31.12.17

vamos a isso, 2018

2017 chega hoje ao fim. Para trás ficam muitas emoções. Muitos momentos bons. Outros menos positivos. E uma mudança profissional - a primeira em mais de dez anos - que há muito desejava.

Agora, é altura de pensar em 2018. Um ano que muito desejo. Quero que seja o meu ano. O nosso ano, englobando aqui os meus. É também um ano de algum egoísmo. Porque o "eu" vai ter de se destacar em algumas situações. Sem pensar tanto em coisas que acabam por não ser valorizadas.

Existem mudanças para fazer. Hábitos para recuperar. Sempre com algo em que passou a ser obrigatório para mim: não perder tempo nem gastar energias com tudo o que é acessório e nada me acrescenta.

Espero também que este seja o vosso ano. Que realizem tudo aquilo com que sonham. Que tenham muita saúde. E que sejam muito felizes! Beijos e abraços para todos.

24.12.17

ho ho ho


Que este seja o melhor Natal de sempre. Que nenhum lugar fique vazio nesta noite. Que não falte amor, sorrisos e muita partilha. Que os presentes correspondam à realização de sonhos. Que a saúde abunde. E se assim for, tudo está bem. Haverá força para conquistar tudo o resto. Espero que seja o melhor Natal das vossas vidas. Beijos e abraços para todos! 

21.12.17

raríssimas e segredo dos deuses

Tenho acompanhado o caso Raríssimas. Com bastante tristeza. Em especial em relação às pessoas que realmente necessitam desta associação que poderá vir a ter os dias contados. Tal como tenho tentado acompanhar o especial de informação Segredo dos Deuses, igualmente na TVI. "Lamento" que o primeiro esteja a abafar um pouco o segundo. O que faz com que muitas pessoas passem ao lado de um excelente trabalho. Que dá a conhecer mais uma dura realidade. Que me faz pensar em coisas que prefiro não verbalizar aqui. E ficam tantas questões no ar. A principal... como é que tudo isto é possível? E também como é que ninguém faz nada!

20.12.17

condutores malucos e acidentes

Existem dias em que fico admirado com acidentes que vejo. Fico a pensar como é que podem ter acontecido. Como foi o caso do cavalo que morreu num acidente no IC 19. Ou a publicidade que está destruída perto da minha casa numa zona de recta com visibilidade. Mas existem outros dias em que observo o comportamento de condutores e fico a perceber que é fácil acontecerem muitos acidentes. E acabo de testemunhar dois.

Numa estrada movimentada e com berma reduzida, deparei-me com um motard a circular depressa na berma. Algo que pode levar a um acidente sem grande dificuldade. Outro comportamento está relacionado com aqueles condutores que compraram a faixa da esquerda. Que deveria ser a da velocidade, mas onde decidem circular devagar. Afinal de contas, têm o mesmo direito dos restantes condutores. E se querem ir ali, ninguém tem nada a ver com isso.

Até que são ultrapassados pela direita por algum condutor que já perdeu a paciência. Nesse momento aceleram como se fossem um piloto de Fórmula 1. Porque ir a pastelar na faixa da esquerda é de "Homem" mas ser ultrapassado pela direita é um atentado à honra da pessoa. Por isso, toca a acelerar como se não houvesse amanhã. E facilmente se dão acidentes.

16.12.17

jantares de natal

Nunca percebi aquela obrigatoriedade de participar em vários jantares de Natal. É o dos amigos, é o dos colegas, é o dos conhecidos com quem só se fala nesse jantar, é com pessoas que nem se conhece bem e por aí fora. E parece mal se a pessoa diz "não" a algum convite.

Olho para os jantares de Natal da mesma forma que olho para os presentes. Faz sentido, tudo bem! Apenas porque sim, tudo mal. E não tenho problema nenhum em recusar convites. Porque acho mais lógico do que marcar presença num jantar com quem raramente falo. Só porque é Natal.

Até porque isso retira o encanto que deve ter um jantar de Natal. Ou um convívio de amigos. Coisas forçadas nunca deram bom resultado. E presentes e jantares natalícios não são excepção.

13.12.17

será que o jornalismo não serve mesmo para nada?

Muitas pessoas defendem que o jornalismo não serve para nada. Que só existem maus jornalistas, que estão todos comprados, que isto e aquilo. Até que surgem reportagens como aquela que Ana Leal fez sobre a Raríssimas.

Fica a questão: será que as pessoas sabiam o que acontecia na associação sem o jornalismo? Afinal... faz falta. É sempre fará. E só quando deixar de existir é que as pessoas vão perceber a falta que faz.

Se não fosse o jornalismo, muitas coisas continuariam escondidas. E a ser feitas sem que as pessoas se apercebessem. O jornalismo é mesmo muito importante para todos. Mesmo para os que falam mal dele. 

10.12.17

vergonha do triunfo do mal ou raríssimas

Vi atentamente a reportagem da Ana Leal sobre a gestão que Paula Brito e Costa faz da Raríssimas, uma associação que sobrevive de verbas do Estado e de donativos. E senti vergonha do primeiro ao último segundo da reportagem.

Não fico surpreendido com esta realidade. Até porque certamente que este não é o único caso. Aquilo que me espanta é a forma como isto ainda é possível. Como é que as pessoas não falam. Como é que se pode permitir que estas associações tenham liberdade para que seja fácil pessoas como estas fazerem o que fazem.

É por isto que as pessoas são cada vez mais desconfiadas. Já não sabem se devem ajudar porque não sabem qual o destino do dinheiro que doam. E neste caso serve para pagar gambas, vestidos de luxo, carros caros e ordenados de familiares.

Lamento pela Raríssimas (e não confundo pessoas com causas), de quem depende da associação é de quem precisa dela. Espero uma resposta breve de quem manda. E espero que sirva de exemplo para que nada disto volte a acontecer.

9.12.17

guloso: ser ou não ser?

Percebes que não és guloso quando encontras doces em casa que a validade acabou em 2015. E outros em 2016. 

5.12.17

falta de cultura musical

Gosto de música. Não sou fanático por nenhuma banda ou género, mas adoro música. Gosto de ouvir de tudo um pouco e gosto de acreditar que faço parte de uma geração que foi brindada com grandes bandas e excelentes trabalhos. A isto junta-se a cultura musical que bebi de pessoas mais velhas do que eu.

Um fenómeno que creio está cada vez mais perto do fim. Assusta-me que no futuro as referências musicais dos adultos (hoje jovens) sejam os grupos de qualidade duvidosa que estão em todo o lado. Artistas que não o são. Mas que os jovens adoram.

Será triste ter uma geração adulta que não saberá quem foi um Frank Sinatra. Só para dar um exemplo. E podia passar horas a falar de grandes nomes. E até posso ir buscar projectos mais recentes que muitos jovens hoje desconhecem.

A cultura musical não dita o futuro da maioria das pessoas. Mas entristece-me saber que grandes nomes não vão passar de um simples tema de conversa entre um grupo específico de pessoas que ainda os mantêm vivos.

4.12.17

pais, isto é normal?

Nota prévia. Adoro crianças. E desde que nasceu que estou habituado a ter a minha sobrinha em casa. Mas não considero normal que pais incentivem uma criança a saltar em casa como se estivesse numa qualquer cama elástica. O barulho é tal que parece que a criança está a dar cabeçadas na parede. Isto enquanto os pais gritam de alegria.

Compreendo barulho em datas específicas como aniversários, Natal, Passagem de Ano e por aí. De resto, não compreendo os motivos que levam pais a incentivar um comportamento nada adequado para quem vive em sociedade. E com vizinhos por baixo (que não é o meu caso e o barulho era bastante inconveniente).

As crianças devem brincar. Mas também devem saber o que podem fazer. Onde podem fazer e a que horas podem fazer. Esta é a minha ideia. E o barulho continua, como se fossem os únicos do prédio.

28.11.17

o triste exemplo de joão ricardo

Infelizmente João Ricardo perdeu a luta contra o cancro. Um triste desfecho que já era aguardado, por mais que todos quisessem acreditar num milagre. Quando se soube que o ator tinha morrido, teve início um dos piores fenómenos das redes sociais. Que curiosamente só atinge "famosos". E que passa por dedicar palavras a quem morre, como se fosse o amigo de uma vida.

Compreendo que pessoas anónimas partilhem uma homenagem nas redes sociais. Por mais que isto seja estranho para muitas pessoas, acredito que todos criamos empatia com determinadas figuras de quem passamos a gostar por um qualquer motivo. E não vejo nada de errado nisto.

Aquilo que acho absurdo é quando figuras públicas começam a partilhar grandes dedicatórias. "Ensinaste-me isto", "nunca mais fui o mesmo depois de trabalhar contigo", "eras muito importante para mim", e mais outras frases. Até que chega o momento do velório. E do funeral. E ninguém lá mete os pés. Ninguém aparece. Ninguém tem palavras bonitas e frases fofinhas para partilhar.

Aceito que possam lidar mal com a morte. Que não consigam estar em velórios nem funerais. Mas é muita coincidência isto acontecer SEMPRE que morre uma figura pública. O que é triste. Porque ninguém obriga ninguém a fazer aquelas homenagens. Neste caso específico cheguei a ouvir homenagens de pessoas que nem sabiam que o actor estava doente.

Numa altura que se fala muito do aproveitamento desnecessário da dor dos outros... não sei o que chamar a este fenómeno. Muito triste!

24.11.17

black friday

Black Friday é o dia em que muitas pessoas gastam o dinheiro que não têm, em artigos de que não precisam e, em muitos casos, em promoções que não o são.

Mas no fim fica a sensação de que se fez o melhor negócio do mundo. E que aquele objecto de que não nos lembramos do nome e que nem sabemos para que serve, ainda será muito útil!

20.11.17

o "terror" das músicas de natal

O Natal já chegou! Pelo menos aos locais que muito dinheiro ganham com a sua chegada. São as árvores, luzes e restante decoração. E, como não podia deixar de ser, as músicas de Natal. Clássicos que todos conhecemos de cor e salteado.

