o relinchar da moda

Ao longo dos anos ouvi diversas pessoas referirem-se ao Lidl como um supermercado de segunda categoria onde são comercializados produtos de qualidade duvidosa. No pólo oposto encontravam-se os supermercados do El Corte Inglés, considerados por muitos como o supra-sumo da área onde só se vende o bom e o melhor. Pelo meio estavam o Modelo, Pingo Doce, Continente e Jumbo que não aquecem nem arrefecem os clientes. Em traços gerais esta é a opinião de muitas pessoas.

Até que surge a carne de cavalo que é comercializada como sendo vaca. Rebenta o escândalo e curiosamente o Lidl não comercializa produtos com carne de cavalo. Curiosamente, é encontrado ADN de cavalo em produtos do El Corte Inglés. E tudo muda... com essas mesmas pessoas a mudarem radicalmente a sua opinião.

Se com este texto pretendo dizer que o Lidl é o maior e que o supermercado do El Corte Inglés é nulo em qualidade? Não! Pretendo apenas dizer que são iguais apesar das suas diferenças e dos clientes que tentam angariar. Só discordo das pessoas que têm a ideia de que não existe qualidade no Lidl, porque isso é falso. Parece que existe uma vergonha em assumir que se faz lá compras. Todavia, sem qualquer pingo de vergonha assumo que sou cliente Lidl, tal como sou de muitos outros espaços comerciais. Para mim é tudo uma questão de preço/qualidade.

E esta situação faz-me recordar o que se passa com as marcas próprias (aquilo a que os clientes chamam habitualmente de marca branca). Muitas pessoas têm a ideia de que se tratam de produtos sem qualidade, uma espécie de restos ou sobras que são comercializados a preço de saldo. Mas, será que as pessoas sabem, por exemplo, que o leite de marca própria, comercializado por um dos maiores hipermercados de Portugal, é na realidade Parmalat? E será que sabem que as papas de marca própria desse mesmo espaço são Milupa? A diferença de preço está somente num aspecto. O facto de não se pagar o valor necessário para ostentar a marca na embalagem.