcho que é cada vez mais complicado proibir tudo e mais alguma coisa a um filho. E acho que os pais percebem, cada vez mais, que o caminho não é esse.
EliminarÉ como comprar um par de calças sem experimentar. Se chegas a casa e não serve tens de regressar à loja com o talão de troca... Bem mais incomodo que experimentar logo a ver se funciona :D
ResponderEliminarSimples :D
EliminarConcordo com tudo o que o teu professor defendia, menos o viver juntos antes de casar, pois para mim, casar ou não dá igual na relação do casal.
ResponderEliminarAcho que é muito importante que o casal, caso deseje casar, viver junto antes disso. Porque existe uma adaptação ao espaço e isso pode correr muito mal.
Eliminar