Com o passar do tempo tenho vindo a ouvir pessoas queixarem-se das músicas. Porque começam a ficar fartas delas. Nessa altura digo sempre o mesmo. "Experimenta trabalhar num centro comercial durante o Natal". Algo que fiz durante anos.

Se as pessoas ficam irritadas com as músicas, imaginem quem trabalha num centro comercial. Que são as pessoas para quem o Natal deverá ser mais longo. As pessoas podem ir às compras e não achar piada à música. Ou mesmo à decoração. Mas fiquemos pela música.

Quem trabalha num centro comercial não ouve aquele clássico uma vez por dia. Algo que acontece às pessoas que vão às compras. Quem lá trabalha ouve a música uma vez em cada duas horas. Isto ao longo de vários meses. É algo que acaba por já nem se sentir!

Por isso, sempre que quiserem falar de músicas de Natal que tocam sem parar... peçam a opinião a um lojista de um qualquer centro comercial!

19.11.17

a vida como nos filmes e séries

A vide deveria ser como nos filmes e séries de televisão. Assim, quando em casa e depois de longas horas de trabalho, estamos sempre no nosso melhor. Idealmente no sofá e com um copo de vinho tinto na mão. Se isto for realidade para alguém, acusem-se sff!

18.11.17

só para quem se quer divertir

Já tinha partilhado um texto onde dava conta do "desespero" em fazer uma chamada com recurso à Siri. Expliquei também que me divirto a dizer coisas sem sentido à Siri. Pois bem, quem se quiser divertir só tem de fazer isto. Basta dizer duas frases:

"Siri faz beat box" e "Siri você gosta de Carnaval?" Depois é só apreciar as longas respostas!

14.11.17

somos um povo que adora uma boa polémica

Somos um povo que adora uma boa polémica. E que gosta de discutir o que nem sempre tem discussão. Como é o caso da polémica com o Panteão Nacional. A partir do momento em que é legal, pouco há para discutir sobre o jantar da Web Summit. Porque não existe ilegalidade nenhuma. Não percebo como se pode pedir a demissão de uma pessoa que simplesmente cumpriu a lei.

Aquilo que se pode discutir é a autorização da utilização do espaço. Qual foi o motivo. Por que razão se paga apenas 3000 euros para utilizar um espaço tão nobre como o Panteão? Para onde vai o dinheiro? É utilizado para melhoramentos do espaço? Estes podem ser temas interessantes de discutir. E não apenas falar mal das pessoas da Web Summit nem pedir a demissão de alguém que cumpre a lei.

Já agora, vamos recuar até 2003. Foi muito giro ver o Panteão Nacional transformado na Escola de Hogwarts para o lançamento de um livro da saga Harry Potter. Neste caso, com muita exposição mediática, já ninguém se importou com o respeito pelos mortos e pelas figuras históricas. O que levanta outra questão: estamos mesmo preocupados com o Panteão ou andamos a brincar à política e temos ódio às pessoas da Web Summit?

laughing and fucking

Isto anda muito próximo da perfeição. Desde a música à letra, passando pela extraordinária coreografia e vídeo. Tudo em bom. Mais uma para ouvir em repeat. "All night laughing and fucking. Some days like I'm barely breathing and after we were high in the love, doped out"

13.11.17

o mundo está cheio de boas pessoas

O mundo está cheio de boas pessoas. Sendo que o ser boa pessoa parece ser uma característica que quase todas as pessoas têm. E que é facilmente confundida por muitas pessoas. E quando digo que é facilmente confundida é porque muitas pessoas tendem a refugiar-se no ser boa pessoa. E colocam esta qualidade num patamar onde nem sempre deve estar. Porque ser boa pessoa não chega. E não é uma prioridade em muitos casos.

Por exemplo, quem nunca ouviu no trabalho alguém dizer que o funcionário x é boa pessoa. Não importa se trabalha bem. Se faz as suas tarefas. O que importa é que é boa pessoa. E muitas pessoas confundem isto com ser bom funcionário. Parecendo que não percebem que uma boa pessoa não faz um bom funcionário. Tal como um extraordinário funcionário não faz uma boa pessoa. Uma coisa não leva à outra. Infelizmente já trabalhei com excelentes funcionários que eram péssimas pessoas. Tal como sou amigo de muitas boas pessoas com quem não queria trabalhar.

E isto não é exclusivo do trabalho. Porque as boas pessoas estão em todo o lado. Atrevo-me até a dizer que muitas pessoas dizem isto quando nada mais têm para dizer sobre alguém. O "boa pessoa" é aquela peça de roupa preta que nunca passa de moda e que fica bem em todas as ocasiões. E isto nem sempre é justo. Ou dito por outras palavras, o ser boa pessoa nem sempre deve ser colocado em primeiro lugar. Especialmente quando esse conceito faz com que a visão fique distorcida.

Num mundo ideal estaríamos rodeados de boas pessoas que também são boas em tudo o resto. Mas nem sempre é assim. As grandes equipas de futebol não estão cheias de boas pessoas. As grandes empresas não são feitas apenas de boas pessoas. Nem os mais perfeitos grupos de amigos estão cheios de boas pessoas. O que não tem de ser um lamento. Nem é algo chocante. É a vida como ela é. E só tem de ser percebida assim. Para que o boa pessoa não se transforme na tal peça de roupa preta que não faz falta para nada mas que está no armário porque pode vir a ser necessária porque fica sempre bem.

11.11.17

não imagino muitas declarações de amor melhores do que esta

Acho que já o tinha referido no blogue. E volto a dizer. Não existem muitas declarações de amor que superem esta. Neste caso é Agir quem dedica a música à mulher. Mas aquilo a que me refiro é a uma música e uma letra. Não existem muitas declarações que sejam mais intensas e emocionantes do que algo que fica para sempre.

10.11.17

banalização do assédio sexual e violações

Um caso graves de assédio sexual e violações deu a conhecer o lado obscuro de Hollywood. Aquele que toda a gente conhece mas que deixou de ser um rumor que passa de boca em boca. Entendo que assuntos como assédio sexual e violações são sérios demais. E que não devem ser banalizados. Que é o que está a acontecer neste momento. Como novas acusações de assédio sexual e violações a cada segundo que passa. Com isto não quero dizer que os casos não devem ser expostos. Mas as pessoas, principalmente aquelas que acusam, devem perceber aquilo que estão a fazer quando abrem a boca. Porque neste momento qualquer acusação tem tempo de antena e alguma são ridículos.

Como é o caso que envolve o comediante CK Louis e outras duas comediantes, na altura aspirantes a comediantes. Estas duas senhoras dizem que aceitaram ir para o quarto do humorista (ele já uma estrela e elas desejosas de o ser) porque supostamente os bares estavam fechados. Chegam ao quarto e ele pergunta se pode ficar com o pénis à mostra. Elas começam a rir. Mas não dizem que não. Ele começa a masturbar-se. Elas continuam a rir. Porque acham que é uma piada dele. Ele continua a masturbar-se. Elas não vão embora. Ele ejacula para o próprio corpo. Elas assistem. E só depois vão embora. Agora, acusam o comediante de assédio sexual.

Isto é ridículo. Aceitaram ir para o quarto dele. Ele pediu para fazer algo que elas não recusaram. Ele fez algo e elas ficaram por lá. E depois foram embora. Acusações com esta banalizam um tema muito grave. Fazem com que as pessoas olhem com outros olhos para as verdadeiras vítimas de assédio sexual e de violações. O que é pena. E a continuar assim irá chegar a um ponto em que ninguém leva as acusações a sério. É triste que todos os temas, por mais graves que sejam, possam ser utilizados para motivações pessoais que vão da fama à estupidez, passando por muitos outros apeadeiros.

8.11.17

fenómenos estranhos no trânsito

O trânsito está cheio de fenómenos e comportamentos estranhos. E este é bastante comum. Refiro-me a pessoas que circulam a uma velocidade relativamente baixa. Vão descansadas até que são ultrapassadas. A partir desse momento, mudam radicalmente e não descansam enquanto não ultrapassam quem os ultrapassou. Para depois voltarem a andar devagar.

Isto pode ser explicado como:

a) o carro tem um sensor de ultrapassagens;

b) o condutor não gosta de determinados condutores;

c) cada qual faz o que quer na estrada;

d) quem está mal que ande de transportes;

e) outro motivo qualquer.

7.11.17

lili caneças e os velhos

Por estes dias só se fala de Lili Caneças. Que protagoniza uma das quatro capas de edição da revista Cristina, de Cristina Ferreira, que vai hoje para as bancas. E muitas pessoas criticam a publicação por ter uma mulher "velha" na capa abraçada por um jovem modelo.

Quanto a isto, nada a apontar. Não me choca que uma mulher mais velha - especialmente Lili Caneças - seja fotografada junto de um jovem modelo. Quem conhece Lili facilmente percebe que se há coisa de que não se importa é de arriscar.

E também não olho para esta capa como um ataque aos velhos deste País. Isso dava pano para mangas mas não cabe a foto em questão. Aquilo que aqui deve ser discutido é o enquadramento técnico da fotografia. E isto não envolve idades.

Qualquer figura pública (ou não) que é fotografada quer aparecer no seu melhor. E não me refiro à edição em photoshop. Refiro-me a pose e luz, detalhes que fazem toda a diferença numa imagem. E neste caso fica a ideia de que existiu uma vontade de contrastar ainda mais a diferença de idades. Parece que existe a vontade de fazer Lili parecer ainda mais velha. E isto era desnecessário. Se for por desleixo ainda é mais grave.

De resto, pouco há para discutir. E até me causa alguma confusão que se debata mais esta foto do que uma chamada de capa, da mesma publicação, em que se pode ler isto: "ser ou não ser racista".

6.11.17

ainda sobre a violência

Há muito que existe violência na noite, nas escolas, nas ruas e em todo o lado e mais algum. A diferença está na quantidade de telemóveis que existem e nas redes sociais onde tudo é partilhado. O que faz com que um problema grave passe a ser conhecido por todos. Quando antigamente apenas passava de boca em boca. E assim talvez as pessoas abram os olhos para o problema. Talvez os pais tenham uma melhor noção dos riscos que os filhos correm. E percebam que convém não passar ao lado deste problema. Que pode deixar marcas muitos graves – além das físicas – em adolescentes que são vítimas de violência na escola e que sofrem em silêncio.

