29.8.17

que morram todos

O jornalismo já viveu dias melhores em Portugal. E a triste realidade é que poucas áreas se podem gabar do contrário. Pelo menos por cá. Na semana passada tornou-se público que um dos maiores grupos editoriais nacionais pretende vender todas as publicações que tem.

Foi assistir a um festival de aplausos. "Que morram todos", é algo que muitos desejam. E o morram é para as publicações. Já nem vou bater na tecla de que as pessoas só vão lamentar a ausência do jornalismo quando não o tiverem. Nem vou discutir tipos de jornalismo e quem gosta do quê. Nem sequer separar os bons dos maus jornalistas.

Aquilo que me entristece é a alegria pela desgraca. Pela tristeza. Pelo mal dos outros. É aquele modo de pensar: "estou mal mas eles estão pior". Isso é que é triste. Mesquinho. E reduz as pessoas a um tamanho muito pequeno.

Enquanto jornalista fico triste com este panorama. Porque é geral. Gostava que todos tivessem bem. Porque o sucesso da área é o sucesso de todos. Também fico triste pelos amigos que tenho nessas publicações. Que desconhecem o futuro. Algo que acontece com a maioria dos profissionais em Portugal.

De resto, o jornalismo vai ter de saber adaptar-se aos novos tempos. Aos desejos dos leitores. Aquilo que querem e como querem. E creio que esta adaptação vai acabar por mudar, e muito, o jornalismo em papel. Vamos ver como será o futuro. Só não contem comigo para aplaudir a desgraca do vizinho.

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