“Nas escolas há agressões. E droga,
armas e roubos”, é o título de uma notícia do Observador. Acredito que muitas
pessoas fiquem surpreendidas com este título e com a notícia em si, que pode
ser lida na íntegra aqui. No meu caso, não fico a par de nenhuma novidade. Tenho
apenas 33 anos e frequentei três estabelecimentos de ensino até à idade adulta.
Na primária não se verificaram problemas. Mas, de resto, vi de tudo em todas as
escolas.
No quinto e sexto ano frequentei uma
escola onde os roubos eram uma realidade diária. Por mais que se evitasse
levar algo fora do comum para a escola (e não eram tempos de telemóveis, gadgets e roupas de marca) existia uma grande probabilidade de ser assaltado. Recordo-me de ficar
fechado na escola por causa de um tiroteio. Na escola secundária também
existiam (não tanto) assaltos. Existiam drogas. Agressões, tal como na escola
preparatória, e até “espectáculos” de sexo a céu aberto. Tal como existia
bullying. Até um pai, se não me engano, matou rapazes que tinham agredido o
filho.
A grande diferença é a mediatização
das coisas. Lembro-me de estar na escola preparatória na altura que surgiu a
TVI. Até então eram apenas dois canais. Não existiam alunos com telemóveis. Nem
sequer existiam redes sociais onde tudo é partilhado ainda antes de ter
acontecido. E jornais também eram menos e com linhas editoriais ligeiramente diferentes. Como tal, as coisas eram conhecidas num círculo bastante fechado.
Se fosse comparado com uma rede social seria um grupo fechado. Das coisas que
referi, acho que apenas uma foi notícia num jornal. De resto, nada se soube. Se
fosse hoje, no dia do tiroteio teria a escola cercada de jornalistas. E não
vivo num meio pequeno.
Nos dias que correm existe uma grande
mediatização. Por exemplo, o vídeo onde um jovem da Figueira da Foz é agredido
de forma estúpida tornou-se viral. Se fosse no meu tempo ninguém sabia o que
teria acontecido. Porque ninguém ia filmar o que quer que fosse. Era apenas uma história de boca em boca e facilmente desmentida. Por isso,
notícias como esta do Observador e vídeos como o da Figueira da Foz não me
surpreendem. Porque ainda existam bastantes casos assim.
Felizmente, e ao contrário do que
acontecia na minha altura, a força mediática é gigante. E isso faz toda a
diferença. É a linha que separa mais um jovem abusado que sofre sozinho de uma
história que todas as pessoas ficam a conhecer. É a linha que separa mais uma
história onde a culpa morre sozinha de uma história que ao tornar-se viral faz
com que as pessoas se importem, que procurem os culpados, que fiquem atentas para um problema grave e
real e que tomem medidas para que a próxima vítima não seja da família.
Bolas... eu tb sou do tempo da TV com dois canais! e nunca jamais em tempo algum tive ou presenciei maldades na escola, havia sim de vez em qd uns sopapos mas era coisa de boys!! olho por olho dente por dente, e ficava por ali....... E sim , fico SURPREENDIDA qd cenas VERGONHOSAS destas acontecem! sou mãe, e custa-me ver que isto ainda acontece . Então ainda bem que existem as redes sociais os telemóveis and so on, se assim não fosse meu caro, tb nós não estaríamos a ler o seus artigos no blog! as coisas já não são como eram, e infelizmente eu continuo a surpreender-me com estas atitudes VERGONHOSAS .
ResponderEliminarComo dizia um amigo meu, isto é uma terça ou quinta-feira da escola onde andei. Isto é vergonhoso mas não me surpreende porque é muito real e frequente. Neste caso, as redes sociais ajudam a que as pessoas façam algo.
EliminarTens toda a razão, infelizmente.
ResponderEliminarInfelizmente.
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