4.11.17

urban beach gate

O Urban Beach foi encerrado durante seis meses. Uma decisão que aplaudo! Porque conheço diversas histórias de violência passadas neste espaço. E quem defende que esta discoteca (como tantas outras) é um espaço onde só entram santos e onde os porteiros são todos missionários da paz, não podia estar mais longe da verdade! E basta ir à discoteca para conhecer a realidade que lá se encontra.

Quanto à violência das imagens, pouco há para dizer. Porque (praticamente) nada justifica que se salte a pés juntos para cima da cabeça de uma pessoa que esta indefesa no chão. Especialmente quando estamos a falar de profissionais que estão a prestar um serviço.

É verdade que o Urban Beach não é um caso isolado. Há mais espaços assim. Há muitos anos. A diferença é que agora existem telemóveis que dão a conhecer uma realidade que durante muitos anos passou apenas de boca em boca. Em género de mito urbano.

Aquilo que espero é que este caso sirva de exemplo para situações futuras. Para outros espaços. De modo a que as saídas à noite sejam aquilo que deveriam ser: um momento divertido. Cada vez sou mais selectivo nas saídas à noite. Porque já fui agredido sem nada fazer. Porque já me vi em problemas que não são meus. Porque já tive noites estragadas por confusões.

De resto, este caso está a gerar aquilo que todas as situações mediáticas geram: opiniões para todos os gostos. Cabe a cada um pensar pela sua cabeça. Porque nem todos os seguranças são animais racistas. Porque nem todos os pretos são bandidos. Porque nem todas as pessoas são "barradas" por causa da cor. E porque nem todas as discotecas são antros de bêbados que procuram sexo fácil.

Existe de tudo em todo o lado. Cabe a cada um escolher a realidade da qual quer fazer parte, mesmo tendo em conta que muitos espaços de diversão nocturna são elitistas. Mas uma coisa é certa. Existe muita violência na noite. E muitas pessoas que a procuram. E não me refiro apenas aos porteiros.

3.11.17

a melhor parte de mim faz anos

Hoje é um dia muito importante para mim. Um das datas que mais gosto de festejar. Dia em que a melhor parte de mim faz anos. Ou, por outras palavras, a paixão da minha vida. O que faz com que viva este dia muito intensamente.

Parece que foi ontem que nos cruzámos na universidade. Que olhei para trás para te ver melhor. Parece que foi ontem que começámos a trocar mensagens. Ou que tivemos a nossa primeira saída a dois. Nunca, nem nos meus melhores sonhos, imaginava que te pudesses apaixonar por mim e que passados tantos anos ainda estivesses ao meu lado.

Bem sei que o dia é teu. Mas o melhor presente é para mim. És a minha melhor amiga, confidente, conselheira é amante. És o meu porto de abrigo! O meu lugar seguro. Onde tudo parece ir correr bem. Mas hoje o dia é teu. E mereces o melhor que o mundo tem para oferecer.

Quero que saibas que te amo mais que tudo na vida. Que és a melhor pessoa que apareceu na minha vida. Obrigado por me teres ensinado a amar. A ser feliz com o coração preenchido. És tudo para mim! AMO.TE'NOS mais que tudo na vida.

Muitos parabéns Paixão da Minha Vida. E agora vamos dar início às celebrações do teu aniversário. Beijos do tamanho do mundo. Amo-te muitooooooooooo.

2.11.17

violência gratuita e cobarde

Nos últimos dias destacam-se infelizmente dois vídeos de extrema violência. Um em Coimbra e outro à porta da discoteca Urban, em Lisboa. Independentemente do que possa ter dado início a ambas as situações, nada pode justificar que se dê pontapés e que se salte para cima da cabeça de uma pessoa inanimada e indefesa que está estendida no chão.

Infelizmente estas situações não são novas. Felizmente existem pessoas com telemóveis que filmam os momentos e assim conseguem fazer com que as situações não passem despercebidas junto das autoridades. Infelizmente (apesar de não condenar) as pessoas não se metem em situações destas. Algo que já vivi na pele.

Quando vejo cenas destas recordo-me do que vivi no Porto, perto das Galerias, numa noite em que estava a trabalhar com um colega que infelizmente já morreu. Por norma, quando trabalho à noite em ambientes que desconheço, não tenho comigo nada mais do que chave do carro, cartão do cidadão e cartão multibanco. E o telemóvel do trabalho, daqueles que fazem chamadas, enviam mensagens e nada mais.

E era assim que estava naquela noite. Saí de uma discoteca de música rock e ia para o parque de estacionamento. Acompanhado pelo meu colega. Vejo um grupo de (mais ou menos) sete rapazes aproximar-se de nós. Continuei a andar, até porque o meu colega era dali.

Um deles chega perto de mim e diz apenas "carteira e telemóvel". Antes que pudesse responder ou dar aquilo que tivesse (neste caso um telemóvel de pouco mais de dez euros) levei um murro na cabeça. Depois foi só pancadaria sem motivo. Dividiram-se entre mim e o meu colega e foi socos e pontapés.

Na altura pensei agarrar um para lhe servir o que me estava a servir. Mas tive cabeça para perceber que de nada servia porque eram muitos e isso seria pior para mim. O segundo pensamento foi nunca parar até sair da rua. O que consegui fazer. Acrescento apenas que entreguei o telemóvel e continuei a ser agredido. Quando consegui sair da rua vejo a cara do meu amigo cheia de sangue.

Aqueles parasitas da sociedade roubaram um telemóvel de dez euros. E saíram a correr pela rua. Isto passou-se a poucos metros da porta da discoteca. Calhou estar ali senão teriam sido outras pessoas. Estava um grupo à porta da discoteca e o segurança escrava à porta. E ninguém fez nada. Algo que não condeno. Porque as pessoas têm medo.

Felizmente nenhum de nós caiu. A cena de pancadaria gratuita foi sempre em movimento. Mas não tenho dúvidas de que não teríamos tido melhor sorte do que os dois jovens que Portugal vê serem barbaramente agredidos na televisão. Porque aqueles rapazes não queriam roubar. Queriam descarregar frustrações em pessoas normais que não conhecem de lado nenhum.

Espero que os vídeos destas agressões sejam suficientes para que existam punições legais severas. Para que não voltem a existir agressões como estas e como aquela que vivi. E só volto a partilhar o meu caso porque muitas pessoas pensam que todas as agressões têm de ter uma história motivada pelo agredido. E não têm! No meu caso pediram-me o telemóvel e a carteira para prontamente ser esmurrado na cabeça.

assédio sexual (famoso e não só)

Nos últimos tempos tem vindo a ser revelado um lado obscuro (mas nada surpreendente e desconhecido) de Hollywood. Que tem a ver com o assédio sexual feito a pessoas que estão numa fase inicial da carreira. E por mais simples que possa parecer, é um tema muito complexo.

Pegando na realidade de Hollywood, os predadores sexuais são quase sempre grandes monstros da indústria. E as vítimas jovens que procuram ganhar espaço num mundo onde todos os actores sonham estar. O que gera medo. Já li declarações de uma atriz que dizia não saber como recusar as investidas de um nome forte de Hollywood. E esta é uma das questões. O medo de dizer não e arriscar nunca mais trabalhar em Hollywood, a maior ambição de uma vida.

Outra questão é a vantagem sexual que algumas pessoas pensam ter ao aceitar fazer parte destes jogos sexuais. Acreditando que o trunfo de uma relação sexual é sinal de uma próspera carreira em Hollywood. Ou sinal de indemnização choruda em caso de ameaça de abrir a boca para contar a história.

Nenhum destes pontos serve de defesa para quem orquestra estes esquemas. Nem transforma em más pessoas aqueles que aceitam fazer parte do mesmo, seja por que motivo for. A grande questão aqui está relacionada com o silêncio de quem está a par de tudo isto. Realizadores e actores já vieram a público dizer que estavam a par que se passava e que nada fizeram. Então por que motivo ficaram calados durante todos estes anos?

Todos sabem mas ninguém diz nada. Ninguém faz nada. As pessoas gostam é dizer coisas como "eu sabia". E tem a sua piada que já estejam a transportar a realidade de Hollywood para Portugal. Já existem várias pessoas que dizem saber de realidades semelhantes. O que essas pessoas podem e devem fazer é dar o primeiro passo e revelar tudo. Em vez de ficarem à espera de que alguém abra a boca para depois dizerem que já sabiam.

30.10.17

sensação agridoce ao dizer isto

Nos últimos tempos a minha vida levou uma grande volta, a nível profissional. O que implica ainda maiores responsabilidades. Muitas preocupações que também eram minhas, mas num registo diferente daquele que tinha antigamente. O que faz com que seja quase impossível desdobrar-me nas mais diversas coisas que tenho para fazer. Dou por mim a ficar 12 horas no local de trabalho. Simplesmente porque foi o tempo necessário para resolver tudo o que estava para resolver.

Esta situação leva-me a dizer uma coisa que "odeio". Refiro-me ao "não tenho tempo". Semana após semana digo que vou treinar os cinco dias úteis da semana e dou por mim a correr uma vez por semana. Dou por mim sem tempo para mim, para os meus e para coisas que muito prezo. Isto não é um lamento. É um desabafo agridoce. Porque gosto desta responsabilidade. Entendo apenas que estou num período de adaptação que acabará por entrar no eixos. E que me voltará a dar tempo para tudo aquilo que também é importante para mim.

Simplesmente passei a olhar de outra forma para as pessoas que dizem não ter tempo para isto ou para aquilo. É certo que é uma questão de prioridades. Mas às vezes, depois de longas horas de trabalho, as prioridades são completamente diferentes daquelas em que acreditávamos. E isso faz todo o sentido agora. O meu pedido de desculpas às pessoas que diziam, de forma que não compreendia, que não tinham tempo para isto ou para aquilo. Como vos percebo agora.

