Já tinha falado do Mário no blogue. Um dos estagiários mais fantásticos que conheci. E que quase adoptei como um irmão mais novo com quem estava sempre a brincar. Quando terminou o estágio que fez na revista onde eu trabalhava, ficou com o desejo de mudar-se para a mesma equipa para onde me mudei.
Combinámos um almoço de despedida do primeiro estágio. Nós - o grupo de amigos que o acolheu fora do trabalho - oferecemos o almoço e a mãe do Mário uma deliciosas queijadas. Assim que me sento diz-me que vai estagiar comigo. Um estágio profissional. Fiquei mais contente do que ele. E aquele almoço, que seria o último, passou a ser apenas mais um. Ou assim deveria ter sido.
Pouco tempo depois o Mário é internado. "Não é nada cancerígeno", dizem. Suspiro de alívio. Em breve teria o Mário novamente comigo para brincar como nós fazíamos. O alívio deu lugar a medo. Afinal era cancro no estômago e no esófago. Fui sempre trocando mensagens e telefonemas com o Mário. Que estava preocupado em não estagiar. Em perder aquela oportunidade.
"O que importa é a tua saúde. Quando estiveres bom, o lugar é teu", disse-lhe. Fartou-se de agradecer as mensagens. O medo deu lugar ao desespero. "O cancro do Mário é terminal", disseram-nos. Fiquei sem chão. Sem saber o que dizer. Sem saber como lidar com o Mário. Fomos sempre falando. Perguntado como estava.
Até que hoje recebo a mensagem que mais temia. "O Mário já não pode responder às nossas mensagens". Puta da vida, pensei. Podia lamentar a morte de um excelente trabalhador. De um jovem de apenas 31 anos. De um bom amigo. De alguém de quem gostei muito. Mas a verdade é que o mundo perdeu uma pessoa boa. Daquelas que dão sentido a muitas coisas. Que equilibram o mal que existe neste mundo. Hoje o céu ganha uma Super Estrela. Vou ter muitas saudades tuas Mário!
Olá @HomemSemBlogue já havia lido o outro post sobre o Mário! Não existem palavras para estes momentos marcantes cujo chão se abala e nos foge debaixo dos pés! Pelo menos, acontece comigo que nunca sei o que dizernestas alturas difíceis. Infelizmente, vivi este sentimento há nove anos atrás e que parece que foi hoje. Creio e acredito que o melhor e ficarmos no silencio e ficarmos atentos para com os mais proximos e estarmos disponiveis para o que for necessario. A partida de pessoas que amamos e que nos são queridas, conduz-nos a um turbilhão de sentimentos.Resta-me enviar um abraço e os sinceros sentimentos! @mvaidoso
ResponderEliminarObrigado pelas palavras. Que o Mário esteja a olhar por todos nós.
EliminarVejo o Mário como alguns dos jovens que encontrei no meu estágio no IPO, e muitas vezes temi pela delicadeza da vida que damos como garantida. Tive a oportunidade de ouvir de perto os receios de quem temia não cumprir os seus objectivos, e ainda hoje recordo o aperto que senti. :(
ResponderEliminar❥ Biju da Ju,
juvibes.blogspot.pt
;(((
EliminarPorque é que tem de ser assim?????
ResponderEliminarPorquê? Porquê? Porquê?
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