quando confiar não é a melhor solução

Sou daquelas pessoas que confia em toda a gente logo à partida, sem qualquer receio. A partir desse momento, continuar a confiar ou mudar a forma como lido com alguém depende exclusivamente dos comportamentos e atitudes da pessoa em questão. Esta forma de ser já me levou a bastantes desilusões. Umas maiores, outras menores e algumas insignificantes. Tenho percebido que confiar nem sempre é a melhor solução mas continuo igual ao que sempre fui. E aplico esta forma de ser a amigos, conhecidos, colegas de trabalho e até a funcionários de lojas.

Hoje, bem cedo, tive direito a mais uma lição daquelas que nos ensinam que confiar nem sempre é a melhor solução. Entrei nos correios e disse à funcionária que pretendia um envelope de correio verde. Mostrei os artigos que pretendia enviar. A senhora observou o tamanho dos mesmos e entregou-me um envelope. Paguei e fui tratar das minhas coisas. Escrevi o remetente, o destinatário e depois tentei colocar os artigos no referido envelope.

Um cabia na perfeição. O outro artigo não cabia. Apesar do envelope ser maior do que o artigo, como é almofadado, fica com parte da sua área reduzida. Tentei, em vão, colocar o artigo no envelope. Voltei ao balcão e disse à mesma funcionária que o artigo não cabia no envelope e que precisava de um maior. A senhora deu-me o tamanho acima e cobrou-me o valor do novo envelope, consideravelmente superior ao que já tinha pago e que ficou inutilizado.

Nessa altura disse à funcionária que deveria apenas pagar a diferença entre os envelopes. Respondeu-me que já tinha escrito no envelope. Concordei. Mas acrescentei que o fiz porque acreditei no seu conhecimento profissional sobre envelopes, até porque observou os artigos que pretendia enviar. Nem se deu ao trabalho de me responder. Limitou-se a dar-me o troco e a olhar para baixo.

É certo que tenho culpa no meio disto tudo. Aquilo que deveria ter feito era experimentar o envelope mesmo em frente à cara da funcionária. Mas, lá está, confiei no seu conhecimento. E achei que experimentar o envelope seria faltar ao respeito aos seus conhecimentos profissionais. Resumindo, paguei dois envelopes e aprendi que confiar nem sempre é a melhor solução.