26.10.17

10 anos de ti

Faz hoje dez anos que estava à espera que nascesses. Não eras minha filha mas estava tão nervoso, assim acredito, como um pai que aguarda pelo momento do nascimento da filha. Não conseguia parar quieto. E contava os segundos para te ver pela primeira vez. Momento que nunca esquecerei. Eras muito, muito pequenina mas já me mostravas que tinha acabado de nascer um amor muito, muito grande.

Passados dez anos (caramba, já passou uma década) o amor é ainda maior. Continuo a sentir-te (e sempre será assim) como uma filha. Deste-me a conhecer um amor que desconhecia. O que é uma das melhores prendas que recebi na vida. E que me assusta por pensar que poderei não estar à altura daquilo que esperas de mim. És uma das boas partes de mim. Ajudas-me muito mais do que pensas. E amo-te muito mais do que alguma vez conseguirei expressar em palavras.

AMO-TE MUITO Beatriz! E vamos lá celebrar o teu aniversário e provar o bolo feito por ti.

24.10.17

a moda das tatuagens

Fiz a minha primeira tatuagem quando tinha 18 anos. Fiz a segunda há uma semana, com 36. Pelo meio tive vontade de fazer várias. Mas nunca fiz. Porque não era a altura certa. Porque o motivo não era assim tão forte. Porque o desenho ainda não era o que desejava. Entre muitos outros motivos. Não escondo que não fui tão ponderado com a primeira tatuagem. Mas, mesmo assim, escolhi um desenho com o qual me identificava. Com algo que representava parte de mim. Sendo que fui muito mais ponderado na segunda vez.

Isto para dizer que nunca olhei para as tatuagens como uma moda. Se assim fosse, talvez tivesse feito algo com arame farpado na primeira vez. E teria algo diferente nesta segunda opção. As tatuagens são sérias demais para serem escolhidas de ânimo leve. São algo que será (em princípio) para sempre. E o para sempre não vive de modas. Seja naquilo que for. Especialmente nas tatuagens. Mas infelizmente, muitas pessoas olham para as tatuagens como uma moda.

Fazem porque o primo fez. Fazem porque os amigos também fizeram. Porque o vizinho do lado tem uma. Até que chega o arrependimento. E aquilo que fica é uma tatuagem sem história. Sem qualquer motivo que possa ser digno de ser partilhado. Ou que, pelo menos - e isto é que importa - tenha um significado especial para quem a carrega para sempre. Por isso é que não aconselho ninguém a fazer uma tatuagem apenas porque sim.

Se olham para as tatuagens como moda, gastem esse dinheiro - até porque não são baratas - em roupa. Ou noutra coisa qualquer em que o arrependimento não seja uma memória diária. Ou se tiverem capacidade para isso, poupem esse dinheiro até ao momento em que faça sentido ser utilizado em algo. Até porque qualquer tatuagem tem muito mais impacto pessoal quando é o significado de algo intenso.

23.10.17

ainda os incêndios (a imagem do país numa acção)

Há muito que defendo que os problemas associados aos incêndios em Portugal devem ser distribuídos, no que a culpas diz respeito, pelos principais partidos políticos nacionais. Porque todos têm culpa. Todos contribuíram para o problema. Ao longo de muitos anos. Mas poucas pessoas parecem querer ver isto. Porque são incapazes de despir a camisola do partido que apoiam. E preferem culpar os outros, bem ao estilo nacional. A culpa é sempre de alguém que não nós.

Por isso, acho que a imagem dos incêndios pode ser resumida a uma acção que decorreu durante a manifestação de Lisboa. Um jovem é agredido por ter levantado uma faixa onde se podia ler que a culpa era dos maiores partidos nacionais. Foi agredido por diversas pessoas. Com um dos agressores a dar a cara aos jornalistas para dizer que a culpa é apenas do Partido Socialista. Isto explica muita coisa. Em especial o facto de não resolvermos os problemas com uma maior velocidade.

19.10.17

nem tudo é mau no final de uma relação

Por norma o final de uma relação sentimental é algo que custa. E estou a excluir da frase anterior relações bastante curtas. Aquelas que não têm tempo suficiente para que alguma das pessoas fique triste com o final da relação. E bem vistas as coisas, e numa altura em que as pessoas são cada vez mais descartáveis, isto corresponde a boa parte da relações dos dias que correm. Mas aquilo de que quero falar é de relações duradouras que chegam ao fim.

O final corresponde sempre a um final de tristeza. Não gosto de falar em luto mas em ponderação. Independentemente de quem toma a iniciativa de terminar a relação, existe sempre um período em que se tenta perceber o que falhou. O que levou ao desgaste ou a um afastamento que se torna irreversível. Este é o lado mau do final da relação. Perceber que aquilo em que se acreditava acabou por se perder. Olhar para trás e perceber que largos anos da vida acabaram de uma forma que nunca tinha passado pela cabeça das pessoas.

Mas existe um lado bom no final de uma relação. Quem nem deveria existir. Porque é sinal de desleixo durante a relação. Quanto as pessoas terminam uma relação passam a cuidar mais de si. Preocupam-se em estar bem. Em estar bonitos. Preocupam-se com aqueles quilinhos a mais que nunca mereceram atenção durante a relação. Arranjam tempo para fazer aquilo de que gostam e que não faziam durante a relação. Isto é muito comum a quem termina uma relação. E é pena que assim seja. Porque isto nunca deveria ser necessário. Ou, dizendo de outro modo, deveriam ser preocupações presentes durante a relação e não apenas no final.

17.10.17

abençoada chuva

Em condições "normais" as pessoas estariam a criticar a chuva e a desejar o bom tempo até ao próximo Verão. Neste caso, felizmente choveu. E a água foi suficiente para ajudar os bombeiros a colocar um ponto final em todos os fogos que ainda estavam a consumir Portugal. Estou muito feliz com esta chuva. Porque foi essencial para os bombeiros.

Agora, desejo que esta água também lave muitas bocas. E que lave as ideias erradas que tantas pessoas vendem como certezas absolutas, sem qualquer conhecimento de causa. Que este drama sirva, de uma vez por todas, para corrigir o que está mal em matéria de incêndios. Um problema que não tem dois dias, nem dois meses ou dois anos. Um problema que tem décadas! Aquilo em que não acredito é que tudo isto venha a servir para que muitas pessoas pensem duas vezes antes de abrir a boca.

16.10.17

aquilo que mais me irrita nos incêndios (e não só)

Aquilo que mais me irrita neste drama dos incêndios é a atitude de muitas pessoas nas redes sociais. Que há muito se transformaram numa espécie de tribunal onde todos são juízes com conhecimento em todas as matérias. Em todas! Irrita-me a sede de encontrar um culpado. Uma pessoa a quem apontar o dedo como culpado de todos estes incêndios. E para isso dizem-se as maiores barbaridades. Algumas por falta de conhecimento das leis. Outras por raiva e/ou impotência. E algumas, e peço desculpa pela sinceridade, por burrice.

Neste caso não há um culpado. Existem muitos. Mas mesmo muitos. Que vão de políticos aos donos do terrenos que ignoram aquilo que é um dever. Apesar dos constantes alertas. Ou para aquelas pessoas que sabem que está tudo a arder e mesmo assim ainda adoptam comportamentos de risco que podem levar a mais incêndios. E deixo apenas dois dados que talvez muitas pessoas desconheçam. Se não estou em erro, mais de 90% do mato em Portugal é privado. E são os donos que têm a obrigação de fazer a manutenção dos terrenos. E os portugueses são os europeus que fazem mais ignições. Se estes dois dados explicam tudo? Não! Longe disso. Tal como não explica tudo dizer que a culpa é do Governo.

Há muito para discutir. Desde o negócio dos incêndios até ao descuido dos proprietários dos terrenos, passando pelos políticos. E algures neste percurso estamos todos nós. Sem excepção. E enquanto andarmos a apontar o dedo uns aos outros, nada irá mudar. Servirá apenas para criar ainda mais confusão. Que nada resolve. As pessoas devem todas colocar a mão na consciência e perceber aquilo que está a ser mal feito. Mas tudo. E não apenas uma parte. Uma das coisas mais injustas que se podem fazer em momentos de dor como este é querer encontrar apenas um culpado. Alguém que sirva de bode expiatório para os erros de tantas pessoas.

E este problema dos portugueses não é exclusivo dos incêndios. É comum a todas as grandes notícias que nos chegam. Desde o Cristiano Ronaldo que atira um microfone para a água até às decisões de Donald Trump. Os portugueses sabem tudo de tudo. Só não sabem dos problemas que têm em casa. Nem daquilo que podem (e devem) mudar perto de si. É aquela máxima de que todos querem mudar o mundo, mas ninguém está disposto a mudar.

um aperto no coração

Tanto incêndio. Em Outubro. Com temperaturas a rondar (ou ultrapassar) os trinta graus. Não consigo sequer imaginar o desespero de todas aquelas pessoas que estão dispostas a dar a vida para proteger aquilo que construíram ao longo da vida. Não consigo imaginar o desespero que leva uma mulher grávida a perder a vida na tentativa de fugir do incêndio. É tudo muito triste. Não há palavras para esta situação...

13.10.17

desejo sexual entre casais

Ao que parece está provado que ao final do primeiro ano de relação é normal que exista uma diminuição do desejo sexual na relação. Doze meses é o tempo necessário para que homens e mulheres comecem a perder desejo sexual pela outra pessoa. Confesso que este é daqueles estudos que me surpreendem. Mesmo dando o desconto do encanto inicial de qualquer relação, doze meses são muito poucos para que se comece a perder o desejo sexual pela outra pessoa.

O estudo não revela que o desejo sexual morre nessa altura. Refere apenas que existe uma diminuição do desejo. E são as mulheres que mais facilmente perdem o desejo sexual pelo parceiro. A percentagem está no dobro, quando comparado com os homens. Ou seja, eles perdem muito mais facilmente o desejo do que eles. E isto pode levar a diversas leituras. Muitas mulheres queixam-se do egoísmo deles na cama. Que só pensam neles, o que muitas vezes pode levar a uma "frustração" sexual. Disto podemos saltar para a falta de comunicação entre os casais. Mesmo na cama. Isto sem esquecer a rotina sexual.

