homem de verdade não bate em mulher

No meu encontro com o actor brasileiro (que faz delirar as portuguesas) fiquei a saber que Cauã Reymond é uma das diversas celebridades brasileiras que participam numa campanha para colocar um ponto final à violência doméstica. “Homem de verdade não bate em mulher” é a frase de uma campanha à qual é impossível ficar indiferente.

Analisando a frase, não podia estar mais de acordo. Homem de verdade não bate em mulher. Aliás, acho que homem de verdade não bate. Mas isto sou eu que não acredito na violência como forma de resolução para qualquer problema. Mentia se dissesse que nunca achei que alguém merecia um bom par de chapadas. Mentia também se dissesse que nunca fiz parte de uma luta. Se isso me serviu de algo? Não. Se me senti mais homem por isso? Não. Se resolveu algum problema? Também não.

É certo que os homens não devem bater nas mulheres. Nada justifica que se chegue a esse ponto. Mas as mulheres têm um papel muito importante neste assunto. As mulheres podem e devem afastar-se dos homens que lhes batem. Este é um tema bastante complexo e quase de certeza que cada um de nós conhece pelo menos um caso de violência doméstica. Infelizmente, conheço. E o caso que acompanhei ao longo de vários anos é de uma mulher que nunca quis abandonar o marido, apesar de não precisar dele para nada. E isto é algo que me custa a compreender.

Defendo que uma mulher não se deve sentir inferior por abandonar um homem que lhe bate. Isso não é um sinal de fraqueza. Mas sim de força. Não é fugir mas resolver algo e mudar de vida. É certo que muitos dizem que foi uma vez sem exemplo. Pedem desculpa. Dizem sentir um amor único e garantem que não volta a acontecer. Mas a verdade é que volta – quase sempre – a acontecer. E nessa altura voltam as desculpas e promessas de que foi apenas mais uma vez sem exemplo. Até à próxima vez. E à outra. E ainda mais uma, num cenário eternamente repetido que poderá acabar numa catástrofe. Esta é daquelas situações que exige que se grite: basta!