Quando se misturam estes ingredientes estamos perante uma receita com poder para destruir uma relação. Se as coisas começam a estar mal na cama, facilmente e rapidamente estão mal em tudo. E se não houver comunicação (na cama e fora dela) tudo piora! Estes 12 meses (e quem lê isto certamente dirá que consigo nunca aconteceu nada assim) são a prova de que existe falta de comunicação entre os casais. As pessoas falam pouco. Acham que todas gostam das mesmas coisas. Que aquilo que dá prazer a uma pessoa, dá a todas. E depois... afinal não era nada assim.

11.10.17

conseguimos

"Amizade, só para vos dizer que conseguimos! Com respeito, confiança, dedicação e admiração, bastante paciência e compreensão. Descobertas apaixonantes e ricas de partilhas sinceridade. Confrontos de ideias e ideais constantes, muita estupidez e mau gosto mas sempre todos na mesma direcção! Maninhos, cada um à sua maneira, construímos algo de espectacular! E quando assim é, estamos todos de parabéns!"

Estas palavras são de um amigo de infância. Que agora vive fora de Portugal. No último regresso conseguiu juntar alguns amigos de infância. Com quem tirou uma foto que foi acompanhada destas palavras. Desde que li isto que dei por mim a olhar para as pessoas da foto. E ali há muito talento. Pessoas com projectos bem sucedidos. Muitos trambolhões, muita aprendizagem e até momentos de superação perante doenças com o nome de que ninguém gosta. Mas no geral destaca-se o "conseguimos".

Que vai muito além das pessoas da foto. Do grupo de amigos da escola, pessoas com quem acabamos por perder a proximidade típica dos tempos escola, encontro empresários de sucesso. Talentos que estão no topo do que existe em Portugal. Uma pessoa que trabalha com o Presidente da República. E muitas histórias de sucesso. Pais de filhos, homens casados e até casais entre pessoas da escola. É bom pensar nisto e realmente ter vontade de dizer "conseguimos". Porque na verdade foi isso mesmo que aconteceu.

10.10.17

hoje foi dia de pagar uma promessa

As promessas podem ser feitas das mais diversas formas. E há muito que tinha feito uma. Que está relacionada com momentos da minha vida. E não só. Também com momentos da vida dos meus. Conforme as coisas foram acontecendo foi aumentando a vontade de levar a cabo aquilo que vinha prometendo. E hoje foi dia de pagar essa promessa. Que foi feita em forma de tatuagem. Que me irá acompanhar para sempre. E que simboliza momentos marcantes da minha vida. Obrigado ao Gury pela brilhante forma como deu vida aquilo que estava na minha cabeça.

9.10.17

o que é uma mulher real?

Recentemente fiz parte de uma conversa em que se falava da suposta mulher real. Um homem tinha defendido que as mulheres magras é que são perfeitas. Duas mulheres não gostaram e defenderam a mulher real. Aquela que tem gordurinhas. No meio disto tudo falta saber o que é afinal uma mulher real.

Uma mulher magra, sem gorduras e com o corpo trabalhada é falsa? Deixa de ser real? O nível de realidade de uma mulher é medido em gorduras e peso a mais? É isto que faz uma mulher mais real? Por outro lado, a existência de gorduras faz com que a mulher seja menos perfeita do que uma magra?

Tudo isto é muito discutido. Especialmente por mulheres. Mas é uma discussão sem sentido. Porque todas as mulheres são reais. Por quais que se queira transformar isto numa guerra de pesos. É tão real a obcecada por dietas como a maluca por doces. Tal como é igualmente real a mulher que anda ali pelo meio. Que não foge para nenhum dos lados da balança.

De resto, apenas são diferentes. Na forma de viver e nas prioridades que elegem. Por mais que a moda seja ser fit, uma mulher com peso a mais continua a ser real. Tal como uma mulher com um corpo tonificado é real. Mas nenhuma é melhor do que a outra. Nenhuma precisa de ofender a outra para se sentir melhor.

Se dá mais trabalho estar em forma? Sim! Para a grande maioria das pessoas. Sejam mulheres ou homens. Mas isto não faz destas pessoas melhores do que as outras. É apenas uma opção de vida. Tal como ter peso a mais e não gostar de treinar ou ter uma alimentação saudável serve de justificação para uma eventual realidade.

6.10.17

vamos lá falar de sonhos

Parece que existem sonhos que são muito comuns. Aliás, coisas com que todas as pessoas sonham. Coisas como sexo, dentes a cair, perseguições e quedas são temas bastante comuns entre os sonhadores. Tal como sonhos a preto e branco. O que faz de mim uma pessoa pouco comum. Sexo e quedas ainda se aplica aos meus sonhos. Pelo menos daqueles de que me recordo.

Tenho alguns sonhos que considero parvos. Por não terem qualquer lógica para mim. Mas nunca sonhei com quedas de dentes. Creio que também nunca sonhei com perseguições. E nunca tive um sonho a preto e branco. São todos as cores. Mas pelo que tenho ouvido, são temas comuns a quase todas as pessoas. E neste caso prefiro ser a excepção. Dispenso ser a regra geral para sonhar com quedas de dentes. Palpita-me que não será muito simpático.

3.10.17

Isaltino morais: odeia o jogo, não o jogador

A eleição de Isaltino Morais desperta em mim um misto de sensações. Por um lado vejo o homem que é adorado pela população de Oeiras. Algo que esta eleição reflecte e de que não duvidava. Por outro lado, é impossível não ver o condenado por crimes que ninguém quer ver associados a um político.

"É ladrão mas ajuda as pessoas", é uma das frases mais ouvidas. E que muitas pessoas dizem. E que faz o seu sentido. As pessoas partem do princípio que todos os políticos são "corruptos" e não se importam de ter um que a isso junta o apoio ao povo e o desenvolvimento de uma área. Isto faz com que não me surpreenda com a eleição. Aliás, já tinha dito que vencia.

Por outro lado, as pessoas condenam a corrupção na política mas continuam a votar em políticos condenados. O que tem o seu lado confuso. Mas confesso que não me espanto muito. É aquela maxima de odiar o jogo e não o jogador.

Isaltino Morais é um jogador de um jogo que as pessoas consideram viciado. O que faz com que o problema seja o jogo e não a eleição de Isaltino Morais. Porque, lá está, as pessoas percebem o jogo e preferem um "mau" jogador que é bom para as pessoas. É como aquele político que andou, nesta campanha, a distribuir notas à população com autógrafos seus. 

1.10.17

a arma mais importante de todas

Hoje é dia de eleições. E atrevo-me a dizer que a abstenção voltará a ganhar. O que é triste! Para todos nós! Porque o voto é a arma mais importante de que dispomos. É o poder no seu expoente máximo. E votar é algo que pode mudar o rumo. Que pode ser um sinal de mudança.

Muitas pessoas dizem que ganham sempre os mesmos. Que nada muda. Mas depois não votam. E não votar é alimentar o sistema que tanto criticam. Não votar impede que uma pessoa possa participar numa discussão política. Que possa argumentar o que quer que seja ou criticar o que quer que seja. Porque não se votou.

O voto é extremamente importante. Muitas pessoas perderam a vida para que esta arma fizesse parte da vida de todos nós. O que faz com que seja importante e que não mereça ser desvalorizado. Votem! Façam a diferença!

28.9.17

a banalidade da nudez

Hoje a nudez é banal. Está desvalorizada. É gratuita. Está em todo o lado à distância de um clique. E pouco ou nada é deixado à imaginação. O que faz com que muitas pessoas olhem para a Playboy como uma revista porca e ordinária. Numa altura em que muitas pessoas falam da Playboy devido à morte de Hugh Hefner, desafio que percorram a história da publicação.

E não me refiro à primeira capa em que aparece Marilyn Monroe, cujas fotos eram antigas e foram compradas por qualquer coisa como 170 euros. Refiro-me à capa em que aparece uma mulher semi-nua com uma gravata. Uma rara troca de papéis com os homens. Ou a capa em que aparecem funcionárias do governo norte-americano. Ou mesmo as nove mulheres de Wall Street, sendo que sete foram logo despedidas quando a publicação foi colocada à venda. Ou mesmo a agente da polícia de Nova Iorque que aceitou despir-se.

Tudo isto hoje é banal. É apenas uma (ou mais) mulher nua. Mas quando vemos os anos destas publicações, percebemos que nem sempre se olhou para a nudez da forma como hoje se olha. E percebemos a importância de uma publicação como a Playboy. Mesmo para as mulheres. Podem ver as capas mais marcantes da publicação aqui.

pontapé no rabo

Já aqui tinha falado de pessoas que são convidadas a mudar de vida. E sempre defendi que muitas delas acabam por agradecer aquilo que lhes foi feito. Porque essa mudança acabou por obrigar a que fossem até onde acabariam por nunca ir. Principalmente por falta de coragem. Que é o maior obstáculo com que as pessoas lidam. O medo da mudança faz com que muitas pessoas, simplesmente brilhantes, nunca revelem a totalidade da sua qualidade.

Sempre defendi isto. E acredito ainda mais nisto quando sou o exemplo daquilo que defendo. Num passado não muito distante a minha vida mudou. Era uma mudança muito desejada mas que aconteceu sobretudo por factores que não dependem exclusivamente de mim. E até posso dizer que talvez a minha vida permanecesse igual sem o tal empurrão. Do qual temos tanto receio. A verdade é que desde então agradeço a mudança. Não há um dia em que não pense: "ainda bem que aconteceu".

A minha vida mudou. Estou muito mais realizado profissionalmente. Cada dia é uma aventura. Uma experiência nova. E sempre com entusiasmo, apesar das dificuldades e obstáculos inerentes a qualquer profissão. Em poucos meses já aconteceram coisas que não aconteceriam em anos da minha "vida" passada. Isto só me faz ter ainda mais a certeza de que o medo e o receio são dois inimigos que poucas pessoas conseguem derrotar por si mesmas. E que acabam por matar tantos sonhos que tinham tudo para ser uma realidade bem sucedida.

27.9.17

um encanto de nuestros hermanos

Quando vou a Espanha costumo passar sempre por uma loja da cadeia de supermercados Mercadona. É aquilo que considero o supermercado ideal. Ao ponto de considerar que vale a pena fazer uma visita até Espanha para fazer um avio de determinados produtos para casa. E considero que é ideal porque alia a qualidade à quantidade e ao bom preço. Aquilo que deveria ser a combinação perfeita de qualquer cadeia de supermercados. E quando lá vou não vou à procura de produtos da marca xpto que são mais baratos. Tirando uma ou outra excepção procuro produtos de marca própria.

Porque são muito bons. E há muito que encontro lá embalagens de tamanhos que não são comuns por cá. Por exemplo, o gel de banho é muito bom e é comercializado em embalagens familiares que se vendem a apenas um euro. Ou uns cêntimos mais barato. E esta regra aplica-se à maioria dos produtos. Quantidade, qualidade e um preço que conquista todos, até mesmo o consumidor que faz contas e tudo e mais alguma coisa. Além disso apresentam ainda embalagens "inovadoras" em alguns casos.

Felizmente por cá começa a existir uma guerra frequente de promoções entre várias cadeias de hipermercados. O que beneficia o cliente. Mas, com muita pena minha, ainda compensa ir até Espanha para comprar muitos produtos Mercadona. E as pessoas que conheço que lá foram acabaram por ficar conquistadas com aquilo que por lá encontram.

26.9.17

mesmo a horas

Em tempos fui convidado a marcar presença numa conferência de imprensa que decorreu em Barcelona. Estava relacionada com uma marca de suplementos alimentares cuja imagem era Ronaldinho Gaúcho. O jogador brasileiro estava para o Barcelona daquela época como o Messi nos tempos que correm. Além disso, o jogador já não falava com a imprensa há coisa de dois meses. Já não me recordo do motivo mas tinha acontecido algo. O que fez com que estivessem presentes jornalistas de todo o mundo. Já não sei precisar a hora a que estava marcada a conferência mas sei que teve início no preciso minuto para que estava marcada. Sem qualquer atraso.

Nesta viagem a Sevilha fui ver o concerto de David Bisbal, que estava agendado para as 21h30 locais. E que teve início menos de cinco minutos depois da hora marcada. E este é apenas um dos exemplos pelos quais gosto tanto desta realidade espanhola. Por cá é charme chegar atrasado. Pelo menos meia hora. Parece que fica bem. Que uma pessoa deve chegar atrasada. Marcam-se eventos para uma determinada hora e o evento começa uma hora (ou mais) depois. E quem convida já sabe do atraso. Só quer que se acumule um grande número de pessoas. Que ficam à espera de alguém.

E isto é do mais errado que existe. Porque os atrasos não dão classe a ninguém (só às noivas). Classe é chegar a horas. É iniciar aquilo que se marca à hora combinada previamente. Por mais que se pense que a nossa realidade é a melhor, a verdade é que a cultura espanhola está muitos anos à nossa frente. Neste aspecto e em muitos outros. Quanto ao concerto, é algo que recomendo a todos. Vale muito a pena conhecer a repertório do cantor que se deu a conhecer em Operação Triunfo, numa altura em que os programas de televisão eram movidos por outros valores que não apenas a audiência fácil que vive de mãos dadas com sexo e polémica.

um encanto difícil de explicar

É complicado explicar o encanto que sinto por Sevilha. Já lá fui três vezes num curto espaço de tempo e volto sempre mais encantado do que no momento em que cheguei. Na primeira vez visitei a cidade em Julho. É aquilo que chamo uma opção para duros. Porque não é qualquer pessoa que aguenta andar a pé quando estão quarenta graus. Mesmo assim, fiquei encantado. Completamente apaixonado pela cidade. Pela beleza da rua. Pelas pessoas. Pela forma como vivem a vida. Sem esquecer a comida e o convívio.

A segunda visita serviu para entrar neste ano. Uma experiência diferente. Mas igualmente encantadora. Deu para passear. Para viver uma passagem de ano especial e diferente, com um jantar que passou por uma sandes e uma lata de cerveja. Nesta visita descobri pormenores que me tinham escapado na primeira visita. Estive em locais que me encantaram ainda mais. Não me esquecerei da noite 30 de Dezembro no Mercado Lonja del Barranco. Naquela que era a festa de final de ano dos funcionários e clientes. Um ambiente descontraído que conquista qualquer pessoa.

Voltei agora, na última semana. O objectivo era ir ver o concerto de David Bisbal e um jogo do Bétis de Sevilha. O segundo plano caiu por água que o jogo foi adiado um dia. Mas a viagem voltou a ser divinal. Tal como a primeira. Ou segunda. E mais uma vez a experiência foi diferente. Uma temperatura mais simpática (apesar de ter vindo embora com 36 graus e ter apanhado trinta à noite) que fez com que visse muitos mais turistas. O mesmo encanto nas ruas, nos restaurantes e nos mercados. Muitas pessoas dizem que os espanhóis são antipáticos para os portugueses mas não tenho nada a apontar a ninguém. Em nenhuma das visitas. Em nenhuma das experiências.

Tudo isto misturado leva-me a dizer que se fosse mais novo mudava-me para Sevilha. Já lá estaria a viver. É uma cidade ideal para pessoas da minha geração. Ou mais novas. Ali existe tudo para que se possa ser feliz. E vive-se de uma forma que a maioria dos portugueses não vive. Desde o convívio na rua entre amigos que é frequente e não uma excepção. Passando pela forma como se arranjam, nem que seja para ir comprar pão. Até ao estilo de vida. É impossível resistir a Sevilha. E é uma viagem que aconselho a todas as pessoas.

feliz ano novo

Não é a primeira vez que falo disto. Para mim o ano tem início quando terminam as férias de Verão. É nesta altura que faço planos, traço metas e faço um rascunho do futuro que desejo desenhar. É uma espécie de final de ano. Mas sem frio, espumante nem doze passas que se comem enquanto se pedem outros tantos desejos. Há muito que me habituei a isto. Por isso, feliz ano novo para todos.

16.9.17

óculos são coisa de ceguetas e pitosgas

A minha mãe usa óculos. Tal como o meu pai. Felizmente, nunca precisei de utilizar óculos. Nos exames que fiz até hoje, tudo está ok. Se fizer uma viagem aos tempos em que era mais novo, usar óculos era um pesadelo. "Caixa de óculos" e "quatro olhos" são apenas duas das alcunhas com que as crianças eram brindadas. E que eram um tormento para quem tinha de usar óculos. Não sei se ainda hoje é assim. Mas no meu tempo era. E as crianças conseguiam ser bastante más para aquelas que tinham necessidade de utilizar algo que a maioria não usa. Neste caso, óculos.

Esquecendo a minha infância e centrando-me no presente, os óculos deixaram de ser um objecto do demo para passar a ser algo ligado à moda. Parece mesmo um acessório que marca uma posição. Passou-se do receio de usar para a moda que chega mesmo às armações que se utilizam, sem qualquer lente. Esquecendo o factor moda e olhando para a minha profissão, acabo por olhar para os óculos com outro olhar, passe a redundância.

Passo o dia a olhar para dois ecrãs. Já para não falar do iPhone ou mesmo da televisão. E sempre que entrei em lojas fui aconselhado a usar óculos. Apenas para descansar a vista. Algo que fui recusando. Sempre achei que não era necessário. Até porque faço parte daqueles que têm uma visão "perfeita". Até ao dia em que comprei uns óculos. Decidi experimentar. Usei algumas vezes, sempre em ambiente de trabalho, mas acabei por não os usar durante muito tempo. Mesmo andando com eles diariamente.

Até que voltei a ser aconselhado a usar óculos. "Mas já tenho uns e não uso", expliquei. Foi nesta altura que me falaram das lentes Eyezen, criadas pela Essilor. E que são ideais para aquilo que considero geração digital. Leia-se pessoas como eu, que passam muito tempo a olhar para ecrãs de computador, tablets e smartphones. E, mais uma vez, para pessoas como eu, ou seja, aqueles que não precisam de usar óculos. Confesso que nunca olhei para os óculos como o inferno na terra. Até porque sempre vi os meus pais de óculos e sempre acreditei que seria uma questão de tempo até ter de usar. Mas também confesso que me "assusta" a quantidade de horas que passo em frente a um ecrã. E quando não é este é o telemóvel, o fiel companheiro do café depois de almoço. Pesando isto tudo, decidi uma nova oportunidade aos óculos.

15.9.17

mudei de nome

o poder de uma marca

Poucas marcas conseguem atingir o patamar da Apple. Marca que tem milhões de fãs em todo o mundo. Que juntam dinheiro para comprar as mais recentes novidades da marca da maçã. E que até dormem na rua, se necessário, para serem os primeiros a comprar o gadget mais recente. Isto tem muito de mérito. Pois o mais complicado para uma marca é atingir este nível. Sem quedas acentuadas de popularidade.

Este poder é de tão grande dimensão que as pessoas acabam por olhar para os produtos da marca, neste caso a Apple, como um dádiva divina. Veja-se o mais recente caso dos novos iPhones. É a loucura. Partilham-se publicações. Todas as pessoas querem saber as inovações dos modelos. O que é novo. O que faz e acontece. Este é mais um exemplo da força que a Apple consegue ter.

Tenho visto muito mais pessoas "loucas" com os novos iPhones do que "lúcidas". E estas últimas são aquelas que comparam aquilo que o telemóvel faz com aquilo que outro, já existente no mercado, também faz. Neste caso falo da Apple e da Samsung. Mas existem exemplos de outras marcas que conseguem provocar tal efeito nas pessoas. Não são muitas as marcas que o conseguem fazer. Nem são muitas as pessoas que conseguem a tal lucidez de comparação.

13.9.17

ir a tribunal

Estive a ver o vídeo de Cristiano Ronaldo a ser interrogado num tribunal de Madrid devido às acusações de fuga ao fisco. Primeiro começo por dizer que passei a admirar ainda mais o homem. Porque quanto ao jogador pouco pode ser dito. Gostei da forma como respondeu às questões e como falou das limitações que tem e que quase todos temos.

Mas aquilo que mais destaco não é isso. É a forma como as pessoas são interrogadas. As perguntas são feitas até à exaustão. Repetem-se as perguntas. Nunca se contentam com a resposta. Insistem, insistem, insistem e voltam a insistir.

E destaco isto porque acho que é muito fácil que uma pessoa acabe por dizer algo que não quer. Tudo é levado nesse sentido. Parece que o objectivo é confundir a pessoa ao maximo. O que faz com que qualquer inocente possa dizer algo que não quer dizer.

Para quem não viu o vídeo, recomendo vivamente que o façam. Principalmente as pessoas que não gostam do homem. Dará uma visão diferente daquilo que é.

não é mais do que espelho da vida

Muitas pessoas queixam-se do futebol. Fazem diversas críticas. É porque há muito dinheiro. É porque os jogadores são burros. É porque as mulheres deles são umas tontas ocas. É o destaque dado ao futebol. Tudo temas que poderiam dar diferentes textos. Mas existe outra forma de analisar o futebol. E é olhar para ele como o espelho da vida das pessoas.

E posso dar um exemplo muito pratico. Quando uma equipa ganha um jogo tudo está bem. Tudo é perfeito. Tudo é fantástico. Vão ser campeões. Ninguém os trava. É só elogios. E também acontece o oposto. Quando uma equipa perde um jogo tudo está mau. É o inferno. É uma desgraça completa. Não há nada bom. Nada se aproveita.

E isto é o espelho da vida das pessoas. Nos mais diferentes cenários. Quando algo corre bem, tudo é perfeito. Ou quando conhecem alguém fazem dessa pessoa a melhor do mundo. Ou quando um namoro começa tudo é perfeito.

Até que algo corre mal. E é o fim do mundo. A tal pessoa que era fantástica passa a ser a pior do mundo quando faz algo menos bom. A pessoa que parecia perfeita para uma relação passa a ter muitos defeitos quando acontece algo menos bom.

O futebol é o espelho disto. Ou melhor, é o espelho da vida das pessoas e daquilo que elas são. Com destaque para a ausência de um meio termo.

12.9.17

não ajudas nada siri, só atrapalhas

Não sou grande fã da siri. Conheço muitas pessoas que adoram e que usam com frequência esta funcionalidade dos iPhones. Quanto a mim, é algo que atrapalha. E dou como exemplo o que aconteceu hoje.

"Ligar Macedo", disse de forma passada e sem comer letras.

"A ligar Mercedes", respondeu ela, dando uma morada de um concessionário desta marca.

"Ligar puto Macedo", disse, acrescentando o puto pois está no contacto e poderia despistar da Mercedes.

"A ligar tutu Mercedes", responde-me, sem que faça qualquer associação entre as duas palavras que percebeu.

Só à terceira, e quando já estava prestes a dizer coisas de que ela não iria gostar, é que me deu a opção da chamada. Como isto acontece sempre que tento usar, prefiro não recorrer à suposta preciosa ajuda da siri.

PS - o que não invalida que ocasionalmente não ocupe o meu tempo a brincar com ela enquanto digo coisas absurdas para testar a sua reacção. 

semana de regresso às aulas

Esta é a semana do regresso às aulas. O que significa recuperar diversas memórias. A começar pela escola primária. A primeira imagem que recordo é de um ano em que tive uma lesão na virilha. Recordo que tinha tantas dores que não conseguia colocar o pé no chão. Relembro também os dias em que me sujava todo. Que coincidia sempre com o dia em que o fotógrafo ia à escola fotografar os alunos. O que faz com que tenha fotos com roupas que não eram minhas e que não combinavam entre si.

Nos outros anos vivi de tudo um pouco. Desde o encanto pelo regresso às aulas desde o desejo que as férias não tivessem fim. Das horas passadas (com o meu pai) a forrar os míticos cadernos pretos até aos cadernos azuis sem qualquer adereço na capa.

Até que chega a faculdade. Que já encarava com um ar mais profissional. Talvez por ter sido feita sempre a par com diferentes empregos que tive. E por ter alternado horários ao longo do curso. Só fica a faltar viver o regresso às aulas enquanto pai. E pelos relatos que vou lendo e ouvindo, deve ser algo muito intenso.

11.9.17

a toalha de que elas tanto falam

Muitas vezes no Shark Tank vejo os investidores aplaudirem as pessoas que detectam um problema e encontram solução para o mesmo. Nesse caso, Erin Robertson merece uma salva de palmas. Isto porque detectou um problema - transpirar das mamas [peço desculpa a quem não gosta da palavra, mas é a correcta] - e encontrou a solução. Inventou uma toalha que seca as mamas. Costuma dizer-se também que ser génio é uma mistura de 1% de inspiração com 99% de persistência. Neste capítulo, a jovem que inventou a Ta-Ta Towel também está de parabéns.

De forma resumida, este era um grande problema para Erin. Que tentou várias coisas até encontrar a solução. Aquilo que não estava à espera é que fosse um grande sucesso. E que acabasse por ser utilizado por diversas mulheres em situações diferentes da sua. Mulheres que estão a amamentar e mulheres que vão ao ginásio ficaram fãs da toalha. Quem tem dado que falar.

As opiniões são diversas. Existem os que dizem que é algo fantástico. E aqueles que consideram ser apenas ridículo. Opiniões à parte, é um sucesso que andam nas bocas do mundo.

então e o despacito?

Existem músicas que se transformam em grandes sucessos. Se que perceba os motivos. Até porque não tenho nada a ver com isso. Um destes exemplos é o Despacito, a música deste Verão. Sinto que sou a única pessoa que não gosta da música. E dentro do género recordo-me de duas que são, na minha modesta opinião, muito melhores e que passaram mais ou menos despercebidas. Principalmente a segunda.



mudanças não são para nós!

As pessoas são animais de hábitos. Tal como um animal de estimação, que tem muitas coisas programas, as pessoas também têm os seus hábitos. Por mais que digam que não. Que o neguem. E que apontem isso apenas a outras pessoas.

E isso facilmente se descobre quando existe uma mudança. Na hora de mudar facilmente se percebe que as pessoas estão mais presas às rotinas do que julgam. E isto acontece nas mais variadas áreas.

Quantas pessoas não mudam de profissão com medo da mudança. Quantas pessoas não acabam relações amorosas porque estão presas à rotina que, assim pensam, lhes traz seguranca. E podia passar o dia a dar exemplos.

As pessoas toleram muitas coisas. Menos mudanças! Mas o que é curioso é que quando uma mudança é forçada as pessoas rapidamente percebem que lidam muito bem com a mudança. Que são animais que se adaptam às diferentes realidades. É tudo uma questão de medo, outro dos problemas das pessoas.

por que os políticos fazem isto?

Os políticos costumam falar de mudança. Dizem que fazem isto. Que mudam aquilo. Que melhoram mais não sei o quê. Que são a melhor opção. Mas depois (quase todos) tiram fotos de braços cruzados. Que é a imagem oposta do que defendem as suas palavras. Porquê?

8.9.17

o tamanho realmente importa

O tamanho importa. E não há volta a dar. Por mais que se diga que não, o que é verdade é que o tamanho é realmente importante. E quando é pequeno não dá prazer a ninguém. Quando é muito grande também não funciona. E quando é médio mas aproveitado até ao limite também deixa as suas marcas. E estou a referir-me ao tamanho das férias.

O tamanho, ou duração, das férias é algo que importa. Férias muito curtas, por exemplo de uma semana, sabem a pouco. Ainda a pessoa está a acabar a frase "estou de férias" e já está a voltar ao trabalho. Férias muito grandes, por exemplo quatro semanas, são exageradas. Deixam o resto do ano a parecer gigante. A pessoa volta ao trabalho desesperada a pensar que irá esperar mais um ano para novas férias. Quando as férias são de duas semanas e aproveitadas até ao limite, também deixam as suas marcas. A pessoa quase que sai directa das férias para o trabalho e começa a trabalhar com o corpo em ritmo de férias. É uma espécie de jet lag esquisito.

Sobra aquilo que dizem ser o melhor. Três semanas de férias. Mas com uma atenuante. Que é guardar alguns dias para estar em casa sem fazer nada. De modo a que o corpo perca o ritmo de férias ao mesmo tempo que não leva com a intensidade do trabalho. Mas duvido que existam muitas pessoas a tomar esta opção. Porque quando a pessoa está de férias quer aproveitar tudo ao máximo. O que faz com que o regresso ao trabalho, por melhor que seja a profissão e o cargo, custe sempre um pouco mais. Parece que o corpo fica em negação.

7.9.17

quem tem maior desejo sexual?

Encontrei diversos estudos sobre o tema. Mas prefiro não falar dos resultados. A questão em si é que tem a sua piada e até consegue ser interessante. Afinal de contas, quem é que tem maior desejo sexual: homens ou mulheres? Se é que se pode discutir desejo sexual consoante a diferença de sexo. Os estudos dizem que sim...

olá senhor. quer provar?

Durante a semana costumo beber café, depois de almoço, quase sempre no mesmo sítio. Em cinco dias de trabalho, vou quatro vezes ao mesmo local. E no meu percurso passo por uma bancada que vende doces e outras coisas. Onde por norma está sempre a mesma mulher a trabalhar. E não é preciso uma grande memória para saber que é a mesma mulher. Passo por lá tantas vezes que é impossível não reconhecer a pessoa.

Mas se a reconheço, acredito que não se lembre de mim. E digo isto porque todos os dias pergunta se quero provar algo. "Olá senhor. Quer provar?", pergunta, esticando o saco que tem na mão e que contém uma das especialidades que vende. Ao que respondo "Não, obrigado". Quando digo que não se deve lembrar de mim é porque me pergunta isto praticamente todos os dias. E a minha resposta é sempre a mesma. "Não, obrigado". Já perdi conta ao número de vezes que fui abordado, ainda que de forma simpática, pela mulher em questão. Tanto que já vou a andar e a pensar "Olá senhor. Quer provar?"

A minha outra teoria vai além da memória da mulher. Poderá estar a travar uma espécie de luta comigo. A tentar descobrir até que ponto resisto à tentação de provar o tal doce (?) que tanto me tenta oferecer. Até dou por mim a pensar na hipótese de estar a desperdiçar uma iguaria fantástica que me deixará a lamentar os dias em que a recusei. Porém, isto deverá manter-se eternamente uma dúvida para mim pois não perder este suposto duelo.

acidentes estúpidos

Existem ocasiões em que passo por acidentes de viação e fico a pensar como terá sido possível ocorrer um acidente naquelas condições. As estradas são boas, existe visibilidade e nada leva a crer que possa acontecer um acidente. A não ser por qualquer comportamento menos próprio de um condutor. Que até se pode distrair com algo.

Depois cruzo-me com condutores estúpidos como aconteceu hoje. E aí penso como é que não existem mais acidentes. Um estúpido daqueles que se mete à nossa frente, mesmo sabendo que não tem condições nem espaço para isso. E que obriga a que diversos condutores façam manobras e travagens desnecessárias.

São estúpidos como este que arranjam problemas a outras pessoas. Que vão a conduzir dentro da normalidade e depois levam com estes estúpidos que nasceram para tudo menos para conduzir um carro.

6.9.17

tenho um herói, chamo-lhe pai

Hoje é um dia muito especial para mim. Uma das pessoas mais importantes da minha vida está de parabéns. O meu herói faz anos. Hoje é dia de festa para o meu pai e para a família.

Nunca cresci a idolatrar heróis. O meu herói é o meu pai (e a minha mãe) e foi sempre nele que procurei inspiração, sabedoria, sensatez, educação e postura. Ensinou-me a saber escolher caminhos. Deu-me liberdade com responsabilidade. Tudo coisas que fazem com que seja um orgulho ser seu filho. E que são impossíveis de agradecer justamente.

Por isso celebro. Festejo. Festejamos. Hoje o mudo dá destaque e protagonismo ao seu maior herói. A quem felizmente (e com um orgulho tremendo) posso chamar pai. Espero um dia ser metade do homem que és! Amo-te muito Anhuca. Parabéns pai!

quando o tema são mensagens escritas, existem dois grupos

Quando se fala do envio de mensagens escritas existem dois grupos de pessoas. De um lado estão as pessoas que fazem questão de ter a última mensagem. E que não desistem enquanto a outra pessoa continua a responder. E existem aquelas que não nada preocupadas em ter a última palavras. E até creio que existem mais pessoas no primeiro grupo.

4.9.17

a moda do rabo à mostra

Chamem-me aquilo que quiserem mas não perecbo esta moda do rabo à mostra. E não me refiro aos reduzidos biquínis utilizados na praia que praticamente nada escondem. Aí, tudo bem! É o habitat natural dessas peças de roupa. Refiro-me aquelas mulheres que passeiam com calções que mais parecem cuecas que encolheram na máquina de lavar. E que o fazem em locais como centros comerciais e hipermercados.

É que se a maxima a seguir é "o que é bom é para se ver" mais vale que as pessoas andem nuas. Acho de mau tom andar pela rua com calções que deixam metade do rabo a descoberto. Os tais calções que parecem cuecas ou que transmitem a sensação de que a pessoa se enganou no tamanho escolhido.

E só posso acreditar que a decisão é ponderada. Não é obra do acaso. As pessoas experimentam os calções, percebem que ficam com metade do rabo a descoberto e decidem que assim é que fica bem. Não sou nenhum especialista em moda nem está em questão os corpos que (pouco) se escondem naquelas roupas reduzidas.

Defendo apenas que nenhuma pessoa sai valorizada com roupas assim. Defendo também que não são as roupas que fazem as pessoas. Nem julgo as pessoas com base no que vestem. Acho apenas feio e desnecessário. 

nunca confies...

O mês de Setembro marca o início das manhãs escuras. Quem, como eu, sai da casa por volta das sete da manhã, começa a preparar-se com a escuridão. Quem, como eu, pensa que ainda é Verão, arrisca sair de casa apenas de tshirt... num dia chuvoso. Mais vale nunca confiar.

30.8.17

sexo, gordinhas e muito provavelmente polémica

Hoje ouvi uma coisa que ouço desde adolescente. Uma ideia que envolve sexo, gordinhas e que provavelmente é polémica para muitas pessoas. Tem a ver com a ideia de que as gordinhas são melhores na cama do que as outras. Pelo menos numa relação casual.

Esta ideia baseia-se em algo pouco simpático para estas mulheres. Que passa pelo pouco sexo que supostamente têm. Como tal, cada sessão de sexo é fantástica por não se saber quando será a próxima. É vivida sempre como se fosse a última.

Como referi inicialmente, ouço isto há muitos anos. Mas quero acreditar que não passa de mito. E que é algo que não depende do físico. Nem da mulher nem do homem. Só não sei se esta ideia é veiculada apenas entre homens ou também entre mulheres. Ou se é algo que as mulheres também dizem em relação aos homens gordinhos.. 

eu te devoro



"É um milagre. Tudo que Deus criou pensando em você. Fez a Via-Láctea, fez os dinossauros. Sem pensar em nada, fez a minha vida... e te deu"


discutir em locais públicos

Nunca gostei de discutir em locais públicos. Tal como não gosto de ter que levar com discussões em locais públicos. E o motivo é o mesmo: os problemas de uns não têm de ser dos outros. Já para não mencionar a deselegância da situação.

Ontem estava a beber café no sítio do costume. E no Pingo Doce onde bebo café diariamente existem mesas grandes que são partilhadas por diversas pessoas. Estava numa quando começo a ouvir uma discussão. Eram as duas pessoas que estavam na "minha" mesa. Que discutiam como se estivessem em casa. Ou como se fosse invisível.

A meio da discussão, uma das pessoas diz: "não me faças fazer figuras tristes". O que me leva a acreditar que aquela situação era desagradável para aquela pessoa. Pelo menos para mim era. E não tinha nada a ver com a situação.

E tal como não gosto disto, também não gosto de ver pais aos gritos com os filhos em locais públicos. Tudo tem um espaço para acontecer. E poucas são as coisas que devem ser partilhadas com uma pequena (ou não) plateia.

29.8.17

curiosos....

Gosto de apostar no Placard. Costumo tentar misturar a minha (aquela que julgo ter) sabedoria futebolística com alguma sorte. E confesso que nem me tenho saído mal. Apostar no Placard tem uma diferença em relação aos outros jogos da Santa Casa, como é o caso do Euromilhões, por exemplo. Quando entrego o boletim, sai o talão com o dinheiro que posso vir a ganhar. O que faz com que os funcionários das lojas sejam bastante curiosos. É raro o funcionário que não analisa o talão antes de me entregar. E é bastante fácil de perceber para onde estão a olhar. E é sempre para o valor do prémio. É uma curiosidade que não percebo. Por mais que tente.

dica vezes dois

Nestas férias de duas semanas dediquei-me ao dolce far niente. Como em outras alturas levei roupa para praticar desporto, mas acabei por não o fazer. Decidi viver as férias na sua plenitude. E entre a praia, piscina, tempo em família, com amigos e a dois, entreguei-me a um livro e a uma série de televisão.

Infelizmente, não leio a quantidade de livros que desejava. Mas acabo por ler sempre uma obra nas duas semanas de férias. A escolha deste ano foi Sr. Mercedes, um thriller da autoria de Stephen King. É daqueles livros que nos prendem do início ao fim e dei por mim a não conseguir parar de ler. Queria saber sempre mais e mais. E o que acontece agora? Por isso, é um livro que recomendo a todas as pessoas que estão na dúvida em relação ao que vão ler.


Quanto à série, graças à Netflix descobri Ozark, um exclusivo (e original) Netflix. Esta série - a primeira temporada já está disponível na totalidade - gira em torno da lavagem de dinheiro. E da família de um homem que faz o que pode para manter a família viva. A estrela desta série (e o realizador de quatro episódios) é Jason Bateman, um actor que conheço sobretudo dos filmes de comédia.


A série pode parecer aborrecida ao início. E bastante sombria. Mas está muito bem feita. As diferentes histórias estão muito bem escritas e, tal como no livro, dei por mim a devorar episódios - um pouco maiores do que o habitual - para perceber o que ia acontecer. Para quem procura uma nova série, Ozark é uma excelente escolha. Ficam as dicas.

que morram todos

O jornalismo já viveu dias melhores em Portugal. E a triste realidade é que poucas áreas se podem gabar do contrário. Pelo menos por cá. Na semana passada tornou-se público que um dos maiores grupos editoriais nacionais pretende vender todas as publicações que tem.

Foi assistir a um festival de aplausos. "Que morram todos", é algo que muitos desejam. E o morram é para as publicações. Já nem vou bater na tecla de que as pessoas só vão lamentar a ausência do jornalismo quando não o tiverem. Nem vou discutir tipos de jornalismo e quem gosta do quê. Nem sequer separar os bons dos maus jornalistas.

Aquilo que me entristece é a alegria pela desgraca. Pela tristeza. Pelo mal dos outros. É aquele modo de pensar: "estou mal mas eles estão pior". Isso é que é triste. Mesquinho. E reduz as pessoas a um tamanho muito pequeno.

Enquanto jornalista fico triste com este panorama. Porque é geral. Gostava que todos tivessem bem. Porque o sucesso da área é o sucesso de todos. Também fico triste pelos amigos que tenho nessas publicações. Que desconhecem o futuro. Algo que acontece com a maioria dos profissionais em Portugal.

De resto, o jornalismo vai ter de saber adaptar-se aos novos tempos. Aos desejos dos leitores. Aquilo que querem e como querem. E creio que esta adaptação vai acabar por mudar, e muito, o jornalismo em papel. Vamos ver como será o futuro. Só não contem comigo para aplaudir a desgraca do vizinho.